Depois da reforma ortográfica as dúvidas sobre o uso do hífen acontecem a todo momento. É guarda-chuva, guardachuva, ou guarda chuva? Vamos conferir esta aula da professora Su e acabar com essas dúvidas para mandar bem nas provas.
Se antes da mudança ortográfica já era difícil lembrar como era feito o uso do hífen, imagina agora? Calma, não é bem assim. A nova ortografia surgiu para consolidar e unificar as regras ortográficas dos países que falam a língua portuguesa.
Na língua algumas palavras antes grafadas com hífen perderam esse uso depois da Reforma Ortográfica e se aglutinaram. Por exemplo: Girassol, madressilva, mandachuva, pontapé, paraquedas, paraquedista, etc.
O uso do hífen
As regras são simples e vou ajudar vocês a melhorar nessa dificuldade. Vamos lá? Afinal, o que é o hífen?
O hífen é um sinal gráfico usado normalmente em português para unir elementos de palavras compostas ou derivadas por acréscimo de prefixos ou sufixos aos radicais (guarda-chuva, couve-flor, etc). O hífen também é utilizado para ligar verbos aos pronomes e para separar sílabas de palavras (ca-sa-men-to, por exemplo).
Segundo a regra ortográfica são palavras já normalizadas na língua portuguesa. Como resolvo isso? A solução é buscar conhecê-las, pesquisá-las e fazer anotações para memorizar.
Outras palavras que possuem elementos de ligação e são grafadas com hífen, designam espécies botânicas ou animais: andorinha-da-serra, lebre-da-patagônia, dente-de-leão, olho -de-boi, pimenta-do-reino, cravo-da-índia, bico-de-papagaio…
As regras do hífen
Veja a videoaula da professora Mercedes Bonorino, do canal do Curso Enem Gratuito, para você mandar bem no uso do hífen na redação do Enem. Vem!
Quando o uso do hífen é obrigatório?
1 – Nas palavras compostas – nas quais os elementos de composição têm acentuação tônica própria e formam uma unidade significativa de natureza nominal, adjetival, numeral ou verbal, constituindo uma unidade sintagmática e semântica, sem elementos de ligação.
São palavras em que o primeiro elemento está reduzido: arco-íris, segunda-feira, mesa-redonda, guarda-costas, por exemplo. Percebeu que muitas vezes ocorre a junção de um substantivo e de um adjetivo, este qualificando uma das palavras? É bom pensar nisso!
2 – Com a partícula denotativa de designação eis seguida de pronome pessoal átono: eis-me, eis-vos, ei-lo (com a queda do s).
3 – Nos adjetivos compostos: nova-iorquino, verde-amarelo, por exemplo. O hífen é obrigatório quando se unem dois vocábulos gentílicos ou pátrios: indo-europeu, luso-brasileiro, sino-americano, euro-asiático, etc.
4 – Na união de prefixos e falsos prefixos. Os prefixos são partículas que se acrescentam ao início do radical de um vocábulo da língua. Ex.: contra-ataque, bilateral, reescrever.
Já o falso prefixo é um radical, grego ou latino, que se coloca no início da palavra , dando significação. Ex.: Videoarte, Sociologia, micro-ondas, pseudocaule.
Existem duas regras gerais para emprego do hífen em prefixos. A primeira, quando o segundo elemento iniciar por H: pré-história, super-homem, mal-humorado.
E o segundo, quando as letras no fim do prefixo e no início da palavra forem iguais: anti-inflamatório (antes era junto), micro-ondas (era sem hífen também), sub-bairro, inter-regional, sub-bibliotecário.
Alguns prefixos e seus usos:
- Prefixos circum e pan separam-se por hífen se o segundo elemento começar por vogal, m, n e h. Circum-escolar, circum-navegação, pan-africano, pan-negritude.
- Prefixos hiper, inter, super separam-se por hífen se o segundo elemento começar por r. Hiper-requintado, inter- racial, super-realista, super-revista.
- Prefixos tônicos acentuados graficamente pós, pré, pró separaram-se por hífen se o segundo elemento tiver vida à parte. Pós-operatório, pré-escolar, pró-britânico.
- Prefixos ex (com sentido de estado anterior ou cessamento), sota, soto, vice e vizo separam-se por hífen qualquer que seja o segundo elemento.
- Com bem, usa-se o hífen diante das vogais a, e, i, o e das consoantes b, c, d, f, h, m, n, p, q, s, t, v: bem-amado, bem-encarado, bem-falante, bem-humorado, bem-mandado, bem-nascido. Lembrete: em palavras nas quais o bem se aglutina dando sentido não se usa hífen, são os exemplos de benfeitor, benfeitoria, bendizer, etc.
- Os prefixos pré, pós, e pró (tônicos) unem-se por hífen a quaisquer palavras: pós-adolescência, pós-simbolismo, pré-vestibular. Mas se a pronúncia do prefixo for átona, eles não podem ser separados por hífen, são os exemplos de pressupor, prenome, preestabelecer, etc.
Dica do Blog: Como fazer a Redação do Enem
Veja com a professora Dani, do Curso Enem Gratuito, as dicas para mandar bem na Redação do Enem. Em seguida, tem mais sobre o uso do hífen!
Para você se garantir na Competência 1 da Redação do Enem é preciso escrever dentroda Norma Culta do Idioma Português. Se errar no hífen, perde pontos. Então, se liga nas regras!
Exercícios sobre o uso do hífen
Agora que já conhecemos as regras do uso do hífen e assistimos a vídeos, vamos praticar? Bom estudo!
1 – (ENEM -2010- questão 121) O presidente Lula assinou, em 29 de setembro de 2008, decreto sobre o Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa. As novas regras afetam principalmente o uso dos acentos agudos e circunflexo, do trema e do hífen.
Longe de um consenso, muita polêmica tem-se levantado em Macau e nos oito países de língua portuguesa: Brasil, Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor Leste.
Comparando as diferentes opiniões sobre a validade de se estabelecer o acordo para fins de unificação o argumento que, em grande parte, foge a essa discussão é
A)”A academia (Brasileira de Letras) encara essa aprovação como um marco histórico. Inscreve-se, finalmente, a Língua Portuguesa no rol daquelas que conseguiram beneficiar-se há mais tempo da unificação de seu sistema de grafar, numa demonstração de consciência da política do idioma e de maturidade na defesa, difusão e ilustração da língua da Lusofonia.”
SANDRONI, C. Presidente da ABL. Disponível em: http://www.academia.org.br. Acesso em: 10 nov. 2008.
B) “Acordo Ortográfico? Não, obrigado. Sou contra. Visceralmente contra. Filosoficamente contra. Linguisticamente contra. Eu gosto do “c” do “actor” e o “p” de “cepticismo”. Representam um patrimônio, uma pegada etimológica que faz parte de uma identidade cultural. A pluralidade é um valor que deve ser estudado e respeitado. Aceitar essa aberração significa apenas que a irmandade entre Portugal e Brasil continua a ser a irmandade do atraso.
COUTINHO, J. P. Folha de São Paulo. Ilustrada. 28 set.2008, E1 (adaptado).
C) “Há um conjunto de necessidades políticas e econômicas que visa a internacionalização do português como identidade e marca econômica”. “É possível que o Fernando (Pessoa), como produtor de exportação, valha mais do que a PT (Portugal Telecom). Tem um valor econômico único.”
RIBEIRO, J. A. P. Ministro da Cultura de Portugal. Disponível em: http://ultimahora.publico.clix.pt. Acesso em: 10 nov. 2008.
D) “É um acto cívico batermo-nos contra o Acordo Ortográfico.” “O Acordo não leva a unidade nenhuma.” “Não se pode aplicar na ordem interna um instrumento que não está aceito internacionalmente” e nem assegura “a defesa da língua como património, como prevê a Constituição nos artigos 9º e 68º.”
MOURA, V. G. Escritor e eurodeputado. Disponível em: www.mundoportugues.org. Acesso em: 10 nov. 2008.
E) “Se é para ter uma lusofonia, o conceito [unificação da língua] deve ser mais abrangente e temos de estar em paridade. Unidade não significa que temos que andar todos ao mesmo passo. Não é necessário que nos tornemos homogéneos. Até porque o que enriquece a língua portuguesa são as diversas literaturas e formas de utilização.”
RODRIGUES, M. H. Presidente do Instituto Português do Oriente, sediado em Macau. Disponível em: http://taichungpou.blogspot.com. Acesso em: 10 nov. 2008 (adaptado).
2 – (T J‐GO) Assinale a alternativa em que o hífen, conforme o novo Acordo, está sendo usado corretamente.
a) Ele fez sua auto‐crítica ontem.
b) Ela é muito mal‐educada.
c) Ele tomou um belo ponta‐pé.
d) Fui ao super‐mercado, mas não entrei.
e) Os raios infra‐vermelhos ajudam em lesões.
3 – (ESA) Assinale o item em que o uso do hífen está incorreto.
a) infraestrutura ‐ super‐homem ‐ autoeducação
b) bem‐vindo ‐ antessala ‐ contra‐regra
c) contramestre ‐ infravermelho ‐ autoescola
d) neoescolástico ‐ ultrassom ‐ pseudo‐herói
e) extraoficial ‐ infra‐hepático ‐ semirreta
4) Conforme o Acordo Ortográfico, os prefixos pós-, pré- e pró-, quando átonos, aglutinam-se com o segundo elemento do termo composto. Marque a alternativa em que, segundo as novas regras, há erro de ortografia:
a) posdatar – predatar – proamericano – progermânico;
b) predefinir – predestinar – predizer – preexistência;
c) prejulgar – prelecionar – prenomear – preordenar;
d) preanunciar – preaquecer – preconcebido – precognição;
e) preposto – procônsul – procriação – prolação.
Gabarito:
1) Dentre as opções de respostas oferecidas, a única que não trata do Acordo Ortográfico é a opção C. Esta apenas se refere a internacionalização da língua portuguesa. As demais alternativas tratam do assunto, seja apoiando-o ou rejeitando-o.
2) Alternativa B
3) Alternativa B
4) Alternativa A