Mesmo 50 anos depois de sua morte, Erico Veríssimo continua sendo referência no Enem; veja suas obras, temas e estilo literário essenciais.
Em 2025, completam-se cinco décadas desde a morte de Erico Veríssimo, um dos autores mais influentes e lidos da literatura brasileira no século XX. O escritor faleceu em Porto Alegre, em 28 de novembro de 1975. Esse marco histórico convida a revisitar sua produção literária, compreender sua relevância e refletir por que ele continua sendo referência indispensável para leitores e, especialmente, para quem se prepara para o Enem.
A lembrança desse meio século sem Veríssimo é também um convite à análise da permanência de sua escrita, que, mesmo concebida no passado, segue atual e necessária.
A posição de Erico Veríssimo no cenário literário nacional é incontestável. Com mais de 40 obras publicadas, transitou por diferentes gêneros e conquistou leitores de várias gerações. Para muitos brasileiros, foi a porta de entrada no universo dos livros, seja por meio de títulos infantojuvenis, como As Aventuras do Avião Vermelho e Os Três Porquinhos Pobres, ou romances de formação, como Clarissa e Olhai os Lírios do Campo. Essa capacidade de dialogar com diferentes idades e épocas reforça a dimensão universal de sua obra.
Neste conteúdo, vamos apresentar quem foi Erico Veríssimo, como sua trajetória influenciou sua escrita, quais são as marcas do seu estilo e, principalmente, por que suas obras permanecem essenciais para candidatos ao Enem.
Quem foi Erico Veríssimo?
Erico Lopes Veríssimo nasceu em Cruz Alta (RS), em 17 de dezembro de 1905, e morreu em Porto Alegre, em 28 de novembro de 1975. Sua infância foi marcada por dificuldades econômicas após a separação dos pais e a falência do negócio da família. Essas circunstâncias o levaram a trabalhar desde cedo em atividades como balconista de farmácia e bancário. Essa vivência entre a realidade do interior e os centros urbanos lhe proporcionou uma visão ampla da sociedade brasileira, que mais tarde se refletiria em seu realismo social e em sua crítica presente em diversos livros.
Mesmo diante das adversidades, cultivou desde cedo o gosto pela leitura. Aos 13 anos, já lia clássicos nacionais e estrangeiros. Sua carreira, no entanto, não se restringiu à literatura: atuou como diretor, redator, ilustrador e diagramador da Revista do Globo e também como conselheiro literário da Editora Globo.
Sua trajetória incluiu ainda experiências no exterior. Viveu nos Estados Unidos em dois períodos (1943-1945 e 1953-1956), onde lecionou Português e Literatura Brasileira na Universidade de Berkeley e dirigiu o Departamento de Assuntos Culturais da União Pan-Americana. Essas vivências conferiram uma dimensão cosmopolita à sua produção, sem afastá-lo de sua identidade brasileira.
Veríssimo integrou a chamada Geração de 30 do Modernismo, período marcado pelo amadurecimento da prosa nacional, com ênfase no realismo social, na crítica política e no regionalismo. Enquanto outros autores do movimento, como Jorge Amado e Graciliano Ramos, voltaram-se para o Nordeste, Erico concentrou sua narrativa no Sul do país, ampliando a representação regional na literatura brasileira.
