Imperialismo – Revisão de História para o Enem

Estude história para o Enem revisando o imperialismo, suas ideologias, práticas e consequências para o século XX.

Neste post você encontrará um breve resumo sobre o Imperialismo, ou neocolonialismo, que resultou na partilha da África e Ásia entre as principais potências europeias no momento em que a segunda revolução industrial fez surgir entre as nações industrializadas a necessidade de ocupar outros territórios menos desenvolvidos tecnologicamente, a fim de garantir mercados consumidores para seus produtos, mão-de-obra mais barata e livre acesso a recursos naturais extremamente importantes nesta nova lógica econômica e social.

Fonte: https://eucurtohistoria.wordpress.com/biblioteca/imagens/3ee40/

O franco desenvolvimento do capitalismo e da economia industrial, principalmente nas potências europeias e nos Estados Unidos criou dois grandes problemas para estes países, ambos de ordem logística. Por um lado era necessário garantir amplos mercados consumidores para os novos produtos industrializados, por outro lado, era igualmente necessário garantir o acesso a matérias primas.

Assim sendo, na medida em que as grandes potências industriais consolidavam seu desenvolvimento, o capital excedente era aplicado em regiões menos desenvolvidas, o que resolveria o problema de acesso a matéria prima, bem como mão-de-obra mais barata e mercados consumidores.

Desta forma, o imperialismo representou a implantação de colônias nos continentes africano e asiático. De maneira parecida, os Estados Unidos, a partir do “boom” de seu desenvolvimento industrial buscou consolidar seu papel de líder hegemônico nas américas, evitando a reocupação da América Latina pelos europeus. Por outro lado, o governo norte americano garantia para si uma imensa área de exploração comercial.

Haja vista a conquista da África e Ásia, bem como sua partilha entre as principais nações europeias e formação de colônias, este processo é conhecido também como Neocolonialismo.

O imperialismo está ligado diretamente a segunda revolução industrial, ocorrida a partir de meados do século XIX quando do surgimento de novas tecnologias, formas de geração de energia e dinamização da produção industrial. O petróleo e a luz elétrica surgiam como substitutos principais do carvão e da energia a vapor. Economicamente o acumulo cada vez maior de capital fez surgir os grandes conglomerados industriais, que, por sua vez acabavam absorvendo levando as indústrias menores à falência, gerando assim o que chamamos de capitalismo monopolista.

Se por um lado bancos e conglomerados industriais viam no investimento em áreas menos desenvolvidas formas de expandir sua atuação, por outro, os Estados Nacionais procuravam implementar novos projetos coloniais afim de garantir o acesso a recursos naturais e humanos que eram de extrema importância, sobremaneira em caso de guerras.

Desta forma, se quisermos elencar os principais fatores motivadores do imperialismo ou neocolonialismo, podemos citar: O excedente populacional europeu e a falta de terras, o que resultava em mais pessoas para emigrarem para outras áreas do globo; a possibilidade de exploração de mão-de-obra mais barata nas áreas ocupadas; capital financeiro disponível, seja bancário, seja o proveniente da própria atividade comercial industrial.

Além disso, a maioria dos países industrializados justificava suas ações e políticas com base em justificativas altruístas. Ou seja, vendia-se a ideia de que ao ocupar esses lugares eles estariam levando o progresso a áreas atrasadas, selvagens e culturalmente menos desenvolvidas e assim pregavam que seus empreendimentos na verdade fariam parte de uma grande missão civilizadora.

Partilha da África:

Teve início em 1876 a partir da criação da Associação Internacional Africana por Leopoldo II, monarca belga, que, conforme dito logo acima, buscou garantir a posse de um território rico em minérios na região do Congo a partir de ações ditas altruístas e civilizatórias.

A partir da inserção belga as outras nações europeias industrializadas trataram de iniciar suas ações de ocupação do território africano, e neste interim, foi realizada a Conferência de Berlim, onde foram estabelecidas as regras para ocupação europeia da África, obviamente, sem a presença dos líderes das nações, povos, tribos ou etnias africanas.

Houve grande resistência por parte dos nativos africanos, mas tal resistência não foi capaz de suplantar o grande poderio militar e tecnológico dos colonizadores. Assim sendo, ao final do século XIX a África encontrava-se dividida por novas fronteiras, e a imensa maioria de seu território estava então ocupada.

Fonte: http://historiaehistoriografia2.blogspot.com.br/2016/03/9_25.html

Por sua vez, os Estados Unidos consolidaram sua influência política e financeira no Caribe, onde construíram, por exemplo, o canal do Panamá, que exploraram comercialmente até o século XX, assim como expandiram seus domínios ao pacífico, nas Filipinas e Havaí.

A América do Sul ficaria até o fim do século XIX sob domínio comercial inglês, haja vista a grande dependência econômica que o Império Britânico conseguiu criar nesta região desde o período colonial e aumentando-o após a emancipação destes países.

Partilha da Ásia:

Pode-se dizer que o mercado asiático não era nenhuma novidade para os europeus, no entanto, a partir do imperialismo, a relação entre ocidente e oriente inverteu-se. Se os tecidos e especiarias dos mercados asiáticos fomentaram a reorganização do comércio na europa no pós cruzadas e período das grandes navegações, neste novo momento, os tecidos, bem como demais produtos industrializados ocidentais, agora adentravam na Ásia, por meio da força militar e econômica.

No século XIX os ingleses dominaram a região da Índia, onde destruíram sistematicamente as manufaturas têxteis. A resistência indiana se fez mostrar no episódio conhecido como Revolta dos Cipaios, que por sua vez, não freou a consolidação do domínio britânico. Os cipaios eram nativos indianos muçulmanos ou hindus, forçados a ingressarem nas forças armadas inglesas, que não respeitavam seus costumes próprios, o que colaborou para o levante.

Assim como na Índia, a presença britânica foi de grande força na China. Pode-se dizer que os ingleses tentavam furar a barreira imposta pelo governo chinês em seus portos há décadas.

No entanto, os ingleses enxergavam na China um potencial consumidor para o ópio produzido na Índia, mas o governo Chinês havia proibido o consumo do entorpecente e mandou destruir o produto fruto de contrabando inglês. Teve início desta maneira a Guerra do Ópio, vencida pelos ingleses, que impuseram uma série de medidas contra a China, e por fim suplantaram o protecionismo chinês.

Fonte: http://schafergabriel.blogspot.com.br/2015/03/o-imperialismo-do-seculo-xix.html

O constante conflito contra os ingleses causou o enfraquecimento geral da China, que teve de enfrentar novas ondas invasoras por parte do Japão (Nação Asiática industrializada e que buscou conquistar sua própria área de domínio comercial), Rússia, França e Alemanha.

Por fim, a disputa por áreas comerciais, ou seja, o Imperialismo foi um dos principais fatores para a eclosão da Primeira Guerra Mundial quando algumas potencias, insatisfeitas com a divisão da África e Ásia, sobremaneira Alemanha e Itália, países que até a segunda metade do século XIX não existiam enquanto nações unificadas.

Para finalizar sua revisão e saber mais sobre o imperialismo, veja as videoaula a seguir:


Exercícios:

1- A industrialização acelerada de diversos países, ao longo do século XIX, alterou o equilíbrio e a dinâmica das relações internacionais. Com a Segunda Revolução Industrial emergiu o Imperialismo, cuja característica marcante foi o(a):

a) substituição das intervenções militares pelo uso da diplomacia internacional.
b) busca de novos mercados consumidores para as manufaturas e os capitais excedentes dos países industrializados.
c) manutenção da autonomia administrativa e dos governos nativos nas áreas conquistadas.
d) procura de especiarias, ouro e produtos tropicais inexistentes na Europa.
e) transferência de tecnologia, estimulada por uma política não intervencionista.

Resposta: B

2- A China desponta nos dias de hoje como uma das possíveis grandes potências do próximo século. Todavia, até meados do século XIX, ela era um país em grande parte isolado do restante do mundo e que, apesar de apresentar uma economia enfraquecida, resistia à voracidade dos interesses ocidentais. Naquela época os primeiros a quebrarem esse isolamento foram os ingleses

Assinale a ÚNICA alternativa que corresponde aos meios empregados pelos ingleses para impor à China o comércio e outras influências ocidentais:

a) a monopolização do comércio da região, pela Companhia das Índias Ocidentais;
b) a Guerra do Ópio, com ataques às cidades portuárias chinesas;
c) a assinatura de tratados de livre comercialização do chá chinês;
d) a Guerra dos Boers, levando ao extermínio os nativos da região;
e) a imposição à China de uma nova forma de governo com feições ocidentais.

Resposta: B

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Bruno História
Os textos e exemplos acima foram preparados pelo professor Bruno Anderson para o Blog do Enem. Bruno é historiador formado pela Universidade Federal de Santa Catarina. Dá aulas de história em escolas da Grande Florianópolis desde 2012. Facebook e Twitter.
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