Teste seus conhecimentos sobre o uso da vírgula com exercícios de vestibulares! Também aproveite para relembrar quais são as principais regras do uso da vírgula!
O uso da vírgula é uma das maiores dificuldades de muitos alunos na hora de escrever um texto. Saber utilizar a pontuação corretamente é fundamental na hora de fazer a redação do Enem e de responder às questões de vestibulares. Por isso nós preparamos um resumo para você relembrar das principais regras e uma lista de exercícios sobre a vírgula para você testar seus conhecimentos!
Resumo sobre os usos da vírgula
A fim de te ajudar na escrita da redação e em eventuais questões no Enem e nos vestibulares, trouxemos alguns dos casos mais comuns do uso da vírgula.
Separação termos numa enumeração
Um dos usos mais frequentes da vírgula é para separar elementos com a mesma função sintática. Confira os exemplos:
- Eu fui ao mercado e comprei leite, ovos, farinha e manteiga.
- Helena, Larissa, Lucas e Gustavo foram ao parque a pé.
Aposto
O aposto é um termo que tem a função de fornecer explicações ou definições sobre um substantivo numa frase. A vírgula deve ser utilizada para isolar o aposto na frase. Portanto, é colocada antes e depois do aposto.
- Joana, a mãe da minha vizinha, me contou que ela irá se mudar.
- José, o ex-prefeito da cidade, foi quem aprovou essa norma.
Vocativo
A vírgula também é obrigatório para isolar o vocativo, ou seja, o termo utilizado para evocar o interlocutor.
- Camila, preste atenção no que vou dizer.
- Onde vamos nos encontrar, pessoal?
Ordem indireta
Para entender o uso da vírgula na ordem indireta, devemos relembrar da formação da ordem direta:
sujeito + verbo + complemento
Observe um exemplo de frase escrita na ordem direta:
A sociedade não se sente segura no Brasil.
- Sujeito: “A sociedade”
- Verbo: “sente”
- Complemento: “no Brasil”.
Mas, também podemos escrever a mesma frase de maneira que o complemento seja deslocado para o início. Nesse caso, precisaríamos isolar o complemento com vírgula:
No Brasil, a sociedade não se sente segura.
Confira outros exemplos:
- Depois de irmos ao cinema, fomos jantar.
- Ontem, antes de ir ao dentista, ele escovou os dentes.
Elipse
A elipse ocorre quando se omite um termo da oração. Esse recurso é bastante utilizado para evitar a repetição de palavras e deve ser separado por vírgula. Por exemplo:
- Eu prefiro torta de morango, e ela, de chocolate.
- Maurício foi para o Ceará, e João, para o Amazonas.
Uso da vírgula na redação
Confira a videoaula da professora Dani sobre o uso da vírgula na redação para não cometer erros comuns:
Exercícios sobre vírgula
Por fim, resolva os exercícios sobre vírgula para não errar na hora da prova!
Sumário do Quiz
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Pergunta 1 de 10
1. Pergunta
(Santa Casa SP/2022)
Leia o soneto “Não comerei da alface a verde pétala”, de Vinicius de Moraes.
Não comerei da alface a verde pétala
Nem da cenoura as hóstias desbotadas
Deixarei as pastagens às manadas
E a quem mais aprouver fazer dieta.
Cajus hei de chupar, mangas-espadas
Talvez pouco elegantes para um poeta
Mas peras e maçãs, deixo-as ao esteta
Que acredita no cromo das saladas.
Não nasci ruminante como os bois
Nem como os coelhos, roedor; nasci
Omnívoro; deem-me feijão com arroz
E um bife, e um queijo forte, e parati
E eu morrerei, feliz, do coração
De ter vivido sem comer em vão.
(Vinicius de Moraes. Livro de sonetos, 2009.)
Verifica-se o emprego de vírgula para assinalar a elipse de um verbo no seguinte verso:
Correto
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Incorreto
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Pergunta 2 de 10
2. Pergunta
(UnirG TO/2021/Julho)
Qual o trecho extraído de uma revista semanal que tem uma colocação inadequada de vírgula?
Correto
Parabéns! Siga para a próxima questão.
Incorreto
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Pergunta 3 de 10
3. Pergunta
(Fac. Direito de São Bernardo do Campo SP/2020)
Políticos podem violar regras do Facebook, inclusive com mentiras e insultos
O Globo
WASHINGTON — Com a aproximação das eleições presidenciais americanas, a preocupação sobre o funcionamento da maior rede social do mundo aumenta, mas o Facebook se diz preparado para evitar interferências no pleito, como aconteceu em 2016. Nesta terça-feira, Nick Clegg, ex-vice-primeiro-ministro britânico e responsável pelas Relações Globais e Comunicações da companhia, fez um balanço sobre as ações tomadas nos últimos três anos e anunciou que discursos de políticos (sem especificar essa classificação) estão livres para descumprir os padrões de comunidade e não serão alvo de checadores de fatos.
— Eu sei que alguns vão dizer que deveríamos ser mais duros. Que estamos errados em permitir que políticos usem nossa plataforma para dizer coisas desagradáveis ou declarações falsas. Mas imagine o contrário — ponderou Clegg, durante palestra no Atlantic Festival, em Washington. — Seria aceitável para a sociedade em geral que uma companhia privada se autonomeasse um árbitro para tudo o que os políticos dizem? Eu acredito que não. Em democracias abertas, os eleitores acreditam com razão que, como regra geral, eles devem ser capazes de julgar por eles mesmos o que os políticos dizem.
Os padrões de comunidade do Facebook definem os conteúdos que devem ser removidos da rede social. É proibido, por exemplo, divulgar “conteúdo cruel e insensível”, como zombar da morte de outras pessoas; promover bullying e assédio; ou promover atos criminosos. Tudo isso está liberado para “políticos”, que passam a ser considerados pessoas de notoriedade. Isso significa que eles podem fazer comentários ou compartilhar publicações que violem os padrões de comunidade sem que os conteúdos sejam removidos.
— No Facebook, nosso papel é garantir o padrão do campo de jogo, não ser um participante da política. Para usar o tênis como analogia, nosso trabalho é garantir que a quadra esteja pronta, com a superfície plana, as linhas pintadas e a rede na altura correta. Mas nós não pegamos a raquete para jogar. Como os jogadores jogam depende deles, não de nós — afirmou o executivo.
— É por isso que quero ser bem claro hoje: nós não encaminhamos discursos de políticos para nossos checadores de fatos independentes, e nós geralmente permitimos que eles fiquem na plataforma, mesmo quando violam nossas regras de conteúdo.
Porém, existem duas exceções. Conteúdos com potencial de incitar a violência podem ser removidos, pois os riscos podem não compensar o interesse público. Os políticos também não poderão violar as regras de conduta em anúncios na plataforma, que devem seguir os padrões de comunidade e as normas para anunciantes. Em casos de compartilhamento de links, fotos e vídeos já desacreditados, a publicação será acompanhada de informações de checadores de fatos e sua divulgação será rebaixada.
[Adaptado.]
Disponível em: https://oglobo.globo.com/economia/tecnologia/politicos-podem-violar-regras-do-facebook-inclusive-com-mentiras-insultos-23973345. Acesso em: 13 out. 2019.
“Como os jogadores jogam depende deles, não de nós — afirmou o executivo.”
O efeito de sentido decorrente do emprego da vírgula, nesse trecho do quarto parágrafo, é o de
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Pergunta 4 de 10
4. Pergunta
(Unifesp SP/2020)
Leia a crônica “Inconfiáveis cupins”, de Moacyr Scliar.
Havia um homem que odiava Van Gogh. Pintor desconhecido, pobre, atribuía todas suas frustrações ao artista holandês. Enquanto existirem no mundo aqueles horríveis girassóis, aquelas estrelas tumultuadas, aqueles ciprestes deformados, dizia, não poderei jamais dar vazão ao meu instinto criador.
Decidiu mover uma guerra implacável, sem quartel, às telas de Van Gogh, onde quer que estivessem. Começaria pelas mais próximas, as do Museu de Arte Moderna de São Paulo.
Seu plano era de uma simplicidade diabólica. Não faria como outros destruidores de telas que entram num museu armados de facas e atiram-se às obras, tentando destruí-las; tais insanos não apenas não conseguem seu intento, como acabam na cadeia. Não, usaria um método científico, recorrendo a aliados absolutamente insuspeitados: os cupins.
Deu-lhe muito trabalho, aquilo. Em primeiro lugar, era necessário treinar os cupins para que atacassem as telas de Van Gogh. Para isso, recorreu a uma técnica pavloviana. Reproduções das telas do artista, em tamanho natural, eram recobertas com uma solução açucarada. Dessa forma, os insetos aprenderam a diferenciar tais obras de outras.
Mediante cruzamentos sucessivos, obteve um tipo de cupim que só queria comer Van Gogh. Para ele era repulsivo, mas para os insetos era agradável, e isso era o que importava.
Conseguiu introduzir os cupins no museu e ficou à espera do que aconteceria. Sua decepção, contudo, foi enorme. Em vez de atacar as obras de arte, os cupins preferiram as vigas de sustentação do prédio, feitas de madeira absolutamente vulgar. E por isso foram detectados.
O homem ficou furioso. Nem nos cupins se pode confiar, foi a sua desconsolada conclusão. É verdade que alguns insetos foram encontrados próximos a telas de Van Gogh. Mas isso não lhe serviu de consolo. Suspeitava que os sádicos cupins estivessem querendo apenas debochar dele. Cupins e Van Gogh, era tudo a mesma coisa.
(O imaginário cotidiano, 2002.)
Tendo em vista a ordem inversa da frase, verifica-se o emprego de vírgula para separar um termo que exerce a função de sujeito em:
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Pergunta 5 de 10
5. Pergunta
(UFMS/2020/Verão)
Todo dia, duzentos milhões de pessoas levam suas vidas em português. Fazem negócios e escrevem poemas. Brigam no trânsito, contam piadas e declaram amor. Todo dia, a língua portuguesa renasce em bocas brasileiras, moçambicanas, goesas, angolanas, japonesas, cabo-verdianas, portuguesas, guineenses. Novas línguas mestiças, temperadas por melodias de todos os continentes, habitadas por deuses muito mais antigos, e que ela acolhe como filhos. Língua da qual povos colonizados se apropriam e que devolvem agora, reinventada. Língua que novos e velhos imigrantes levam consigo para dizer certas coisas que nas outras não cabem. Toda noite, duzentos milhões de pessoas sonham em português.
(TV Zero, Disponível em: http://www.tvzero.com/projeto/lingua-vidas-em-portugues/>. Acesso em: 30 out. 2019).
O emprego da primeira vírgula do primeiro período do texto justifica-se em função de que:
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Pergunta 6 de 10
6. Pergunta
(UEMG/2015)
Em gramáticas e em manuais de língua portuguesa, costuma-se recomendar o uso da vírgula para indicar a elipse (omissão) de um verbo, como neste exemplo: “Ele prefere filmes de suspense; a namorada, filmes de aventura”.
Com base nessa regra, seria necessário alterar a pontuação da seguinte passagem:
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Pergunta 7 de 10
7. Pergunta
(ESCS DF/2015)
1 Fala-se muito em globalização. As finanças, a 2 informação simultânea, as migrações de povos, o crime 3 organizado, os conhecimentos científicos, a tecnologia, os 4 sistemas de poder, a produção e o trabalho humano, tudo isso 5 se globaliza. Pode-se exaltar a globalização como oportunidade 6 de crescimento econômico e cultural dos povos. Pode-se ainda 7 criticá-la em razão dos que a conduzem, ou de como a 8 conduzem, ou dos rumos que toma. Mas ela é irrefreável, 9 sobretudo por corresponder a muitas exigências dos seres humanos.
10 Essa afirmação pode sofrer duas objeções: uma vem 11 sustentar que a globalização resulta em acumulação de capital 12 e de poder em poucas mãos e no predomínio das finanças 13 internacionais sobre qualquer outro interesse; outra, que o 14 conceito e a natureza da globalização foram criados e 15 difundidos por forças neoliberais, com a intenção de levar 16 os povos a crer que não há alternativa e, assim, de negar a 17 função da política e da democracia.
8 Ambas as objeções baseiam-se em fatos reais. Pode-se 19 acrescentar que o ganho de capital passou a não respeitar nada 20 (a vida, a saúde e até mesmo as partes do corpo humano vão se 21 transformando em mercadoria) e que o credo neoliberal é 22 imposto aos povos com as regras do fundamentalismo 23 monetário, que não admite dissidências. É o que se evidencia 24 quando instituições financeiras internacionais subordinam sua 25 ajuda ao compromisso dos governos de reestruturar os sistemas 26 de saúde pública e previdência social. As consequências dessa 27 opção (e ainda mais, dos crescentes desníveis de renda, de 28 educação e de poder entre as classes e entre os povos) 29 traduziram-se por quase toda a parte em aumento das 30 desigualdades de níveis de saúde, documentadas por 31 estatísticas eloquentes, que se podem traduzir em milhões de 32 existências humanas truncadas ou prejudicadas.
Giovanni Berlinguer. Globalização e saúde global. In: Estudos avançados. Vol. 13, n.º 35, São Paulo, jan./abr. 1999. Internet: <www.scielo.br> (com adaptações).
No que se refere ao emprego dos sinais de pontuação no texto, assinale a opção correta.
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Pergunta 8 de 10
8. Pergunta
(ESPM RS/2019/Janeiro)
Assinale a opção em que a pontuação foi usada de forma correta:
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Pergunta 9 de 10
9. Pergunta
(IFRS/2018/Janeiro)
Capítulo 39
01 Visitei algumas vezes o Egito subindo o Nilo, partindo do Cairo até chegar de barco a Luxor, __ 02 monumental capital religiosa dos faraós. É um percurso de uns sete dias, e o barco sempre faz 03 escalas, momento em que os turistas têm __ oportunidade de visitar os monumentos dessa fascinante 04 civilização. Na última escala de uma dessas viagens, atracamos em Luxor no fim da tarde, e aproveitei 05 para descer, acompanhado por um guia, e me sentar num café, em uma pequena aldeia próxima __ 06 cidade.
07 __ brisa estava fresca, e eu descansava prazerosamente do calor pesado do dia, distante do 08 movimento dos turistas, bebendo um chá, cercado pelos habitantes do lugar, que conversavam e 09 fumavam seus narguilés, enquanto cabras e crianças circulavam incessantemente.
10 De repente, uma banda de uns 15 componentes parou em frente ao café, tocando uma música 11 magnífica. A melodia era de origem árabe, mas tinha um acompanhamento rítmico que era muito 12 similar ao samba de roda da Bahia. Ao retornar __ noite para o barco, contei para a guia que nos 13 acompanhava na viagem, uma professora de história da Universidade do Cairo, da minha surpresa 14 com __ semelhança entre os dois ritmos. Para meu espanto, a guia contou que não era tão 15 surpreendente assim, pois até o século IX vivia, no lugar que hoje é o sul do Egito e o Norte do Sudão, 16 um povo chamado iorubá, que, ao perder uma guerra, foi obrigado __ fugir e atravessou a África, até 17 chegar __ Nigéria trezentos anos mais tarde, no século XII, não mais como povo, por ter se 18 disseminado no percurso, porém como tribo, sendo os homens negociados tempos depois pelas tribos 19 locais como escravos, com destino ao Brasil e a Cuba.
MIDANI, André. Do vinil ao download. Rio de janeiro: Nova Fronteira, 2015. Adaptado.
Geralmente, quando um termo ou oração é deslocado de seu lugar original na frase, deve vir separado por vírgula. Por exemplo: Naquele dia, os candidatos receberam a imprensa. A mesma regra é verificável em:
Correto
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Incorreto
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Pergunta 10 de 10
10. Pergunta
(UFPR/2019)
Era uma vez um lobo vegano que não engolia a vovozinha, três porquinhos que se dedicavam _____ especulação imobiliária e uma estilista chamada Gretel que trabalhava de garçonete em Berlim. Não deveria nos surpreender que os contos tradicionais se adaptem aos tempos. Eles foram submetidos _____ alterações no processo de transmissão, oral ou escrita, ao longo dos séculos para adaptá-los aos gostos de cada momento. Vejamos, por exemplo, Chapeuzinho Vermelho. Em 1697 – quando a história foi colocada no papel –, Charles Perrault acrescentou _____ ela uma moral, com o objetivo de alertar as meninas quanto _____ intenções perversas dos desconhecidos.
Pouco mais de um século depois, os irmãos Grimm abrandaram o enredo do conto e o coroaram com um final feliz. Se a Chapeuzinho Vermelho do século XVII era devorada pelo lobo, não seria de surpreender que a atual repreendesse a fera por sua atitude sexista quando a abordasse no bosque. A força do conto, no entanto, está no fato de que ele fala por meio de uma linguagem simbólica e nos convida a explorar a escuridão do mundo, a cartografia dos medos, tanto ancestrais como íntimos. Por isso ele desafia todos nós, incluindo os adultos. […]
A poetisa Wislawa Szymborska falou sobre um amigo escritor que propôs a algumas editoras uma peça infantil protagonizada por uma bruxa. As editoras rejeitaram a ideia. Motivo? É proibido assustar as crianças. A ganhadora do prêmio Nobel, admiradora de Andersen – cuja coragem se destacava por ter criado finais tristes –, ressalta a importância de se assustar, porque as crianças sentem uma necessidade natural de viver grandes emoções: “A figura que aparece [em seus contos] com mais frequência é a morte, um personagem implacável que penetra no âmago da felicidade e arranca o melhor, o mais amado. Andersen tratava as crianças com seriedade. Não lhes falava apenas da alegre aventura que é a vida, mas também dos infortúnios, das tristezas e de suas nem sempre merecidas calamidades”. C. S. Lewis dizia que fazer as crianças acreditar que vivem em um mundo sem violência, morte ou covardia só daria asas ao escapismo, no sentido negativo da palavra.
Depois de passar dois anos mergulhado em relatos compilados durante dois séculos, Italo Calvino selecionou e editou os 200 melhores contos da tradição popular italiana. Após essa investigação literária, sentenciou: “Le fiabe sono vere [os contos de fadas são verdadeiros]”. O autor de O Barão nas Árvores tinha confirmado sua intuição de que os contos, em sua “infinita variedade e infinita repetição”, não só encapsulam os mitos duradouros de uma cultura, como também “contêm uma explicação geral do mundo, onde cabe todo o mal e todo o bem, e onde sempre se encontra o caminho para romper os mais terríveis feitiços”. Com sua extrema concisão, os contos de fadas nos falam do medo, da pobreza, da desigualdade, da inveja, da crueldade, da avareza… Por isso são verdadeiros. Os animais falantes e as fadas madrinhas não procuram confortar as crianças, e sim dotá-las de ferramentas para viver, em vez de incutir rígidos patrões de conduta, e estimular seu raciocínio moral. Se eliminarmos as partes escuras e incômodas, os contos de fadas deixarão de ser essas surpreendentes árvores sonoras que crescem na memória humana, como definiu o poeta Robert Bly.
(Marta Rebón. Disponível em: <https://brasil.elpais.com/brasil/2018/09/18/eps/1537265048_460929.html>.)
Com base no texto, considere as seguintes afirmativas:
- Na frase “Os animais falantes e as fadas madrinhas não procuram confortar as crianças, e sim dotá-las de ferramentas para viver, em vez de incutir rígidos patrões de conduta, e estimular seu raciocínio moral”, a vírgula depois de “conduta” pode ser suprimida sem alteração do sentido.
- Na frase “A ganhadora do prêmio Nobel, admiradora de Andersen – cuja coragem se destacava por ter criado finais tristes –, ressalta a importância de se assustar…”, a vírgula depois do segundo travessão pode ser corretamente suprimida.
- No trecho “…não só encapsulam os mitos duradouros de uma cultura, como também contêm uma explicação geral do mundo…”, a vírgula depois de “cultura” pode ser corretamente suprimida.
Assinale a alternativa correta.
Correto
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