A Universidade de São Paulo (USP) aprovou a criação de um bônus de 5% na nota do vestibular de candidatos que se declararem negros, pardos ou indígenas.
O Conselho de Graduação da Universidade de São Paulo (USP) aprovou, na tarde de ontem, a criação de um bônus de 5% no vestibular para candidatos de escolas públicas que se declararem negros, pardos ou indígenas. Com a aprovação, um aluno negro ou indígena que cursou a educação básica em escola pública poderá ter um bônus de até 25% na nota do vestibular. Sem o critério racial, o bônus para a escola pública será de até 20%. O acréscimo máximo era de 15% na nota até este ano.
A proposta aprovada representa o abandono quase total do plano de cotas lançado pelo governador de São Paulo Geraldo Alckmin em 2012, em parceria com os reitores da USP, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e da Universidade Estadual Paulista (Unesp). O Blog do Enem já fez um post explicando esse plano, você pode acessa-lo no link.
Uma das divergências entre a proposta aprovada pela USP e o plano de Alckmin é o prazo para alcançar as metas de inclusão que o governo havia proposto. documento elaborado pelo Conselho de Graduação diz que a USP só teria condições de alcançar 50% de inclusão de alunos de escola pública em 2018, não em 2016, como previa o plano de Alckmin, o Programa de Inclusão com Mérito no Ensino Superior Paulista (Pimesp).
Apesar da proposta ter sido aprovada ontem pelo Conselho de Graduação, ela ainda precisa ser votada e aprovada no Conselho Universitário para valer já para o próximo vestibular da USP.
Outra proposta aprovada foi a criação de um cursinho pré-vestibular para mil alunos, oferecido anualmente e com duração de dez meses. As vagas serão destinadas para quem estudou na rede pública e prestou a prova da Fuvest, mas não conseguiu uma vaga na USP. A primeira edição do cursinho, de caráter experimental, será oferecida a partir de agosto, com duração de cinco meses e aulas ministradas por alunos de Licenciatura, supervisionados por alunos de pós-graduação. As aulas vão acontecer na Cidade Universitária, zona oeste da capital de São Paulo.
A grande maioria dos alunos que estudam na USP hoje veio de escolas particulares, é branca e tem bom nível econômico. Entre 2012 e 2013, o porcentual de alunos de escola pública na USP passou de 28% para 28,5%. Levando em conta apenas as dez carreiras mais concorridas, só 19% dos matriculados vieram da rede pública. Nesses dez cursos, metade dos ingressos é das classes A e B (com renda acima de R$ 6.220). E só quatro negros conseguiram se matricular.
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Fonte: Estadão