Roma Antiga: Monarquia e República

Aproveite esta revisão sobre o período republicano da civilização romana antiga e fique afiado para o Enem!

Roma Antiga: Neste post você encontrará as principais informações acerca do período republicano romano e suas implicações, instituições políticas, dinâmica social, a pequena e a grande expansão bem como as guerras púnicas, entre romanos e cartagineses pelo domínio de áreas comerciais por todo o Mar Mediterrâneo.

O dramaturgo inglês John Heywood certa feita proclamou que “Roma não foi construída em um dia” e não é raro escutarmos de alguém a celebre frase, geralmente quando estamos em um contexto que envolva a pressa. Ora, a frase de Heywood encaixa-se bem em no tema que propomos abordar nesta oportunidade.

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O filósofo contra o corrupto: Cícero acusa Catilina de planejar uma conspiração contra o Senado/Cícero denuncia Catilina, afresco, Cesare Maccari, 1882-1888

Sabemos que Roma viveu três períodos políticos distintos, o monárquico, o republicano e o imperial, todavia, podemos dizer que a grandeza de Roma teve início no período republicano (509 a.C – 27 a.C) e seus desdobramentos, período este marcado por grandes mudanças do ponto de vista social e econômico, sobremaneira pelos episódios expressos pelas revoltas da plebe e expansão territorial sistemática, entrando em confronto direto com os interesses comerciais dos Cartagineses, civilização de origem fenícia situada ao norte da África.

Sabemos que o regime monárquico foi abolido após a destituição do Rei Tarquínio, O Soberbo. O golpe, orquestrado pelo senado com apoio da plebe deu início a um período marcado pelo movimento da plebe por maior participação política, uma vez que o senado, após derrubar o rei teria se investido de muitos poderes e conservado os principais privilégios sociais.

O “poder executivo”, a partir de 509 a.c passou a ser exercido por patrícios (classe aristocrática) que ocupavam as chamadas magistraturas, cargos eletivos com mandato de um ano, cada um deles com suas próprias funções e especificidades, conforme podemos verificar na tabela abaixo:

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Na tabela acima encontramos as principais magistraturas, bem como suas funções e tempo de mandatos. Inicialmente a maioria delas será ocupada exclusivamente por patrícios, membros da mais alta camada social romana.

Fonte: http://image.slidesharecdn.com/6-roma-150715125954-lva1-app6892/95/roma-antiga-21-638.jpg?cb=1436965294

Além das magistraturas o senado sobreviveu a troca de sistema político e era formado pelos chefes de cada clã patrício, atingindo o número de 300 senadores. O senado obedecia critérios censitários e era vitalício. Em suma elaborava as leis e fiscalizava as atividades administrativas, financeiras e religiosas.

Quando da formação da república, o patriciado afastou do poder os mais comprometidos com os interesses da plebe, portanto, no início da república plebeus ficaram a margem do poder, no entanto, revoltas sucessivas da plebe terminaram por democratizar a república romana.

As revoltas da Plebe foram motivadas por diversos fatores, além da exclusão política. As constantes guerras forçavam o abandono dos campos e pequenas propriedades, tendo em vista que a maioria dos soldados provinha das classes menos abastadas. A injusta distribuição dos espólios de guerra e o risco de escravidão por dívidas são outros motivos para as citadas revoltas. As revoltas da plebe marcaram a primeira metade do período republicano e podem ser revisadas no quadro abaixo:

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Repare que as revoltas ocupam um período de pelo menos 200 anos e o resultado é a gradativa conquista de direitos para a plebe em geral. A primeira revolta resultou na criação do cargo de tribuno da plebe, também conhecidos como intocáveis, haja vista que eram fortemente defendidos pela plebe em geral. A lei das 12 taboas consistiram na publicação do antigo código de leis orais, todavia os privilégios dos patrícios são mantidos. A lei Canuleia, por sua vez, regulamentava o casamento entre patrícios e plebeus, geralmente patrícios falidos e plebeus ricos. A revolta de 366 a.C representou um grande avanço para os plebeus uma vez que a Lei Licínia eliminava a escravidão por divida e que um dos cônsules (magistratura mais poderosa) passaria a ser um plebeu. Por fim, em 287 a. C a assembléia da plebe passava elaborar e publicar leis sem a previa autorização e concórdia do senado.

Fonte: http://image.slidesharecdn.com/romaantiga-130408114238-phpapp02/95/roma-antiga-11-638.jpg?cb=1365421413

O sucesso das revoltas constantes da plebe deve-se ao grande numero de plebeus e a dependência de Roma em relação a estes, sobremaneira na composição das divisões do exército. Inicialmente os plebeus ameaçaram abandonar a cidade a própria sorte caso não tivessem reivindicações atendidas pelo senado. Por fim, os dois séculos de revoltas não eliminaram as desigualdades sociais, no entanto, tornaram a sociedade romana mais dinâmica e representaram grandes conquistas para os menos favorecidos. Ao fim das revoltas Roma inauguraria um novo momento, marcado pela expansão territorial que resultou na formação de um dos maiores impérios que o mundo já viu.

Entenda mais sobre Roma na nossa aula

Expansão Romana: A expansão romana é dividida em dois períodos denominados pequena expansão e grande expansão, respectivamente. O mapa abaixo apresenta todo processo de expansão da influência romana assinalando com cores distintas o território ocupado e o momento da ocupação. Repare que o mesmo apresenta as áreas conquistadas também durante o império.

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Fonte: http://image.slidesharecdn.com/roma-de-aldeia-a-capital-de-um-imprio-120294539992018-4/95/roma-de-aldeia-a-capital-de-um-imprio-14-728.jpg?cb=1202916600

Analisando o mapa é possível identificar a pequena expansão (cor vermelha) indica basicamente o território da atual Itália. Inicialmente voltada para a conquista do Lácio com vistas para o fim das constantes ameaças de invasão e ampliação das terras agriculturáveis e mão-de-obra para solucionar os problemas de baixa produtividade.

Na região mais ao norte os romanos dominam os etruscos, constantemente atacados por gauleses e gregos. Ao sul, após a adoção de postura mais agressiva, a conquista se consolida após o domínio da chamada Magna Grécia, atual Sicília, território dividido entre gregos e cartagineses.

A grande expansão, por sua vez, tem início a partir da conquista de ilhas na península itálica dominadas por cartagineses. Desta forma, a grande expansão pode ser representada através das chamadas guerras púnicas, conflitos militares entre Roma e Cartago, cidade de tradição fenícia que dominava o comércio marítimo por toda a região. Os cartagineses comercializavam perfumes, tecidos, pedrarias e estanho, e sua influência ia muito além do mediterrâneo, tendo em vista que estabelecia relações comerciais no mar do norte, região da Noruega atual.

O estopim para o conflito foi a conquista romana da Sicília e crescimento das incursões romanas no território espanhol, rico em minérios. No quadro abaixo você encontrará um resumo com os principais acontecimentos deste conflito vencido pelos romanos e suas implicações.

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Fonte: http://images.slideplayer.com.br/1/293785/slides/slide_62.jpg

Após a derrota de Cartago, os Romanos conquistariam, ainda no período republicano os seguintes territórios: Macedônia (197 a. C), Ásia Menor (190 a.C), Grécia (146 a.C), Espanha (133 a.C), Pérgamo (129 a.C) Gália do Sul (120 a.C), Gália Transalpina (55 a.C) e Egito (30 a.C).

Embora as conquistas territoriais tenham acentuado as desigualdades sociais, o território conquistado possibilitou o desenvolvimento de um novo modo de produção, baseado no latifúndio e exploração da mão-de-obra escrava.

No campo social surge a classe eqüestre (cavaleiros) composta por plebeus ricos, embora o patriciado tenha mantido os antigos privilégios, Plebeus pobres, submetidos a grandes dívidas desfaziam-se de seus poucos bens e migraram em grande quantidade para Roma (CAPITAL), mas lá não encontravam trabalho livre, aumentando as relações de clientela. Os escravos, em enorme quantidade, por vezes valiam menos do que vestiam ou comiam.

Por fim, guerras civis, como a dos irmãos e tribunos da plebe Caio e Tibério Graco, disputas entre Cavaleiros e Patrícios por poder e privilégios, exigências de aliados italianos por direitos de cidadania e o aumento do poder dos generais resultariam em conflitos civis que resultariam na instalação do sistema político imperial.

Dica 1: Para melhor registro das informações, assista essa vídeo aula sobre o período republicano romano:
https://www.youtube.com/watch?v=bDOgUdi_1wQ
Dica 2: Esta vídeo aula aborda a questão das guerras púnicas e conquistas romanas no mediterrâneo:
https://www.youtube.com/watch?v=WXrDOcezwLI

Exercícios:

1- (Espm 2015) “Cada vez mais conscientes de seus direitos, os plebeus solicitaram ter por es¬crito as leis que regulavam os conflitos en¬tre as pessoas. Até então existia o costume como lei, que era conhecida e interpreta¬da somente pelos patrícios. Nas leis escri¬tas viam os plebeus, e com razão, a única garantia para a segurança e a estabilidade. Assim foi elaborado este primeiro código legal escrito.” (Bárbara Pastor. Breve História de Roma: Monarquia e República)

Grande parcela da sociedade romana, du¬rante a República, era constituída pelos plebeus, que viviam marginalizados politi¬camente. A marginalização e o descontenta¬mento levaram às lutas de classe em Roma. Assim o texto deve ser relacionado com:

a) o Corpus Juris Civilis;

b) a Lei das XII Tábuas;

c) a Lei Frumentária;

d) o Edito do Máximo;

e) o Edito de Tessalônica.

 

2- (PUC) Os irmãos Graco:

a) defenderam os camponeses sem terra contra a aristocracia

b) foram os conquistadores de Cartago

c) eram os principais líderes do partido aristocrático

d) elaboraram a primeira lei escrita de Roma

e) foram os autores da Lei das Doze Tábuas.

 

3- (FUVEST) A expansão de Roma durante a República, com o conseqüente domínio da Bacia do Mediterrâneo, provocou sensíveis transformações sociais e econômicas, entre as quais:

a) Um marcante processo de industrialização, êxodo urbano e endividamento do Estado

b) O fortalecimento da classe plebéia, expansão da pequena propriedade e propagação do cristianismo

c) o crescimento da economia agropastoril, intensificação das exportações e aumento do trabalho livre

d) O enriquecimento do Estado Romano, aparecimento de uma poderosa classe de comerciantes e aumento do número de escravos

e) A diminuição da produção nos latifúndios, acentuado processo inflacionário e escassez de mão-de-obra escrava.

 

Gabarito (1-B/ 2-A/ 3-D)

Bruno História
Os textos e exemplos acima foram preparados pelo professor Bruno Anderson para o Blog do Enem. Bruno é historiador formado pela Universidade Federal de Santa Catarina. Dá aulas de história em escolas da Grande Florianópolis desde 2012. Facebook e Twitter.
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