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Que Horas Ela Volta? completa 10 anos: como aproveitar no Enem

Que Horas Ela Volta? completa 10 anos: como aproveitar no Enem

Uma década após seu lançamento, Que Horas Ela Volta? continua instigando debates sobre desigualdade e servindo como referência para o Enem.

2015 marcou um momento importante para o cinema brasileiro com o lançamento de Que Horas Ela Volta?, dirigido por Anna Muylaert. O filme chegou em um período em que o país passava por transformações sociais significativas, como a ascensão da chamada “nova classe C”, debates sobre desigualdade e a implementação de políticas de inclusão, incluindo cotas em universidades e a regulamentação dos direitos de trabalhadoras domésticas.

A narrativa acompanha a história de Jéssica, filha de uma empregada doméstica, que se muda para São Paulo em busca de uma vaga na universidade pública. Ao entrar nesse universo, ela questiona regras e limitações que sua mãe sempre aceitara, refletindo de forma clara os conflitos sociais da época. Sua estreia coincidiu com a aprovação da Lei Complementar 150, conhecida como a “PEC das Domésticas”, que garantiu direitos trabalhistas como FGTS, seguro-desemprego e adicional noturno para a categoria.

Mesmo após uma década, Que Horas Ela Volta? continua relevante. Em 2024, por exemplo, uma exibição na véspera do Dia das Mães trouxe o filme novamente para o centro das conversas nas redes sociais. O longa coloca em pauta dilemas como desigualdade de classe, servidão naturalizada e relações de poder entre patrões e empregados, e a escolha da data reforça o contraste entre dois tipos de maternidade: a pragmática da patroa e a afetiva, mas distante, da empregada.

Mais do que um filme, a obra se tornou um fenômeno cultural e sociológico, provocando reflexões sobre o Brasil de ontem e de hoje e mantendo viva a discussão sobre privilégio e hierarquias sociais.

Antes de tudo, precisamos contextualizar

A história gira em torno de Val, uma mulher pernambucana que se muda para São Paulo e dedica mais de uma década ao trabalho de empregada doméstica e babá em uma residência de classe média alta no Morumbi. Durante esse período, ela cuida de Fabinho, filho dos patrões, enquanto sua própria filha, Jéssica, cresce longe, em Pernambuco.

A dinâmica muda quando Jéssica vai para São Paulo prestar vestibular para Arquitetura na USP e se hospeda na casa da mãe. Confiante e sem receio de questionar regras implícitas, a jovem desafia a rotina da casa, revelando de forma sutil, porém contundente, as desigualdades e tensões que marcam a convivência entre patrões e empregados.

Luana Santos

Jornalista formada pela UFSC e redatora da Rede Enem
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