Aqui você compreende o significado correto sobre o que é o etnocentrismo. Compreenda a Xenofobia e as causas de diversos conflitos ao longo da história da humanidade.
Grande parte das guerras ocorridas na história da humanidade aconteceu quando um país, povo ou grupo social, acreditando na inferioridade do outro, quis impor a sua cultura. Veja o que é o Etnocentrismo para entender a raiz do problema.
Características do Etnocentrismo
O Etnocentrismo está presente quando um determinado grupo (ou nação) se autodenomina ou se autoclassifica como superior aos demais.
Para você compreender mais facilmente, pense na ideologia do nazismo na Alemanha de Hitler, que tinha entre seus discursos centrais a superioridade da “raça ariana” sobre os demais seres humanos.Hitler proclamava em seus discursos e em suas práticas de perseguição e de extermínio a crença na superioridade da raça ariana e do povo alemão, dando origem ao nazismo. Talvez seja este o caso mais emblemático de Etnocentrismo na história moderna.
As raízes do Etnocentrismo
Veja agora com o professor de sociologia Fábio Luiz Pereira, do canal do Curso Enem Gratuito, onde estão as raízes e os efeitos provocados pelo Etnocentrismo:
Etnocentrismo no Brasil Colonial
Os portugueses colonizaram os índios que aqui viviam impondo sua cultura europeia cristã como se fosse esta a centralidade da humanidade. A catequização dos índios pelos jesuítas é um caso de etnocentrismo. A própria história do Brasil é contada como se nada existisse antes da chegada dos portugueses, ignorando também a história do continente africano.
Os espanhóis fizeram o mesmo jogo de etnocentrismo em relação aos índigenas dos territórios que deram origem à América Hispânica. No México, por exemplo, foram recebidos pelos nativos como se fossem seres superiores. Mas, comportaram-se ao rés da história com práticas que levaram à destruição das culturas nativas. São inúmeros os casos históricos, e que acontecem ainda hoje.
Os conflitos sociais e os preconceitos que vemos no mundo de hoje estão aí porque algumas pessoas acreditam ser melhores que outras. A crença de que sua cultura é superior a do outro: isso é o etnocentrismo! Veja agora um resumo com a professora Heloísa, do Curso Enem Gratuito, sobre as Relações entre as diferentes culturas:
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As diferentes culturas x Etnocentrismo
Cultura é o conjunto de conhecimentos, crenças, arte, moral, leis, costumes ou qualquer outra capacidade ou hábitos adquiridos por uma pessoa como membro de uma sociedade. Apesar de sermos todos da mesma espécie – a espécie humana – existe uma grande diversidade cultural entre as pessoas e as sociedades, nos diferentes lugares do mundo e momentos da história.
Que tal fazer uma reflexão sobre os diferentes costumes entre os povos do mundo, usando como exemplo a alimentação de cada um? No México é comum comer grilos, chamados de chapulin. Igualmente, outros insetos são pratos correntes em muitos países orientais.
Na França, caracóis chamados escargot são considerados uma fina iguaria. Em alguns lugares da China, se come cachorros, que para muitos brasileiros são considerados membros da família! Já para os hindus é proibido comer carne de vaca e os muçulmanos não comem carne de porco. Ou seja, o que é exótico para nós, pode ser normal em outras culturas, e vice-versa. Você sabia que o personagem Chapolin Colorado é inspirado em um tipo de grilo comestível no México?
O que mais cai de Etnocentrismo no Enem
Confira agora com a professora Heloísa as abordagens mais frequentes para o Tema do Etnocentrismo nas provas do Exame Nacional do Ensino Médio.
O que é o Etnocentrismo?
Etnocentrismo significa considerar os valores da sua cultura superior a dos demais. O prefixo “etno” vem do grego e se refere à cultura. Etnocentrismo é considerar o seu “etno” como o centro do mundo. Ou seja, etnocentrismo é julgar as outras culturas a partir dos seus próprios valores.
O etnocentrismo está na raiz dos conflitos étnicos, xenofobia, racismo e preconceito. O nazismo é um dos episódios na história onde o etnocentrismo foi mais evidente como motor da violência perpetrada por uma nação. A colonização europeia é outro desses episódios. Povos indígenas inteiros foram exterminados em cinco séculos de Brasil. Os que sobreviveram tiveram que se submeter aos valores dos dominadores europeus.
O etnocentrismo impõe a visão de mundo do dominador, que estabelece uma hierarquia entre as diferentes culturas. A história foi contada a partir da ótica dos vencedores. Basta observarmos a forma com que aprendemos a história mundial, com foco na história europeia.
Os casos de terrorismo, xenofobia e preconceito que vemos nos dias de hoje também são causados por indivíduos, grupos ou países que acreditam na centralidade e superioridade da sua cultura.
Podemos observar casos de preconceito inclusive dentro do Brasil, contra nordestinos por exemplo, pese a riqueza e diversidade das culturas das várias regiões do nosso país.Esta pichação, de natureza neonazista, disseminava o ódio contra nordestinos. É importante lembrar que no Brasil, a apologia ao nazismo e o uso da suástica é crime
Relativismo cultural
O olhar crítico da Sociologia nos convida a abandonar o etnocentrismo, em favor do relativismo cultural. O relativismo cultural é a maneira de ver uma cultura diferente sem julgá-la a partir de valores externos a ela.
Dessa forma, podemos compreender porque as outras sociedades agem de forma diferente da nossa. O relativismo cultural é essencial para promover a tolerância, o respeito e a coexistência harmoniosa entre as diferentes culturas.
Questões de Vestibulares:
(Unesp 2012) Cada cultura tem suas virtudes, seus vícios, seus conhecimentos, seus modos de vida, seus erros, suas ilusões. Na nossa atual era planetária, o mais importante é cada nação aspirar a integrar aquilo que as outras têm de melhor, e a buscar a simbiose do melhor de todas as culturas.
A França deve ser considerada em sua história não somente segundo os ideais de Liberdade-Igualdade-Fraternidade promulgados por sua Revolução, mas também segundo o comportamento de uma potência que, como seus vizinhos europeus, praticou durante séculos a escravidão em massa, e em sua colonização oprimiu povos e negou suas aspirações à emancipação.
Há uma barbárie europeia cuja cultura produziu o colonialismo e os totalitarismos fascistas, nazistas, comunistas. Devemos considerar uma cultura não somente segundo seus nobres ideais, mas também segundo sua maneira de camuflar sua barbárie sob esses ideais. (Edgard Morin. Le Monde, 08.02.2012. Adaptado.)
- No texto citado, o pensador contemporâneo Edgard Morin desenvolve
- a) reflexões elogiosas acerca das consequências do etnocentrismo ocidental sobre outras culturas.
- b) um ponto de vista idealista sobre a expansão dos ideais da Revolução Francesa na história.
- c) argumentos que defendem o isolamento como forma de proteção dos valores culturais.
- d) uma reflexão crítica acerca do contato entre a cultura ocidental e outras culturas na história.
e) uma defesa do caráter absoluto dos valores culturais da Revolução Francesa.
(Ueg 2012) “Não quero que a minha casa seja cercada de muros por todos os lados, nem que minhas janelas sejam tapadas. Quero que as culturas de todas as terras sejam sopradas para dentro de minha casa, o mais livremente possível. Mas recuso-me a ser desapossado da minha por qualquer outra.”
GANDHI, M. Relatório do desenvolvimento humano 2004. In: TERRA, Lygia; COELHO, Marcos de A. Geografia geral. São Paulo: Moderna, 2005. p.137.
Considerando-se as ideias pressupostas, o texto
a) afirma que a globalização aumentou, de modo sem precedente, os contatos e a união entre os povos e seus valores, reforçando o respeito às diferenças socioculturais.
b) critica a intolerância com relação a outras culturas, gerando assim os conflitos comuns neste novo século.
c) indica o reconhecimento à diversidade cultural, além das necessidades de afirmação e de identidade, seja étnica, seja cultural, seja religiosa.
d) nega a existência da exclusão cultural e ressalta a homogeneização mundial e a superação/eliminação de fronteiras culturais.
(Ufu 2012) A estética nas diferentes sociedades vem geralmente acompanhada de marcas corporais que individualizam seus sujeitos e sua coletividade.
Discos labiais, piercings, tatuagens, mutilações, pinturas, vestimentas, penteados e cortes de cabelo são algumas marcas reconhecíveis de um inventário possível das técnicas corporais em toda sua riqueza e diversidade.
Embora universal, as formas das quais se valem os grupos e indivíduos para se marcarem corporalmente são vistas, às vezes, como estranhas a indivíduos que pertencem a outros grupos.
Essa atitude de estranhamento em relação ao diferente é considerada conceitualmente como
a) preconceito: reconhece no valor das raças o que é correto ou não na estética corporal.
b) relativização: o outro é entendido nos seus próprios termos.
c) etnocentrismo: só reconhece valor nos seus próprios elementos culturais.
d) etnocídio: afasta o diferente e procura transformá-lo num igual.
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