Aprenda a identificar o texto literário e o texto não-literário: isso pode ser cobrado na prova de Linguagens do Enem e também em outros vestibulares! Veja no resumo agora:
O professor Gustavo Machado, que dá aulas de Lietratura em cursinhos de Florianópolis, preparou uma aula bem bacana sobre a diferença entre o texto literário e não-literário. Vale para o Enem, para o Encceja, e para os vestibulares.
As provas do Enem, do Encceja e do vestibular exigem a compreensão e a interpretação de textos literários e não-literários na prova de Linguagem e suas tecnologias. Você, durante a prova, terá de responder questões acerca de um determinado texto embasando-se na leitura sistemática dele, com cautela e atenção.
Texto Não-Literário x Texto Literário
Para isso, é preciso que se compreenda o processo de formação desse texto, bem como sua estrutura para facilitar seu trabalho na hora de responder a questão e tirar nota 1000 no Enem!
Conforme as edições passadas, o Enem promete trazer textos da Literatura (principalmente da brasileira) associados a temas da atualidade em forma de notícias publicadas em jornais, revistas ou sites. Mas como saber o que é um texto literário ou não? Uma notícia de jornal é um texto literário?
O que é o texto literário?
Vamos lá: O texto literário tem um cuidado com a seleção de palavras na busca pela expressão da criatividade, ou seja, propõe uma nova maneira de ver o mundo sem estar apegado necessariamente à realidade que nos limita.
No Enem, vamos encontrar questões de literatura que usam textos literários e, para que você consiga respondê-las com êxito, é preciso que se compreenda o contexto gerador de tal produção. E é aí – no contexto – que encontramos uma diferença gritante entre o texto literário e o não literário.
No literário, há uma produção textual gerada pelo contexto social e histórico, mas dentro de uma reflexão criativa das ideias prévias do autor, isto é, o autor pode escrever de várias formas uma mesma coisa – a poesia, por exemplo.
O que é o texto não-literário?
Ao contrário disso, o texto não-literário demonstra ao leitor a realidade sempre da mesma forma em que ela se mostra para nós, sem que tenha o toque do autor – a redação do Enem deve ser um texto não-literário.
Como outros exemplos de textos não-literário, para o Enem, temos as notícias de jornais, as quais apenas relatam acontecimentos com objetividade e procura pela maior quantidade de informações.
Sabemos que a prova do Enem será redigida em um texto não literário, pois sua função, ali, é passar a você as informações necessárias para a compreensão da prova, dizendo dela algo “resolvível”, ok galera?
Resumo de Literatura
Confira agora com a professora Camila Zuchetto, do canal do Curso Enem Gratuito, uma aula-resumo super bem-humorada sobre as diferenças entre o texto literário e o texto não-literário. Veja com ela a Linguagem Literária e a Linguagem não Literária:
Mandou muito bem a professora Camila. Olha que vale a pena ver de novo!
Veja as diferenças
– Texto literário : aquele que expressa de alguma maneira o pensamento do autor de forma reflexiva e não necessariamente de acordo com a realidade. Oferece ao autor uma maior liberdade na hora da escrita, podendo ele dar o destino que bem entender ao enredo, permitindo várias leituras. (ex.: Contos, romances, poemas)
– Texto não-literário : o objetivo maior deste tipo de texto é passar ao leitor informações. Portanto, o autor deve ser imparcial e objetivo no jeito de escrever, oferecendo apenas uma interpretação daquilo que está sendo dito. (ex.: notícias e livros didáticos)
Assim, sendo objetivo e não literário, vamos te ajudar a resolver as provas do vestibular ou do Enem caracterizando os textos para que você possa interpretá-los de forma fácil e bem certinho. Este é o ponto de partida de nossa jornada rumo a uma vaga na tão sonhada Universidade. Estamos juntos nesse desafio, galera, e é com esforço e muito estudo que se alcança o destino!
Os Gêneros Literários
Confira agora uma aula pra você ficar esperto(a) em relação aos Gêneros Literários. Eles “eram três”, mas agora “são quatro”. Confira agora para não pagar mico na prova do Enem:
Captou a mudança que aconteceu? Então, revisão encerrada. Hora de testar seu nível nos exercícios:
Exercícios: textos literários ou não
Leia os fragmentos abaixo para responder às questões que seguem:
TEXTO I
O açúcar
O branco açúcar que adoçará meu café
nesta manhã de Ipanema
não foi produzido por mim
nem surgiu dentro do açucareiro por milagre.
Vejo-o puro
e afável ao paladar
como beijo de moça, água
na pele, flor
que se dissolve na boca. Mas este açúcar
não foi feito por mim.
Este açúcar veio
da mercearia da esquina e tampouco o fez o Oliveira, dono da mercearia.
Este açúcar veio
de uma usina de açúcar em Pernambuco
ou no Estado do Rio
e tampouco o fez o dono da usina.
Este açúcar era cana
e veio dos canaviais extensos
que não nascem por acaso
no regaço do vale.
Em lugares distantes, onde não há hospital
nem escola,
homens que não sabem ler e morrem de fome
aos 27 anos
plantaram e colheram a cana
que viraria açúcar.
Em usinas escuras,
homens de vida amarga
e dura
produziram este açúcar
branco e puro
com que adoço meu café esta manhã em Ipanema.
fonte: “O açúcar” (Ferreira Gullar. Toda poesia. Rio de Janeiro, Civilização Brasileira, 1980, pp.227-228)
TEXTO II
A cana-de-açúcar
Originária da Ásia, a cana-de-açúcar foi introduzida no Brasil pelos colonizadores portugueses no século XVI. A região que durante séculos foi a grande produtora de cana-de-açúcar no Brasil é a Zona da Mata nordestina, onde os férteis solos de massapé, além da menor distância em relação ao mercado europeu, propiciaram condições favoráveis a esse cultivo. Atualmente, o maior produtor nacional de cana-de-açúcar é São Paulo, seguido de Pernambuco, Alagoas, Rio de Janeiro e Minas Gerais. Além de produzir o açúcar, que em parte é exportado e em parte abastece o mercado interno, a cana serve também para a produção de álcool, importante nos dias atuais como fonte de energia e de bebidas. A imensa expansão dos canaviais no Brasil, especialmente em São Paulo, está ligada ao uso do álcool como combustível.
(Comentários sobre os textos: “O açúcar” e “A cana-de-açúcar” )
1) Para que um texto seja literário:
a) basta somente a correção gramatical; isto é, a expressão verbal segundo as leis lógicas ou naturais.
b) deve prescindir daquilo que não tenha correspondência na realidade palpável e externa.
c) deve fugir do inexato, daquilo que confunda a capacidade de compreensão do leitor.
d) deve assemelhar-se a uma ação de desnudamento. O escritor revela ao escrever, revela o mundo, e em especial o Homem, aos outros homens.
e) deve revelar diretamente as coisas do mundo: sentimentos, ideias, ações.
Resposta:
D – Esta alternativa está correta,
pois ela remete ao caráter
reflexivo do autor de um texto
literário, ao passo em que ele
revela a às pessoas o “seu mundo”
de maneira peculiar.
2) Sobre o textos I e II, só é possível afirmar que:
I. O texto I é literário também pela forma com que se apresenta.
II. O texto II poderia ser literário pela forma.
III. Pela pluralidade significativa da linguagem, só é possível afirmar que o literário é o texto II.
Está(ao) correta(s) apenas
a) a I e a II
b) a II e a III
c) a I e a III
d) apenas a II
e) Todas estão corretas
Resposta:
A – A I e a II estão corretas,
no entanto, a III fala
justamente o contrário
do esperado: o texto literário
é o I e o não-literário o II.
3) Ainda com relação ao textos I e II, assinale a opção incorreta
a) No texto I, em lugar de apenas informar sobre o real, ou de produzi-lo, a expressão literária é utilizada principalmente como um meio de refletir e recriar a realidade.
b) No texto II, de expressão não-literária, o autor informa o leitor sobre a origem da cana-de-açúcar, os lugares onde é produzida, como teve início seu cultivo no Brasil, etc.
c) O texto I parte de uma palavra do domínio comum – açúcar – e vai ampliando seu potencial significativo, explorando recursos formais para estabelecer um paralelo entre o açúcar – branco, doce, puro – e a vida do trabalhador que o produz – dura, amarga, triste.
d) O texto I, a expressão literária desconstrói hábitos de linguagem, baseando sua recriação no aproveitamento de novas formas de dizer.
e) O texto II não é literário porque, diferentemente do literário, parte de um aspecto da realidade, e não da imaginação.
Resposta:
E – o texto I também fala da realidade, mas com um cunho diferente do texto II.
No primeiro há uma colocação diferenciada por parte do autor em que o objetivo não é unicamente passar informação, existem outros “motivadores” por trás desta escrita.