Veja como a Igreja Católica se tornou uma poderosa instituição na Idade Média. Confira o episódio das Cruzadas, e veja como a religião dominou e transformou a sociedade medieval!
O importante para você aprender quando estiver estudando História Enem é que o caminho para a grandeza da Igreja Católica foi aberto quando o imperador Constantino tornou o Cristianismo a religião oficial do Império Romano. As Cruzadas aconteceram por séculos e séculos, numa tentativa Cristã de conquistar a cidade de Jerusalém.
Durante a maior parte da Era Medieval o poder da Igreja Católica se alastrou pelos domínios do Império que abraçava a maior parte da Europa, partes do norte da África e o Oriente Próximo.Judeu sendo morto por Cruzados (Biblioteca Francesa Iluminura de 1250).
A Igreja & a Salvação
A Igreja Católica Romana considerava que sua missão espiritual era superior às questões temporais. Ou seja, obter a salvação, e com isso a glória eterna deveria ser o objetivo de todo ser humano. E apenas seguindo os ensinamentos da Igreja a salvação seria possível.
Embora a Igreja Católica tenha sido uma instituição muito importante neste período, seu poder foi se formando aos poucos e ao longo dos séculos. E isso não significa que tenha conseguido o controle total sobre a vida das pessoas na Idade Média. Houve muita resistência tanto de setores da população como dos poderes leigos, ou seja, da nobreza.
O poder em nome de Deus
Em História, nas provas do Enem, é essencial para você compreender que não havia espaço para pensamentos, valores ou atividades que fossem, de alguma maneira, contrários ou inimigos dos propósitos da Igreja naquela época. O poder era exercido “em nome de Deus” na mair parte dos territórios da parte ocidental da Europa.
Após a conversão dos bárbaros, havia pouca resistência ao estabelecimento do controle eclesiástico. Este controle fez da Igreja a mais poderosa força que moldou a civilização medieval, que alcançou seu maior desenvolvimento nos séculos XII e XIII. A educação, a filosofia, a ciência natural, a literatura, a música, a pintura, a escultura e a arquitetura tornaram-se departamentos da Igreja.
Até a economia passou para a esfera eclesiástica. Promulgando a teoria do “justo preço”, prescrevia a fórmula para estabelecer o preço das mercadorias e condenava aqueles que praticavam a usura (cobrança de juros). A Igreja determinava também a ocorrência ou restrição das guerras. Vamos ver a seguir a partição da Igreja nas Cruzadas, para a sua prova de História Enem
As Cruzadas
Quando o assunto é Idade Média, fique atento para questões que podem aparecer em História Enem sobre as Cruzadas, ou sobre o poder da Igreja católica na Idade Média.
Em 1095, o papa Urbano II convocou os cristãos para participar de expedições com o intuito de retomar a Terra Sagrada. Os cruzados (como ficaram conhecidos os expedidores das Cruzadas) receberam esse nome por carregarem uma grande cruz, principal símbolo do Cristianismo, estampada nas suas vestimentas.
Perdão e riqueza nas Cruzadas
Não esqueça, quando estiver revisando este conteúdo de História Enem, que a participação nas Cruzadas era voluntária. E, em troca, os participantes ganhariam o perdão de seus pecados. Mas a Igreja não era a única interessada no êxito dessas expedições.
A nobreza feudal tinha interesse na conquista de novas terras; cidades mercantilistas como Veneza e Gênova queriam ampliar seus negócios até o Oriente; e todos estavam interessados nas especiarias orientais, pelo seu alto valor, como: pimenta-do-reino, cravo, noz-moscada, canela, sedas e outros.
Resumo especial
Confira com o professor Felipe Oliveira, do canal do Curso Enem Gratuito, uma aula-resumo com o essencial que você precisa saber sobre o que foram os séculos das Cruzadas.
As oito expedições Cristãs
Movidas pela fé e pela ambição, entre os séculos XI e XIII, partiram para o Oriente oito Cruzadas.
- A primeira (1096 – 1099) não tinha participação de nenhum rei. Formada por cavaleiros da nobreza, em julho de 1099, tomaram Jerusalém, esta foi a única que teve sucesso, lembre disso em História Enem!
- A segunda (1147 – 1149) fracassou em razão das discordâncias entre seus líderes Luís VII, da França, e Conrado III, do Sacro Império. No ano de 1189, Jerusalém foi retomada pelo sultão muçulmano Saladino.
- A terceira cruzada (1189 – 1192), conhecida como ‘”Cruzada dos Reis”, contou com a participação do rei inglês Ricardo Coração de Leão, do rei francês Filipe Augusto e do rei Frederico Barbarruiva, do Sacro Império. Nessa cruzada foi firmado um acordo de paz entre Ricardo e Saladino, autorizando os cristãos a fazerem peregrinações a Jerusalém.
- A quarta cruzada (1202 – 1204), financiada pelos venezianos, interessados nas relações comerciais também fracassou.
- A quinta (1217 – 1221), liderada por João de Brienne, fracassou ao ficar isolada pelas enchentes do Rio Nilo, no Egito.
- A sexta (1228 – 1229) retomou brevemente Jerusalém, Belém e Nazaré, cidades invadidas pelos turcos.
- A sétima (1248 – 1250) foi comandada pelo rei francês Luís IX e pretendia, novamente, tomar Jerusalém, mais uma vez retomada pelos turcos.
- A oitava (1270) e última cruzada foi um fracasso total. Os cristãos não criaram raízes entre a população local e sucumbiram.
Sobre as Cruzadas o mais importante de História Enem é são suas consequências como o enfraquecimento da aristocracia feudal, o fortalecimento do poder real, a expansão do mercado e o enriquecimento do Oriente. Veja um resumo complementar sobre as Cruzadas.
Dica de filmes para se preparar em História Enem: sugiro sobre este assunto os filmes Cruzadas e o Nome da Rosa. O filme Cruzadas relata o final do Reino de Jerusalém, a morte do rei leproso e o confronto dos cristãos com o sultão Saladino. Já o filme O Nome da Rosa, tem no enredo assassinatos num monastério, e é ótimo para perceber a vida religiosa e as transgressões dos monges.
EXERCÍCIOS DE HISTÓRIA ENEM:
1 (UNIFOR/CE) Leia atentamente o trecho a seguir:
Deixai os que outrora estavam acostumados a se baterem, impiedosamente, contra os fiéis, em guerras particulares, lutarem contra os infiéis (…) Deixai os que aqui foram ladrões, tornarem-se soldados. Deixai aqueles que outrora se bateram contra seus irmãos e parentes, lutarem agora contra os bárbaros, como devem. Deixai os que outrora foram mercenários, a baixos salários, receberem agora a recompensa eterna. (…) Papa Urbano II, em Clermont, França, em 1095. In Leo Huberman. História da riqueza do homem. Trad. São Paulo: Zahar, 1984. p. 28
O Papa Urbano II, no Concílio de Clermont, convocou os cristãos a retornarem à Terra Santa, ocupada pelos muçulmanos, dando origem:
A – às expedições militares motivadas exclusivamente pelo sentimento religioso de retomar as terras da cristandade aos infiéis;
B – ao movimento da cristandade em direção ao Oriente unicamente para estabelecer relações comerciais com os muçulmanos;
C – às expedições religiosas da Igreja Bizantina para manter contato mais próximo com os muçulmanos, importantes para o controle da região
D – às expedições cristãs empreendidas contra os muçulmanos, motivadas pelo fervor religioso, conquistas territoriais e interesses comerciais
E – às expedições cristãs organizadas pela Igreja com o intuito de conquistar terras e fortuna para a nobreza do Império Bizantino.
2 .(UFRGS) Considere os trechos a seguir, extraídos de documentos históricos redigidos, respectivamente, por um cristão e um muçulmano a respeito da Conquista de Jerusalém em 1099, no contexto da Primeira Cruzada
Texto 1: “Na sexta-feira (15/07) de madrugada, organizamos um assalto geral à cidade sem poder tomá-la (…). Nesse momento, um dos nossos cavaleiros, chamado Lietaud, escalou as muralhas. Então, desde que ele subiu, todos os defensores fugiram dos muros para o meio da cidade, e os nossos os perseguiram, matando-os e golpeando-os, até o Templo de Salomão, onde houve uma tal carnificina que os nossos marcharam em seu sangue até os calcanhares.” Gesta Francorum et Alforum Hierosolimitanorun. Paris: Librairie Ancienne Honoré Champion, 1924. p. 202
Texto 2: “A população foi passada ao fio da espada e os francos massacraram os sarracenos da cidade durante uma semana. Na mesquita al-Aqsa (…), os francos massacraram mais de setenta mil pessoas, entre as quais uma grande multidão de imãs e de doutores sarracenos, devotos e ascetas que tinham deixado suas terras para viver vida piedosa retirados nesses lugares santos.” IBN AL-ATHIR. In: GABRIELI, F. Chroniques arabes des croisades. Paris: Sindbad. a 1972, p. 62. A partir da leitura dos textos e do contexto histórico, é possível concluir que:
- O ataque a Jerusalém foi contra os muçulmanos, uma vez que a cidade estava sob seu domínio;
- A população que se encontrava na cidade, por ocasião do assalto, era composta de guerreiros;
- A população que buscou abrigo em templos religiosos foi poupada da fúria dos da fúria dos invasores.
Quais estão corretas?
A – apenas I
B – Apenas II
C – Apenas III
D – Apenas II e III
E – I, II e III
3. (UFPE) Analise as afirmativas abaixo relacionadas com a existência das Cruzadas:
1) As Cruzadas eram expedições organizadas pelos senhores feudais, com a finalidade de reativar a vida nos feudos.
2) As Cruzadas, expedições marcadas por interesses religiosos e econômicos, contavam com a participação da Igreja Católica.
3) As Cruzadas não trouxeram contribuições para a economia no Ocidente, pois criaram conflitos inexpressivos e exarcebaram o fanatismo religioso.
4) A participação da população pobre nas Cruzadas foi significativa e aponta para um dos momentos de crise do sistema feudal.
5) Os lucros dos nobres nas Cruzadas contribuíram para revitalizar a economia feudal, com a adoção do trabalho assalariado.
Está(ão) correta(s):
A – 1, 2, 3, 4 e 5;
B – 2 e 4 apenas;
C – 5 apenas;
D – 2 e 3 apenas;
E – 1 apenas.
RESPOSTAS:
1.D; 2.A; 3.B.