Veja por que as redações engraçadas do Enem viralizam, quais erros afetam a nota e como evitá-los com base nas 5 competências.
O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) é conhecido por ser uma prova séria, exigente e que demanda muita preparação. No entanto, entre milhares de textos dissertativo-argumentativos produzidos todos os anos, algumas redações engraçadas se destacam — e viralizam nas redes sociais.
Essas pérolas do Enem surgem de erros, interpretações equivocadas ou até excesso de criatividade por parte dos candidatos, tornando o momento de tensão em algo, no mínimo, cômico.
Neste artigo, vamos entender por que essas situações acontecem, analisar exemplos clássicos e, claro, aprender como evitar cair nessas armadilhas durante a prova.
As chamadas “pérolas do Enem” viralizam porque misturam dois elementos que chamam muito a atenção: o humor e o contexto de uma prova extremamente séria. A ideia de alguém escrever algo completamente fora do padrão esperado — como citar o hino de um time de futebol ou incluir uma receita de miojo no meio do texto — gera curiosidade, risadas e compartilhamentos em massa.
No entanto, é importante ter um olhar crítico. O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), responsável pela prova, já desmentiu várias dessas supostas “pérolas”. Em muitos casos, as frases atribuídas ao Enem são invenções que se espalharam com o tempo — verdadeiras lendas da internet.
Exemplos clássicos de redações engraçadas do Enem
Mesmo com o alerta do Inep sobre a veracidade de algumas “pérolas”, existem exemplos reais e bem documentados de redações que surpreenderam — e até arrancaram risadas — por fugir totalmente da proposta da prova.
Esses casos ajudam a entender como a falta de foco, o nervosismo ou até uma tentativa de ser original demais podem comprometer seriamente a nota. Veja alguns exemplos famosos:
1. Aluno cita o próprio aniversário no meio da redação
Competências afetadas:
- Competência 2 (principalmente): Comentários pessoais como esse são irrelevantes e podem indicar fuga parcial do tema.
- Competência 3: A inclusão de uma informação sem relação com a tese prejudica a organização dos argumentos.
- Competência 1 e 4 (secundariamente): Se escrita em tom informal ou mal conectada ao restante do texto, pode afetar a norma culta e a coesão textual.
2. Citação ao hino do Palmeiras
Competências afetadas:
- Competência 2: A citação revela possível fuga total ou parcial do tema, o que pode zerar a redação.
- Competência 3: O conteúdo não contribui para a construção de um ponto de vista coerente.
- Competência 4: Se mal inserida, prejudica a coesão do texto.
3. Receita de miojo na redação
Um dos casos mais famosos envolveu um candidato que inseriu a receita de miojo no corpo do texto. Mesmo assim, ele recebeu 560 pontos, já que, segundo o MEC, a redação não fugiu completamente ao tema e não violou os direitos humanos.
📝 Competências afetadas:
- Competência 2: O uso de uma receita, por mais criativo que pareça, é uma quebra do formato dissertativo-argumentativo.
- Competência 3: A receita não apresenta argumentos nem desenvolve uma tese — o que compromete totalmente a construção textual.
4. Menção ao tio em redação sobre o RG (2022)
📝 Competências afetadas:
- Competência 2: Desviar do tema para contar uma história pessoal pode ser interpretado como fuga parcial.
- Competência 3: Falta de clareza na construção da argumentação.
Entendendo as 5 competências da redação do Enem
A correção da redação do Enem segue critérios bem definidos. Cada um deles corresponde a uma competência e vale até 200 pontos, totalizando os 1000 possíveis. Saber o que cada uma avalia é essencial para evitar deslizes — como os que vimos acima — e garantir uma boa nota.
Veja o que cada competência exige do participante:
Competência 1 — Domínio da norma padrão da língua portuguesa
Aqui, o foco é na gramática: ortografia, acentuação, concordância verbal e nominal, regência, uso da pontuação e estrutura das frases.
O que você deve fazer:
- Escrever com correção gramatical.
- Evitar erros recorrentes (como “concerteza”, “menas”, “seje”).
- Usar a pontuação de forma adequada.
Competência 2 — Compreensão da proposta e aplicação do tipo textual
Essa competência avalia se você entendeu o tema proposto e escreveu uma dissertação argumentativa, como é exigido pelo Enem.
O que você deve fazer:
- Responder diretamente à proposta.
- Defender uma tese (opinião) com argumentos.
- Evitar narrações, receitas, poemas ou desabafos — eles fogem do gênero textual esperado.
Competência 3 — Seleção e organização de argumentos
Aqui se observa a sua capacidade de argumentar de forma coerente. É preciso apresentar ideias, dados ou exemplos que sustentem sua tese e organizar isso de modo claro.
O que você deve fazer:
- Desenvolver bem os parágrafos.
- Usar estratégias argumentativas (causa e consequência, comparação, exemplificação).
- Evitar repetições ou ideias vagas.
Competência 4 — Mecanismos linguísticos de coesão
Essa competência avalia o encadeamento das ideias. Ou seja: como você conecta uma frase à outra, um parágrafo ao seguinte, usando conectivos e referências linguísticas.
O que você deve fazer:
- Usar conectivos adequados: “portanto”, “além disso”, “por outro lado”, etc.
- Evitar frases soltas ou desconectadas.
- Fazer a transição suave entre introdução, desenvolvimento e conclusão.
Competência 5 — Proposta de intervenção
É a cereja do bolo da redação. Ao final do texto, você precisa apresentar uma proposta para solucionar o problema discutido, com clareza e responsabilidade.
O que você deve fazer:
- Sugerir uma solução viável e detalhada.
- Indicar quem deve agir (governo, escola, mídia, etc.).
- Especificar como a ação será feita e com que objetivo.
O que dá pra aprender com tudo isso?
Os exemplos que mostramos ao longo do texto podem parecer engraçados à primeira vista, mas revelam algo importante: muitos erros cometidos na redação do Enem são consequência do desconhecimento das competências avaliadas. Quando o estudante não entende o que é esperado em cada parte do texto, fica mais fácil escorregar — seja fugindo do tema, escrevendo de forma incoerente ou deixando de apresentar uma proposta de intervenção.
A boa notícia é que esses erros podem ser evitados com prática e informação. Ler redações nota 1000, entender os critérios da banca e escrever com regularidade são passos fundamentais para mandar bem na prova.
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