Olá, tudo certinho? Vamos falar sobre o “carro chefe” da nossa economia: a agropecuária brasileira. Assuntinho que sempre aparece nas provas do Enem, então fica ligado(a) e vem acompanhar o tema!
Bem, caso você não saiba, o Brasil nasceu um país de economia do setor primário, ou seja, começou com o extrativismo. Mas logo depois, passou para a agricultura.
Sim, o Brasil é, ainda hoje, uma referência agrária. Ele circula entre os maiores produtores de alimentos do mundo. O “agrobusiness” está no nosso DNA. A produção agropecuária tem como objetivo destinar seus produtos, como grãos, frutas, verduras e também carne, leite, ovos, entre outros, para abastecer o mercado interno e especialmente o mercado externo. Sem contar as matérias-primas.
Agora, porque especialmente o Brasil apresenta um crescimento grande na produção agropecuária? Bom, alguns fatores simples podem explicar isso facilmente:
- – População numerosa, ou seja, uma perspectiva de mercado interno bem grande.
- – Relevo pouco acidentado, propiciando extensas áreas produtivas.
- – A condição climática é bastante favorável. Ela possibilita a produção, principalmente, de produtos tropicais, que além de ter o mercado interno garantido, é muito bem aceito no mercado externo.
- – Outra questão que ajuda é o fato dos outros países mais ricos não ter tanta disponibilidade de plantio ou condição climática.
Dica 1: Não lembra as diferenças entre os países desenvolvidos e subdesenvolvidos? Se ainda resta alguma dúvida, clique aqui e revise essa aula para arrasar na Geografia do Enem.
Sistemas de produção da agropecuária brasileira
O Brasil apresenta alguns sistemas de produção, como:
- Sistema Extensivo: mão-de-obra desqualificada, baixa produtividade, técnicas rudimentares.
- Sistema Intensivo: mão-de-obra especializada, alta produtividade, técnicas avançadas.
- Sistema de Plantation: grandes propriedades, com mão-de-obra numerosa, produtos tropicais para exportação, monocultoras.
- Agricultura Familiar: pequenas propriedades, mão-de-obra familiar, policultoras, mercado local, pouca produtividade e técnicas rudimentares.
- Agricultura Comercial: Grande propriedades, policultoras, altamente tecnológicas, muito produtivas, mercado interno e externo..
Estrutura agrária brasileira
As propriedades são classificadas conforme o seu tamanho e de acordo com o chamado Módulo Rural, que nada mais é do que uma área onde quatro pessoas adultas conseguem mantê-la produtiva. Assim, temos:
- Minifúndio: propriedade de até 1 módulo rural.
- Latifúndio por Dimensão: propriedade com mais de 600 módulos rurais
- Latifúndio por exploração: propriedade entre 1 e 600 módulos rurais, não sendo totalmente produtiva, podendo ser destinada à reforma agrária conforme a constituição por não cumprir seu papel social, que é empregar e produzir.
- Empresa Rural: propriedade entre 1 e 600 módulos rurais, mas totalmente produtiva.
Dica 2: E já que estamos falando sobre agropecuária brasileira, clique aqui e revise as formações vegetais do Brasil
– Agricultura
Como vimos anteriormente, o Brasil já vem desde quase seu “descobrimento” seguindo o caminho da agricultura, iniciando com a cana-de-açúcar. Mas produzimos outros produtos também, como:
- Soja
- Fumo
- Café
- Milho
- Laranja
- Algodão
- Feijão
- Banana
- Uva
- Maçã
- Mandioca
- Batata
Apesar de exportarmos muito, também necessitamos de produtos para o mercado interno. Hoje, essa produção não é suficiente e, portanto, O Brasil também precisa exportar alguns produtos para manter o mercado interno abastecido, como é o caso do trigo.
Produtos transgênicos
Para aumentar a produção, nos últimos anos, os transgênicos passaram a ocupar as pautas de utilização e discussão. Será que eles seriam a solução para o fim da fome no país?
Bem, quando falamos de fome, eu sempre alerto que a fome não é provocada pela falta de alimentos, mas sim, pela má distribuição de renda. É fundamental ter este conceito bem compreendido.
Voltando aos transgênicos, pontos positivos e negativos são levantados:
– Positivos: aumento da produção; melhoria no conteúdo nutricional; maior resistência e durabilidade na estocagem e armazenamento.
– Negativos: Aumento das reações alérgicas; as plantas que não sofreram modificação genética podem ser eliminadas pelo processo de seleção natural, – as transgênicas possuem maior resistência às pragas e pesticidas; aumento da resistência aos pesticidas que gera maior consumo deste tipo de produto; apesar de eliminar pragas prejudiciais à plantação, o cultivo de plantas transgênicas pode, também, matar populações benéficas como abelhas, minhocas e outros animais e espécies de plantas.
Dica 3: Para aprimorar ainda mais os seus estudos. Veja esta aula com as principais atividades agrícolas brasileiras.
– Pecuária
As criações no Brasil sempre foram destaque, principalmente, nas últimas décadas. As principais criações são:
- Gado bovino
- Gado bufalino
- Muares
- Asininos
- Equinos
- Aves
- Suínos
- Maricultura
Então, aprendei um pouco mais sobre a agropecuária brasileira? Ficou com alguma dúvida? Assista a videoaula abaixo e depois faça os exercícios, ok? Bons estudos!
Videoaula
Exercícios
1- “(…) Na pecuária intensiva, não basta ter pasto bom. Todo piquete tem um cocho grande, o suplemento é servido sempre no começo da manhã. Cada boi recebe dois quilos por dia de proteína e energia. O propósito é turbinar o ganho de peso. Com suplemento, o boi engorda 400 gramas a mais por dia em relação ao sistema convencional. Não fica barato suplementar, mas a relação custo/benefício compensa (…)”.
Globo Rural, maio de 2012. Disponível em: http://g1.globo.com (com adaptações).
Uma das vantagens da aplicação da pecuária intensiva em detrimento da extensiva é:
a) menores gastos com investimentos
b) acessibilidade das técnicas e das tecnologias
c) baixa necessidade de equipamentos avançados
d) redução da área de ação de impactos ambientais
e) maior recrutamento de mão de obra
2- Embora muitos especialistas recomendem o uso da agropecuária intensiva, em razão de seus benefícios, a utilização do modelo extensivo ainda é muito comum em todo o país e também em várias partes do mundo, principalmente em áreas com menor oferta tecnológica. Uma das vantagens que justifica o emprego da agropecuária extensiva é:
a) o menor uso de fertilizantes e agrotóxicos
b) a possibilidade de produção de transgênicos
c) a redução do preço dos produtos agrícolas
d) o diminuto índice de desflorestamento
e) a maximização da relação custo/benefício
3– (ENEM 2013)
Texto I
A nossa luta é pela democratização da propriedade da terra, cada vez mais concentrada em nosso país. Cerca de 1% de todos os proprietários controla 46% das terras. Fazemos pressão por meio da ocupação de latifúndios improdutivos e grandes propriedades, que não cumprem a função social, como determina a Constituição de 1988. Também ocupamos as fazendas que têm origem na grilagem de terras públicas.
Disponível em: www.mst.org.br. Acesso em: 25 ago. 2011 (adaptado).
Texto II
O pequeno proprietário rural é igual a um pequeno proprietário de loja: quanto menor o negócio mais difícil de manter, pois tem de ser produtivo e os encargos são difíceis de arcar. Sou a favor de propriedades produtivas e sustentáveis e que gerem empregos. Apoiar uma empresa produtiva que gere emprego é muito mais barato e gera muito mais do que apoiar a reforma agrária.
LESSA, C. Disponível em: www.observadorpolítico.org.br. Acesso em: 25 ago. 2011 (adaptado).
Nos fragmentos dos textos, os posicionamentos em relação à reforma agrária se opõem. Isso acontece porque os autores associam a reforma agrária, respectivamente, à
a) redução do inchaço urbano e à crítica ao minifúndio camponês.
b) ampliação da renda nacional e à prioridade ao mercado externo.
c) contenção da mecanização agrícola e ao combate ao êxodo rural.
d) privatização de empresas estatais e ao estímulo ao crescimento econômico.
e) correção de distorções históricas e ao prejuízo ao agronegócio.
GABARITO
1 – D
2 – A
3 – E