Variações linguísticas são diferenças de interpretação e de construção de sentidos das palavras de um idioma. Teste o que você sabe sobre o tema com questões do Enem e vestibulares!
O Enem e os vestibulares sempre cobram conteúdos relacionados às transformações do idioma em diferentes épocas e espaços. Por isso você não pode deixar de conferir nosso resumo e exercícios sobre variações linguísticas. Assim você chega nas provas preparado para as questões de Linguagens!
Resumo sobre variações linguísticas
Variações linguísticas são as diferentes maneiras de se falar um mesmo idioma. A língua portuguesa pode variar, por exemplo, de acordo com o lugar onde é falado. O português de Portugal é diferente do português do Brasil, não é mesmo?
O idioma também pode variar conforme o contexto: veja a diferença entre a língua falada e a escrita. Cada contexto, local e situação possuem as suas particularidades e isso se transmite à linguagem.
Portanto, podemos entender as variações linguísticas da seguinte forma: a língua é a forma que os humanos tem de entender o seu universo interno e externo. Ou seja: a idade, o gênero, o meio social, o espaço geográfico e a época são elementos que tornam a língua peculiar, diferente e única.
Exemplos de variações
Confira agora com a professora Mercedes Bonorino, do canal do Curso Enem Gratuito, uma introdução com exemplos da variações da Linguagem.
De acordo com Fernando Pestana, as variações podem se classificar como:
- Diacrônicas ou históricas: ocorrem quando a língua apresenta mudanças dentro da linha do tempo.
- Diatópicas, de natureza geográfica, regional ou dialetal: são aquelas que apresentam mudanças de região para região, o que simplesmente conhecemos como sotaque (pronúncia típica de uma região).
- Distráticas, de natureza social ou cultural: são as variações ocorridas em razão da convivência entre os grupos sociais.
- Diafásicas, de natureza situacional ou expressiva: se dão em função do contexto comunicativo, ou seja, a ocasião determina o modo como vamos falar com o interlocutor, podendo ser formal ou informal.
O diálogo entre Chico Bento e Zé Lelé é um exemplo de variação linguística diatópica.
Questões resolvidas – Linguagem Informal
Confira com a professora Mercedes as dicas para você resolver as questões de Linguagem nas provas do Enem e dos vestibulares.
Exercícios sobre variações linguísticas
Em seguida, resolva os exercícios sobre variações linguísticas. Depois das questões tem mais conteúdo sobre o preconceito linguístico, que também é um tema que costuma aparecer no Enem.
Sumário do Quiz
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Pergunta 1 de 10
1. Pergunta
(UFG GO/2011)
Leia o seguinte fragmento de I-Juca Pirama, de Gonçalves Dias, e o poema verão, de Luís Araujo Pereira.
I
No meio das tabas de amenos verdores,
Cercado de troncos – cobertos de flores,
Alteiam-se os tetos d’altiva nação;
São muitos seus filhos, nos ânimos fortes,
Temíveis na guerra, que em densas coortes
Assombram das matas a imensa extensão.
São rudos, severos, sedentos de glória,
Já prélios incitam, já cantam vitória,
Já meigos atendem à voz do cantor:
São todos Timbiras, guerreiros valentes!
Seu nome lá voa na boca das gentes,
Condão de prodígios, de glória e terror!
As tribos vizinhas, sem forças, sem brio,
As armas quebrando, lançando-as ao rio,
O incenso aspiraram dos seus maracás:
Medrosos das guerras que os fortes acendem,
Custosos tributos ignavos lá rendem,
Aos duros guerreiros sujeitos na paz.
No centro da taba se estende um terreiro,
Onde ora se aduna o concílio guerreiro
Da tribo senhora, das tribos servis:
Os velhos sentados praticam d’outrora,
E os moços inquietos, que a festa enamora,
Derramam-se em torno dum índio infeliz.
DIAS, Gonçalves. I-Juca Pirama. In: I-Juca Pirama seguido de Os Timbiras.
Porto Alegre: L&PM Pocket, 1997. p. 11.verão
águas
que se movem
como pêndulos
cegos
ninguém no píer
na quase-ilha
península
la presqu’île
Sol a pino
mar
que molda rochedos
e despeja
sargaços na praia
e
deixa em todos os portos
um pouco
dos meus degredos
PEREIRA, Luís Araujo. Minigrafias. Goiânia: Cânone, 2009. p. 39.
Ao contrário do fragmento de I-Juca Pirama, constatam-se no poema verão:
Correto
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Pergunta 2 de 10
2. Pergunta
(ENEM/2010)
Quando vou a São Paulo, ando na rua ou vou ao mercado, apuro o ouvido; não espero só o sotaque geral dos nordestinos, onipresentes, mas para conferir a pronúncia de cada um; os paulistas pensam que todo nordestino fala igual; contudo as variações são mais numerosas que as notas de uma escala musical. Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará, Piauí têm no falar de seus nativos muito mais variantes do que se imagina. E a gente se goza uns dos outros, imita o vizinho, e todo mundo ri, porque parece impossível que um praiano de beira-mar não chegue sequer perto de um sertanejo de Quixeramobim. O pessoal do Cariri, então, até se orgulha do falar deles. Têm uns tês doces, quase um the; já nós, ásperos sertanejos, fazemos um duro au ou eu de todos os terminais em al ou el – carnavau, Raqueu… Já os paraibanos trocam o l pelo r. José Américo só me chamava, afetuosamente, de Raquer.
Queiroz, R. O Estado de São Paulo. 09 maio 1998 (fragmento adaptado).
Raquel de Queiroz comenta, em seu texto, um tipo de variação linguística que se percebe no falar de pessoas de diferentes regiões. As características regionais exploradas no texto manifestam-se
Correto
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Pergunta 3 de 10
3. Pergunta
(FGV /2003)
1 Pode-se abordar o estudo das organizações asseverando a unicidade de toda estrutura social e evitando qualquer generalização, até que se tenha à mão prova empírica de similaridade bem aproximada. Foi esse o ponto de vista aconselhado à equipe de pesquisa da Universidade de Michigan pelos líderes de quase todas as organizações estudadas. – Nossa organização é única; de fato, não podemos ser comparados a qualquer outro grupo, declarou um líder ferroviário. Os ferroviários viam seus problemas organizacionais como diferentes de todas as demais classes; o mesmo acontecia com os altos funcionários do governo. Os dirigentes das companhias de seguros reagiam da mesma forma, o que também era feito pelos diretores de empresas manufatureiras, grandes e pequenas.
2 Entretanto, no momento em que começavam a falar de seus problemas, as reivindicações que faziam de sua unicidade tornavam-se invalidadas. Através de uma análise de seus problemas teria sido difícil estabelecer diferença entre o diretor de uma estrada de ferro e um alto funcionário público, entre o vice-presidente de uma companhia seguradora e seu igual de uma fábrica de automóveis. Conquanto haja aspectos únicos em qualquer situação social, também existem padrões comuns e, quanto mais nos aprofundamos, maiores se tornam as similaridades genotípicas.
3 Por outro lado, o teorista social global pode ficar tão envolvido em certas dimensões abstratas de todas as situações sociais que ele será incapaz de explicar as principais origens de variação em qualquer dada situação. O bom senso indica para esse problema a criação de uma tipologia. Nesse caso, são atribuídos às organizações certos tipos a respeito dos quais podem ser feitas generalizações. Assim, existem organizações voluntárias e involuntárias, estruturas democráticas e autocráticas, hierarquias centralizadas e descentralizadas, associações de expressão e aquelas que agem como instrumentos. As organizações são classificadas de maneira ainda mais comum, de acordo com suas finalidades oficialmente declaradas, tais como educar, obter lucros, promover saúde, religião, bem-estar, proteger os interesses dos trabalhadores e recreação.
(Adaptado de KATZ, Daniel e KAHN, Robert L. p. 134-135. “Psicologia Social das Organizações”. São Paulo: Atlas, 1970.)Obs.:”Asseverando” significa afirmando com certeza, assegurando.
Observe a frase “Os ferroviários viam seus problemas organizacionais como diferentes de todas as demais classes” (ref. 1). Nela, para que a mensagem estivesse totalmente explícita, faltaria acrescentar uma palavra. Trata-se de:
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Pergunta 4 de 10
4. Pergunta
(ESCS DF/2010)
INSÔNIAS
Carlos Heitor Cony
Um dos argumentos usados para promover a venda de canais a cabo foi o da insônia. A TV dita aberta tinha o hábito de sair do ar por volta das duas da manhã. E alguns canais saíam antes, outros depois.
Aqueles que, por um motivo ou por outro, não estavam dormindo nem fazendo coisa melhor e ligavam o aparelho em busca de alguma coisa para ver ficavam condenados aos chuviscos. Com o advento da TV por assinatura, os insones poderiam dispor de entretenimento, cultura, lazer, o diabo.
Pois sim. Outro dia – aliás, outra noite dessas -, dormi a tarde inteira e, à noite, fiquei sem sono. Fui testar as maravilhas prometidas pelas duas TVs a cabo que aluguei.
Por Júpiter! Nada daquilo me interessava. Não pretendo comprar tapetes, não vou adquirir complicadíssimos aparelhos de malhação, não rezo o terço bizantino, não posso nem quero testar as receitas culinárias oferecidas e demonstradas.
A vida sexual dos golfinhos nunca me interessou e minhas preocupações presentes, passadas e futuras não estão nas grutas pré-históricas do Tibete. Tampouco preciso exorcizar os demônios que me frequentam, convivo bem com todos eles. Mudei o canal para uma cena incompreensível. Dois javalis ou coisas equivalentes disputavam uma fêmea, acho que da mesma espécie. Era um pornô animal narrado cientificamente por um especialista de um instituto canadense.
Apertei mais uma vez o controle remoto e vi um sujeito barbado lendo um texto apocalíptico e anunciando o fim do mundo. Ao contrário de me despertar, deu-me sono letal. E voltei para a cama, donde não deveria ter saído.
A frase do texto que mostra uma variação informal do uso da língua é:
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Pergunta 5 de 10
5. Pergunta
(UFMS/2009)
Leia o fragmento abaixo, extraído do conto “Entre a neve”, de Eça de Queiroz.
A neve caía, lentamente.
A neve ia caindo direita e vaga…
A neve caía triste.
A neve caía desfeita e branca.
A neve caía, contínua, silenciosa.
Assinale a(s) proposição(ões) correta(s).
Correto
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Pergunta 6 de 10
6. Pergunta
(UPE/2008)
O maiúsculo e o minúsculo
(1)É lastimável quando alguém simplifica em demasia as realidades complexas: perde a proporção dos fatos e se põe a fazer afirmações desprovidas de qualquer fundamento. Enquanto essas simplificações permanecem nos limites estritos do idiossincrático, parece não haver maiores problemas, afinal cada um acredita naquilo que bem lhe apraz. Contudo, quando essas simplificações ultrapassam tais limites e começam a sustentar ações com repercussão para além do idiossincrático, a situação se torna, no mínimo, preocupante.
(2)É o que tem ocorrido ultimamente com certa discussão em torno da língua. Nessa área, há, sem dúvida, questões maiúsculas a serem enfrentadas. O Brasil precisa desencadear um amplo debate com vista à elaboração de uma nova política lingüística para si, superando os efeitos deletérios de uma situação ainda muito mal resolvida entre nós.
(3)Essa nova política deverá, entre outros aspectos, reconhecer o caráter multilingüe do país (o fato de o português ser hegemônico não deve nos cegar para as muitas línguas indígenas, européias e asiáticas que aqui se falam, multiplicidade que constitui parte significativa do patrimônio cultural brasileiro). Ao mesmo tempo, deverá reconhecer a grande e rica diversidade do português falado aqui, vencendo, de vez, o mito da língua única e homogênea.
(4)Será preciso incluir, nessa nova política, um combate sistemático a todos os preconceitos lingüísticos que afetam nossas relações sociais e que constituem pesado fator de exclusão social. E incluir, ainda, um incentivo permanente à pesquisa científica da complexa realidade lingüística nacional e à ampla divulgação de seus resultados, estimulando com isso, por exemplo, um registro mais adequado, em gramáticas e dicionários, da norma-padrão real, bem como das demais variedades do português, viabilizando uma comparação sistemática de todas elas, como forma de subsidiar o acesso escolar (hoje tão precarizado) ao padrão oral e escrito.
(5)Apesar de termos essas tarefas maiúsculas à frente, foi uma questão minúscula que, a partir de uma grosseira simplificação dos fatos, acabou por tomar corpo em prejuízo de todo o resto: a presença de palavras da língua inglesa em nosso cotidiano.
(6)Uma observação cuidadosa e honesta dos fatos nos mostra que, proporcionalmente ao tamanho do nosso léxico (composto por cerca de 500 mil palavras), esses estrangeirismos não passam de uma insignificante gota d’água (algumas poucas dezenas) num imenso oceano.
(7)Mostra-nos ainda mais (e aqui um dado fundamental): muitos deles, pelas próprias ações dos falantes, estão já em pleno refluxo (a maioria terá, como em qualquer outra época da história da língua, vida efêmera).
(Carlos Alberto Faraco. Folha de S. Paulo. 13/05/2001.)
O Texto A traz referências à questão da variação lingüística. Quanto ao desenvolvimento desse tema, e com base nas informações dadas no texto, analise as seguintes considerações.
I. O Brasil pode ser reconhecido como um espaço geográfico-cultural que abarca línguas de diferentes origens, embora o português seja, no país, a língua dominante.
II. A hegemonia do português de que fala o texto A significa a superioridade intrínseca dessa língua em relação às outras aqui faladas. As línguas indígenas, por exemplo, são línguas mais pobres que o português.
III. Os preconceitos lingüísticos têm funcionado como fatores de discriminação social. Isso se deve ao fato de que existem grandes simplificações em torno das questões lingüísticas, concretamente, em torno das variedades do português.
IV. Pesquisas científicas poderiam fundamentar uma compreensão mais consistente da complexa realidade lingüística nacional, a qual não se deve render a simplificações peculiares a determinados grupos sociais.
V. A visão de uma língua única e homogênea, com uma norma-padrão devidamente registrada, poderia subsidiar um ensino mais satisfatório e relevante da língua portuguesa.Estão CORRETAS apenas as considerações feitas nos itens:.
Correto
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Pergunta 7 de 10
7. Pergunta
(UNIMONTES MG/2008)
Pérolas, porcos e patetas
Bia Abramo
1“Graças a Deus, nunca fui de ler livro.” A frase, definitiva, é de uma das ilustres celebridades criadas no laboratório do “BBB”, um tal de Fernando.
É má política ficar indignado com aquilo que já sabemos não ser digno de atenção, mas, ainda assim, por vezes a estupidez dá tais sustos na gente que é difícil ficar impassível.
5Neste caso, o mais intrigante não é, evidentemente, o fato de o moço não ser de “ler livros”. A cultura escrita não goza lá de muito prestígio entre nós, brasileiros, falando de maneira bem genérica. Se consideramos o microcosmo do “BBB” — gente jovem, considerada bonita, com pendores exibicionistas, ambição de se tornar celebridade e propensa a ganhar dinheiro fácil —, o índice deve tender a quase zero.
O mais revelador é o alívio com que ele se expressa, como a dizer: “Graças a Deus não fui 10amaldiçoado com essa estranhíssima vontade, esse gosto bizarro, esse defeito de caráter”. Qual é, exatamente, a ameaça que se pensa haver nos livros, ficamos sem saber, mas o temor de pertencer ao esquisito grupo daqueles que “são de ler livro” fala por si só.
Por outro lado, é nesses momentos de espontaneidade real que o “BBB” tem algum interesse. Embora aqueles que chegaram ao programa não sejam, a rigor, representativos de nada, nessas brechas 15escapa o que vai na cabeça dessas moças e rapazes, de certa forma parecidos com os que estão do lado de fora. O desprestígio do conhecimento letrado é marca funda da sociedade brasileira — e, quando é formulado com tanta veemência e clareza, é preciso prestar atenção.
Enquanto isso, na universidade de Aguinaldo Silva, o pau come. Na novela “Duas Caras”, a instituição de ensino é palco de uma luta renhida entre aqueles que “querem estudar” — para vencer na 20vida, não mais do que isso; estudar aqui tem um valor de troca muito claro — e o bando de baderneiros e oportunistas, identificados como “de esquerda”, que querem tumultuar o projeto “eficiente” do reitor, um ex-militante convertido ao ensino privado.
Todos estudam lá — as mulatas sestrosas da favela, as patricinhas do condomínio, a mulher adulta que volta à sala de aula. Só não se sabe, ao certo, o que se estuda — embora haja gente empunhando livros e cadernos, não há uma indicação sequer (nem nos diálogos, nem nas trajetórias dos personagens) de que, em uma universidade, ao contrário dos shoppings do ensino, deva se produzir conhecimento e que o conhecimento de verdade é transformador. Justamente o que deve temer o “brother” Fernando.
Folha de São Paulo, 3/2/2008
Com base no que se sabe a respeito de Variação Lingüística, de Níveis de Fala e Norma Culta, é CORRETO afirmar a respeito da gíria “o pau come”, usada nesse texto:
Correto
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Pergunta 8 de 10
8. Pergunta
(UPE/2006)
Coração bate de novo no compasso da serenata
As cenas são centenárias, mas não há quem não sonhe ser a mocinha ou o mocinho que cruzam olhares no embalo de uma serenata, que tenham nos olhos o reflexo da chama amarelada das velas sobre a mesa de jantar e que, emocionados, molhem o sorriso com lágrimas na entrega da rosa.
O comportamento parece ridículo, mas também não há quem não sonhe em ficar sentado horas esperando o telefone tocar para, depois, relembrar palavra por palavra dada do outro lado da linha; escrever frases bregas no cartãozinho mais brega ainda (e achar um exemplo de bom gosto e originalidade); ficar sem fome (ou comer demais); ouvir música (melosa) sem descanso e perder o maior tempo imaginando os passos do outro.
Não há quem não queira ser o motivo da “loucura” e da inspiração (mesmo desastrada) para o versinho que vem assinado pelo Chuchu, pelo Fofo ou pela Gatinha – apelidos que fazem o resto do mundo cair na gargalhada e ele(a) se sentir realmente fofo, um chuchu ou uma gatinha. Os últimos românticos ganharam milhões de companheiros.
O romantismo sobreviveu a todas as formas de revoluções de comportamento. Ele pode ter emprestado as vestes da modernidade, mas, despido, ainda tem as velhas formas que emocionam todas as gerações. Não há como negar. Não há quem não queira ser o te do Eu te amo.
(Márcia Guerreiro, O Estado de São Paulo, 12 jun. 1994.)
A partir de noções ligadas à questão da ‘variação lingüística’, avalie os comentários que são feitos a seguir.
I. O fato de um texto ser escrito para tornar-se uma comunicação pública – como aconteceu com o texto D – justifica a opção pela norma padrão da língua, a norma socialmente prestigiada.
II. O tema desenvolvido no texto D bem como os contextos mais prováveis de sua circulação motivaram o uso de uma linguagem mais informal. A opção por certos diminutivos e a escolha de certas palavras atestam esse teor mais coloquial do texto.
III. Sob a perspectiva da variação lingüística, não existe ‘língua intrinsecamente melhor ou pior’. Existe língua mais adequada ou menos adequada às condições da situação em que ocorre. O texto D poderia ser inadequado, se dirigido a crianças menores.
IV. Um trecho como “o reflexo da chama amarelada das velas sobre a mesa de jantar” desvirtua a dimensão jornalística do texto. A metáfora é um recurso reservado à linguagem poética e artística.
V. A declaração “Eu te amo” poderia, aqui no Brasil e em um contexto menos formal, assumir a formulação “Te amo”. O pronome no início do período, nesse caso, confirmaria o uso corrente do português brasileiro.Os comentários corretos estão presentes nos itens:
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Pergunta 9 de 10
9. Pergunta
(IFPE/2014)
AS ANDORINHAS
Torre feita de cantos e de plumas
ou feitas de argamassa as andorinhas?
A simbiose do pouso nos litúrgicos
beirais e a migração de alvenaria.
Era a torre da igreja ornitológica,
onde a cor da manhã se suspendia.
Era uma ave de bronze na gaiola,
Era a língua do sino presa à corda.
Mas quando, no intervalo dessa pena,
no seu repique matinal batia,
era a coletivíssima revoada:
asas de cal e músicas de penas,
caindo todas pelo chão da praça
como se a torre se despedaçasse.
Mauro Mota
Disponível em: <http://www.jornaldepoesia.jor.br/mmota1.html>.
Acesso em: 05abril2014.A respeito da linguagem figurada presente no poema “As Andorinhas”, é correto afirmar que:
Correto
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Pergunta 10 de 10
10. Pergunta
(UFPA/2009)
A arte de ser feliz
Cecília Meirelles
01Houve um tempo em que minha janela se abria sobre uma cidade que parecia ser feita de 02giz. Perto da janela havia um pequeno jardim quase seco. Era uma época de estiagem, de terra 03 esfarelada, e o jardim parecia morto. Mas todas as manhãs vinha um pobre com um balde, e, em 04silêncio, ia atirando com a mão umas gotas de água sobre as plantas. Não era uma rega: era uma 05espécie de aspersão ritual, para que o jardim não morresse. E eu olhava para as plantas, para o 06homem, para as gotas de água que caíam de seus dedos magros e meu coração ficava 07completamente feliz. Às vezes abro a janela e encontro o jasmineiro em flor. Outras vezes encontro 08nuvens espessas. Avisto crianças que vão para a escola. Pardais que pulam pelo muro. Gatos que 09abrem e fecham os olhos, sonhando com pardais. Borboletas brancas, duas a duas, como refletidas 10no espelho do ar. Marimbondos que sempre me parecem personagens de Lope de Vega. Ás vezes, 11um galo canta. Às vezes, um avião passa. Tudo está certo, no seu lugar, cumprindo o seu destino. E 12eu me sinto completamente feliz. Mas, quando falo dessas pequenas felicidades certas, que estão 13 diante de cada janela, uns dizem que essas coisas não existem, outros que só existem diante das 14minhas janelas, e outros, finalmente, que é preciso aprender a olhar, para poder vê-las assim.
http://www.alb.com.br/revistas
Considerando-se o emprego da linguagem conotativa, é possível afirmar que, no trecho
“Mas, quando falo dessas pequenas felicidades certas, que estão diante de cada janela, uns dizem que essas coisas não existem, outros que só existem diante das minhas janelas, e outros, finalmente, que é preciso aprender a olhar, para poder vê- las assim.”
a palavra em destaque significa
Correto
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Preconceito linguístico
O modo de falar ou de escrever de uma pessoa pode ser fonte de discriminação social. O nome deste fenômeno é preconceito linguístico. Veja agora com a professora Mercedes Bonorino, do canal do Curso Enem Gratuito:
Bons estudos!