A Semana de Arte Moderna rompeu com a imitação europeia que dominava a Literatura e as Artes Plásticas no Brasil. O Primeiro Momento do Modernismo foi um escândalo:
Veja os principais autores e personagens do Primeiro Momento do Modernismo. O principal ator do Movimento no Brasil foi Mário de Andrade. Confira aqui a importância de Anita Malfatti, Oswald de Andrade, Monteiro Lobato, Carlos Drummond de Andrade e outros feras do Modernismo.
O movimento Modernista foi um dos mais importantes da histórica cultural do Brasil. E, tanto para as provas do Enem quanto dos vestibulares é um tema importante.
Você sabia que o Modernismo foi a escola literária que mais caiu em todos os anos destas provas? – Sim! Então, hora de estudar sobre o Modernismo para entender (e não esquecer) porque está é a mais importante escola literária para o Brasil. Vamos lá?
O Modernismo na Literatura Brasileira:
O modernismo foi um movimento literário e artístico do início do séc. XX (1922), cujo objetivo era o rompimento com o tradicionalismo (parnasianismo, simbolismo e a arte acadêmica), a libertação estética, a experimentação constante e, principalmente, a independência cultural do Brasil.
Apesar da força do movimento literário modernista, a base dessa corrente estética se encontra nas artes plásticas, com destaque para a pintura. Na imagem com o título sobreposto, veja o Abapuru, de Tarsila do Amaral, que se tornou um clássico modernista.No Brasil, este movimento possui como marco simbólico a Semana de Arte Moderna, realizada em 1922, na cidade de São Paulo, devido ao Centenário da Independência.
No entanto, devemos lembrar que o modernismo já se mostrava presente muito antes do movimento de 1922. As primeiras mudanças na cultura brasileira que tenderam para o modernismo datam de 1913 com as obras do pintor Lasar Segall; e no ano de 1917, a pintora Anita Malfatti , recém-chegada da Europa, provoca uma renovação artística com a exposição de seus quadros.
A este período chamamos de Pré-Modernismo (1902-1922), no qual se destacam literariamente, Lima Barreto, Euclides da Cunha, Monteiro Lobato e Augusto dos Anjos; nesse período ainda podemos notar certa influência de movimentos anteriores como realismo/naturalismo, parnasianismo e simbolismo.
Resumo sobre o Primeiro Momento do Modernismo
Confira com o professor Anderson Rollo uma aula vem divertida sobre os principais autores, suas obras, e as características marcantes do Primeiro Momento do Modernismo no Brasil.
Valeu o resumo do professor Rollo? Têm mais aulas com ele sobre Literatura Brasileira no canal do Curso Enem Gratuito. A síntese, você já sabe agora:
O Modernismo foi um movimento que congregou as influências das vanguardas europeias da virada do século XX. Na aula de hoje, o Rolo te explicou as principais características, obras e autores da Primeira Geração Modernista, que nasceu com a Semana de Arte Moderna de São Paulo, em 1922 😉
Monteiro Lobato – Veja aqui um post completo sobre a vida e a obra do escritor e ativista Monteiro Lobato. Além de escrever ‘O Sítio do Picapau Amarelo ele lutou em defesa da criação da Petrobrás, e da exploração de petróleo no Brasil.
O Primeiro Momento do Modernismo
A partir de 1922, com a Semana de Arte Moderna tem início o que chamamos de Primeira Fase do Modernismo ou Fase Heróica (1922-1930), esta fase caracteriza-se por um maior compromisso dos artistas com a renovação estética que se beneficia pelas estreitas relações com as vanguardas europeias (cubismo, futurismo, surrealismo, etc.).
Na literatura há a criação de uma forma de linguagem, que rompe com o tradicional, transformando a forma como até então se escrevia. Algumas dessas mudanças são: a Liberdade Formal (utilização do verso livre, quase abandono das formas fixas – como o soneto, a fala coloquial, ausência de pontuação, etc.).
Ocorre no Modernismo a valorização do cotidiano, a reescritura de textos do passado, e diversas outras; este período caracteriza-se também pela formação de grupos do movimento modernista: Pau-Brasil, Antropófago, Verde-Amarelo, Grupo de Porto Alegre e Grupo Modernista-Regionalista de Recife.
A data-símbolo do Modernismo é a Semana de Arte Moderna de 1922.Primeira Semana de Arte Moderna, em São Paulo
Manifesto Antropófago (excerto)
Só a Antropofagia nos une. Socialmente. Economicamente. Filosoficamente.
Única lei do mundo. Expressão mascarada de todos os individualismos, de todos os coletivismos. De todas as religiões. De todos os tratados de paz.
Tupi, or not tupi that is the question.
Contra todas as catequeses. E contra a mãe dos Gracos.
Só me interessa o que não é meu. Lei do homem. Lei do antropófago.
Estamos fatigados de todos os maridos católicos suspeitosos postos em drama. Freud acabou com o enigma mulher e com outros sustos da psicologia impressa.
O que atropelava a verdade era a roupa, o impermeável entre o mundo interior e o mundo exterior. A reação contra o homem vestido. O cinema americano informará.
Filhos do sol, mãe dos viventes. Encontrados e amados ferozmente, com toda a hipocrisia da saudade, pelos imigrados, pelos traficados e pelos touristes. No país da cobra grande.
Foi porque nunca tivemos gramáticas, nem coleções de velhos vegetais. E nunca soubemos o que era urbano, suburbano, fronteiriço e continental. Preguiçosos no mapa-múndi do Brasil.
Uma consciência participante, uma rítmica religiosa.
Contra todos os importadores de consciência enlatada. A existência palpável da vida. E a mentalidade pré-lógica para o Sr. Lévy-Bruhl estudar.
Queremos a Revolução Caraiba. Maior que a Revolução Francesa. A unificação de todas as revoltas eficazes na direção do homem. Sem n6s a Europa não teria sequer a sua pobre declaração dos direitos do homem.
A idade de ouro anunciada pela América. A idade de ouro. E todas as girls.OSWALD DE ANDRADE Em Piratininga Ano 374 da Deglutição do Bispo Sardinha.” (Revista de Antropofagia, Ano 1, No. 1, maio de 1928.)
Na década de 30, temos o início do período conhecido como Segunda Fase do Modernismo ou Fase de Consolidação (1930-1945), que é caracterizado pelo predomínio da prosa de ficção.
A partir deste período, os ideais difundidos em 1922 se espalham e se normalizam, os esforços anteriores para redefinir a linguagem artística se une a um forte interesse pelas temáticas nacionalistas, percebe-se um amadurecimento nas obras dos autores da primeira fase, que continuam produzindo, e também o surgimento de novos poetas, entre eles Carlos Drummond de Andrade.
Carlos Drummond de Andrade é o autor que mais cai. Veja aqui um resumo especial sobre a obra de Drummond.
Dentre os muitos poetas e escritores dessa fase destacamos:
Na prosa:
– Graciliano Ramos
– Rachel de Queiros
– Jorge Amado
– José Lins do Rego
– Érico Veríssimo
– Dionélio Machado
Na poesia
– Carlos Drummond de Andrade
– Murilo Mendes
– Jorge de Lima
– Cecília Meireles
– Vinícius de Morais.
Veja os pioneiros Mário de Andrade e Osvald de Andrade:
Mário de Andrade (Mário Raul de Morais Andrade – foto) – Nasceu e morreu em São Paulo (1893-1945). Conhecido como o papa do Modernismo, formou-se em música (piano), logo após os primeiros estudos. Jovem ainda inicia suas críticas de arte escrevendo para jornais e revistas. Em 1917 conhece Oswald de Andrade e publica seu primeiro livro.
Mário de Andrade lecionou História e Filosofia da Arte na Universidade do Distrito Federal (quando ainda era no Rio de Janeiro). Batalhou pela arte popular e o folclore nacional como nenhum outro até hoje.
A Obra de Mário de Andrade
- Poesia: Há uma gota de sangue em cada poema (1917); Paulicéia desvairada (1922); Losango cáqui (1926); Clã do jabuti (1927); Remate de males (1930); Poesias (1941); Lira paulistana, seguida de O carro de miséria (1946).
- Romance: Amar, verbo intransitivo (1927); Macunaíma (1928).
- Conto: Primeiro andar (1926); Belazarte (1934); Contos novos (1946).
- Ensaio: A escrava que não é Isaura (1925); Música do Brasil (1941); Movimento modernista (1942); O empalhador de passarinhos (1944).
Dica do Blog para você recuperar o conteúdo da Primeira Fase do Modernismo: Veja esta aula completa sobre o início do Modernismo no Brasil e fique pronto para Literatura Enem. O Exame Nacional do Ensino Médio está chegando! –
Manuel Bandeira
Nasceu em Recife (PE) e morreu no Rio de Janeiro. Estudou no Rio e depois em São Paulo. Com tuberculose aos 17 anos, inicia longa jornada pelo Brasil e Europa. Participa de longe da Semana de Arte moderna. Envia o poema Os Sapos, que é declamado por Ronald de Carvalho no segundo dia do festival modernista. Considerava, ainda, respeito à poesia simbolista e parnasiana.Seu primeiro livro, As Cinzas das Horas, é o maior exemplo disso. Participou de todas as fases do Modernismo até sua morte em 1968, aos oitenta e dois anos.
Com a publicação dos livros Carnaval, de 1919, e O ritmo dissoluto, de 1924, o poeta Manuel Bandeira vai se engajando cada vez mais no ideário modernista, para culminar, definitivamente, com o livro Libertinagem, em 1930.
Considerado um dos nossos maiores poetas, Manuel Bandeira escreveu sobre o cotidiano, a humildade diante de toda beleza do mundo, indignação e sentimento diante do sofrimento. Tudo com humor inteligente, sensualismo, ironia e ceticismo. A seguir, um exemplo:
Irene do céu
Irene preta
Irene boa
Irene sempre de bom humor.
Imagino Irene entrando no céu:
– Licença, meu branco!
E São Pedro bonachão:
– Entra Irene. Você não precisa pedir licença.
Aula Gratuita sobre o Pré-Modernismo
Saiba mais sobre o que acontecia no mundo das artes no Brasil logo antes do Modernismo chegar implodindo com tudo! É com a professora Camila Zuchetto. Uma aula-show!
Veja com a professora Camila que nos fins do século XIX e o início do século XX, coexistiram na Literatura Brasileira diversas correntes literárias. Enquanto predominava o Realismo na prosa, o Parnasianismo e o Simbolismo exerciam suas influências na poesia. Mas, tudo mudou a partir de 1922 com a Semana de Arte Moderna.
Desafios sobre o Primeiro Momento do Modernismo na Literatura Brasileira
Questão 01
“Poética”, de Manuel Bandeira, é quase um manifesto do movimento modernista brasileiro de 1922. No poema, o autor elabora críticas e propostas que representam o pensamento estético predominante na época.
Poética
Estou farto do lirismo comedido
Do lirismo bem comportado
Do lirismo funcionário público com livro de ponto expediente protocolo e
[manifestações de apreço ao Sr. diretor.
Estou farto do lirismo que pára e vai averiguar no dicionário o
[cunho vernáculo de um vocábulo
Abaixo os puristas
…………………………………………………………………………….
Quero antes o lirismo dos loucos
O lirismo dos bêbedos
O lirismo difícil e pungente dos bêbedos
O lirismo dos clowns de Shakespeare
— Não quero mais saber do lirismo que não é libertação.
(BANDEIRA, Manuel. Poesia Completa e Prosa. Rio de Janeiro. Aguilar, 1974)
Com base na leitura do poema, podemos afirmar corretamente que o poeta:
- a) critica o lirismo louco do movimento modernista.
- b) critica todo e qualquer lirismo na literatura.
- c) propõe o retorno ao lirismo do movimento clássico.
- d) propõe o retorno ao lirismo do movimento romântico.
- e) propõe a criação de um novo lirismo.
Dica 2 – Relembre sobre os movimentos da Vanguarda Europeia nesta aula preparatória para a prova de Literatura Enem. Pronto para o Exame Nacional do Ensino Médio?
Questão 02
As dimensões continentais do Brasil são objeto de reflexões expressas em diferentes linguagens. Esse tema aparece no seguinte poema:
“(….)
Que importa que uns falem mole descansado
Que os cariocas arranhem os erres na garganta
Que os capixabas e paroaras escancarem as vogais?
Que tem se o quinhentos réis meridional
Vira cinco tostões do Rio pro Norte?
Junto formamos este assombro de misérias e grandezas,
Brasil, nome de vegetal! (….)”
(Mário de Andrade. Poesias completas. 6. ed. São Paulo: Martins Editora, 1980.)
O texto poético ora reproduzido trata das diferenças brasileiras no âmbito:
- a) étnico e religioso.
- b) linguístico e econômico.
- c) racial e folclórico.
- d) histórico e geográfico.
- e) literário e popular.
Leia para responder às questões 03, 04 e 05.
Vou-me embora pra Pasárgada
Vou-me embora pra Pasárgada
Lá sou amigo do rei
Lá tenho a mulher que eu quero
Na cama que escolherei
Vou-me embora pra Pasárgada
Vou-me embora pra Pasárgada
Aqui eu não sou feliz
Lá a existência é uma aventura
De tal modo inconseqüente
Que Joana a Louca de Espanha
Rainha e falsa demente
Vem a ser contraparente
Da hora que nunca tive
E como farei ginástica
Andarei e bicicleta
Montarei em burro brabo
Subirei no pau-de-seboTomarei banhos de mar!
E quando estiver cansado
Deito na beira do rio
Mando chamar a mãe-d’água
Pra me contar as histórias
Que no tempo de eu menino
Rosa vinha me contar
Vou-me embora pra Pasárgada
Em Pasárgada tem tudo
É outra civilizaçãoTem um processo seguro
De impedir a concepção
Tem telefone automático
Tem alcalóide à vontade
Tem prostitutas bonitas
Para a gente namorar
E quando eu estiver mais triste
Mas triste de não ter jeito
Quando de noite me der
Vontade de me matar- Lá sou amigo do rei –
Terei a mulher que eu quero
Na cama que escolherei
Vou-me embora pra Pasárgada.
Questão 03 sobre “Pasárgada”
Não é difícil definir o tema da ida para Pasárgada:
- a) busca dos prazeres libidinosos
- b) fuga espacial e temporal
- c) volta à infância
- d) amor à civilização
- e) apego ao poder
Questão 04 – sobre Pasárgada
O caráter ________ do poema se revela pela referência à possibilidade de viver plenamente a vida, sem quaisquer impedimentos.
- a) Confessional
- b) Satírico
- c) Caótico
- d) Sincrético
- e) Hermético
Para responder à questão 05, numerar a Coluna B, que contém imagens construídas pelo poeta, de acordo com a Coluna A, que indica as estrofes do poema.
Coluna A |
Coluna B |
1. Primeira estrofe. |
( ) O poder sobre o Estado e sobre as mulheres. |
2. Segunda estrofe. |
( ) O domínio sobre a tecnologia. |
3. Terceira estrofe. |
( ) A possibilidade de viver de forma natural. |
4. Quarta estrofe. |
( ) A referência a atitudes destrutivas. |
5. Quinta estrofe. |
Questão 05
A numeração correta da Coluna B, de cima para baixo, é:
a) 3 – 4 – 1 – 5
b) 2 – 3 – 5 – 4
c) 1 – 4 – 3 – 5
d) 1 – 2 – 3 – 4
e) 2 – 3 – 4 – 5
Você consegue resolver estes exercícios? Então resolva e coloque um comentário no post, logo abaixo, explicando o seu raciocínio e apontando a alternativa correta para cada questão. Quem compartilha a resolução de um exercício ganha em dobro: ensina e aprende ao mesmo tempo. Ensinar é uma das melhores formas de aprender!