O tema da crise hídrica pode cair na Redação do Enem, ou nas questões de Geografia, Física e Biologia. O assunto envolve meio-ambiente, a ação do homem sobre a natureza, a dependência do país na energia hidrelétrica, mudanças climáticas, desmatamentos e queimadas ilegais. Veja agora:
Chove cada vez menos no país desde 2014. Pode faltar água na geração de energia e até para o consumo humano. São consequências da crise hídrica e de sucessivos erros de planejamento. Confira agora no resumo Enem.
Os dados científicos coletados em 2020 e 2021 mostram no ciclo a maior crise hídrica em 91 anos de monitoramento. Ao mesmo tempo, a população cresceu, demandando mais água potável,. As indústrias e a agricultura demandam água como insumo direto. E, toda a sociedade consome e demanda mais energia elétrica.
Os dados da crise hídrica:
- O consumo de energia elétrica está em alta. Cresceu 7,7% de 2020 para 2021;
- Por outro lado, os reservatórios estão nos níveis mais baixos desde 2014;
- O país tem oito anos consecutivos de redução no volume de chuvas;
- A dependência de energia hidrelétrica é de 63,5% na matriz energética do país:
- Para tentar reduzir o consumo de energia elétrica o governo aumentou em até 52% o preço ao consumidor em 2021.
Muita gente estranha quando se fala de crise hídrica e de seca no Brasil. Afinal, desde o Ensino Fundamental todo mundo aprende que o país tem as maiores Bacias Hidrográficas, com as principais reservas de água doce do mundo, rios colossais como o Amazonas, o Paraná, Araguaia e São Francisco.
Você também aprendeu que o brasil tem gigantescos lagos artificiais, com água represada para produção de energia, como nas usinas de Itaipu, Furnas e Sobradinho, entre outras.
Por que acontece a crise hídrica?
Esta questão é chave para você conseguir fazer um raciocínio correto numa questão do Enem, ou na hora de desenvolver um tema de redação: Se o Brasil é abundante no requisito “água”, como e por quê acontece a crise hídrica?
A Crise Hídrica no país tem duas dimensões importantes. A primeira é a disponibilidade de água para o consumo humano, para uso na produção industrial e na agricultura. A segunda dimensão é a da disponibilidade regular e anual de água das chuvas e nascentes para manter um volume mínimo de vazão nos rios e represas, para gerar energia elétrica.
Chove menos, e o país não criou alternativas
O regime de chuvas no Brasil está se modificando nas últimas décadas. Os grandes rios e os principais reservatórios do país dependem da chuva que cai nas regiões Sudeste e Centro-Oeste.
A principal origem das chuvas nestas regiões está nos “rios voadores”, que é o nome que se dá ao fenômeno da evapotranspiração na região amazônica, e transportando esta umidade para formar as nuvens que desaguam em chuva no Sudeste e no Centro-Oeste, que respondem pela alimentação de 70% dos reservatórios do país, seguidos pelo Nordeste, com 18% da capacidade.
Os Rios Voadores da Amazônia
Porém, as mudanças climáticas com o aumento da atmosfera na superfície da terra, o aumento da temperatura dos oceanos, e somados ao mau uso do solo, a derrubada de matas e florestas na Região Amazônica, e as queimadas ilegais estão entre os fatores que têm provocado a diminuição das chuvas no Hemisfério Sul. A queda no volume de chuvas que cai nas regiões Sudeste e Centro-Oeste é constante desde 2014, com oito anos seguidos.
E, em todo o país, a degradação de áreas de nascentes, provocando a redução da vazão natural nos mananciais, contribui para tornar ainda mais grave a situação. De 1985 a 2018 o Brasil perdeu 87 milhões de hectares de cobertura vegetal nativa (mais de 10% do território);
Como a quantidade de água trazida pelas chuvas está diminuindo, todas as dimensões da Crise Hídrica estão afetadas. Tanto nos reservatórios para consumo urbano, industrial ou agrícola, nas represas para geração de energia, e no transporte fluvial.
O movimento de cargas no transporte fluvial fica comprometido das hidrovias quando os rios ficam abaixo de um nível mínimo necessário para garantir a navegabilidade.
A Crise Energética
Durante muito tempo o planejamento público de energia elétrica apostou na matriz hidrelétrica como a fonte abundante e preponderante. E, mesmo quando a mudança climática começou a dar sinais de mudança no regime de chuvas, o país pouco fez além de instalar usinas termelétricas movidas a combustíveis fósseis para “compensar” os momentos de falta de água.
Porém, como a dependência da matriz hidrelétrica é a mais importante, quando o regime hídrico se torna escasso, mesmo “ligando” as termelétricas, a disponibilidade pode ficar abaixo do mínimo, e o sistema entra em colapso com apagões e racionamentos.
Veja as Fontes de Energia
Confira a classificação que diferencial as fontes de Energia entre “Renováeis” e “Não renováveis”.
Agora, veja a distribuição das fontes de energia utilizadas no Brasil para a produção de energia elétrica.
A Matriz Energética Brasileira
Veja o peso de cada fonte de geração de energia dentro da Matriz Energética Brasileira. Ddados do Operador Nacional do Sistema Elétrico – ONS, 2021.
- Hidrelétrica 63,5%
- Eólica 11,2%
- Termelétrica a gás 8.8%
- Biomassa 8,3%
- Termelétrica a óleo 2,5%
- Solar 2,4%
- Termelétrica a carvão 1,8%
- Nuclear 1,2%
- Outras 0,4%
Reservatórios antigos
Outra dimensãoda Crise Hídrica brasileira é que os principais reservatórios de água para consumo das grandes cidades e regiões metropolitanas foram desenvolvidos faz muitas décadas, e ficaram superados.
O adensamento da população foi maior que o projetado, e os reservatórios passaram a operar dentro de faixas de risco muito elevadas, com pouco estoque de água, e dependendo cada vez mais de “boas chuvas”.
As consequências são regimes de alternância na distribuição e de racionamento em muitas cidades, e de utilização do “volume morto” dos reservatórios, que é quando se torna necessário utilizar mesmo a água barrenta que se localiza mais ao fundo.
Resumo da Hidrografia Brasileira
Veja agora com o professor Raphael Carrieri, do canal do Curso Enem Gratuito, o potencial hídrico do país, com os principais rios e bacias hidrográficas.
Hidrografia é uma parte da geografia física que possui como objeto de estudo a água do planeta Terra.
Abrange, portanto, a água em suas diferentes formas de manifestação na natureza, como oceanos, mares, rios, geleiras, lagos, além das águas subterrâneas e da atmosfera.
Veja “o retrato” da Hidrigrafia Brasileira no resumo acima.
A crise hídrica global
Para dimensionar o problema da crise hídrica em escala global é preciso ter em mente que, mesmo tendo a maior superfície do planeta coberta por água, que a maior parte desta água está nos oceanos – é salgada, e por isso imprópria pra o consumo humano. E a segunda maior parte está nas geleiras.
A parte que, de fato, se apropria para o consumo humano vem de nascentes e mananciais que formam os rios e lagos, e que têm o seu reabastecimento realizado pelo regime das chuvas.
Mas, é importante observar que a maior parte da água que cobre a superfície está localizada em geleira, ou é de água salgada.
Dessalinização _ é a retirada do sal da água do mar, para torna-la potável. Sim, é possível fazer, mas o custo ainda é muito alto, e o processo não se torna viável para uso em escala global.
Resumo da Crise hídrica
Veja agora com o professor Raphael Carrieri, do canal do Curso Enem Gratuito, um síntese sobre a Crise Hídrica no Brasil.
Gostou da síntese do Carrieri? Muito boa, e faz a gente pensar além das provas do Enem. O foco é a relação homem-natureza.