Veja as profissões em alta para 2025, com salários e setores promissores. Entenda as tendências e as habilidades mais buscadas pelo mercado.

O mercado de trabalho no Brasil está passando por transformações profundas — e rápidas.
Entre novas tecnologias, mudanças na economia e nas formas de trabalhar, quem está entrando (ou se reposicionando) no mercado precisa ficar atento. Esse novo cenário pode assustar à primeira vista, mas também abre espaço para muitas oportunidades.
No mundo todo, a tendência é de reestruturação. Um relatório do Fórum Econômico Mundial de 2025 prevê a criação de 170 milhões de novos empregos até 2030, enquanto 92 milhões de postos podem deixar de existir.
Isso significa que cerca de 1 em cada 5 empregos atuais vai passar por alterações estruturais importantes, e os profissionais vão precisar se adaptar — rápido. O mais curioso é que, mesmo com tantas mudanças, a previsão é de que o desemprego global fique em torno de 5% em 2025, um dos níveis mais baixos da história.
Ou seja: não faltam vagas — o que falta é gente com as habilidades certas. O verdadeiro desafio está aí: se manter atualizado para acompanhar esse ritmo de transformação.
Um olhar para o futuro do mercado de trabalho
Saber quais são as profissões em alta 2025 antes de decidir o seu curso universitário é fundamental por vários motivos para o futuro profissional.
Primeiramente, essa informação oferece uma visão antecipada das tendências do mercado de trabalho. Compreender quais setores e profissões estão em ascensão ajuda a evitar a obsolescência precoce da formação acadêmica. Ao alinhar seus estudos com áreas em crescimento, você aumenta suas chances de entrar em um mercado de trabalho receptivo e em busca de profissionais especializados naquela área.
A universidade é um investimento considerável em tempo e recursos, e escolher um curso alinhado com as oportunidades do mercado aumenta a probabilidade de encontrar emprego após a graduação. Isso também possibilita aproveitar oportunidades de estágios, programas de desenvolvimento e redes de contatos específicos da área, preparando-se melhor para a entrada no mercado de trabalho.
Ao escolher um curso universitário baseado em profissões em alta, você também pode explorar áreas de interesse pessoal que se alinham com as demandas atuais. Assim, você consegue trabalhar em algo de que gosta, ao mesmo tempo em que aumenta a probabilidade de encontrar um trabalho gratificante e bem remunerado após a graduação.
As profissões que vão liderar o mercado no Brasil
Quando a gente fala em futuro, a tecnologia aparece como protagonista. Mas ela não está sozinha: setores como o agronegócio e os serviços essenciais também têm se reinventado e estão cheios de oportunidades.
A tecnologia continua no topo
Áreas como Inteligência Artificial (IA), ciência de dados e cibersegurança seguem crescendo — e rápido. No Brasil, por exemplo, o setor de Tecnologia da Informação (TI) forma cerca de 53 mil profissionais por ano, mas a demanda é quase três vezes maior: 159 mil por ano. Isso significa que tem muito espaço no mercado esperando por gente qualificada.
Além de estabilidade, esses cargos costumam oferecer salários bem atrativos, justamente pela escassez de profissionais com as competências necessárias. Investir em educação e qualificação pode garantir um retorno financeiro bastante interessante.
As empresas também estão exigindo conhecimentos práticos em ferramentas e linguagens como SQL, Python, R, TensorFlow, React, Node.js, Solidity e Rust. Ou seja: quem aprende na prática, sai na frente. Cursos que focam em projetos reais e simulações do dia a dia das empresas são os mais indicados para preparar você de verdade para esse novo cenário.
O agronegócio não para de crescer
Enquanto a tecnologia domina os holofotes, o agronegócio brasileiro segue firme como um dos grandes motores da economia — e do emprego. No primeiro trimestre de 2025, o setor bateu recorde e chegou a 28,5 milhões de pessoas empregadas, o que representa mais de 1 em cada 4 trabalhadores do país. Só nesse período, foram 171 mil novos empregos.
Mas não pense que é só campo e lavoura: o crescimento vem, principalmente, dos agrosserviços (transporte, armazenamento, comércio e serviços técnicos) e da agroindústria. Ou seja, tem vaga para quem trabalha com logística, tecnologia, gestão, sustentabilidade, processamento de alimentos, marketing e muito mais.
O PIB do setor deve crescer até 5% em 2025, impulsionado por uma safra histórica de mais de 325 milhões de toneladas de grãos. Além disso, iniciativas como o Agronegócio na Escola têm incentivado jovens a explorarem as várias possibilidades de carreira dentro do agro — que hoje é cada vez mais conectado, técnico e interdisciplinar.
Outras áreas em alta
Nem só de tecnologia e campo vive o mercado de trabalho. Outras áreas também estão bombando — ou passando por mudanças importantes.
De acordo com o Fórum Econômico Mundial, profissões básicas da economia como motoristas de entrega, cuidadores, educadores e trabalhadores rurais continuam em alta. Ao mesmo tempo, setores como serviços de TI, contabilidade e atendimento ao cliente também ganham destaque.
Mesmo com o avanço da automação, essas funções não estão desaparecendo — estão se reinventando. Por exemplo: um contador hoje precisa dominar ferramentas digitais e entender de análise estratégica. Já um atendente pode usar inteligência artificial para personalizar a experiência do cliente. A ideia é usar a tecnologia para potencializar o lado humano, e não substituí-lo.
Áreas criativas também ganham espaço nesse novo cenário. Profissões como criadores de conteúdo, especialistas em marketing digital, designers e artistas digitais estão em alta. Com as máquinas produzindo o básico, ganha força quem consegue criar histórias envolventes, projetos criativos e experiências digitais marcantes.
Esse crescimento simultâneo de funções supertecnológicas e funções básicas mostra que há caminhos para todos os perfis — mas também alerta: é preciso ter políticas públicas e programas de formação que acompanhem essa mudança para que ninguém fique para trás.
Áreas mais promissoras em 2025
O Guia da Robert Half apresenta um panorama abrangente das áreas que se destacarão em 2024, oferecendo um vislumbre das oportunidades que moldarão o futuro profissional.
Estas áreas, delineadas com base em setores específicos e suas demandas crescentes, representam não apenas campos de atuação, mas também fontes de promissoras trajetórias de carreira.
- Finanças e Contabilidade: abrangendo diversos segmentos, como saúde, agronegócio e varejo.
- Tecnologia: presente em indústrias como saúde, educação e setores financeiros.
- Vendas e Marketing: fundamental nos campos de agronegócio, farmacêutica e tecnologia.
- Engenharia: atuando em áreas como agronegócio, energia e mineração.
- Recursos Humanos: essencial para setores como saúde, varejo e indústria.
- Jurídico: presente em escritórios, bancos e segmentos tecnológicos e de saúde.
- Mercado Financeiro: englobando fintechs, bancos de investimento e fundos de private equity.
Esses setores, fundamentais para a estrutura e evolução de diversos segmentos da sociedade, se apresentam como terrenos férteis para aqueles que buscam construir carreiras sólidas e em constante crescimento.
Cada uma dessas áreas revela um conjunto distinto de oportunidades, desde as tradicionais até as emergentes, refletindo a intersecção entre habilidades especializadas e demandas do mercado.
Vamos explorar detalhadamente essas áreas, suas nuances e as profissões que as impulsionam, oferecendo uma visão perspicaz do que está por vir no cenário profissional de 2025.
Finanças e Contabilidade
Essa é uma das áreas mais estratégicas dentro das empresas. Profissionais que atuam com finanças, controladoria e contabilidade têm sido cada vez mais valorizados, especialmente diante da crescente necessidade de análise de dados, compliance e planejamento financeiro eficiente.
Liderança Executiva
- Diretor Financeiro – R$ 35.210 a R$ 98.760
- Controller – R$ 18.310 a R$ 42.610
Auditoria
- Gerente de Auditoria/Controles Internos – R$ 23.280 a R$ 39.260
- Auditor/Controles Internos – R$ 7.220 a R$ 18.050
Contábil/Fiscal
- Gerente Contábil/Fiscal – R$ 16.500 a R$ 33.000
- Coordenador(a) Contábil/Fiscal – R$ 12.500 a R$ 21.500
- Analista Contábil/Fiscal Sênior – R$ 6.500 a R$ 10.330
Planejamento Financeiro/Controladoria
- Gerente de Planejamento – R$ 17.000 a R$ 37.500
- Coordenador(a) de Planejamento – R$ 13.500 a R$ 22.650
- Analista de Planejamento/Controladoria Sênior – R$ 8.290 a R$ 13.930
Vendas e Marketing
Com o mercado cada vez mais digital e competitivo, os setores de vendas e marketing se tornaram fundamentais para o crescimento das empresas. Demandam profissionais criativos, estratégicos e com foco em resultados, tanto nas vendas diretas quanto nas ações de posicionamento e performance online.
Liderança Executiva
- Gerente de Produtos Digitais – R$ 14.000 a R$ 26.930
- Gerente de Marketing Digital – R$ 12.610 a R$ 27.810
- Coordenador(a) de Marketing Digital – R$ 10.000 a R$ 19.260
- Analista de Marketing Digital – R$ 5.510 a R$ 13.330
Vendas
- Gerente Nacional de Vendas – R$ 16.480 a R$ 33.730
- Gerente Regional de Vendas – R$ 10.810 a R$ 22.450
- Executivo(a) de Contas – R$ 6.740 a R$ 18.790
Marketing
- Head of Growth – R$ 15.190 a R$ 41.970
- Gerente de Marketing – R$ 17.510 a R$ 34.090
- Analista de Inteligência de Mercado – R$ 6.590 a R$ 14.110
Engenharia
A engenharia segue como um dos pilares da inovação e desenvolvimento no país. Seja no setor industrial, de projetos ou na área de infraestrutura, a demanda por profissionais com visão estratégica, técnica e foco em eficiência operacional continua alta em 2025.
Supply Chain
- Diretor(a) de Supply Chain/Suprimentos – R$ 30.550 a R$ 53.000
- Gerente de Supply Chain/Suprimentos – R$ 19.050 a R$ 29.710
- Coordenador(a) de Planejamento – R$ 11.070 a R$ 19.210
Projetos
- Gerente de Projetos/PMO – R$ 15.960 a R$ 33.570
- Especialista de Projetos – R$ 7.750 a R$ 18.280
- Gerente de Melhoria Contínua – R$ 14.060 a R$ 30.480
Indústria
- Diretor(a) de Engenharia – R$ 26.500 a R$ 43.930
- Gerente de Planta – R$ 16.800 a R$ 33.900
- Gerente de EHS / ESG – R$ 15.340 a R$ 34.290
Infraestrutura
- Gerente de Contratos – R$ 15.070 a R$ 32.280
- Gerente de Geral de Obras – R$ 14.060 a R$ 33.570
- Engenheiro(a) Civil/Infraestrutura – R$ 7.620 a R$ 14.060
Recursos Humanos
O setor de RH deixou de ser apenas operacional: hoje, é parte essencial da estratégia das empresas. Profissionais da área são fundamentais para atrair, desenvolver e reter talentos, além de estruturarem políticas de remuneração, cultura organizacional e bem-estar.
Generalista
- Diretor(a) de Recursos Humanos – R$ 32.270 a R$ 54.270
- Gerente de Recursos Humanos – R$ 19.760 a R$ 32.720
- Coordenador(a)/Especialista de Recursos Humanos – R$ 11.920 a R$ 18.060
Remuneração e Benefícios
- Gerente de Remuneração e Benefícios – R$ 22.850 a R$ 35.310
- Coordenador(a)/Especialista de Remuneração e Benefícios – R$ 13.710 a R$ 20.170
- Analista Sênior de Remuneração e Benefícios – R$ 8.800 a R$ 12.970
Administração de Pessoal
- Gerente de Administração de Pessoal/Payroll – R$ 13.810 a R$ 26.500
- Coordenador(a)/Especialista de Administração de Pessoal/Payroll – R$ 10.920 a R$ 18.030
- Analista Sênior de Administração de Pessoal/Payroll – R$ 6.280 a R$ 9.040
Jurídico
A área jurídica acompanha as transformações do mercado, com profissionais especializados em legislações específicas e atuação consultiva cada vez mais valorizada. Em 2025, áreas como tributário, cível e trabalhista continuam sendo destaque nas empresas.
Trabalhista
- Advogado(a) Sênior – R$ 7.990 a R$ 16.840
- Advogado(a) Pleno – R$ 5.720 a R$ 11.200
- Advogado(a) Júnior – R$ 4.210 a R$ 7.560
Cível
- Advogado(a) Sênior – R$ 10.650 a R$ 16.840
- Advogado(a) Pleno – R$ 7.150 a R$ 11.200
- Advogado(a) Júnior – R$ 4.840 a R$ 7.560
Tributário
- Advogado(a) Sênior – R$ 11.450 a R$ 19.550
- Advogado(a) Pleno – R$ 8.610 a R$ 14.440
- Advogado(a) Júnior – R$ 5.700 a R$ 9.600
Mercado Financeiro
O setor financeiro está sempre em evolução — e em 2025 não é diferente. Com a expansão das fintechs, investimentos e novas tecnologias, cresce a procura por profissionais que entendem de mercado, gestão de ativos e operações complexas.
Sales Trader
- Diretor(a) Executivo(a) – R$ 56.560 a R$ 86.470
- Diretor(a) – R$ 34.450 a R$ 52.630
- Analista – R$ 9.320 a R$ 14.310
Gerente de Portfólio
- Gestor de Renda Variável – R$ 26.670 a R$ 40.820
- Gestor de Renda Fixa – R$ 26.830 a R$ 41.080
Finanças
- Diretor(a) Geral de Finanças – R$ 49.390 a R$ 75.500
- Vice-presidente ou Gerente de Finanças – R$ 20.290 a R$ 31.000
- Analista de Finanças – R$ 10.090 a R$ 15.450
Operações
- Diretor(a) Geral de Operações – R$ 46.550 a R$ 71.170
- Diretor(a) de Operações – R$ 30.880 a R$ 47.250
- Vice-presidente ou Gerente de Operações – R$ 21.420 a R$ 32.850
- Analista de Operações – R$ 8.800 a R$ 13.590
Seguros
O setor de seguros vem ganhando destaque com a expansão dos produtos e a digitalização dos serviços. Com isso, cresce também a demanda por profissionais qualificados em finanças, comercial e gestão estratégica dentro das seguradoras.
Finanças
- Diretor(a) Financeiro – R$ 39.450 a R$ 59.270
- Seguros – Controller – R$ 19.580 a R$ 29.500
- Coordenador(a) de Finanças – R$ 11.380 a R$ 17.200
- Analista de Finanças – R$ 5.410 a R$ 8.110
Comercial
- Diretor(a) Comercial – R$ 29.710 a R$ 44.590
- Gerente Comercial – R$ 14.930 a R$ 22.450
- Executivo(a) de Contas – R$ 9.780 a R$ 14.830
Habilidades que vão fazer a diferença no futuro do trabalho
Em um mercado em constante evolução, a capacidade de aprender rapidamente é, por si só, uma habilidade valiosa. Especialistas preveem que cerca de 40% das competências exigidas hoje se transformarão até 2030. A receita para se destacar? Combinar hard skills (conhecimentos técnicos) com soft skills (habilidades comportamentais e humanas).
Hard skills: o que o mercado quer que você saiba fazer
Conhecimentos como inteligência artificial, big data, computação em nuvem, cibersegurança e machine learning estão entre os mais buscados. Saber usar linguagens como Python, R ou JavaScript, além de plataformas como TensorFlow, React e ferramentas de visualização de dados, pode abrir muitas portas. Mais importante do que decorar conceitos é saber usar essas ferramentas na prática. Por isso, cursos com projetos reais e aplicação em contextos do mundo do trabalho são os que mais preparam para o que vem por aí.
Soft skills: o lado humano segue essencial
As empresas estão cada vez mais de olho em habilidades como:
- Criatividade
- Resiliência
- Agilidade
- Curiosidade
- Comunicação
- Pensamento analítico
- Liderança
- Capacidade de resolver problemas em grupo
- Gestão de talentos
- Visão estratégica
Essas competências fazem toda a diferença em ambientes de trabalho cada vez mais híbridos, dinâmicos e colaborativos. E reforçam algo essencial: a tecnologia pode automatizar tarefas, mas ainda não substitui o olhar humano, a empatia e a capacidade de conexão.
O LinkedIn apontou 15 habilidades essenciais para 2025 no Brasil. Aqui vão algumas delas:
- Inteligência Artificial
- Comunicação em ambientes digitais
- Visão estratégica e liderança
- Retenção de cliente
- Resolução colaborativa de problemas
- Avaliação de desempenho
- Análise estatística
- CRM e gestão de relacionamento
- Gestão de talentos
- Desenvolvimento organizacional
- Automação de processos
- Resolução de conflitos
Desafios e oportunidades no mercado de trabalho brasileiro
Claro que nem tudo são flores. O cenário no Brasil também traz seus desafios — mas, junto com eles, surgem novas possibilidades.
Os principais desafios
- Demissões voluntárias em alta: só em janeiro de 2025, quase 38% dos desligamentos foram pedidos pelos próprios trabalhadores — muitos em busca de melhores salários, mais flexibilidade e qualidade de vida. Os jovens lideram esse movimento.
- Nova NR-01: a norma trabalhista agora exige que empresas avaliem riscos psicossociais (como estresse e assédio) na gestão da saúde e segurança. Isso exige mudanças reais nas rotinas de RH e gestão.
- MEI em alta (e com ressalvas): mais de 77% dos novos pequenos negócios em 2025 são MEIs. É um sinal de autonomia, sim — mas também pode esconder relações de trabalho precárias, sem garantias.
- Falta de qualificação: cerca de 63% dos empregadores dizem que a escassez de profissionais qualificados atrapalha a modernização de suas empresas. Ou seja, tem vaga — mas falta gente pronta pra ocupá-las.