Descubra por que meninas indígenas no Brasil enfrentam maior risco de gravidez precoce devido a questões sociais, culturais e estruturais.
A gravidez na adolescência é um desafio que aparece em vários países, mas no Brasil ela ganha contornos ainda mais complexos quando olhamos para as desigualdades raciais e étnicas. Entre meninas indígenas de 10 a 14 anos, os números chamam atenção e revelam uma realidade que vai muito além de estatísticas frias: envolvem vidas, oportunidades e direitos.
Neste texto, vamos mostrar de forma clara o que leva a essas altas taxas, como isso impacta a vida das meninas e quais iniciativas estão tentando mudar esse cenário. Vale a pena acompanhar para entender de perto essa questão urgente e tão presente no país.
O que os dados mostram sobre a gravidez indígena
Um estudo feito pelo Instituto de Saúde Coletiva da UFBA, pelo Cidacs/Fiocruz Bahia e pelo UNFPA apontam que quase 30% dos bebês indígenas nascidos entre 2008 e 2019 tiveram mães adolescentes. Esse número supera muito os índices observados em outros grupos. Em 2020, 28,2% das mães indígenas tinham entre 15 e 19 anos, enquanto entre mães pardas o número foi 16,7%, entre pretas 13% e entre brancas apenas 9,2%.
As diferenças regionais também são claras. O Norte e o Nordeste registram os percentuais mais altos: 24% e 20% respectivamente. No Sul e Sudeste, os números caem para 15% e 14,5%. Quando olhamos para meninas de 10 a 14 anos, a disparidade se torna ainda mais evidente: 1,54% no Norte, contra apenas 0,59% no Sudeste.
Um ponto preocupante é que, enquanto a gravidez adolescente caiu entre não indígenas na última década, os índices entre indígenas seguem acima de 25%. Isso mostra que as políticas de prevenção existentes ainda não chegam a essas comunidades ou não consideram suas realidades específicas.
