O Egito Antigo: história no Enem, Encceja e vestibulares

Saiba tudo sobre o ciclo de ascensão e declínio do Egito Antigo. Entenda como aconteceu o processo de colonização das margens do Rio Nilo, e veja as contribuições daquela civilização que perdura até hoje. Gabarite as questões de História sobre o Egito.

No post de hoje falaremos sobre o Egito Antigo e o processo de ocupação humana das margens do Rio Nilo, processo este que foi responsável por desenvolver uma das mais antigas e avançadas civilizações antigas.

O objetivo desta aula é fazer um resumo voltado para o Enem, o Encceja e os vestibulares  acerca da história e principais contribuições sociais, econômicas, políticas e religiosas da civilização egípcia antiga.

A Civilização do Egito Antigo passou pelos três períodos históricos mais importantes para aquela população: o Antigo Império (3200 a.C. – 2100 a. C.); o Médio Império (2100 a.C. – 1580 a.C.); e o Novo Império. (1580 a.C. – 715 a.C.)O declínio da civilização egípcia ocorreu em função de questões internas que foram enfraquecendo a organização social, permitindo invasões como a dos Assírios (670 a.C.), dos Persas (525 a.C.), dos Gregos (332 a.C.) e dos Romanos (30 a.C.)

O Legado do Antigo Egito

O Egito Antigo nos legou noções bastante próprias de medicina, escrita, agricultura e afins. O processo de sedentarização do homem foi bastante lento, ao longo do período neolítico da pré-história, quando gradativamente os grupamentos humanos descobriram a agricultura e o pastoreio de animais.

Sabemos também, que a medida em que as sociedades foram formadas, novos conceitos se formaram, transformando-a constantemente a partir do desenvolvimento do comércio, formas de escrita, desigualdade social e divisão de classes.

Arte Egípcia

Confira com a professora Mariane Martins, do canal do Curso Enem Gratuito, as principais contribuições no mundo da cultura e da arte que o Egito Antigo trouxe, há três mil anos.

Uma Civilização às margens do Rio Nilo

Quando falamos do Egito Antigo automaticamente devemos nos lembrar do Rio Nilo. A civilização egípcia ficou conhecida como a dádiva do Nilo (Heródoto), pois, não fosse o rio e sua capacidade hídrica, dificilmente teríamos uma sociedade tão complexa sendo formada na região.

Foi a necessidade de ampliar as terras agriculturáveis, bem como o desenvolvimento de “obras públicas” (canais de irrigação, represas, pontes e afins) capazes fazer crescer a capacidade de produção para atender as necessidades de uma população cada vez maior que resultou na formação do Estado e estratificações sociais.

No auge de seu desenvolvimento, tal estado abrangia uma área com cerca de 30 mil quilômetros quadrados e uma populações de 7 milhões de habitantes. A agricultura, por óbvio, era sua principal atividade econômica e a vida em si, seu cotidiano, obedecia o calendário de cheias e secas do Nilo.

Todavia, conforme citado, a necessidade de organizar todo este esforço produtivo fez surgir o Estado a partir da organização de um corpo de dirigentes responsável por planejar e distribuir tarefas visando maior produtividade.

Todavia, tal corpo administrativo passou a concentrar a posse da produção excedente, e desta forma acumulando mais poder e, principalmente, privilégios.

Resumo sobre o Egito Antigo

Para entender um pouco mais sobre o Egito Antigo, sua localização e política, veja a videoaula a seguir, do canal Curso Enem Gratuito, com o professor Felipe de Oliveira.

Os Faraós

Neste contexto surgiu a figura do Faraó, um rei que dominava a posse da terra e que teve seu poder legitimado pela religião praticada na região. O próprio Faraó era considerado um deus vivo, herdeiro do trono de Hórus.

Entretanto, a sociedade egípcia era bastante plural, no topo da pirâmide social estava o Faraó e sua família, auxiliado por um corpo de altos funcionários do Estado composto por militares, sacerdotes, burocratas e escribas, estes últimos responsáveis por registrar praticamente tudo que ocorria nas terras irrigadas pelo Nilo.

Nos estamentos menos privilegiados estavam comerciantes, artesãos, camponeses e um bom número de escravos, conforme podemos observar na imagem abaixo.Fonte: http://garanhunshistoria.blogspot.com.br/2016/07/antigo-egito.html – Do ponto de vista histórico a história do Egito antigo se dividiu em três períodos imperiais.

Por volta de 4.000 a.C. estavam divididos em nomos, pequenos estados independentes que gradativamente foram submetidos a uma administração central que resultou na formação de dois reinos, Alto e Baixo Egito, que posteriormente se unificaram.

Neste período ocorreu grande desenvolvimento em diferentes áreas, tecelagem, medicina, metalurgia, utilizando-se principalmente do cobre, matemática e arquitetura.

Este avanço, acredita-se ter relação a um grande isolamento, visto que durante o antigo império os egípcios tiveram pouco contato com outras civilizações. Foi neste período que ocorreu a construção das grandes pirâmides.

Entre o fim do antigo império e início do médio império ocorre um período intermediário onde a administração central perdeu poder para os nomos, que recuperaram certa autonomia.

Entretanto, durante o Médio Império a estabilidade egípcia foi posta a prova com a invasão dos Hicsos, que apesar de dominar a região por todo o período em questão, legaram alguns avanços como o uso de cavalos, carro de guerra e técnica de fundição do bronze.

Outro período intermediário separa o Médio Império do Novo Império, e este é marcado pela expulsão dos Hicsos, dando início ao Novo Império. Neste novo momento Akhenaton (Amenofis VI), visando eliminar a grande influencia dos sacerdotes nos assuntos gerais do Estado implementou uma reforma religiosa, abandonando o culto politeísta e adotando o monoteísmo centrado na adoração do Deus Aton (Disco Solar).

Tal experiência foi abandonada e o culto politeísta, bem como a influencia dos sacerdotes, foram reinstituídas após a morte de Akhenaton.

Porém, diferente do Antigo Império, o país não estava mais isolado e este ultimo período seria marcado por sucessivas invasões e ocupações estrangeiras. Primeiramente os Assírios, seguidos de persas, gregos e romanos, por fim, a região seria ocupada pelos muçulmanos e até hoje a cultura árabe é hegemônica na região.

Legado Cultural Egípcio:

Os egípcios desenvolveram uma série de técnicas e conhecimentos nas mais diversas áreas, todavia, a religião politeísta que praticavam acabava por influenciar todos os aspectos do cotidiano e vida em sociedade.

A religião em si era envolvida em grande misticismo, seus deuses possuíam características especificas como por exemplo o antropozoomorfismo, ou seja, as divindades possuíam características humanas e de animais da fauna da região.

Além disso, acreditavam na vida após a morte e que o morto precisaria do próprio corpo nesta nova vida, motivo pelo qual desenvolveram técnicas de mumificação.

O desenvolvimento de tais técnicas aprimoraram seu conhecimento acerca da anatomia humana e medicina em geral, sabe-se por exemplo que os antigos egípcios realizavam cirurgias nos olhos, entre outros procedimentos.

A escrita também é uma característica importante deste povo. Os egípcios registravam praticamente tudo que acontecia e para tal desenvolveram um complexo sistema de escrita, a mais importante sendo a hieroglífica, baseada em símbolos que poderiam significar letras, silabas ou mesmo frases inteiras.

Devido a grande complexidade, esta era utilizada em documentos mais importantes, como por exemplo o livro dos mortos. Para documentos menos importantes eram utilizados outros dois modelos de escrita hierática e demótica, também simbólicas, porém mais práticas na execução, como podemos comparar na tabela abaixo.Fonte da Imagem: http://www.fascinioegito.sh06.com/escrita.htm

A arquitetura e matemática também foram desenvolvidas de forma plena, como podemos verificar nas pirâmides de Gizé, que permanecem até hoje como mostra da grandeza deste importante povo da antiguidade.

Exercícios:

1. (ENEM 2009) O Egito é visitado anualmente por milhões de turistas de todos os quadrantes do planeta, desejosos de ver com os próprios olhos a grandiosidade do poder esculpida em pedra há milênios: as pirâmides de Gizeh, as tumbas do Vale dos Reis e os numerosos templos construídos ao longo do Nilo. O que hoje se transformou em atração turística era, no passado, interpretado de forma muito diferente, pois

a) significava, entre outros aspectos, o poder que os faraós tinham para escravizar grandes contingentes populacionais que trabalhavam nesses monumentos.
b) representava para as populações do alto Egito a possibilidade de migrar para o sul e encontrar trabalho nos canteiros faraônicos.
c) significava a solução para os problemas econômicos, uma vez que os faraós sacrificavam aos deuses suas riquezas, construindo templos.
d) representava a possibilidade de o faraó ordenar a sociedade, obrigando os desocupados a trabalharem em obras públicas, que engrandeceram o próprio Egito.
e) significava um peso para a população egípcia, que condenava o luxo faraônico e a religião baseada em crenças e superstições.

Resposta: A

2. (ENEM 2008) Ao visitar o Egito do seu tempo, o historiador grego Heródoto (484 – 420/30 a.C.) interessou-se por fenômenos que lhe pareceram incomuns, como as cheias regulares do rio Nilo. A propósito do assunto, escreveu o seguinte:

“Eu queria saber por que o Nilo sobe no começo do verão e subindo continua durante cem dias; por que ele se retrai e a sua corrente baixa, assim que termina esse número de dias, sendo que permanece baixo o inverno inteiro, até um novo verão. Alguns gregos apresentam explicações para os fenômenos do rio Nilo. Eles afirmam que os ventos do noroeste provocam a subida do rio, ao impedir que suas águas corram para o mar. Não obstante, com certa freqüência, esses ventos deixam de soprar, sem que o rio pare de subir da forma habitual. Além disso, se os ventos do noroeste produzissem esse efeito, os outros rios que correm na direção contrária aos ventos deveriam apresentar os mesmos efeitos que o Nilo, mesmo porque eles todos são pequenos, de menor corrente.” (Heródoto. História (trad.). livro II, 19-23. Chicago: Encyclopaedia Britannica Inc. 2.ª ed. 1990, p. 52-3 (com adaptações)).

Nessa passagem, Heródoto critica a explicação de alguns gregos para os fenômenos do rio Nilo. De acordo com o texto, julgue as afirmativas abaixo.
I- Para alguns gregos, as cheias do Nilo devem-se ao fato de que suas águas são impedidas de correr para o mar pela força dos ventos do noroeste.
II- O argumento embasado na influência dos ventos do noroeste nas cheias do Nilo sustenta-se no fato de que, quando os ventos param, o rio Nilo não sobe.
III- A explicação de alguns gregos para as cheias do Nilo baseava-se no fato de que fenômeno igual ocorria com rios de menor porte que seguiam na mesma direção dos ventos.

É correto apenas o que se afirma em

a) I.
b) II.
c) I e II.
d) I e III.
e) II e III.
Resposta: A

Bruno História
Os textos e exemplos acima foram preparados pelo professor Bruno Anderson para o Blog do Enem. Bruno é historiador formado pela Universidade Federal de Santa Catarina. Dá aulas de história em escolas da Grande Florianópolis desde 2012. Facebook e Twitter.

Martha Ramos

Jornalista formada na Universidade Estácio de Sá em Santa Catarina. Fez Pós-Graduação em Marketing e trabalha com produção de conteúdos para jornais, revistas, empresas e blogs.
Categorias: Apostilas Enem Gratuitas, Curso Enem, Enem, História
Encontrou algum erro? Avise-nos para que possamos corrigir.

Sisugapixel

Sisugapixel