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Como o documentário “Apocalipse nos Trópicos” pode te ajudar na redação do Enem

Como o documentário “Apocalipse nos Trópicos” pode te ajudar na redação do Enem

Entenda como "Apocalipse nos Trópicos" ajuda na redação do Enem com reflexões sobre Estado laico, democracia e fundamentalismo religioso.

Já pensou que um filme da Netflix pode ser um grande aliado para sua redação no Enem? É exatamente isso que Apocalipse nos Trópicos, dirigido pela premiada Petra Costa, proporciona. Mais do que arte, o documentário funciona como um registro histórico e uma lente crítica para compreender o cenário brasileiro atual.

A produção, que estreou no Festival de Veneza e conquistou distribuição global pela Netflix, mergulha em uma questão polêmica e atual: a relação (nada harmoniosa) entre religião e política no Brasil. E por que isso é importante para quem vai fazer o Enem? Porque os debates do filme se conectam com temas que vivem aparecendo na prova, como laicidade do Estado, fragilidade democrática e fundamentalismo religioso.

Essa não é a primeira vez que Petra Costa se aventura por esse terreno. Em Democracia em Vertigem (indicado ao Oscar), ela já havia explorado a crise política e a polarização do país, mas de um jeito mais íntimo e pessoal. Em Apocalipse nos Trópicos, a análise se aprofunda: o foco agora está no crescimento do movimento evangélico como força política.

Essa mudança de abordagem deixa clara a proposta da diretora: mostrar que a instabilidade política brasileira não é um caso isolado, mas parte de um processo maior, a chamada “sacralização da política”, quando fé e poder caminham juntos de forma arriscada, flertando com tendências totalitárias. É um olhar que vai além da superfície para desvendar as engrenagens do nosso presente.

Como isso ajuda no Enem?

Antes de avançar, confere o vídeo que fizemos sobre o tema no nosso quadro Cineclube Enem no YouTube, com análises para estudar de um jeito leve:

Agora, vamos ao que interessa: os principais pontos que podem melhorar sua redação com repertório sociocultural de peso:

A força política dos evangélicos

Logo no início, o documentário apresenta números que chamam atenção. O Censo 2022 do IBGE mostra que os evangélicos já representam 26,9% da população brasileira, mais de um quarto do país. Esse crescimento não fica restrito à fé: ele se converte em poder político, especialmente por meio da chamada Bancada da Bíblia.

Um momento impactante do filme traz um parlamentar explicando que, em 2002, essa bancada tinha apenas 50 membros. Em 2022? O número saltou para 152 deputados. É um crescimento impressionante que ajuda a entender por que a religião ganhou tanto peso nas decisões políticas.

E há outro detalhe importante: como lembra o jornalista André Ítalo Rocha, citado no documentário, décadas atrás a política era vista como “coisa do diabo” por muitos evangélicos. Hoje, virou espaço estratégico para líderes religiosos. E essa influência vai muito além das pautas morais. A bancada é pragmática, negocia com governos de qualquer espectro ideológico para garantir poder. Em outras palavras: não dá para reduzir essa força a uma única explicação — ela é feita de fé, mas também de cálculo político.

Luana Santos

Jornalista formada pela UFSC e redatora da Rede Enem
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