Pronunciamento do Ministro da Educação, Camilo Santana, confirma que não haverá alterações no Enem em 2024 e traz atualizações quanto ao modelo do ensino médio no país.
A manutenção do formato atual do Enem para o ano de 2024 foi confirmada pelo ministro da Educação, Camilo Santana, em pronunciamento realizado nesta terça-feira, dia 19.
Além dessa decisão, o ministro também revelou que um projeto de lei com propostas de alterações no modelo do ensino médio, que se encontra em seu segundo ano de implementação, será submetido ao Congresso ainda neste mês.
Essas informações marcam um importante capítulo nas discussões sobre o futuro da avaliação educacional no país e na contínua evolução do sistema de ensino médio brasileiro.
Acompanhe a leitura para saber mais!
Entenda o contexto da decisão sobre o formato do Enem
Era esperado que o Enem de 2024 adotasse um formato alinhado ao Novo Ensino Médio, que introduziu modificações na grade curricular e a oferta de disciplinas eletivas.
Contudo, devido às críticas ao novo modelo de ensino nas escolas do país e a exigência de revogação por parte de alguns setores, teve início uma longa discussão sobre o NEM.
Por isso, as alterações previstas para o Enem foram temporariamente suspensas. Ainda não há clareza sobre os próximos passos.
Em entrevista durante o Congresso Internacional de Jornalismo de Educação (Jeduca), em São Paulo, Camilo Santana afirmou que não haverá alteração no Enem nos próximos anos. Nem agora, em 2023, nem em 2024.
O ministro também destacou que a discussão sobre o formato do Enem vai acontecer em conjunto com o debate do próximo Plano Nacional de Educação (PNE).
A cada dez anos, essa legislação é revisada para estabelecer metas e diretrizes para o setor.
Entenda melhor as mudanças que estavam previstas para o novo Enem:
O Novo Ensino Médio
Em relação ao Novo Ensino Médio, o ministro esclareceu que o projeto de lei a ser encaminhado ao Congresso irá propor as seguintes alterações no modelo:
Itinerários formativos mais padronizados
Essa medida atende a uma demanda das redes estaduais para estabelecer uma base para os itinerários, a fim de reduzir a disparidade na oferta dessas disciplinas.
Enquanto algumas escolas oferecem um leque maior de opções aos seus alunos, existem escolas públicas que não possuem a infraestrutura mínima necessária, levando os estudantes a estudar temas que não são de seu interesse.
Retorno à carga horária de 2.400 horas
Com a reforma, as disciplinas clássicas listadas na Base Nacional Comum Curricular (BNCC), como matemática e português, tiveram menos prioridade na grade devido à inclusão das novas ofertas.
Em alguns casos, os estudantes relataram ter apenas duas aulas por semana de português e matemática. O intuito é, portanto, diminuir a carga horária das disciplinas eletivas.
Ensino técnico integral
Também existe a possibilidade de ensino técnico integral com 2.100 horas de carga horária na formação geral. Essa carga é menor do que as 2.400 horas dos demais alunos, para permitir a oferta de um curso técnico completo nos itinerários formativos.
Fase de transição
As alterações sugeridas resultam do trabalho de um grupo de estudo composto por representantes do setor educacional, criado pelo Ministério da Educação (MEC) para abordar a questão da reforma.
Dependendo do que for aprovado no Congresso Nacional, haverá uma fase de transição para os alunos que já estão seguindo o Novo Ensino Médio na sala de aula.
Adiamento das mudanças do Enem
O adiamento das mudanças no Enem não foi bem aceito pelos estudantes das escolas públicas, que se sentiram prejudicados.
Devido à redução da quantidade de horas dedicadas a matérias tradicionais, como física, química e história, no Novo Ensino Médio, eles podem enfrentar dificuldades em relação aos conhecimentos gerais necessários para o Enem no formato anterior, que será mantido em 2024.
Fonte: G1