O Mito da Caverna: a Filosofia de Platão para o Enem

Imagina se você desde criança estivesse acorrentado no fundo de uma caverna, sem conseguir olhar para os lados e nem para trás, acostumado e ver apenas sombras no fundo da caverna. Como reagiria se alguém falasse que esse seu mundo é falso e ilusório?

O Mito da Caverna também conhecido como “Alegoria da Caverna” é uma passagem do livro: “A República”, de Platão. Confira a importância para a Filosofia Ocidental. Veja o resumo e logo em seguida faça o Simulado Online, com 10 questões de Filosofia para o Enem, que está no final do post.

Platão utiliza-se da metáfora do’ Mito da Caverna’ para mostrar à humanidade como os limites do horizonte podem ser mais curtos do que se imagina, e de como as pessoas podem ficar prisioneiras do conhecimento pelo medo de entrar em contato com as novidades.

Platão constrói o Mito da Caverna ao descrever um lugar onde os habitantes que ali se encontram não conhecem a realidade externa. E, eles se negam a conhecer uma outra realidade que não seja aquela a que estão habituados.

Com esta metáfora Platão propõe que os humanos busquem a saída do mundo dos sentidos, das impressões, para chegar ao mundo das ideias por meio do conhecimento. Confira a seguir.

O Mito da Caverna

O mito sobre prisioneiro que foram colocados no fundo de uma caverna desde o nascimento, acorrentados no pescoço, nos braços e nos pés, de maneira que não conseguir mover-se de um lado para o outro.

eles não podiam nem se levantar e nem virar a cabeça para baixo, passando o tempo todo olhando para a parede ao fundo que é iluminado por uma fogueira que fica atrás deles numa parte mais alta.

Atrás deles tem um grande muro e atrás deste muro pessoas carregam objetos estátuas de pessoas, animais, plantas e outros objetos, que devido à luz da fogueira, as sombras são refletidas no fundo da caverna.

Os prisioneiros ficam analisando e conversando entre si as imagens refletidas na parede, dando nomes as imagens, porque pra eles, que desconhecem o que existe atrás deles, pois desde crianças estão na mesma posição, essas sombras são os próprios objetos.

Imaginamos agora que um prisioneiro fosse forçado a sair desta situação, podendo explorar dentro e fora da caverna. Primeiramente perceberia que o mundo é muito maior do que ele estava acostumando a ver desde criança, depois perceberia que passou este tempo todo analisando e julgando sombras de estátuas refletidas no fundo da caverna.

Segundo, que a saída da caverna seria um processo gradual e difícil, teria de se acostumar com a luz, tanto da fogueira quando a do sol e, subir seria difícil, pois teria que vencer o cansaço e as dificuldades do caminho. Por fim, fora ficaria encantado com os seres de verdades, com a natureza, com a luz…

Voltaria à caverna para passar todo conhecimento aos seus colegas e para buscá-los pra conhecer mundo de fora. Porém, seria ridicularizado ao contar tudo o que viu e sentiu, pois seus colegas só conseguem acreditar na realidade que enxergam na parede iluminada da caverna.

Os prisioneiros vão chamá-lo de louco, ameaçando-o de morte caso não pare de falar daquelas ideias consideradas absurdas, de um mundo que não era por eles conhecido.

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Entenda o Mito

Esses prisioneiros que Platão se refere no mito representa cada um nós, claro que na época em que escreveu este mito se referia aos atenienses. Somos presos pelas correntes do preconceito, da ignorância, das opiniões sem fundamento.

Dica 1: Conheça um pouco mais de Platão e o mundo das ideias, estudando em nosso blog, acesse o link abaixo e continue estudando.O Mito da CavernaAs sombras são os falsos conhecimentos que vamos adquirindo ao longo dos anos devida a nossa ignorância e falta de interesse.

A saída da caverna se dá por meio da educação. Por isso é um processo gradual. Neste processo encontramos dificuldades que são as resistências àquilo que é novo, que é diferente, mas conseguiremos vencer por meio da crítica, para não aceitarmos passivamente as coisas. A Caverna ModernaO caminho da crítica é a filosofia, pois ela busca o conhecimento verdadeiro.

Quem sai é o filósofo, o sábio. Este, portanto, segundo Platão deve governar a cidade, pois tem capacidade de gerir de maneira clara e sabia o governo.

O lado de fora, segundo Platão é o mundo das ideias, onde está às ideias puras e verdadeiras e o sol é o sumo bom, ou seja, a verdade. Já dentro da caverna é o mundo dos sentidos, isto é, uma cópia de tudo que existe fora da caverna (a fogueira cópia do sol; as estátuas cópia dos seres que vivem fora).

Portanto, o conhecimento dentro da caverna está sujeito ao erro, pois não estamos em contado com aquilo que é verdadeiro, mas com sua cópia.

O retorno é feito pelo educador, o sábio, pois é aquele saiu da ignorância e volta até ela para buscar os seus semelhantes. Platão lembra neste retorno, seu mestre Sócrates, que através da ironia e da maiêutica, procura fazer com que seus semelhantes dessem a luz ao próprio conhecimento.

Por fim, a morte é representada pela força da resistência do velho e do poder consolidado, a passividade e o conformismo contra a criatividade e a inovação. Neste sentido, o fugitivo morto é o próprio Sócrates, que foi morto pelos atenienses por não aceitarem o novo.

Simulado Enem O Mito da Caverna

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Resumo: O mito da caverna é uma metáfora para Platão explicar a diferença entre o mundo das ideias e o mundo dos sentidos; o processo de saída da caverna, do mundo dos sentidos para a parte exterior, ou seja, para o mundo das ideias que acontece por meio da crítica, do conhecimento, da filosofia.

Dica 2: que tal conhecer um pouco mais de Sócrates?

Ainda está com dúvida? Que tal acessar esse link e dar mais uma estudada sobre O Mito da Caverna:

Vamos testar o conhecimento resolvendo algumas questões?

1. (Vestibular 2013 – IF Catarinense) “Imaginemos uma caverna separada do mundo externo por um alto muro, cuja entrada permite a passagem da luz exterior. Desde seu nascimento, geração após geração, seres humanos ali vivem acorrentados, sem poder mover a cabeça para a entrada, nem locomover-se, forçados a olhar apenas a parede do fundo, e sem nunca terem visto o mundo exterior nem a luz do Sol.

Acima do muro, uma réstia de luz exterior ilumina o espaço habitado pelos prisioneiros, fazendo com que as coisas que se passam no mundo exterior sejam projetadas como sombras nas paredes do fundo da caverna. Por trás do muro, pessoas passam conversando e carregando nos ombros figuras de homens, mulheres, animais cujas sombras são projetadas na parede da caverna. Os prisioneiros julgam que essas sombras são as próprias coisas externas, e que os artefatos projetados são os seres vivos que se movem e falam.

Um dos prisioneiros, tomado pela curiosidade, decide fugir da caverna. Fabrica um instrumento com o qual quebra os grilhões e escala o muro. Sai da caverna, e no primeiro instante fica totalmente cego pela luminosidade do Sol, com a qual seus olhos não estão acostumados; pouco a pouco, habitua-se à luz e começa a ver o mundo. Encanta-se, deslumbra-se, tem a felicidade de, finalmente, ver as próprias coisas, descobrindo que, em sua prisão, vira apenas sombras.

De volta à caverna, para contar o que viu e libertar os demais, também não saberá mover-se nem falar de modo compreensível para os outros, que não acreditarão nele e, correrá o risco de ser morto pelos que jamais abandonaram a caverna” (adaptado de CHAUI, Marilena citado por http://www.asmayr.pro.br/attachments/article/5/O_mito_da_caverna.pdf).

A passagem acima é o conhecido Mito da Caverna, exposto na obra A República, de Platão. As alternativas abaixo correspondem corretamente à passagem acima, EXCETO:

A) A visão do sol é a visão da verdade, a visão das sombras, por outro lado, é a visão do erro, da falsidade.
B) O prisioneiro que decide fugir da caverna representa o filósofo, já os prisioneiros que nela permanecem representam as pessoas comuns.
C) A vida na caverna é a vida na dimensão do inteligível, a vida na pura luz é a vida na dimensão do sensível.
D) Um dos vários significados desse mito diz respeito à questão do conhecimento sensível e do conhecimento inteligível, este é, portanto, o significado epistemológico do mito.
E) As sombras representam o conhecimento ilusório, errôneo: o conhecimento dos sentidos.

Resposta: C

2. (UEM – Verão 2008) “Sócrates: Imaginemos que existam pessoas morando numa caverna. Pela entrada dessa caverna entra a luz vinda de uma fogueira situada sobre uma pequena elevação que existe na frente dela. Os seus habitantes estão lá dentro desde a infância, algemados por correntes nas pernas e no pescoço, de modo que não conseguem mover-se nem olhar para trás, e só podem ver o que ocorre à sua frente. (…) Naquela situação, você acha que os habitantes da caverna, a respeito de si mesmos e dos outros, consigam ver outra coisa além das sombras que o fogo projeta na parede ao fundo da caverna?”. (PLATÃO. A República [adaptação de Marcelo Perine]. São Paulo: Editora Scipione, 2002. p. 83).

Em relação ao célebre mito da caverna e às doutrinas que ele representa, assinale V para as questões corretas e F para as Falsas.

( ) No mito da caverna, Platão pretende descrever os primórdios da existência humana, relatando como eram a vida e a organização social dos homens no princípio de seu processo evolutivo, quando habitavam em cavernas.
( ) O mito da caverna faz referência ao contraste ser e parecer, isto é, realidade e aparência, que marca o pensamento filosófico desde sua origem e que é assumido por Platão em sua famosa teoria das Ideias.
( ) O mito da caverna simboliza o processo de emancipação espiritual que o exercício da filosofia é capaz de promover, libertando o indivíduo das sombras da ignorância e dos preconceitos.
( ) É uma característica essencial da filosofia de Platão a distinção entre mundo inteligível e mundo sensível; o primeiro ocupado pelas Ideias perfeitas, o segundo pelos objetos físicos, que participam daquelas Ideias ou são suas cópias imperfeitas.
( ) No mito da caverna, o prisioneiro que se liberta e contempla a realidade fora da caverna, devendo voltar à caverna para libertar seus companheiros, representa o filósofo que, na concepção platônica, conhecedor do Bem e da Verdade, é o mais apto a governar a cidade.

Resposta: F, V, V, V, V

3. Quem deve ser o governante, segundo Platão?
a) O rei
b) O sábio
c) O eleito democraticamente
d) O mais forte do poder militar

Resposta: b

4. O texto é parte do livro VII da República, obra na qual Platão desenvolve o célebre Mito da Caverna. Sobre o Mito da Caverna, é correto afirmar.

I. A caverna iluminada pelo Sol, cuja luz se projeta dentro dela, corresponde ao mundo inteligível, o do conhecimento do verdadeiro ser.
II. Explicita como Platão concebe e estrutura o conhecimento.
III. Manifesta a forma como Platão pensa a política, na medida em que, ao voltar à caverna, aquele que contemplou o bem quer libertar da contemplação das sombras os antigos companheiros.
IV. Apresenta uma concepção de conhecimento estruturada unicamente em fatores circunstanciais e relativistas.

Assinale a alternativa correta.

a) Somente as afirmativas I e IV são corretas.
b) Somente as afirmativas II e III são corretas.
c) Somente as afirmativas III e IV são corretas.
d) Somente as afirmativas I, II e III são corretas.
e) Somente as afirmativas I, II e IV são corretas.

Resposta: b

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