Já ouviu falar do curso de Ciências Moleculares da USP? Ele não está no manual da Fuvest e só alunos com melhores notas no vestibular podem tentar uma vaga!
Você sabia que a Universidade de São Paulo (USP) tem uma graduação “secreta”? O curso de Ciências Moleculares da universidade existe há 23 anos e não aparece no manual dos vestibulandos da Fuvest. Apenas alunos que já estudam na USP e tiveram um ótimo desempenho na prova da Fuvest são convidados para tentar conquistar uma vaga no curso.
Um dos convidados para a seleção de 2013 foi Luan Granzotto, de 24 anos, aprovado em 12º lugar no curso de Letras da USP, com 849 vagas. Em maio, quando estudava para uma prova de literatura clássica, recebeu uma carta da universidade, convidando-o para o curso de Ciências Moleculares.
“Selecionamos quem já foi aprovado, e bem”, afirma o coordenador do curso, Antonio Martins Figueiredo. A graduação de Ciências Moleculares não é subordinada a nenhuma faculdade da USP e oferece disciplinas em um misto de biologia, física, química e matemática.
Por ano, cerca de 100 pessoas disputam uma das 25 vagas abertas para o curso em que estuda “a elite da universidade” – apelido dado pelos alunos.
A seleção para a turma de 2013 está acontecendo agora. A primeira frase, uma prova com perguntas discursivas, já aconteceu e restringiu-se às quatro matérias que formam a grade do curso (biologia, química, física e matemática) mais inglês. A segunda fase é uma mesa redonda com os candidatos. Certa vez, um professor levou pepino, batata, clipe de metal, moeda de cobre e lâmpada. “Com isso, é possível fazer uma bateria e acender a luz.” Os alunos deveriam montar o experimento apenas com essa instrução.
O resultado da seleção é divulgado sem notas, o candidato apenas sabe se foi aprovado ou não. Superado o desafio de conquistar uma das poucas vagas, o aluno precisa se esforçar muito para se manter no curso. Poucos dos que entram no curso conseguem se formar.
A turma de 2005 do curso de Ciências Moleculares da USP começou com 15 pessoas. Antes do segundo semestre, eram dez. No dia da formatura, sete.
O curso tem muitas aulas e todas pesadas. Na sexta-feira, o dia é livre. “Para pode estudar”, diz o coordenador Figueiredo. Além disso, a grade curricular é muito rígida e poucas vezes o aluno pode optar por não fazer uma das matérias.
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Fonte: Folha de S. Paulo
