Cultura, Ideologia e Indústria Cultural: resumo de Sociologia Enem

Veja Cultura, Ideologia e Indústria Cultural neste resumo de Sociologia Enem. Entenda a discussão sobre a influência ou não dos Meios de Comunicação de Massa na sociedade.

Indústria Cultural – Hoje o nosso objeto de estudo é o conceito de cultura, que é complexo e abrangente. Vamos ver que existem pensadores que entendem a cultura desde uma perspectiva muito específica, o que torna muito difícil estabelecer um diálogo com outros autores.

Neste sentido também vamos ver que o conceito de cultura apresenta uma complexidade alta que obriga a atravessar as fronteiras das ciências, entendendo que as grandes definições usadas pela sociologia hoje foram formuladas pela antropologia.

E isso acontece com outros temas, em que alguns conceitos são “emprestados” de uma área para outra. Mas vamos lá, começar a trabalhar para poder compreender melhor isto. Ótimo estudo! Profa. Magali Alloatti.

Sobre a cultura e a história do conceito

Vamos começar estabelecendo nosso ponto de partida: cultura é uma noção ampla, dificilmente consigamos definir de maneira acabada ou completa o que queremos dizer com cultura, ou seja, que construir um conceito fixo ou estrito está fora das nossas ambições.

 

Neste sentido, a amplitude do termo faz com que continuamente apareçam autores que propõem definições diferentes às já estabelecidas, outros vão discutir com autores antigos, pelas perspectivas que eles usaram.

Mas quase todos eles têm como obrigação definir, nos seus estudos, publicações ou livros, de maneira clara e concisa, o que eles querem dizer com cultura e como usarão o conceito.cultura ideologia indústria culturalE isto é muito importante porque as posições ou perspectivas adotadas pelos pesquisadores, professores e intelectuais sobre a noção de cultura dependem em grande parte da corrente ou escola de pensamento.

Por exemplo, dentro das ciências sociais, como sociologia, história, geografia, ou na área da filosofia, temos algumas escolas de pensamento que são muito distantes uma das outras.

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Cultura foi uma grande caixa em que os primeiros antropólogos, como Franz, Boas, Freizer, entre outros, foram colocando todas as diferenças que foram encontrando nas suas viagens e pesquisas no mundo.

Neste sentido hoje vamos trabalhar usando uma dessas perspectivas, a posição marxista e pós-marxista, que vai nos ensinar um conceito bem interessante: a indústria cultural. E quando chegarmos nesse momento vai ser possível entender porque essas posições ou correntes de pensamento são tão diferentes.

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Mas vamos começar pelo princípio, o que é cultura? Temos ouvido essa palavra desde pequenos, temos visto também que as pessoas atribuem muitas coisas, razões e tipos de ações ao grande conceito de cultura.

Por momentos parece que todas as coisas podem ser entendidas como culturais, que qualquer diferença entre as pessoas pode ser entendida como diferença cultural.

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Confira aula gratuita com os temas da Ética, Moral e Liberdade: ética moral e liberdade destacadaMas, quem compartilha a mesma cultura? Que tipo de coisas podem ser entendidas como diferenças culturais e que coisas não?

Se se trata de duas pessoas ou dois grupos dentro da mesma sociedade e do mesmo país, por que eles têm diferenças culturais? Não deveriam pensar ou interpretar as coisas mais ou menos de forma igual? Qual é a diferença entre religião e cultura?

Qual é a diferença entre moral e cultura?zigmun baumannZygunt Baumann

Estas e muitas outras perguntas são interrogantes que vão nos orientar a uma possível resposta do conceito de cultura. Em um maravilhoso livro titulado “A cultura como práxis”, o sociólogo e filósofo Zigmunt Bauman se dedica à tarefa de identificar o que significa o conceito de cultura. Ou seja, que coisas podem ser definidas como cultura e que coisas não.

A primeira conclusão que ele tem para nos oferecer é que o conceito de cultura é principalmente histórico. Em outras palavras aquilo que é e foi entendido como cultura tem variado no tempo.

A cultura encontra-se definida pela sua natureza história, ela é um processo dinâmico, que vai mudando o tempo tudo, que incorpora coisas, experiências, linguagens, símbolos. Mas que dentro dela vão, também, se combinando, vão se convertendo em outras coisas diferentes.

Então ali temos um aspecto central da noção de cultura, trata-se de um conceito necessariamente variável e polimorfo, não tem como fazer uma definição que consiga se manter no tempo, porque o seu mesmo conteúdo vai mudando. Uma segunda característica da história do conceito que estamos trabalhando foi a conotação que ele teve ao longo do tempo.

Esses antropólogos eram pessoas de bastante dinheiro que procuravam conhecer diversas populações nos pontos distantes do mundo para tentar fundar a ciência da antropologia, como o estudo dos homens nas suas diversas maneiras de viver. Neste sentido, para grande parte da antropologia, para a história, literatura e filosofia, a cultura é o que nos diferencia dos animais e nos faz seres humanos.

Em concordância com o mencionado, nos começos dessas ciências o pensamento é que a cultura se contrapõe à natureza humana. Para nós é comum ouvir a expressão de que uma pessoa culta é uma pessoa que conhece muito, que sabe muito.

Mas também a cultura faz referência às maneiras de se comportar, uma pessoa deve agir de maneira “apropriada” aos critérios do que as outras pessoas têm.

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Progressivamente, ao longo da história e com o progresso das ciências como ciências, os cientistas começaram a perceber que existiam maneiras de pensar, falar, agir “certas e erradas” que variavam de uma sociedade para outra.

Assim foi começando a surgir consciência de que existem diferentes culturas, com seus valores, critérios e conteúdos variáveis, não só no espaço geográfico, senão também no tempo. Às vezes alguns comportamentos que eram considerados errados ou respeitáveis, hoje são rejeitados pela sociedade.

Uma terceira característica muito importante que devemos levar em conta sobre este tema é que é bem melhor falar sobre culturas, em plural, do que cultura no singular. Porque não só podemos apreciar diversas culturas em relação aos países, senão que dentro de um mesmo país, ou sociedade, é possível reconhecer diferentes culturas.

Como já temos mencionado anteriormente, uma característica da nossa realidade atual é que as sociedades encontram-se conformadas por grupos sociais diversos, por estrangeiros, comunidades descendentes de imigrantes que procuram manter sua identidade, e por outros grupos sociais que buscam estabelecer outra identidade diferente às “ordinárias”.

Assim temos mencionado que não é possível estabelecer a cultura como um conceito fixo, não histórico, também não é uma boa ideia pretender critérios universais de cultura ou de pessoas que tenham mais ou menos cultura. Assim é melhor falar de culturas no plural, já que elas variam no espaço geográfico e no tempo.

Por último, embora os países tenham uma população que compartilhe uma identidade e história comum, é possível encontrar grupos culturalmente diferentes dentro da mesma sociedade. Ainda mais, como já temos falado também, o Estado é o responsável por resolver possíveis conflitos gerados a partir de diferenças culturais dentro da sua população.

Considerando as características explicadas, uma maneira interessante para abordar o conceito de cultura é retomar o antropólogo Clifford Geertz e seu livro “A interpretação das culturas”.

Após fazer muitas viagens e de conviver e interpretar diversos povos diferentes, Geertz tenta discutir com dogmas de pensamento estabelecidos pela antropologia e a sociologia. Ele faz uma colocação interessante, dizendo que a cultura são conjuntos de dimensões nos quais a vida do homem se divide.

A cultura reúne maneiras de pensar, de sentir, de estabelecer um critério moral e formas de punição do certo e errado. São também maneiras de agir, formas de pensamento que procuram organizar o mundo, de gerar um conhecimento, de mantê-lo e de distribui-lo.

Geertz nos ensina que não se trata de “matrimônio”, por exemplo, senão de como diversas sociedades compreendem as relações entre os homens e as mulheres, assim como formas de fazê-las públicas e reconhecidas.

Da mesma maneira, existem culturas que acreditam que o trabalho é bom, que outorga honra às pessoas que exercitam o trabalho, mas outras culturas já consideram o trabalho uma atividade destinada a pessoas “inferiores”.

Cultura e Sociedade

O processo por meio do qual vamos adotando, incorporando, assimilando a cultura da sociedade em que vivemos é aquele processo de socialização que já estudamos previamente. Ele não só funciona como uma maneira de assimilar e incorporar conhecimentos, mas é a maneira pela qual um ser humano vai se convertendo em indivíduo, sem cultura seríamos humanos sem fala, sem critérios de bem ou mal, sem costumes, sem regras.

Ou seja, a nossa cultura – que pode variar de outros grupos e sociedades – faz com que nós nos convertamos em indivíduos capazes de nos relacionar e nos entender, ainda sem falar entre nós. Pensemos em uma pessoa que espera para atravessar a rua, um carro para e faz um sinal para ela atravessar.

É um exemplo de como vamos incorporando maneiras de interagir, de nos comunicar, sem nos conhecer. E vários outros exemplos podem ser mencionados em relação a isto.

Falando desde outras perspectivas

Como foi mencionado também é preciso considerar que, dentro das ciências sociais, as perspectivas para analisar e definir temas de pesquisa variam segundo a corrente e as escolas. Cada uma delas difere nos supostos e pontos de partida, na maneira de conceber as coisas, na maneira pela qual vão justificar as suas concepções, e assim por diante.

No caso da temática de cultura, temos uma perspectiva altamente crítica para analisar: o marxismo nas suas origens e o pós-marxismo ou Escola de Frankfurt. A segunda escola é herdeira da primeira e mantém a perspectiva crítica sobre a cultura, só que se aprofunda muito mais nas formulações teóricas sobre o seu funcionamento.

No caso de Marx, a cultura teve um lugar bastante importante nos seus escritos, ele foi sem dúvida um dos grandes críticos do seu tempo e do nosso tempo. Este autor vai considerar a cultura primeiramente em termos de ideologia, o que no pensamento marxista tem uma conotação negativa.

Na primeira sessão do livro “A ideologia alemã”, Marx estabelece que as classes sociais mais ricas precisam manter o domínio sobre as classes sociais mais pobres que são exploradas pelas primeiras, produzindo a sua ganância.

Ou seja, as classes sociais pobres, tanto a dos trabalhadores de fábrica, como a dos camponeses, são as que no sistema capitalista trabalham e vivem em condições ruins. Essa exploração por parte dos capitalistas sobre os trabalhadores garante a acumulação de dinheiro e ganância.

Sendo assim, a dominação das classes pobres pelas classes altas não pode ser simplesmente física, ou seja, não é possível manter o sistema capitalista pela força, e aí entra o conceito de ideologia. Segundo Marx, a ideologia é a expressão da dominação de uma classe por outra, uma expressão simbólica daquela opressão.

Mas cultura não quer dizer diretamente ideologia, portanto, não podemos confundir esses dois conceitos, já que são bem diferentes. A ideologia de uma sociedade capitalista é a dominação no âmbito cultural de uma classe (ou classes) sobre outras classes.

Ou seja, a cultura é um espaço de relações sociais economicamente condicionadas. Marx chama a atenção para as relações de dominação capitalistas, já que a ideologia conquista parte do espaço cultural. Assim, aquelas produções culturais que deveriam ser livres da determinação econômica, para expressar sentimentos, experiências, formas de compreender o mundo, acabam sendo definidas pelo esquema econômico.

Marx não é um autor simples, já sabemos isso, mas é preciso fazer um esforço para compreender esta crítica e poder avançar para a Escola de Frankfurt e sua contribuição à análise da cultura. No seu livro “A ideologia alemã”, Marx trabalhou de maneira mais profunda os conceitos de ideologia e cultura.

Ele chega, em um momento, a considerar os dois como iguais, ou seja, a ideologia é igual à cultura. Mas devemos compreender que, para Marx, a cultura envolve a religião, a política, a arte, a filosofia, ou seja, todas as produções simbólicas dos homens que expressem as suas maneiras de pensar e sentir a realidade. Nesse livro,

Marx acredita que a ideologia tem conquistado completamente o âmbito cultural, e por isso ele faz aquela equivalência de cultura – ideologia. Mas lembremos de que ideologia é a expressão da dominação de várias classes sociais nas mãos de outras, no âmbito cultural.

Em síntese, como bem já sabemos sobre Marx, nenhuma área da vida humana consegue ficar fora da influência das relações econômicas do modo de produção.

Entenda mais sobre o que é ideologia nesta aula:

Uma vez explicado isto é possível ir para o pensamento frankfurtiano, em que dois autores, fundadores da escola, fizeram uma das contribuições mais importantes sobre cultura. Eles são da corrente marxista e, como várias outras correntes, eles têm tomado parte do pensamento de Marx e interpretado de uma maneira especial.

Aquelas relações de determinação por parte da realidade econômica sobre as outras dimensões da vida fazem parte de um tema de intenso debate dos intelectuais chamados marxistas. Alguns aceitam essa relação de maneira estrita e outros têm aceitado um grau de maior liberdade entre essas dimensões, dando força à econômica.

Os autores Adorno e Horkheimer escreveram um livro de grande importância neste tema titulado “Dialética do esclarecimento”, dentro do qual há um capítulo ao qual vamos nos remeter, chamado “A indústria cultural”.

O que quer dizer indústria cultural? Este conceito foi proposto pelos autores mencionados como uma ferramenta explicativa com a qual tentaram compreender como funciona a dimensão cultural das sociedades, em casos nos quais eles acreditavam que acabariam contribuindo para regimes de dominação.

Vamos explicar um pouco melhor isto. Adorno e Horkheimer escreveram esse livro no ano 1944, sendo testemunhos do holocausto Nazi, de vários regimes autoritários da Itália, Iugoslávia, França, Alemanha, entre outros.

Os níveis de terror que essas experiências históricas mostraram para estes intelectuais fizeram com que eles se perguntassem por que as pessoas de uma população ou de uma sociedade aceitavam esse tipo de coisas por parte dos governos.

Assim eles começaram a pensar de maneira mais profunda as formas pelas quais a cultura entra nessa equação e funciona em favor desses regimes autoritários.

É importante lembrar que para estes autores não se trata somente de como a dimensão cultural foi utilizada para trabalhar em favor de ditaduras, mas também em países democráticos, contribuindo com formas de ordenamentos políticos diferentes.

Eles são por excelência grandes críticos dos Estados Unidos, pois eles veem que as pessoas estão deixando de serem indivíduos – no sentido de pessoas livres para escolher, estudar, criticar, criar – para serem principalmente consumidores. Eles deixaram para trás maneiras de agir e de construir a sua identidade e passaram a definir a sua identidade simplesmente pelo consumo de bens e produtos culturais cada vez mais restritos.

Agora estamos mais perto da ideia de indústria cultural. Adorno e Horkeimer usaram esse termo para demonstrar como é possível que uma dimensão da vida humana, a cultura, tenha se convertido em uma indústria, produzindo aquilo que é necessário, determinado pelo produtor, na quantidade e do tipo necessário.

Eles fazem uma analogia entre a dimensão cultural e a indústria para destacar o fato de que ela é gerenciada pelas necessidades daquele que a possui. E segundo eles, a indústria cultural se encontra a serviço dos interesses dominantes nos níveis econômicos e políticos.

A cultura como conjunção de: símbolos, significados, maneiras de ser, de sentir, de compreender o mundo, de se expressar, a música, a arte, a filosofia, a estética, etc., encontra-se dominada pelos interesses mencionados. E ela funciona assim como um fator que produz legitimidade dos regimes políticos, sejam eles ditaduras ou democracias, porque tanto em um como em outro, a necessidade de legitimidade é igual.

Estes autores pensam que o momento da segunda guerra mundial e a pós-guerra se encontra dominado pela irracionalidade. Eles definem o nazismo, entre outros regimes, como irracional, já que se trata de uma maneira de pensar sobre as pessoas – no caso dos judeus, das pessoas de raça negra, dos ciganos – como inferiores ao resto das pessoas. Isto não tem fundamento nenhum, ou seja, é irracional.

O caso dos Estados Unidos também se encontra dominado pela irracionalidade, já que as pessoas têm esquecido todas as outras manifestações culturais fora das promovidas pelo capitalismo.

Convertidos em simples consumidores, os cidadãos se conformam com os filmes mais conhecidos do cinema e com os livros mais vendidos, todos procuram comprar os mesmos carros, as mesmas roupas e sapatos.

Assim, para Adorno e Horkheimer, a indústria cultural também está funcionando nos Estados Unidos, já que está funcionando somente em beneficio dos grandes capitalistas, quando, antes, a cultura tinha funcionado para denunciar o mal-estar, as opressões dos seres humanos, diferentes maneiras de pensar.

Agora tudo isso está sumindo, deixando a cultura como uma caixa de ferramentas para construir legitimidade e acalmar, por meio do consumo, as populações, para elas não se preocuparem com as questões políticas, sociais, etc.

Embora complexo este pensamento tem muito a contribuir, já que ele abandona a ideia de que cultura deve ser respeitada sem ser questionada, ou seja, ela deve ser analisada e interrogada, para poder identificar diferentes interesses que estejam por trás. A grande contribuição do Marx e da Escola de Frankfurt é ter nos revelado que a cultura não é alheia aos interesses econômicos e políticos.

Mas não podemos cair em uma posição reducionista e pensar que é completamente determinada por eles. Deve-se entender que grande parte da complexidade das sociedades humanas faz com que todas as dimensões da vida se permeiem.

Assim, o ganho da atitude crítica do marxismo e da sociologia em geral é perder o olhar ingênuo sobre as coisas, permitindo um questionamento profundo que identifique relações de dominação que funcionem em todos os âmbitos e momentos.

Não é justificado pensar que consumimos somente aquilo que é determinado pela indústria cultural, porque é verdade que temos a opção de comprar coisas diferentes, de ver filmes e ler livros alternativos.

Mas que também é nossa escolha se queremos consumir aquilo que é o mais consumido e publicado. O importante é que seja produto de uma escolha crítica e pessoal e não determinada somente por outras pessoas ou pela influência de propagandas e publicidades.

Desafios para você resolver e compartilhar

Questão 1 – Nesta aula temos trabalhado com o tema da cultura, em diversas variantes. Foi mencionado que a maneira pela qual os pesquisadores devem trabalhar com este conceito precisa respeitar uma condição primeira: a definição precisa e cuidadosa do que eles vão entender por cultura na hora de desenvolver uma pesquisa. E isto é necessário:

a) Porque a noção de cultura não tem uma definição reconhecida por todos, em consequência cada pessoa pode pensar sobre ela como quiser.

b) Porque o conceito de cultura não foi formulado ainda, o que permite aos pesquisadores criar quantas definições desejarem.

c) Porque o conceito de cultura pode ter vários significados e tem uma natureza muito ampla, sendo assim necessário restringir a sua amplitude.

d) Porque o termo cultura tem diferentes significados em cada ciência, ou seja, na filosofia pode significar uma coisa e na geografia outra distinta.

Questão 2

Aprofundando-se mais no conceito de cultura, foram mencionadas algumas considerações importantes em relação à história do conceito. Destacamos três características principais que definem a história do conceito, escolha a opção que as resume:

a) A primeira característica é que o conceito de cultura é histórico, ou seja, ele varia na história. A segunda característica é que foi um conceito com várias conotações ao longo do tempo. A terceira característica se refere à necessidade de falar sobre culturas no plural e tentar evitar nos ater a uma definição única, já que é um conceito muito amplo.

b) A primeira característica é que o conceito de cultura não tem variado no tempo, já que ele tem uma natureza estática. A segunda característica é que cultura se contrapõe à ideia de pessoas selvagens, já que algumas pessoas não têm cultura. A terceira característica é que só algumas pessoas são cultas, como consequência do processo de socialização.

c) As primeiras duas características se referem às civilizações que desenvolveram culturas diferentes e, por causa disso, o conceito não é fixo. A terceira característica se refere às pessoas cultas e às pessoas incultas ou selvagens, diferença que é explicada pelos diversos processos de socialização que cada pessoa teve.

d) A primeira característica faz referência à cultura que as famílias têm e que conseguem transmitir aos filhos, por isso o processo de socialização é muito importante. A segunda e terceira características destacam a liberdade que cada pessoa tem de formular o conceito de cultura que acredite melhor. O mais importante é que temos a liberdade de definir cultura do jeito que pensemos seja apropriado.

 Questão 3

Temos trabalhado sobre a relação entre cultura e ideologia proposta por Marx e retomada posteriormente por outros pensadores da mesma corrente de pensamento. Restringindo-nos aos comentários sobre Marx, a relação entre ideologia e cultura pode ser expressa como:

a) São idênticas. Para Marx a ideologia é cultura e vice-versa, não é possível distingui-las.

b) São completamente diferentes, não é possível estabelecer relações entre estes dois conceitos.

c) As relações entre estes conceitos variam, já que depende de como cada um de nós define cultura.

d) A relação entre os dois conceitos é o fenômeno de dominação das classes dominantes sobre as classes dominadas, ou seja, a ideologia é a dominação no âmbito da cultura.

Questão 4

Avancemos um pouco, vamos trabalhar sobre a Escola de Frankfurt. Eles formularam um conceito bem interessante: de indústria cultural. Levando em conta o explicado na nossa aula, podemos resumir o fundamento do conceito da seguinte maneira:

a) O conceito se refere às atividades culturais desenvolvidas dentro das indústrias.

b) A formulação do conceito tenta destacar que a cultura começou a ser desenvolvida junto à revolução industrial.

c) O fundamento do conceito faz referência a que as atividades industriais são expressões da cultura, como outras atividades econômicas e sociais.

d) Eles usam o termo indústria para explicar que a cultura responde a interesses, produção, ganâncias e objetivos de atores socioeconômicos da mesma maneira que a indústria faz.

Questão 5

Temos aqui uma tirinha da Mafalda bem interessante. Vamos ler com atenção:

Sociologia Enem

Disponível em: <http://sapatilhando.wordpress.com/page/5/>. Acessado em: 10/06/2012.

Se dividirmos a história em quadrinhos, veremos que no começo a Mafalda está brava porque a televisão só fala de “use”, “compre”, “coma”, etc. Ela se sente ofendida pela maneira que a televisão concebe as pessoas e por isso tenta influenciar nas suas escolhas. Mas, depois de desligar a televisão, ela fica se perguntando mesmo o que as pessoas efetivamente são. E aí liga novamente a televisão. Como é possível explicar o sentimento de Mafalda? Escolha a opção que seja mais acertada segundo o seu critério:

a) Mafalda acredita que somos nós que definimos o que a televisão vende, oferece e promove. Sendo assim ela fica triste porque nós deveríamos assistir mais a televisão para poder influenciá-la.

b) Mafalda se sente ofendida porque a televisão não pensa sobre nossa identidade e acaba oferecendo qualquer tipo de produto sem considerar as diferenças entre as pessoas.

c) A televisão não oferece quantidade suficiente de opções para escolher segundo nossa vontade. Sendo assim Mafalda fica brava pelo fato de não ter opções apropriadas para ela.

d) Mafalda se sente triste porque a contínua oferta de produtos de maneira indiferente pela televisão demonstra que as pessoas não têm uma definição própria de quem são e do que desejam da vida.

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