Efeitos das figuras de linguagens: resumo de Literatura

Você sabe o que são figuras de linguagem e quais são seus efeitos dentro de um texto literário? Ainda não? Depois dessa aula, com certeza, quando você ler um texto, ele já não será mais o mesmo! Então, boa leitura e arrase em Literatura no Enem!

Literatura Enem: As figuras de linguagens nada mais são do que recursos que escritores usam para tornar suas produções mais expressivas ou, até mesmo, colocar uma pitada (da boa!) de persuasão, fazendo com que o leitor entenda tal mensagem com o máximo de sucesso e entendimento possível.

Tal recurso é muito utilizado nos textos literários, mas também podemos encontrá-los em anúncios publicitários e em outros momentos do nosso cotidiano. Pode-se reconhecer três tipos de figura de linguagem, que são: as de sintaxe, as de pensamento e as de palavras.

Nesse post, veremos as figuras mais comuns nos textos literários e também os seus efeitos.

1

 

Figuras de sintaxe

 

Zeugma – é a omissão de um termo que já foi expresso anteriormente dentro do texto.

Que quero eu? Primeiramente, não ser derrotado. Depois, se possível, vencer.” (José Saramago)

No exemplo acima, é possível perceber a omissão do verbo, já citado: Primeiramente, não [quero] ser derrotado. Depois, se possível, [quero] vencer.

 

Polissíndeto (do grego: poli “muito”; síndeto: “conjunção”) – É a repetição de conjunções coordenativas na ligação de elementos da frase ou do período.

E sob as ondas ritmadas

e sob as nuvens e os ventos

e sob as pontes e sob o sarcasmos

e sob a gosma e sob o vômito

e sob o soluço, o cárcere, o esquecido

e sob os espetáculos e sob a morte de escarlate

e sob as bibliotecas, os asilos, as igrejas triunfantes

e sob tu mesmo e sob teus pés já duros

e sob os gonzos da família e da classe,

fica sempre um pouco de tudo.

Às vezes um botão. Às vezes um rato.

(Carlos Drummond de Andrade)

 

Assíndeto (do grego: a: “ausência”, “falta”; síndeto: “conjunção”) – é a ausência de conjunções coordenativas na ligação dos elementos da frase ou do período.

Clara passeava no jardim com a crianças.

O céu era verde sobre o gramado,

A água era dourada sob as pontes,

outros elementos eram azuis, róseos, alaranjados,

o guarda-civil sorria, passavam bicicletas,

a menina pisou a relva para pegar um pássaro,

o mundo inteiro, a Alemanha, a China, tudo era tranquilo em redor de Clara.”

(Carlos Drummond de Andrade)

 

Figura de pensamento

 

Gradação – é a apresentação de ideias em progressão ascendente (clímax) ou descendente (anticlímax).

Dias e dias, semanas e meses trabalhou a moça tecendo teto e portas […]

(Marina Colasanti)

 

Ironia – é o uso de palavras, expressão ou frase em sentido diferente do literal, obtendo-se, dessa maneira, conotação depreciativa ou satírico.

A excelente Dona Inácia era mestra na arte de judiar crianças.

(Monteiro Lobato)

 

Antítese – é a aproximação de palavras que se opõem pelo sentido.

“Os jardins têm vida e morte.”

(Cecília Meireles)

 

Figura de palavras

 

Metáfora – é a utilização de uma palavra, ou expressão, em lugar de outra, por haver entre elas relação de semelhança. Toda metáfora é uma espécie de comparação implícita, em que o elemento comparativo não aparece. No exemplo abaixo, o autor quis comparar o pensamento com um rio subterrâneo, certamente pela sua profundidade, fluidez, etc.

Meu pensamento é um rio subterrâneo.

(Fernando Pessoa)

 

Catacrese – é um tipo de metáfora que já se cristalizou, perdendo a relação com o significado original (braço de cadeira, de café, embarcar no trem).

Vozes cantigas e risos

Ao das fogueiras acesas.

(Manuel Bandeira)

 

Veja mais detalhes sobre Figuras de Linguagem nesses vídeos do nosso canal do Youtube Curso Enem Gratuito:

 

Para que você consolide ainda melhor essa aula e minhas dicas, não deixe de testar seus conhecimentos com os exercícios sobre figuras de linguagem:

 

1. (UFPI) Assinale a frase que contém uma metáfora:

 

a) Nas pedras do cais, via os sinais das amarras das velhas embarcações.  b) Era com saudade que o velho pescador olhava as pedras do cais.

c) Do cais da minha aldeia partiram as inesquecíveis caravelas.

d) As pedras do cais têm o limbo das águas do mar.

e) Todo cais é uma saudade de pedra.

 

2. (FUVEST)  A catacrese, figura  que se observa na frase “Montou  a  cavalo  no  burro bravo” ocorre também em:

 

a) Os tempos mudaram, no devagar depressa do tempo.

b) Última flor do Lácio inculta e bela, és a um tempo esplendor e sepultura.  c) Apressadamente, todas embarcam no trem.

d) Ó mar salgado, quanto do teu sal!

e) Amanhecer, a luz tem cheiro.

 

3. (Mackenzie) Construções do tipo “dente de alho”, “barriga da perna” e “pé da cama” são exemplos de:

 

a) metonímia;

b) catacrese;

c) antonomásia;

d) elipse;

e) perífrase.

 

Gabarito:

1 – E

2 – C

3 – B

 

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