Entenda de que forma o trabalho de Roquette-Pinto tornou o rádio um meio de educação, cultura e conexão nacional.
Você já se perguntou por que o Dia Nacional do Rádio é celebrado em 25 de setembro? Essa data não foi escolhida por acaso: ela marca o nascimento de Edgard Roquette-Pinto, considerado o pai da radiodifusão no Brasil. Seu impacto foi tão significativo que seu aniversário se tornou o momento oficial de homenagem ao rádio no país.
Para quem se prepara para o Enem, conhecer a trajetória de Roquette-Pinto é uma oportunidade de explorar a interseção entre história, tecnologia e cultura, assuntos frequentemente abordados na prova.
Quem foi Edgard Roquette-Pinto?
Edgard Roquette-Pinto (1884-1954) não era apenas um técnico fascinado por uma nova invenção. Ele foi um humanista, com uma formação intelectual impressionante: médico, professor, escritor, antropólogo e etnólogo.
Em 1912, participou de uma expedição ao Mato Grosso e Rondônia liderada pelo tenente-coronel Cândido Rondon. Lá, ele vivenciou de perto a falta de comunicação e percebeu que o Brasil era um país de gigantescas distâncias, com a população desconectada dos grandes centros. Quando, em 1922, ele testemunhou a primeira transmissão de rádio oficial, enxergou na tecnologia uma “máquina para educar o povo”.

Em 20 de abril de 1923, fundou a Rádio Sociedade do Rio de Janeiro, a primeira emissora oficial do país. Seu objetivo era oferecer educação, cultura e ciência, com aulas e música clássica, sem qualquer publicidade. Para ele, o rádio deveria funcionar como a “escola dos que não têm escola” e o “jornal de quem não sabe ler”.
Manter a rádio com recursos limitados era um desafio constante. Em 1936, Roquette-Pinto tomou uma decisão estratégica: doou a emissora ao governo, garantindo que ela integrasse o Ministério da Educação e permanecesse livre de propaganda comercial. Essa ação resultou na criação da Rádio MEC, que mantém até hoje o espírito de seu fundador.
