Relembre sobre as principais crises e movimentos na República Velha: A Revolta da Chibata; a Guerra do Contestado; a 1ª Guerra Mundial; a Semana de Arte Moderna, e o movimento do Tenentismo. Como num crescente as crises vão sufocando a República Velha até desembocar na Revolução de 1930. Veja abaixo.
Resumo das Crises, Movimentos e Conflitos durante a República Velha: Revolta da Chibata; Guerra do Contestado; 1ª Guerra Mundial, a Semana de Arte Moderna, e o movimento Tenentista. Veja revisão para o Enem e o vestibular.
O Período identificado como República Velha começa com o fim da Monarquia, em 1889, com um golpe dado pelos militares. O poder passa aos civis, que praticam o revezamento ‘Cafe com Leite’, que segue até 1930, quando Getúlio Vargas toma o poder com um novo movimento liderado por militares. Diversas crises ocorreram. Veja aqui as principais delas:
Ao assumir o poder em 1910, o presidente Hermes da Fonseca (que era sobrinho do Marechal Deodoro da Fonseca) enfrentou logo uma nova revolta, intitulada de Revolta da Chibata. A Guerra do Contestado aconteceu de 192 a 1916.
Revolta da Chibata
Esta revolta aconteceu em 22 de novembro de 1910. Foi constituída de marinheiros brasileiros insatisfeitos com as péssimas condições de trabalho, agravadas com a pena de açoite.
Mais de 2400 marinheiros de diversos estados brasileiros requeriam o fim da penalidade do açoite. O Congresso estipulou anistia aos revoltosos e também uma lei que extinguia as penas desumanas.
Veja na imagem o marinheiro João Cândido, que ficou reconhecido com um emblema dos revoltosos. Porém, a anistia durou pouco, o que resultou numa fase mais violenta de repressão aos envolvidos na revolta da chibata.
Os líderes foram afastados da vida no mar, e João Cândido foi expulso da Marinha e chegou a ser internado como ‘alienado’, que era sinônimo de loucura na época. Ele terminou seus dias esquecido e na pobreza
Guerra do Contestado
Este conflito batizado como Guerra do Contestado ocorreu entre 1912 e 1916, também dentro do ciclo da República Velha. O motivo desta luta foi principalmente a disputa de territórios entre os estados de Santa Catarina e Paraná.
Além disso, o conflito assemelhou-se em muitos aspectos com a Guerra de Canudos, uma vez que também foi motivado por grande concentração de terras nas mãos de poucos, pela miséria e fome, além da forte religiosidade da região.
Veja na imagem o ‘monge’ José Maria, que fez a liderança religiosa e militar do movimento, e os camponeses revoltosos armados.
A presença de empresas estrangeiras na região onde se travou a Guerra do Contestado só agravou a situação, pois expulsavam os camponeses para a construção de estradas de ferro e madeireiras na região.
As empresas promoviam o corte de madeiras nobres que eram escoadas por ferrovias até os portos no litoral do Paraná e de Santa Catarina. Sem muitas expectativas, os camponeses seguiam líderes religiosos que prometiam salvação para àqueles que os seguissem, semelhante ao que ocorreu em Canudos.
Destacou-se na Guerra do Contestado o líder messiânico José Maria. Em 1912, ocorre o primeiro conflito armado entre os camponeses seguidores do messias e as forças do governo. Neste conflito, morrem José Maria e o líder do exército paranaense.
Hermes da Fonseca chegou a decretar estado de sítio numa tentativa de conter o conflito, porém o final dos conflitos só chegou em 1916 após tropas do Exército chefiadas por terem sido enviadas em grande volume para sufocar os revoltosos. Milhares de camponeses, que na época eram chamados de jagunços durante o conflito, morreram nesta guerra do Contestado, de longa duração.
Veja a paródia do prof. Felipe sobre a Guerra do Contestado para fixar o conteúdo:
Muito bom este resumo do professor Felipe. E têm mais aulas com ele no canal do Curso Enem Grauito. Veja lá.
Política das Salvações
– A Política das Salvações foi uma tentativa do presidente Hermes da Fonseca de buscar apoio sólido para o seu governo. Assim, buscou formar uma aliança com os militares, com oligarquias menores e com a população urbana.
Assim, Fonseca promoveu fortes intervenções nas regiões Norte e Nordeste, alegando prática de corrupção aos “coronéis” das regiões. Em contrapartida, os coronéis reagiram de forma agressiva, o que acabou balançando o governo de Hermes da Fonseca, que caiu com a reação conservadora.
Venceslau Brás e a Primeira Guerra Mundial
Em 1914, assume o político mineiro Venceslau Brás. Seu governo foi marcado pela Primeira Guerra Mundial (1914 – 1918), conflito que não envolveu o Brasil até 1917. Após um afundamento de navio brasileiro pelos alemães, o Brasil cortou relações com a Alemanha, declarando, mais tarde, guerra à mesma.
O país participou com operações de patrulhamento das águas africanas, bem como com missões médicas e alistamento voluntário de militares de brasileiros em apoio às forças aliadas.
As consequências econômicas foram expressivas, pois uma vez que a Inglaterra estava envolvida no conflito, o número de exportações nacionais aumentou, ocasionando um surto industrial no Brasil. Porém, com o aumento da produção industrial no país, greves dos trabalhadores ocorreram, a fim de buscar melhores condições de trabalho.
Vale destacar neste período a gripe espanhola, doença que matou pessoas no mundo todo e também no Brasil, incluindo o sucessor de Venceslau e já eleito uma vez presidente, Rodrigues Alves.
Epitácio Pessoa e a Semana de Arte Moderna
Em 1910, após conflitos políticos envolvendo a sucessão de poder no país, os partidos “café-com-leite” elegeram juntos um candidato: Epitácio Pessoa. A parte curiosa desta decisão é que o político não era mineiro e nem muito menos paulista, era paraibano.
É interessante destacar, no governo de Epitácio Pessoa, a Semana de Arte Moderna, ocorrida em fevereiro de 1922. Este evento manifestava a insatisfação da classe artística com a mesmice estética do cenário artístico nacional, e o desejo de rompê-la.
Movimento Tenentista
Foi um movimento liderado por jovens militares insatisfeitos com a ordem estabelecida, com desejos de transformar a vida política nacional e moralizá-la. Este movimento veio para demonstrar o fim da paciência da classe média urbana através dos jovens fardados.
Levante do Forte de Copacabana: foi o primeiro levante, ocorrido no Rio de Janeiro, liderado por Eduardo Gomes e Siqueira Campos. Pretendiam impedir a posse do presidente Artur Bernardes, eleito pelas oligarquias cafeeiras. Apesar de vencidos, pode-se dizer que este levante foi muito importante na política nacional, pois marcou o início do fim.
Levante de São Paulo: liderado pelos irmãos Joaquim e Juarez Távora e Isidoro Dias Lopes. Ocorreu em São Paulo, agora durante o governo de Artur Bernardes, em momento instável politicamente. Marcado com forte violência, este levante marcou o início da Revolta Tenentista.
Destacam-se nesta revolta a figura de Luis Carlos Prestes e a chamada Coluna Prestes. Nas palavras do próprio Prestes: “O objetivo era levar a revolução ao maior número de estados e durar o maior tempo possível em armas, provando-se, com isso, a incompetência do governo, por um lado, e, por outro lado, o que poderia fazer o povo, em seu próprio benefício, se resolvesse se organizar”.
Veja uma aula gratuita completa sobre o Tenentismo para entender a relevância história deste movimento militar na política brasileira.
Em fevereiro de 1927, os tenentes estavam enfraquecidos pelas batalhas. Iniciava-se o último governo da República Velha, o de Washington Luís. Porém, as campanhas produzidas pelos ‘Tenentes’ ajudaram a criar as condições para a grande mudança que viria em 1930, com a Revolução de 30, onde a Oligarquia perdeu espaço político com a chegada de Getúlio Vargas.
O governo de Washington Luís e a Crise de 29
– Este governo foi marcado principalmente pela Crise de 1929, grave crise econômica que atingiu os Estados Unidos, porém, atingindo também a economia mundial, uma vez que os EUA ocupavam a posição de maior potência econômica mundial.
No Brasil, o mercado do café foi o que mais sentiu a crise, pois o mercado americano absorvia 70% do café brasileiro. Neste contexto, o setor cafeeiro enfrentava uma crise interna, pois passava por um período de superprodução, com retração de vendas. Este desequilíbrio fez com o que preço da saca de café caísse drasticamente, gerando uma crise financeira.
A Revolução de 30 e o fim da República Velha
Em um contexto político caótico, com as crises econômicas mundiais e nacionais, bem com os desacertos entre os políticos da política do “café-com-leite”, a Revolução de 30 veio para pôr fim no monopólio das oligarquias cafeeiras e para renovar as forças sociais do país.
A revolução foi motivada pelo assassinato do político João Pessoa, em julho de 1930. A morte desse político pouco teve a ver com as verdadeiras razões da revolução, porém, serviu como estopim para o início dela.
Na Revolução de 30, destaca-se a figura de Getúlio Vargas, político gaúcho que assume a presidência em governo provisório, abrindo novos caminhos para as classes médias e para a burguesia industrial.
A Era Vargas
Com o final do ciclo da República Velha tem início a Era Vargas. Getúlio foi presidente de 1930 a 1945. Governou com mão de ferro, com ciclos de poder ditatorial. Ele criou a Petrobrás, as Leis do Trabalho, deu o direito de voto para as mulheres, e incentivou a indústria nacional. Era tratado como ‘o pai dos pobres’.
Chegou a flertar com o Fascismo e o Nazismo, mas durante a Segunda Guerra Mundial uniu-se às Forças Aliadas, lideradas pelos Estados Unidos, Inglaterra e União Soviética para derrotar Adolf Hitler e os demais países aliados dos Nazistas da Alemanha. Foi obrigado pela nova geração de militares a deixar o poder após a Segunda Guerra.
Voltou eleito em 1950, e morreu em 1954 ao cometer suicídio, ainda como Presidente da República. Veja aula gratuita sobre A Era Vargas.
Desafios sobre a Guerra do Contestado e a República Velha.
Questão 01 – Em relação à Campanha do Contestado, é correto afirmar:
a) Foi um movimento messiânico também conhecido por Canudos.
b) Beneficiou o Paraná, pelo aumento dos seus limites.
c) Foi um dos fatos mais significativos ocorridos no Segundo Reinado.
d) Teve como líder Antônio Conselheiro.
e) Iniciou-se em 1912, em área disputada pelos estados do Paraná e Santa Catarina.
Questão 02 – Foi eleito Presidente da República, porém, acometido pela Gripe Espanhola, não tomou posse, vindo a falecer aos 70 anos. De qual político a frase se refere?
a) Tancredo Neves. b) Prudente de Morais. c) Nilo Peçanha. d) Washington Luís. e) Rodrigues Alves.
Questão 03 – A política de Hermes da Fonseca, que consistiu na intervenção em vários estados das regiões Norte e Nordeste, e a substituição dos governadores por militares ligados a ele, denominou-se:
a) Política do Café-com-Leite. b) Política dos Governadores. c) Política das Salvações. d) Política da Conciliação. e) Política dos Coronéis.
Questão 04 – A Semana de Arte Moderna de 1922, que reuniu em São Paulo escritores e artistas, foi um movimento:
a) de renovação das formas de expressão com a introdução de modelos norte-americanos.
b) influenciado pelo cinema internacional e pelas ideias propagadas nas universidades de São Paulo e do Rio de Janeiro.
c) de contestação aos velhos padrões estéticos, às estruturas mentais tradicionais e um esforço de repensar a realidade brasileira.
d) desencadeado pelos regionalismos nordestino e gaúcho, que defendiam os valores tradicionais.
e) de defesa do realismo e do naturalismo contra as velhas tendências românticas.
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