Veja o ambiente de transformação e as mudanças radicais do Modernismo. Nasceram ali os clássicos Macunaíma e também Paulicéia Desvairada. Vem com a gente revisar Literatura para o Enem!
Após a realização da Semana de Arte Moderna e ainda sob os resquícios de vaias e gritarias, surge a primeira fase modernista, de 1922 a 1930.
Nesse post você irá conhecer as características e as principais produções literárias de Mário de Andrade, que produziu intensamente neste período. Veja Macunaíma, Paulicéia Desvairada e outras obras clássicas.
Para ver Oswald de Andrade, Tarsila do Amaral, Anita Malfati, Clarice Lispectos e outros personagens do Modernismo no Brasil veja aula especial sobre a Semana de Arte Moderna aqui no link:
A primeira fase modernista é iniciada com a Semana de Arte Moderna, estende-se de 1922 a 1930 e é marcada pela caracterização da tentativa de marcar posições.
Destaques do início Modernista
Confira com a professora Camila Zuchetto, do canal do Curso Enem Gratuito, os autores que foram destaque no início do Movimento Modernista no Brasil.
As dicas da professora Camila:
- Veja no resumo quatro romancistas que se destacaram na Segunda Geração do Modernismo, também conhecida como Geração de 30: Rachel de Queiroz, Graciliano Ramos, Jorge Amado e José Lins do Rego.
- Nessa fase, o grande foco da prosa de ficção foram os romances regionalistas e urbanos. Preocupados com os problemas sociais, os autores aproximaram a prosa da linguagem coloquial e regional.
- Assim, a literatura desta fase do Modernismo mostrou a realidade de diversos locais do país, ora no campo, ora na cidade.
- O marco inicial desta fase é a publicação do romance regionalista “A Bagaceira” (1928), de José Américo de Almeida (1887-1980). Nessa obra, ele relata o tema da seca e da vida de retirantes.
- Outra obra a ser destacada é o romance “O Quinze” (1930), de Rachel de Queiroz (1910-2003), que aborda uma das maiores secas que assolou o Nordeste em 1915.
- Merece menção também José Lins do Rego (1901-1957) autor do romance “Menino de Engenho (1932)”, narrativa ambientada nos engenhos nordestinos, cuja temática explora o ciclo de açúcar no Brasil.
- Confira no vídeo-resumo da professora Camila mais dicas sobre o romance da Geração de 30 e conheça seus principais autores e obras!
Veja Mário de Andrade e o clássico Macunaíma
Assim, constitui-se um período rico em manifestações e revistas de vida efêmera, em que grupos estão à procura de definições. Veja nas imagens Mário de Andrade, o genial autor do clássico Macunaíma.Esse período é o mais substancial do movimento modernista, consequentemente pela necessidade de definições e do rompimento com todas as estruturas do passado.
Então, temos um marcante caráter anarquista e um forte sentido destruidor nessa primeira fase, assim definido por Mário de Andrade: “… se alastrou pelo Brasil o espírito destruidor do movimento modernista.
Isto é, o seu sentido verdadeiramente específico. Porque, embora lançando inúmeros processos e ideias novas, o movimento modernista foi essencialmente destruidor”.
Na imagem acima veja o quadro Vendedor de Frutas, tela da fase Pau-Brasil de Tarsila do Amaral, que une a construção cubista à fauna, à vegetação e às cores tropicais
Enquanto se busca o moderno, o original e o polêmico, o nacionalismo é manifestado em suas variadas formas, como o retorno às origens, a busca de fontes quinhentistas e de uma “língua brasileira” (a linguagem coloquial, falada nas ruas pelo seu povo), a paródias (no intento de repensar a história e a literatura brasileiras) e a valorização do índio do Brasil.
Produção literária Modernista
No final da década de 20, o nacionalismo apresenta dois lados diferentes: um nacionalismo crítico, a fim de denunciar a realidade brasileira, politicamente identificada como de esquerda e também um nacionalismo ufanista, sonhador, exagerado e identificado a partir das correntes políticas da extrema direita.Retrato de Mário de Andrade, por Tarsila do Amaral
A característica revolucionária da poesia de Mário de Andrade (1893 – 1945) é inicialmente manifestada no livro Paulicéia desvairada, que deixa para trás todas as estruturas ligadas ao passado. Veja na imagem fragmento da capa de uma das edições históricas.
O livro tem como objeto de análise a cidade de São Paulo e seu lado provinciano, o rio Tietê, a Avenida Paulista, a burguesia, a aristocracia o proletariado; uma cidade de múltiplas faces. Segue o poema de abertura:
Inspiração
São Paulo! Comoção de minha vida…
Os meus amores são flores feitas de original…
Arlequinal!… Traje de losangos…. Cinza e ouro…
Luz e bruma… Forno e inverno morno…
Elegâncias sutis sem escândalos, sem ciúmes…
Perfumes de Paris… Arys!
Bofetadas líricas no Trianon… Algodoal!…
São Paulo, comoção de minha vida…
Galicismo a berrar nos desertos da América!
Macunaíma – Herói sem caráter
Em Macunaíma, o herói sem nenhum caráter, nos deparamos, talvez, com a maior produção de Mário de Andrade. Criando um anti-herói, o autor coloca toda a atenção no espanto do índio amazônico (que nasceu preto e virou branco – síntese do povo brasileiro) com a tradição europeia na cidade de São Paulo.
A personagem Macunaíma e o seu “pensamento selvagem”, faz as transformações que bem entende: um inglês vira o London Bank, a cidade de São Paulo vira uma preguiça, e dessa maneira colocando todas as estruturas de ponta cabeça.
Mário de Andrade afirma que Macunaíma é o “herói de nossa gente”, logo nas primeiras linhas do romance, reiterando a ideia mais pra frente, diferente de outros escritores românticos, que nunca declaram a posição de herói de seus personagens, ainda que os tenham criado com essa finalidade.
Resumo da Semana de Arte Moderna de 1922
Veja com o profesor Anderson Rollo, do canal do Curso Enem Gratuito, o que foi a tão falada “Semana de Arte Moderna de 1922”, e quem foram seus protagonistas.
Exercícios sobre a primeira fase Modernista
1- (FUVEST) A presença da temática indígena em Macunaíma, de Mário de Andrade, tanto participa _________________, quanto representa uma retomada, com novos sentidos, _________________.
Mantida a sequência, os trechos pontilhados serão preenchidos corretamente por:
a) do movimento modernista da Antropofagia/do Regionalismo da década de 30.
b) do interesse modernista pela arte primitiva/do Indianismo romântico.
c) do movimento modernista da Antropofagia/do Condoreirismo romântico.
d) da vanguarda estética do Naturalismo/do Indianismo romântico.
e) do interesse modernista pela arte primitiva/do Regionalismo da década de 30.
2- (FUVEST) Assinale a alternativa correta:
a) Macunaíma é “o herói sem nenhum caráter” porque, no âmbito individual, é múltiplo e contraditório e, no plano da representação de uma coletividade, é inescrupuloso e mau caráter.
b) Macunaíma é “o herói sem nenhum caráter” por apresentar uma personalidade complexa, caracterizada a partir de traços psicológicos delineados sob um ponto de vista objetivo e científico.
c) Macunaíma é “o herói de nossa gente” por retratar, a partir dos traços múltiplos e contrastantes que o caracterizam, a coletividade brasileira, formada pela miscigenação racial e cultural.
d) Macunaíma é “o herói de nossa gente” por ser, como os brasileiros, esperto e trapaceiro, valendo-se mais da criatividade que da inteligência em suas ações.
e) Macunaíma é “o herói sem nenhum caráter” por reunir, de um ponto de vista psicológico e antropológico, as características de um povo cujo comportamento se define pela preguiça e imoralidade.
Gabarito Modernista
1- B
2- C
A presença da temática indígena em Macunaíma revela não só o interesse de Mário de Andrade pela arte primitiva, mas também apresenta uma releitura crítica do Indianismo Romântico. Se José de Alencar criou o mito do “bom selvagem”, Mário de Andrade, com a personagem Macunaíma, criou a figura do “mau selvagem”, rompendo assim com a imagem idealizada do índio brasileiro.
A obra Macunaíma, de Mário de Andrade, é resultado das pesquisas do poeta e escritor sobre a história brasileira a partir dos aspectos da vida urbana e rural do país. Podemos dizer que Macunaíma é um herói de nossa gente por apresentar semelhanças com o povo brasileiro, apresentando aspectos de nossa cultura, sendo eles primitivos ou civilizados.