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Por que o 20 de novembro foi escolhido como Dia da Consciência Negra?

Por que o 20 de novembro foi escolhido como Dia da Consciência Negra?

Veja como o 20 de Novembro e as cotas no Brasil se conectam para enfrentar desigualdades históricas e ampliar o acesso à educação.

Se você sempre teve curiosidade para entender por que o Dia da Consciência Negra acontece no dia 20 de novembro (e não em 13 de maio, data da abolição) este conteúdo vai esclarecer tudo. Vamos voltar no tempo, revisitar momentos marcantes da nossa história e entender como essa escolha se conecta diretamente às políticas de cotas que impactam milhões de estudantes hoje.

Afinal, por que 20 de novembro?

Para responder a essa pergunta, precisamos olhar para além da Lei Áurea.

Em 1888, quando a Princesa Isabel assinou o documento que oficializou o fim da escravidão no Brasil, o país não criou nenhuma estratégia para integrar a população negra recém-liberta. Nada de terra, educação, emprego ou apoio social.

Com isso, milhões de pessoas foram deixadas à própria sorte, sem condições mínimas para reconstruir suas vidas. Por isso, muitos estudiosos e militantes afirmam que a abolição foi apenas “formal”, um processo que acabou no papel, mas não reparou séculos de violência e desigualdade.

É aqui que entra Zumbi dos Palmares

O Movimento Negro brasileiro buscava uma data que representasse não a liberdade concedida, mas a liberdade conquistada pela própria resistência negra. E encontrou essa referência em Zumbi dos Palmares.

Zumbi foi o líder mais conhecido do Quilombo dos Palmares, uma comunidade formada por milhares de pessoas negras que viveram de maneira autônoma por quase um século na Serra da Barriga, em Alagoas. Palmares é considerado o maior e mais organizado quilombo da história do Brasil, um verdadeiro símbolo de resistência.

Zumbi foi assassinado em 20 de novembro de 1695, e foi essa data que o Movimento Negro Unificado (MNU), criado em 1978, escolheu para representar a Consciência Negra. A proposta era clara: trocar o simbolismo do 13 de maio, associado a uma abolição incompleta, por uma data que honrasse a luta e a agência do povo negro.

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Luana Santos

Jornalista formada pela UFSC e redatora da Rede Enem
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