Competência 1 da redação Enem: uso da Norma Padrão

Você sabe o que é necessário para atingir a pontuação máxima na competência 1 da redação Enem? O foco é mostrar que você domina a Norma Padrão da Língua Portuguesa. É nela que reside a chave para um texto impecável, claríssimo e coeso. Acha difícil?

Calma, não precisa se desesperar! Aqui, vamos desvendar os segredos da norma padrão de um jeito descomplicado, sem enrolação e com dicas certeiras para você conquistar os corretores. Você vai ver que não é um bicho de sete cabeças e, com um pouquinho de prática, vai conquistar a nota máxima.

Aproveite a leitura!

O que é a norma padrão?

A norma culta ou padrão se configura como a variedade linguística utilizada em contextos formais e oficiais, com características como:

• Clareza: comunicação precisa e objetiva, livre de ambiguidades;
• Coesão: encadeamento lógico das ideias, construindo um texto fluido e compreensível;
• Correção gramatical: obediência às regras gramaticais da Língua Portuguesa, garantindo clareza e profissionalismo;
• Impessoalidade: linguagem neutra e formal, evitando gírias, coloquialismos e regionalismos;
• Precisão vocabular: utilização de palavras precisas e adequadas ao contexto, demonstrando domínio da língua;
• Formalidade: linguagem sóbria e respeitosa, condizente com a situação comunicativa formal.

Por que a norma padrão é importante na redação do Enem?

Dominar a norma culta na redação do Enem é fundamental por diversos motivos:

• Clareza e objetividade: garante que sua mensagem seja compreendida com precisão pelos corretores, evitando interpretações errôneas e pontuações baixas;
• Demonstração de conhecimento: comprova seu domínio da Língua Portuguesa e sua capacidade de se comunicar de forma adequada em contextos formais;
• Impressão positiva: contribui para uma boa imagem do candidato, transmitindo profissionalismo e maturidade intelectual;
• Diferenciação: destaca seu trabalho em meio a outras redações, aumentando suas chances de obter uma boa nota.

Lembre-se: a norma padrão não é um obstáculo à criatividade! Pelo contrário, ela oferece ferramentas para que você explore todo o potencial da Língua Portuguesa e construa um texto rico, envolvente e que transmita suas ideias com força e clareza.

Características da norma padrão na redação do Enem

Agora, vamos explorar as características essenciais da norma padrão na redação do Enem, para que você domine essa habilidade com maestria.

Clareza

A clareza na norma culta reside na capacidade de transmitir suas ideias de forma precisa e objetiva, livre de ambiguidades que possam gerar interpretações errôneas. Imagine um texto transparente, onde cada palavra se encaixa perfeitamente, guiando o leitor em uma jornada de compreensão sem obstáculos.

Para alcançar essa clareza impecável, algumas ferramentas são essenciais:

• Precisão vocabular: escolha palavras com cuidado, certificando-se de que cada uma carrega o significado exato que você deseja transmitir.
• Concisão: evite frases prolixas e desnecessárias. Vá direto ao ponto, transmitindo suas ideias de forma concisa e direta.
• Estrutura organizada: divida seu texto em parágrafos coesos e bem estruturados, facilitando a leitura e a compreensão do leitor.
• Exemplos e argumentos: utilize exemplos concretos e argumentos sólidos para embasar suas ideias, tornando seu texto mais convincente e persuasivo.

Coesão

A coesão é a responsável por tecer uma melodia harmoniosa entre suas ideias, construindo um texto fluido e agradável de ler. Cada frase deve se conectar à anterior de forma natural e lógica, criando uma experiência de leitura envolvente.

Para alcançar essa coesão, algumas ferramentas são essenciais:

• Conectivos: utilize conectivos adequados para unir suas ideias e frases, garantindo a progressão natural do texto.
• Repetição de termos: repita termos e palavras-chave estrategicamente para reforçar a coesão e a unidade temática do texto.
• Pronomes e referências: utilize pronomes e referências com clareza, evitando ambiguidades que possam confundir o leitor.
• Parágrafos coesos: organize cada parágrafo em torno de uma ideia central, desenvolvendo-a de forma completa e coesa.

Correção Gramatical

A correção gramatical é a base sobre a qual se constrói um texto impecável. Imagine um texto livre de erros ortográficos e gramaticais, transmitindo profissionalismo e respeito ao leitor.

Para alcançar essa correção, algumas ferramentas são essenciais:

• Domínio das regras gramaticais: estude e revise as regras gramaticais da Língua Portuguesa, focando nas áreas que você apresenta mais dificuldade.
• Leitura atenta: leia com atenção o que você escreve, identificando e corrigindo erros gramaticais e ortográficos antes de finalizar o texto.
• Revisão meticulosa: revise seu texto com cuidado, buscando identificar e corrigir erros que possam ter passado despercebido na primeira leitura.
• Utilização de ferramentas: utilize dicionários, gramáticas e ferramentas online para tirar dúvidas e aprimorar sua escrita.

Impessoalidade

A impersonalidade na norma padrão é fundamental em um contexto formal como a Redação do Enem. O texto deve ser neutro e objetivo, livre de gírias, coloquialismos e regionalismos que possam comprometer a seriedade da sua argumentação.

Para alcançar essa impessoalidade:

• Evite gírias e coloquialismos: utilize linguagem formal, adequada ao contexto da redação.
• Cuidado com regionalismos: evite expressões regionais que possam não ser compreendidas por todos os leitores.
• Tom neutro: mantenha um tom neutro e objetivo em sua escrita, evitando expressões pessoais e opiniões subjetivas.
• Terceira pessoa: utilize a terceira pessoa do discurso para referir-se a si mesmo ou ao tema (“você” impessoal).

Precisão Vocabular

A precisão vocabular possibilita que você escreva seu texto com as palavras mais adequadas para expressar suas ideias, demonstrando seu domínio da língua.

Para alcançar essa precisão vocabular, é essencial:

• Leitura diversificada: leia bastante, explorando diferentes gêneros textuais como livros, artigos e reportagens formais.
• Sinônimos e antônimos: utilize sinônimos para ampliar seu vocabulário e evitar repetições desnecessárias.
• Dicionário e Thesaurus: consulte o dicionário para verificar o significado exato das palavras e utilize o Thesaurus para encontrar sinônimos e palavras relacionadas.
• Evite rebuscamentos: use palavras precisas e de fácil compreensão, evitando o uso excessivo de palavras rebuscadas que dificultem a leitura.

Formalidade

A formalidadeé o elemento que confere seriedade e respeitabilidade à sua redação. O texto precisa ser sóbrio e respeitoso, condizente com o contexto formal da prova do Enem.

Para alcançar essa formalidade, algumas ferramentas são essenciais:

• Evite contrações: evite contrações como “daqui” e “pra” que caracterizam a linguagem informal.
• Frases completas: utilize frases completas e bem estruturadas para transmitir suas ideias de forma clara e formal.
• Tom respeitoso: mantenha um tom respeitoso e profissional em sua escrita, evitando expressões vulgares ou ofensivas.
• Linguagem culta: utilize a linguagem culta característica do português formal, evitando expressões coloquiais e gírias.

Exemplo de uso da norma culta na redação

Para aprender, na melhor do que ver exemplos, certo? Então, vamos usar a redação nota mil da candidata Isabella Gadelha, da Paraíba, no Enem 2020.

Preste atenção ao parágrafo de introdução do texto:

Nise da Silveira foi uma renomada psiquiatra brasileira que, indo contra a comunidade médica tradicional da sua época, lutou a favor de um tratamento humanizado para pessoas com transtornos psicológicos. No contexto nacional atual, indivíduos com patologias mentais ainda sofrem com diversos estigmas criados. Isso ocorre, pois faltam informações corretas sobre o assunto e, também, existe uma carência de representatividade desse grupo nas mídias.

A professora Daniela Garcia, do Curso Enem Gratuito, ensina que, a primeira coisa que você deve observar nesta introdução é que a candidata utiliza uma linguagem objetiva e simples, sem nenhum grande rebuscamento. E não precisa, mesmo.

O texto é tranquilo, sem recorrer ao uso de palavras difíceis ou muito diferentes. A linguagem é simples e objetiva. A dica serve para você não se preocupar em utilizar palavras difíceis para impressionar os avaliadores. Isso é apenas um mito que não procede.

Tem um detalhe importante na última frase:

“Isso ocorre, pois faltam informações corretas sobre o assunto e, também, existe uma carência de representatividade desse grupo nas mídias.”

A candidata utilizou a palavra “desse”. Muitos estudantes ficam em dúvida sobre o uso do “deste” ou do “desse”, com medo de perder pontos no Enem.

Porém, é importante esclarecer que dentro das normas de correção da redação do Enem, que fazem parte do Manual da Correção, os avaliadores do Ministério da Educação foram orientados a não observar esta norma, já que há conflitos de interpretação entre principais gramáticos, que são os autores da área.  

Citações e a norma culta na redação

Observe agora uma forma correta de fazer citações de nomes de livros, filmes, séries, canções ou qualquer obra de arte em uma redação do Enem. A candidata Isabella fez corretamente uma citação dentro do segundo parágrafo do desenvolvimento:

Ademais, a carência de representatividade nos veículos midiáticos fomenta o preconceito contra pessoas com distúrbios psicológicos. Nesse sentido, a série de televisão da emissora HBO, “Euphoria”, mostra as dificuldades de conviver com Transtorno Afetivo Bipolar (TAB), ilustrado pela protagonista Rue, que possui a doença.

Perceba que o nome da série que foi citada (Euphoria), está escrito entre aspas no texto da redação da Isabella. Ela fez o uso correto das aspas para identificar o nome da série.

Outro aspecto importante foi o uso da sigla que identifica a doença do Transtorno Afetivo Bipolar (TAB). Primeiro, Isabella colocou o nome completo, por extenso, e só depois é que colocou a sigla. Este é o jeito correto de se escrever dentro da Norma Culta do Idioma.

Dicas da Competência 1

A  professora Daniela Garcia produziu uma série especial com as principais dicas para você atender aos requisitos de todas as cinco competências da Redação do Enem. Assista à aula sobre o uso da Norma Culta na Redação, que é a competência 1.

https://youtu.be/5RzXiXVdSmY

Redação Enem Nota 1000

Isabella Gadelha – Enem 2020

Nise da Silveira foi uma renomada psiquiatra brasileira que, indo contra a comunidade médica tradicional da sua época, lutou a favor de um tratamento humanizado para pessoas com transtornos psicológicos. No contexto nacional atual, indivíduos com patologias mentais ainda sofrem com diversos estigmas criados. Isso ocorre, pois faltam informações corretas sobre o assunto e, também, existe uma carência de representatividade desse grupo nas mídias.

Primariamente, vale ressaltar que a ignorância é uma das principais causas da criação de preconceitos contra portadores de doenças psiquiátricas. Sob essa ótica, o pintor holandês Vincent Van Gogh foi alvo de agressões físicas e psicológicas por sofrer de transtornos neurológicos e não possuir o tratamento adequado. O ocorrido com o artista pode ser presenciado no corpo social brasileiro, visto que, apesar de uma parcela significativa da população lidar com alguma patologia mental, ainda são propagadas informações incorretas sobre o tema. Esse processo fortalece a ideia de que integrantes não são capazes de conviver em sociedade, reforçando estigmas antigos e criando novos. Dessa forma, a ignorância contribui para a estigmatização desses indivíduos e prejudica o coletivo.

Ademais, a carência de representatividade nos veículos midiáticos fomenta o preconceito contra pessoas com distúrbios psicológicos. Nesse sentido, a série de televisão da emissora HBO, “Euphoria”, mostra as dificuldades de conviver com Transtorno Afetivo Bipolar (TAB), ilustrado pela protagonista Rue, que possui a doença. A série é um exemplo de representação desse grupo, nas artes, falando sobre a doença de maneira responsável. Contudo, ainda é pouca a representatividade desses indivíduos em livros, filmes e séries, que quando possuem um papel, muitas vezes, são personagens secundários e não há um aprofundamento de sua história. Desse modo, esse processo agrava os estereótipos contra essas pessoas e afeta sua autoestima, pois eles não se sentem representados.

Portanto, faz-se imprescindível que a mídia – instrumento de ampla abrangência – informe a sociedade a respeito dessas doenças e sobre como conviver com pessoas portadoras, por meio de comerciais periódicos nas redes sociais e debates televisivos, a fim de formar cidadãos informados. Paralelamente, o Estado – principal promotor da harmonia social – deve promover a representatividade de pessoas com transtornos mentais nas artes, por intermédio de incentivos monetários para produzir obras sobre o tema, com o fato de amenizar o problema. Assim, o corpo civil será mais educado e os estigmas contra indivíduos com patologias mentais não serão uma realidade do Brasil. (Fonte)

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