Público jovem e que deseja adquirir experiência, movimentou as universidades
Um público bastante jovem e que costuma fazer o Enem por experiência. E, mesmo assim, a expectativa desses estudantes é grande para a prova.
Guilherme Campos, 16 anos, está no segundo Enem e afirma: “Faço por experiência mesmo, para quando estiver na hora de ingressar na faculdade, já saber como funciona”. O sonho do estudante é ingressar no curso de Engenharia Civil. Ele avalia a prova do Enem como cansativa e considera a parte de Humanas a mais difícil.
Mariane dos Santos, 20 anos, está no quarto Enem. A estudante quer cursar Enfermagem, e conta que fez a prova nos dois primeiros anos só para aprender mesmo. Mariane relata que almoçou neste sábado às 10 horas da manhã para chegar cedo na prova. “Tem que ser assim, porque não dá para perder o horário”.
Maria Vitória Farias, 17 anos, está indecisa na escolha dos cursos de Jornalismo e Publicidade. “Depois de fazer a prova e ver meu desempenho, é que vou escolher”, disse Maria Vitória, que considera o Enem fácil, mas cansativo, devido aos enunciados longos.
Para tentar uma bolsa integral na faculdade é que Maria Eduarda Oliveira, 17 anos, está fazendo o Enem pela segunda vez. Conseguiu ingressar no curso de Direito e ganhou meia bolsa, graças ao Enem. “Como minha renda é baixa, mesmo pagando a metade da mensalidade, ainda fica pesado. Por isso quero me sair melhor na prova desse ano e garantir a bolsa integral”, conta a candidata esperançosa e que, neste ano, se programou para chegar com antecedência no local de prova.
“No ano passado tomei um susto: cheguei dois minutos antes dos portões fecharem. Nesse ano já me organizei para chegar bem antes”, relata Maria Eduarda.
Presença dos pais
Como a maior parte dos candidatos do Enem são adolescentes, o que muito se viu neste sábado, foram pais levando seus filhos para os locais de prova e, não só isso, esperando até o final delas.
O advogado Waldemar Justino, 59 anos, foi um deles. Pai de gêmeos, Justino fala com orgulho do esforço e talento dos filhos de apenas 15 anos e que estão fazendo o Enem para obter experiência.
“Saímos duas horas antes de casa, para não correr risco de ter imprevistos no meio do caminho. Isso que moramos a 7 km de distância do local da prova”, relatou a advogado que se formou na turma de Direito de 1988, na UFSC. Ele acredita que os filhos se sairão muito bem nas provas, mesmo com a pouca idade, pois se dedicam bastante e são um dos melhores alunos da escola onde estudam. Um deles deseja seguir a carreira de médico e o outro, de engenheiro, contou o pai orgulhoso dos filhos.
Atrasos
Alguns candidatos chegaram em cima da hora no local de prova e choravam nas portas da universidade, sem poder mais entrar.
Júlia Pompeu, 19 anos, estava desesperada porque perdeu a oportunidade de fazer o Enem. Ela quer seguir a carreira de arquiteta e já participou do Enem no ano passado. “Não sabia o local exato da prova, por isso perdi o horário”, lamentava a estudante de cursinho e lembrava que, na próxima semana, começam as revisões para o vestibular.
Bruna Emerim, 20 anos, também chegou atrasada. Segundo ela, o problema foi o trânsito. “A rodovia estava em obras e acabou demorando demais para chegar ao lugar de prova”, lamentava a candidata que já fez o Enem em 2003. “Cheguei a cursar Engenharia da Pesca, mas não me identifiquei com o curso”.
Pós Prova
Depois das primeiras duas horas de prova, os candidatos do Enem já podem começar a se ausentar das salas e, realmente, uma galera sai depois desse tempo.
Crislaine Maria Duarte, 21 anos, foi uma das estudantes que logo saiu. “Achei a parte de Ciências da Natureza um pouco complicada, difícil”, avaliou a candidata que já cursa Pedagogia em uma universidade particular e está fazendo o Enem para tentar um bolsa de estudos. Crislaine acredita que, no domingo, terá um pouco mais de dificuldade na prova, devido à redação.
Para Carlos Eduardo Jesus Nunes da Silva, 17 anos, a prova foi tranquila, mas não foi fácil. “A parte de Ciências da Natureza foi o que mais complicou”, disse o estudante que deseja cursar Relações Internacionais. O garoto está no segundo Enem, sendo a primeira vez só por experiência. Ele se diz tranqüilo para o segundo dia de prova, porque manda bem em redação, só tem mais dificuldade em Matemática e Física.
E, como os fiscais das provas na Universidade Federal de Santa Catarina já comentavam logo no início das provas, o estudante também confirmou: “faltaram muitas pessoas na prova”. Segundo Silva, em sua sala, um pouco menos da metade dos candidatos não compareceu.