Aproveite este resumo sobre o Renascimento Comercial e Urbano voltado para o Enem e vestibulares
Nesta postagem você encontrará um resumo acerca do Renascimento Comercial e Urbano, bem como as principais mudanças culturais e sócioeconômicas promovidas pela reabertura do mar mediterrâneo reinserindo a Europa Ocidental nas rotas comerciais.
O Renascimento Comercial e Urbano é fruto de mudanças sistemáticas nas relações políticas, sociais e econômicas a partir da realização das Cruzadas, expedições militares, comerciais e políticas, que visavam a conquista dos territórios sagrados para a religião católica, bem como as tentativas de reunião da cristandade, separada a partir do Cisma do Oriente, ou seja, o rompimento entre católicos que originou a divisão desta doutrina religiosa em católicos romanos e católicos ortodoxos.
Humanistas costumam retratar a idade média como um longo período de trevas, uma vez que do ponto de vista científico o domínio da doutrina e filosofia católica, representada pelas escolas patrística e escolástica, exerceu forte influência no que era produzido em termos culturais.
O desenvolvimento das Cruzadas, embora não tenham logrado êxito em relação aos objetivos iniciais, representou a reabertura do mercado europeu, sobremaneira para o comércio de produtos produzidos na Ásia (especiarias) com grande influencia, participação e domínio dos navegadores italianos, com destaque para o pioneirismo dos genoveses e venezianos.
Em território europeu, a lógica medieval que por quase mil anos impediu o pleno desenvolvimento da atividade comercial, reduzida a troca direta de mercadorias (escambo) independente do uso de padrões monetários sofreu importantes mudanças a partir da revolução agrícola, que por sua vez inseriu novas técnicas que potencializaram a produção, bem como do próprio desenvolvimento das cruzadas e a da ascensão burguesa, trazendo a tona novos conflitos e relações sociais.
Do ponto de vista da nobreza feudal, a centralização do poder nas mãos dos Reis e o estabelecimento dos chamados Estados Nacionais operaram mudanças igualmente marcantes na esfera política e também só foi possível com o desenvolvimento da atividade comercial nos chamados burgos. Em suma, o controle e proteção da atividade comercial exercida por burgueses garantiram receitas capazes de elevar o poder dos reis com a formação e manutenção de exércitos regulares e até mesmo profissionais.
A imagem acima mostra a cidade francesa de Carcassonne. Repare que o centro da cidade é cercado por muralhas. Os Burgos, zonas de comércio, situavam-se dentro das muralhas, o que garantia a proteção da atividade mercantil. Em troca da segurança os burgueses pagavam tributos aos senhores feudais/nobres.
Todavia, algumas cidades ganharam ainda mais destaque como centros comerciais a partir do desenvolvimento da burguesia, cada vez mais organizada em ligas, guildas ou corporações de ofício, que visavam o desenvolvimento de atividades comerciais específicas.
Exemplo destas associações, a chamada Liga Hanseática era composta por uma série de cidades que monopolizavam as principais rotas comerciais marítimas na Europa e foi responsável por estabelecer leis de navegação e comércio na região. A liga foi originalmente formada no século XII e congregava as principais cidades livres da região do mar báltico e mar do norte. Com sede na cidade alemã de Lubeck, participavam dela as cidades de Londres, Bordeaux e Nantes, Bergen, Bruges, Cracóvia, Varsóvia, Groningen, Novgorod, Praga, Reval, Riga, Bremen, Hamburgo, Veneza, entre outras.
O mapa acima apresenta em detalhes as principais rotas comerciais sob influencia da Liga Hanseática. Fundada no século XII, esta associação comercial chegou a reunir uma centena de cidades.
Por sua vez, as guildas reunião artesãos e trabalhadores vinculados a determinadas atividades e estabeleciam padrões a serem obedecidos na produção destes produtos, como sapatos, alfaiataria, entre outras atividades manufatureiras. Seguiam uma hierarquia bastante rígida baseada na capacidade do artesão que se dividia em mestres, oficiais e mestres.
Desta forma as cidades tornaram-se ambientes cada vez mais ocupados, uma vez que atividade agrícola era restrita a um pequeno numero de pessoas e a cidade oferecia um novo leque de oportunidades aqueles que não mais conseguiam retirar seu sustento do campo. Assim, a cidade configurava-se como um ambiente mais livre do domínio da nobreza feudal.
De igual maneira, a burguesia ampliava a passos largos sua influencia nesta nova composição social e o retorno de valores culturais clássicos advindos das regiões independentes da grande influência católica fez renascer na Europa um sistema cultural mais livre, capaz de abalar também as estruturas culturais da Europa que resultariam no renascimento cultural.
Dica 1: Video Aula sobre o Renascimento Comercial e Urbano:
Exercícios:
1- A partir do século X, mas principalmente do XI, é o grande período de urbanização – prefiro utilizar esse termo mais do que o de renascimento urbano, já que penso que, salvo exceção, não há continuidade entre a Idade Média e a Antiguidade. LE GOFF, Jacques. Por amor às cidades. Conversações com Jean Lebrun. São Paulo: Unesp, 1998, p. 16.
A respeito das cidades medievais, após o ano mil, é CORRETO afirmar:
a) Tornaram-se centros econômicos e financeiros e vinculados às rotas mercantis e à produção agrária das áreas rurais próximas.
b) Eram fundamentalmente sedes episcopais e centros administrativos do Sacro Império Romano Germânico.
c) Tornaram-se núcleos da produção industrial que começou a desenvolver-se sobretudo no norte da Itália, a partir do século XI.
d) Tornaram-se os principais entrepostos do comércio de escravos africanos desde o início das Cruzadas.
e) Apresentaram-se como legado das pólis gregas e das cidades romanas da Antiguidade.
Resposta: A
2- A Liga Hanseática era uma associação de mercadores empenhados, na Europa, na comercialização de vários produtos, tais como peles e couros, peixes, âmbar, sal e trigo trazidos das regiões bálticas e trocados pelos vinhos, especiarias, têxteis, frutas e outros produtos do Oriente e do Sul. Chegou a contar com a participação de 80 cidades e, sendo uma organização essencialmente lucrativa, marcou o desenvolvimento e uma profunda modificação no panorama da economia européia, bem como edificou as bases para a Revolução Comercial.
Essa poderosa associação era liderada pelas cidades de:
a) Gênova, Florença e Veneza;
b) Lübeck, Hamburgo e Bremen;
c) Antuérpia, Londres e Paris;
d) Colônia, Amsterdan e Viena;
e) Estocolmo, Novgorod e Riga.
Resposta: B