Brain Rot: o que significa a palavra de 2024 e como usar na redação do ENEM

Entenda 'brain rot', a palavra de 2024, e aprenda a usá-la na redação do ENEM com dicas e exemplos sobre tecnologia, educação e saúde mental.

Em dezembro de 2024, a Oxford University Press escolheu “brain rot” como a palavra do ano, uma expressão que captura as preocupações de um mundo cada vez mais grudado nas telas e no digital. Se você está na corrida pelo ENEM, entender o que ela significa e como usá-la na redação pode ser um trunfo na manga.

O que é “brain rot”?

O termo “brain rot” (literalmente “apodrecimento do cérebro” em inglês) é usado para descrever um estado mental em que a pessoa se sente mentalmente exausta, sobrecarregada ou até mesmo “podre” devido ao excesso de informações, principalmente as provenientes da internet. Esse fenômeno está diretamente relacionado ao consumo excessivo de conteúdo digital, como vídeos curtos, memes, redes sociais e outras formas de entretenimento rápido e superficial.

Embora o termo pareça coisa de agora, ele já apareceu lá em 1854, no livro “Walden”, de Henry David Thoreau, que usou “brain rot” para cutucar a superficialidade da época. Mas foi em 2024 que ele explodiu, com um salto de 230% no uso entre 2023 e 2024, especialmente entre a geração Z e Alpha, que espalhou a expressão no TikTok.

Por que “brain rot” foi eleita a palavra do ano?

A escolha de “brain rot” como palavra do ano não é aleatória. Ela espelha um momento cultural em que a sociedade começa a questionar os efeitos do excesso de conectividade. Em 2024, estudos apontaram um aumento significativo de problemas de saúde mental em jovens, como ansiedade e dificuldade de concentração, associados ao uso prolongado de redes sociais.

No Brasil, por exemplo, dados recentes indicam que 26,8% da população já enfrentou algum transtorno mental, um número que dialoga diretamente com os debates sobre o impacto da tecnologia em nossas vidas.

Segundo a pesquisa TIC Domicílios 2023, 81% dos brasileiros acessam a internet diariamente, e o país é o segundo no mundo em tempo gasto no TikTok, com uma média de 34 horas mensais por usuário.

Além disso, “brain rot” ganhou tração por sua versatilidade: é ao mesmo tempo uma autocrítica bem-humorada de quem consome esse conteúdo e uma denúncia séria de como a “economia da atenção” — alimentada por algoritmos que priorizam o entretenimento rápido — pode estar nos tornando menos reflexivos.

Brain rot e a proibição de celulares nas escolas

No Brasil, o “brain rot” ganhou eco em 2025 com leis estaduais, como a de São Paulo, que proibiram celulares nas escolas para reduzir a exposição a conteúdos triviais e combater a distração.

Dados do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (PISA) de 2022 revelaram que 80% dos estudantes brasileiros se distraem em aulas de matemática ao usar dispositivos digitais. Além disso, 59% relataram distração causada por colegas usando smartphones, resultando em uma queda de 15 pontos nos testes — equivalente a três quartos de um ano de aprendizado.

Para os defensores da medida, limitar o acesso a redes sociais durante o horário escolar é uma forma de combater o “brain rot”, incentivando o foco e a interação presencial.

Críticos, porém, argumentam que a proibição ignora o potencial educativo da tecnologia, como o uso de aplicativos pedagógicos. Esse debate é um prato cheio para a redação do ENEM, pois conecta o “brain rot” a questões de educação, tecnologia e políticas públicas.

Como usar “brain rot” na redação do ENEM?

O ENEM valoriza redações que revelem um repertório sociocultural diversificado e a habilidade de articular argumentos consistentes, fundamentados em questões contemporâneas. Nesse contexto, o termo “brain rot” emerge como um recurso argumentativo poderoso.

Temas aplicáveis

Ele pode ser mobilizado de forma estratégica em temas como o uso desenfreado da tecnologia, os desafios da educação na era digital, os reflexos do entretenimento superficial na saúde mental ou mesmo as implicações do consumo cultural massificado.

Exemplo em tecnologia e alienação

Por exemplo, em um tema sobre tecnologia e alienação, “brain rot” pode ilustrar como a exposição prolongada a redes sociais e conteúdos fragmentados compromete a capacidade crítica dos indivíduos, alinhando-se a referências como a teoria da “indústria cultural” de Adorno e Horkheimer, que critica a padronização do pensamento.

Educação e concentração

Já em uma discussão sobre educação, o conceito pode ser associado à dificuldade de concentração dos jovens em tempos de hiperestimulação digital, dialogando com dados ou estudos que apontem a queda no desempenho escolar ligada ao uso excessivo de telas.

Saúde mental e sobrecarga

No campo da saúde mental, “brain rot” permite explorar os efeitos da sobrecarga informativa e da dopamina gerada por recompensas instantâneas, podendo ser relacionado a diagnósticos crescentes de ansiedade e burnout na juventude.

Consumo cultural e superficialidade

Ao abordar consumo cultural, o termo pode servir para questionar a substituição de produções artísticas densas por conteúdos efêmeros, como memes ou vídeos virais, o que empobrece o debate público.

Dicas para uso eficaz

Para utilizar “brain rot” com eficácia, é essencial contextualizá-lo dentro do problema proposto, evitando seu uso como mera expressão sensacionalista. Integrá-lo a um argumento sólido, respaldado por exemplos concretos ou alusões a pensadores, como o conceito de “sociedade do espetáculo” de Guy Debord, demonstra domínio linguístico e sociocultural, características altamente valorizadas na competência 2 do ENEM.

Dicas para impressionar na redação

Contextualize o Termo

Ao introduzir o conceito de “brain rot” na redação, é importante explicar o que ele significa e como ele se relaciona com o tema proposto. Isso demonstra domínio do assunto e capacidade de relacionar conceitos contemporâneos com questões sociais relevantes.

Mostre repertório

Combine o termo com referências como filósofos (Bauman, Foucault), dados estatísticos ou até obras como 1984 de George Orwell, que aborda a manipulação da mente.

Proponha Soluções

A redação do ENEM exige uma proposta de intervenção. Ao discutir o “brain rot”, pense em soluções que possam mitigar seus efeitos, como a promoção da educação digital, a criação de políticas públicas que incentivem o uso consciente da tecnologia e a implementação de práticas que ajudem os jovens a desenvolverem hábitos mais saudáveis de consumo de informação.

Aprenda pelo Whatsapp!

Quer ficar por dentro de todas as novidades sobre o Enem, Sisu, Prouni e outros programas educacionais? Participe do nosso canal no WhatsApp do Curso Enem Gratuito! Lá, você recebe as últimas notícias, dicas de estudo e informações atualizadas diretamente no seu celular. É simples, rápido e feito especialmente para ajudar você a conquistar sua vaga na universidade.

Luana Santos

Jornalista formada pela UFSC e redatora da Rede Enem
Categorias: Atualidades Enem, Redação Enem
Encontrou algum erro? Avise-nos para que possamos corrigir.

WhatsApp Blog do Enemgapixel