Queimadas no Brasil: notícias e atualidades para o Enem 

As queimadas no Brasil, intensificadas pela crise climática e práticas agrícolas, afetam diversos biomas, geram perdas ambientais e de biodiversidade. Confira as notícias da semana sobre o assunto!

Se você simplesmente olhar para o céu da sua cidade neste momento, vai reconhecer de forma prática e assustadora uma das consequências do aumento expressivo das queimadas no Brasil em 2024. 

O assunto vem ganhando cada vez mais espaço em reportagens, debates e estudos em diversos veículos de comunicação, nas redes sociais e, é claro, nos órgãos do governo de todo o país.

Aqui no blog, queremos deixar você informado e por dentro das atualidades para o Enem, já que além da gravidade e importância dessa situação, ela também pode cair em algumas questões das suas provas e até na redação. 

Por isso, reunimos as principais notícias da semana sobre as queimadas no Brasil. Acompanhe! 

Para entender melhor: o que são as queimadas no Brasil?

As queimadas são eventos de combustão que ocorrem em áreas de vegetação, podendo ser tanto um fenômeno natural como uma ação provocada pelo homem. Elas se dividem em dois tipos:

Queimadas naturais

São aquelas originadas por fatores naturais, como raios durante tempestades secas ou atrito entre rochas em condições climáticas áridas.

As queimadas naturais são mais comuns em regiões com vegetação seca e clima quente. A combinação de ventos fortes e baixa umidade do ar contribui para a propagação rápida do fogo.

Queimadas antrópicas

Causadas pela ação humana, as queimadas antrópicas são intencionalmente iniciadas para diversos fins, como:

  • Limpeza de áreas: a remoção da vegetação para a abertura de pastagens, agricultura ou construção civil é uma prática comum, embora ilegal em muitas regiões.
  • Preparo do solo: a queima da vegetação é utilizada para incorporar nutrientes ao solo e facilitar o plantio, especialmente em sistemas agrícolas tradicionais.
  • Controle de pragas: em alguns casos, o fogo é utilizado para controlar a proliferação de pragas e doenças que afetam as plantações.

Impactos e legislação sobre as queimadas no Brasil

Independente da sua origem, as queimadas no Brasil causam diversos impactos negativos ao meio ambiente, como:

  • Perda da biodiversidade: a destruição da vegetação leva à perda de habitat para diversas espécies de plantas e animais.
  • Degradação do solo: a queima remove a camada superficial do solo, tornando-o mais suscetível à erosão e diminuindo sua fertilidade.
  • Poluição do ar: a fumaça produzida pelas queimadas contém partículas finas e gases tóxicos, que causam problemas respiratórios e outros danos à saúde humana.
  • Alterações climáticas: as queimadas liberam grandes quantidades de gases de efeito estufa na atmosfera, contribuindo para o aquecimento global.

Diante dos sérios impactos causados pelas queimadas, a legislação ambiental brasileira proíbe a realização de queimadas em diversas áreas, como:

  • Unidades de conservação: áreas protegidas por lei, como parques nacionais e estações ecológicas.
  • Vizinhança de linhas de transmissão e distribuição de energia elétrica: o fogo pode causar curtos-circuitos e interrupções no fornecimento de energia.
  • Rodovias e ferrovias: as queimadas podem gerar fumaça que reduz a visibilidade e aumenta o risco de acidentes.

Além disso, é importante destacar que toda queimada precisa ser autorizada pelo órgão ambiental dos municípios e/ou do estado e que esta autorização não isenta o responsável de qualquer responsabilidade pelos danos causados.

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Principais causas das queimadas 

A Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO) destaca algumas das principais causas de queimadas: 

  • Incêndios criminosos: provocados intencionalmente por indivíduos em propriedades alheias, sem justificativa aparente.
  • Negligência com o fogo: atos como descartar cigarros de forma inadequada ou deixar fogueiras sem supervisão.
  • Queimadas agrícolas: prática comum em áreas de pastagem e agricultura, visando renovar o solo e incorporar nutrientes.
  • Acampamentos e atividades rurais: fogos utilizados em acampamentos ou durante atividades no campo que se espalham e causam incêndios de grandes proporções.
  • Atividades florestais: trabalhadores florestais que acidentalmente iniciam incêndios durante suas atividades, como sinalização ou preparo de alimentos.
  • Estradas de ferro: atividades relacionadas às ferrovias, como a geração de faíscas, também dão origem a incêndios.
  • Raios: descargas elétricas naturais podem iniciar incêndios, especialmente em áreas secas e com vegetação inflamável.
  • Outras causas: eventos raros ou incomuns, como erupções vulcânicas ou quedas de meteoritos.

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Queimadas e desmatamento: relação com as mudanças climáticas

É importante saber que as queimadas no Brasil, junto ao intenso desmatamento, exercem um papel determinante na intensificação das mudanças climáticas que observamos com maior força nos últimos anos. 

Isso porque, essas práticas associadas liberam uma grande quantidade de gases de efeito estufa na atmosfera. No Brasil, por exemplo, cerca de 58% das emissões desses gases são provenientes dessas atividades.

A fumaça das queimadas prejudica a qualidade do ar, libera gases tóxicos, como o monóxido de carbono, e também interfere nos padrões climáticos. 

Quando se dispersa pela atmosfera, essa fumaça bloqueia a passagem da luz solar e altera os processos de formação de nuvens, reduzindo a quantidade de chuva e intensificando os períodos de seca.

As consequências ecológicas são igualmente graves, porque a perda da cobertura vegetal devido às queimadas reduz a biodiversidade e coloca em risco diversas espécies de plantas e animais. 

Agora, confira as reportagens que selecionamos para entender melhor a situação das queimadas no Brasil nesta última semana. 

60% do território nacional coberto por fumaça

A Carta Capital publicou na segunda-feira, dia 9, uma reportagem sobre uma das consequências das queimadas no Brasil. 

Segundo a notícia, o Brasil está enfrentando um dos maiores índices de queimadas dos últimos 19 anos, principalmente na Amazônia. Cerca de 60% de todo o território nacional, ou seja, quase 5 milhões de quilômetros quadrados, estão sob um forte manto de fumaça. 

A maior parte dessa fumaça tem origem no sul da Amazônia, mas também há focos de incêndio no interior de São Paulo, Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.

A fumaça está tão densa que, segundo previsões de meteorologistas, pode alcançar até mesmo as capitais da Argentina e do Uruguai. Além disso, a alta concentração de poluentes na atmosfera causa problemas respiratórios e outros problemas de saúde na população. 

Leia a notícia completa: Brasil tem cerca de 60% de seu território coberto por fumaça das queimadas

São Paulo tem a pior qualidade do ar do mundo

O portal de notícias Metrópoles trouxe nesta quinta-feira, dia 12 de setembro, uma notícia alarmante sobre a qualidade do ar em São Paulo. 

Pelo quarto dia consecutivo, a capital paulista registrou 166 pontos no índice suíço IQAir, e  ganhou o triste título de cidade com pior qualidade de ar no mundo. 

A plataforma monitora a qualidade do ar nas principais cidades do mundo, utilizando uma escala que vai de 0 a 500, sendo

  • De 0 a 50: boa;
  • De 51 a 100: moderada;
  • De 101 a 150: insalubre para grupos sensíveis (crianças, idosos e pessoas com doenças respiratórias);
  • De 151 a 200: insalubre;
  • De 201 a 300: muito insalubre;
  • De 301 para cima: perigoso. 

Leia a notícia completa: São Paulo tem a pior qualidade de ar do mundo pelo 4º dia consecutivo

A responsabilidade do agronegócio nas queimadas no Brasil

A agência de notícias Intercept Brasil trouxe na segunda-feira, dia 9 de setembro, um artigo elaborado pela economista política e doutora em sociologia, Sabrina Fernandes. 

No decorrer do texto, ela aponta: 

  • A responsabilidade do agronegócio nas queimadas no Brasil;
  • O impacto ambiental, político e econômico do agro;
  • A permissividade da política ambiental do governo Bolsonaro;
  • A falta de estrutura para órgãos de fiscalização;
  • A força e influência do agro, mesmo no atual governo de Lula. 

Sabrina destaca que o agro é o principal responsável pela destruição de ecossistemas, e também critica duramente o fato de que o setor recebe investimentos muito maiores do que a agricultura familiar.

Isso mantém uma estrutura de desigualdade, e mesmo os pequenos produtores acabam sendo pressionados a aderir a práticas do agronegócio, como o uso de agrotóxicos e monocultura.

Apesar das políticas voltadas à transição ecológica e energética do atual governo, a abordagem ainda soa insuficiente, já que o agro continua a destruir florestas e biomas.

Sabrina defende a necessidade urgente de uma reforma agrária popular e agroecológica para enfrentar o poder do agronegócio, visto que as atuais políticas de conciliação com o setor apenas agravam a crise ambiental.

Leia a notícia completa: Para combater as queimadas, Brasil precisa se libertar do agro

Número de queimadas indicam ação criminosa

A Apib, instância de referência nacional do movimento indígena no Brasil, também trouxe informações importantes sobre a possível relação entre as queimadas e o agro, sugerindo ação criminosa como causa para o aumento tão extremo e repentino no número de focos de incêndio. 

A reportagem publicada em 6 de setembro aponta eventos ocorridos a partir do dia 31 de agosto, quando uma mancha de fogo com mais de 500 km de extensão encobriu a Amazônia.

Ainda durante o mês de agosto, os incêndios começaram a se espalhar por todo o Brasil, consumindo áreas de diferentes biomas:

  • Na Amazônia, as queimadas consomem 2,5 milhões de hectares.
  • No Pantanal, quase 1,9 milhão de hectares são afetados pelas queimadas, o que corresponde a cerca de 12,5% do território.
  • No Cerrado, são registrados 18.620 focos de queimadas, representando 44,6% do total de hectares queimados no Brasil.
  • Na Mata Atlântica, em São Paulo, é registrado o maior número histórico de focos ativos de calor: 2,6 mil, desde que as medições por satélite começaram, em 1998.

Houve um aumento de 105% no número de focos de calor no Brasil em comparação com 2023. 

No estado de São Paulo, o dia 23 de agosto foi marcado por registros de satélite que detectaram incêndios coordenados e de alta intensidade, sugerindo a possibilidade de ação criminosa.

Rodrigo Agostinho, presidente do Ibama, aponta que diversos fatores influenciam as queimadas atuais, como o agravamento da crise climática, o desmatamento acumulado de anos anteriores, a ausência de conscientização e, sobretudo, as mudanças nas estratégias de desmatamento, já que os ruralistas usam o fogo como o método mais eficaz para driblar a fiscalização do Ibama.

Leia a notícia completa: Agro é fogo: o negócio por trás das queimadas e a instituição do marco temporal

Registro de chuva preta em cidades gaúchas

O UOL publicou nesta quarta-feira, dia 10 de setembro, uma reportagem sobre o registro do  fenômeno da chuva preta durante uma frente fria no sul do Brasil.

A chuva preta é resultado da mistura de gotículas de água com a fuligem proveniente das queimadas que ocorrem em diversas regiões do país. Essa fuligem é carregada pelo vento e se deposita nas nuvens, alterando a cor da chuva.

O fenômeno, ocorrido em cidades como Arroio Grande, Rio Grande e Pelotas, causa danos à saúde, à agricultura e ao meio ambiente, visto que a fuligem contém partículas poluentes.

Além do Rio Grande do Sul, a chuva preta também atingiu o Uruguai e há expectativa de que ocorra em Mato Grosso do Sul e São Paulo nos próximos dias.

Leia a notícia completa: Chuva preta é registrada no Brasil após fumaça pelas queimadas

Recomendação para a volta do uso de máscaras

O portal da CNN Brasil publicou, na terça-feira, dia 10 de setembro, uma entrevista com o pneumologista do Hospital Israelita Albert Einstein, Humberto Bogossian.

Diante da nova onda de calor, baixa umidade e péssima qualidade do ar em decorrência da expansão da fumaça das queimadas no Brasil, as consequências para a saúde respiratória podem ser sérias. 

Isso porque, segundo o médico, “todo o revestimento do trato respiratório precisa de umidade para o bom funcionamento”. 

Os riscos da exposição ao clima seco e à fumaça podem causar: 

  • Sangramento nasal;
  • Tosse crônica;
  • Dor de garganta e mudança no tom de voz;
  • Agravamento de doenças respiratórias, como bronquite, enfisema e asma.

Para prevenir esses sintomas, algumas pessoas estão recorrendo ao uso de máscaras, como as que foram recomendadas durante a pandemia de Covid-19. 

O pneumologista afirma que a proteção contra as partículas finas provenientes da poluição e de queimadas pode ser obtida através de diferentes tipos de máscaras. 

As máscaras profissionais, como N95, PFF2 e P100, recomendadas pelo Ministério da Saúde, oferecem a maior proteção. No entanto, opções mais simples, como bandanas e panos umedecidos, também podem ser utilizados como barreira inicial, embora sua eficácia seja limitada.

Para se proteger dos efeitos do tempo seco, da poluição e da fumaça, além do uso de máscaras, é fundamental adotar ainda outras medidas:

  • Reduza o tempo ao ar livre, especialmente nos horários mais quentes e poluídos, geralmente entre 12h e 16h.
  • Beba bastante água ao longo do dia e utilize hidratantes para a pele.
  • Mantenha portas e janelas fechadas, principalmente em ambientes com ar condicionado.
  • Use umidificadores ou recipientes com água para aumentar a umidade do ar em ambientes internos.

Leia a notícia completa: Usar máscara protege contra poluição e tempo seco? Entenda

Diante da gravidade das queimadas no Brasil e seus impactos ambientais, sociais e econômicos, é fundamental acompanhar de perto essas notícias e outras relacionadas. 

Essa atualização constante também é importante para quem está se preparando para o Enem. Tópicos como mudanças climáticas, desmatamento e os efeitos das queimadas são frequentemente abordados nas provas e podem até ser tema da redação.

Continue acompanhando nossas novidades aqui no blog e nas redes sociais para receber notícias, dicas e orientações para as provas, que acontecem nos dias 3 e 10 de novembro em todo o Brasil. Bons estudos!

Melina Zanotto

Melina Zanotto é Jornalista, formada pela Universidade de Caxias do Sul em 2007. De lá para cá, sempre atuou com conteúdo digital em seus mais diversos formatos. Hoje, é redatora da Rede Enem, produzindo textos para o Blog do Enem e Curso Enem Gratuito.
Categorias: Atualidades Enem, Enem
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