Resumo da Escravidão, Resistência, Abolição e Racismo no Brasil
Veja desde a chegada dos primeiros navios do tráfico negreiro, no século XVI, as lutas pela Abolição conquistada no Século XIX, e os movimentos contemporâneos de combate ao racismo e à desigualdade.
Em seguida teste seus conhecimentos de História nos 10 exercícios e confira seu desempenho no gabarito!
A escravidão e a resistência de pessoas escravizadas é um tema que cai em todas as edições do Enem Tanto caem os aspectos históricos e sociais, quanto caem as questões contemporâneas para a superação do racismo e promover a igualdade racial.
Então, estes temas não podem ficar de fora dos seus estudos! Confira os resumos e a lista de questões sobre escravidão e resistência no Brasil Colonial, o Movimento Abolicionista, o final da escravatura, e as questões de racismo e de preconceito, e da promoção para a igualdade racial.
Resumo sobre escravidão
O açúcar, o ouro e os diamantes que trouxeram riqueza para o Brasil colônia foram obtidos por meio da mão de obra escravizada de negros e indígenas.
O Brasil foi o país que mais recebeu africanos escravizados, somando aproximadamente 4,8 milhões de pessoas. Para cá foram trazidas pessoas de regiões como Guiné, Congo, Angola e Moçambique. Apesar disso, em maior ou menor proporção, indígenas continuaram sendo escravizados durante todo o período colonial.
A História dos Quilombos
Confira com o professor Fábio Luiz Pereira, do canal do Curso Enem Gratuito, como foi que uma parte dos escravizados se rebelou e organizou comunidades de resistência, os Quilombos.
Veja agora com o professor Fábio Luiz Pereira, do canal do Curso Enem Gratuito, uma síntese sobre a origem do racismo e do preconceito de cor e raça no Brasil, e as políticas de combate e de superação para promover a igualdade racial.
Foram longos séculos de escravidão no Brasil. Desde a segunda metade do século XVI, com o desembarque dos primeiros navios do tráfico negreiro, e até o final do Século XIX, com as Leis Abolicionistas e, finalmente, a Lei Áurea, já no final do Império.
A origem da Escravidão no Brasil
Comece a sua revisão com um resumo sobre a Escravidão no Brasil com o professor Eduardo Volpato, do canal do Curso Enem Gratuito.
Em seguida, veja como a sociedade colonial escravocrata estava organizada e algumas formas de resistência dos escravizados.
Até o século XVIII, a vida no Brasil colônia se orientou, principalmente, pela economia açucareira de plantation. Os latifúndios eram compostos pelo engenho e suas instalações. A propriedades eram compostas pela casa-grande, onde moravam os proprietários e agregados; pela senzala, onde habitavam os escravizados; pela capela; e pela lavoura, mais distante.
Durante o período de economia açucareira, praticamente não havia mobilidade social. A estrutura da sociedade colonial era muito rígida. No topo da pirâmide socioeconômica estavam os senhores de engenho.
Em seguida estavam o denominados homens livres, entre os quais estavam os funcionários que administravam os engenhos, os donos de terras que não tinham engenho, e os ferreiros, carpinteiros e capatazes. E, num verdadeiro regime de segregação, a base da pirâmide era formada pelos escravos.
A fim de saber mais sobre o trabalho escravo nos engenhos, confira a videoaula do Curso Enem Gratuito:
No século XVIII, com o ciclo do ouro, Minas Gerias se tornou o principal destino dos africanos que eram trazidos para o Brasil. Tantos negros trabalharam nas minas que o tráfico negreiro ganhou um novo fôlego.
A maior parte da do trabalho escravo nas minas ocorria no leito dos rios. Portanto, os cativos trabalhavam com o corpo imerso nas águas frias que vinham das montanhas. Além do trabalho duro, os escravizados corriam perigos como alagamentos, queda de barragens e desabamentos.
Contudo, o trabalho nas minas não era a única atividade realizada pelos cativos na região. Também trabalhavam na produção de alimentos, no transporte de mercadorias e pessoas, e na construção de estradas, edifícios e chafarizes. Havia casos em que proprietários alugavam seus escravos para terceiros. Eles eram chamados de “escravos de ganho” ou “de aluguel”.
As chamadas “negras de tabuleiro”, por exemplo, eram escravas de ganho. Eram mulheres andavam pelas ruas vendendo doces e salgados em tabuleiros. Também eram conhecidas por ajudarem escravos fugidos e por esconderem ouro e diamante entre seus produtos com o objetivo de comprar sua liberdade.
A conquista da Abolição da Escravidão
Veja agora como aconteceu o movimento abolicionista, e como as leis foram se modificando ao longo do tempo, até chegar no 13 de maio de 1888 , com a Lei Áurea, que decretou oficialmente o fim da escravidão no Brasil.
Para complementar seus estudos, não deixe de conferir o conteúdo que está logo depois das questões sobre escravidão.
Questões sobre escravidão
Em seguida, teste seus conhecimentos com exercícios do Enem e vestibulares sobre escravidão e resistência:
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Pergunta 1 de 10
1. Pergunta
(ENEM MEC/2020/Aplicação Digital)
Associados a atividades importantes e variadas na evolução das sociedades americanas modernas, os africanos conseguiram impor sua marca nas línguas, culturas, economias, além de participar, quase invariavelmente, na composição étnica das comunidades do Novo Mundo. A sua influência alcançou mais fortemente as regiões do latifúndio agrícola, em comunidades cujo desenvolvimento ocorreu às margens do Atlântico e do mar das Antilhas, do sudeste dos Estados Unidos até a porção nordeste do Brasil, e ao longo das costas do Pacífico, na Colômbia, no Equador e no Peru.
KNIGHT, F. W. A diáspora africana. In: AJAYI, J. F. A. (Org.). História geral da África: África do século XIX à década de 1880. Brasília: Unesco, 2010.(adaptado).
Uma das contribuições da diáspora descrita no texto para o continente americano foi o(a)
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Pergunta 2 de 10
2. Pergunta
(ENEM MEC/2019)
A partir da segunda metade do século XVIII, o número de escravos recém-chegados cresce no Rio e se estabiliza na Bahia. Nenhum lugar servia tão bem à recepção de escravos quanto o Rio de Janeiro.
FRANÇA, R. O tamanho real da escravidão. O Globo, 5 abr. 2015 (adaptado).
Na matéria, o jornalista informa uma mudança na dinâmica do tráfico atlântico que está relacionada à seguinte atividade:
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Pergunta 3 de 10
3. Pergunta
(ENEM MEC/2018/2ª Aplicação)
Na África, os europeus morriam como moscas; aqui eram os índios que morriam: agentes patogênicos da varíola, do sarampo, da coqueluche, da catapora, do tifo, da difteria, da gripe, da peste bubônica, e possivelmente da malária, provocaram no Novo Mundo o que Dobyns chamou de “um dos maiores cataclismos biológicos do mundo”. No entanto, é importante enfatizar que a falta de imunidade, devido ao seu isolamento, não basta para explicar a mortandade, mesmo quando ela foi de origem patogênica.
CUNHA, M. C. Índios no Brasil: história, direitos e cidadania. São Paulo: Claro Enigma, 2012.
Uma ação empreendida pelos colonizadores que contribuiu para o desastre mencionado foi o(a)
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Pergunta 4 de 10
4. Pergunta
(ENEM MEC/2018)
Outra importante manifestação das crenças e tradições africanas na Colônia eram os objetos conhecidos como “bolsas de mandinga”. A insegurança tanto física como espiritual gerava uma necessidade generalizada de proteção: das catástrofes da natureza, das doenças, da má sorte, da violência dos núcleos urbanos, dos roubos, das brigas, dos malefícios de feiticeiros etc. Também para trazer sorte, dinheiro e até atrair mulheres, o costume era corrente nas primeiras décadas do século XVIII, envolvendo não apenas escravos, mas também homens brancos.
CALAINHO, D. B. Feitiços e feiticeiros. In: FIGUEIREDO, L. História do Brasil para ocupados. Rio de Janeiro: Casa da Palavra, 2013 (adaptado).
A prática histórico-cultural de matriz africana descrita no texto representava um(a)
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Pergunta 5 de 10
5. Pergunta
(ENEM MEC/2016)
A África Ocidental é conhecida pela dinâmica das suas mulheres comerciantes, caracterizadas pela perícia, autonomia e mobilidade. A sua presença, que fora atestada por viajantes e por missionários portugueses que visitaram a costa a partir do século XV, consta também na ampla documentação sobre a região. A literatura é rica em referências às grandes mulheres como as vendedoras ambulantes, cujo jeito para o negócio, bem como a autonomia e mobilidade, é tão típico da região.
HAVIK, P. Dinâmicas e assimetrias afro-atlânticas: a agência feminina e representações em
mudança na Guiné (séculos XIX e XX). In: PANTOJA, S. (Org.). Identidades, memórias ehistórias em terras africanas. Brasília: LGE; Luanda: Nzila, 2006.
A abordagem realizada pelo autor sobre a vida social da África Ocidental pode ser relacionada a uma característica marcante das cidades no Brasil escravista nos séculos XVIII e XIX, que se observa pela
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Pergunta 6 de 10
6. Pergunta
(Fuvest SP/2021)
[No Brasil] a transição da predominância indígena para a africana na composição da força de trabalho escrava ocorreu aos poucos ao longo de aproximadamente meio século. Quando os senhores de engenho, individualmente, acumulavam recursos financeiros suficientes, compravam alguns cativos africanos, e iam acrescentando outros à medida que capital e crédito tornavam-se disponíveis. Em fins do século XVI, a mão de obra dos engenhos era mista do ponto de vista racial, e a proporção foi mudando crescentemente em favor dos africanos importados e sua prole.
Stuart Schwartz, Segredos internos. São Paulo: Companhia das Letras, 1988, p. 68.
Com base na leitura do trecho e em seus conhecimentos, pode-se afirmar corretamente que, no Brasil,
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Pergunta 7 de 10
7. Pergunta
(UEMA/2021)
Sabeis quem traz as pragas à terra? Cativeiros injustos. Quem trouxe ao Maranhão a praga dos Holandeses? Quem trouxe a praga das bexigas? Quem trouxe a fome e a esterilidade? Estes cativeiros. […] Todo o homem que deve serviço ou liberdade alheia, e podendo-a restituir, não restitui, é certo que se condena: todos, ou quase todos os homens do Maranhão devem serviços e liberdades alheias, e podendo restituir, não restituem; logo, todos os quase todos se condenam.
Cleonice Berardinellí. Pretos, Índios e Judeus nos Sermões de Vieira. In. João Adolfo Hansen, Adma Muhana, Hélder Garm (Orgs). Estudos sobre Vieira – São Paulo: Ateliê Editorial. 2011.
Este Sermão do Pe. Antônio Vieira (1608-1697) faz uma crítica à escravização dos indígenas e expõe a grande demanda por essa mão de obra no Estado Colonial do Maranhão até meados do século XVIII. A assertiva que explica o cativeiro dos indígenas no Maranhão colonial é a seguinte:
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Pergunta 8 de 10
8. Pergunta
(Fatec SP/2020)
Texto I
O branco açúcar que adoçará meu café
Nesta manhã de Ipanema
Não foi produzido por mim
Nem surgiu dentro do açucareiro por milagre
Vejo-o puro
E afável ao paladar
Como beijo de moça, água
Na pele, flor
Que se dissolve na boca. Mas este açúcar
Não foi feito por mim.
Este açúcar veio
Da mercearia da esquina e tampouco o fez o Oliveira,
Dono da mercearia.
Este açúcar veio
De uma usina de açúcar em Pernambuco
Ou no Estado do Rio
E tampouco o fez o dono da usina.
Este açúcar era cana
E veio dos canaviais extensos
Que não nascem por acaso
No regaço do vale.
Em lugares distantes, onde não há hospital
Nem escola,
Homens que não sabem ler e morrem de fome
Aos 27 anos
Plantaram e colheram a cana
Que viraria açúcar.
Em usinas escuras,
Homens de vida amarga
E dura
Produziram este açúcar
Branco e puro
Com que adoço meu café esta manhã em Ipanema.
GULLAR, F. “O Açúcar”. Toda poesia. Rio de Janeiro, Civilização Brasileira, 1980.
* Texto da imagem: “Em 1888, a princesa Isabel assinou a Lei Áurea, mas nem todo mundo conseguiu ler.”
As informações contidas na imagem do texto II, localizadas no canto inferior direito, não foram reproduzidas, pois não interferem na resolução das questões apresentadas.
O texto II remete a um período de produção do açúcar em que se estabeleceu um tipo característico de relação social e de trabalho. Assinale a alternativa que apresenta, corretamente, algumas das características dessas relações sociais e de trabalho nos engenhos de açúcar da América portuguesa, no século XVI.
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Pergunta 9 de 10
9. Pergunta
(UFT TO/2019)
As afirmativas a seguir abordam sobre os quilombos e quilombolas na formação territorial do Brasil.
I. Os negros lutando pela liberdade nunca aceitaram passivamente a escravidão. Muitos fugiram e formaram quilombos que são espécies de vila onde os refugiados, os quilombolas, tinham autonomia.
II. São considerados quilombolas os remanescentes das comunidades que mantém certas tradições culturais ao longo do tempo.
III. O quilombo dos Palmares localizado na serra da Barriga no estado de Alagoas teve como principal líder de resistência e escravidão Zumbi dos Palmares.
IV. Os quilombos estão distribuídos e reconhecidos nas regiões Norte e Nordeste, não havendo registros em outras regiões do Brasil.
Considerando-se as afirmativas assinale a alternativa CORRETA.
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Pergunta 10 de 10
10. Pergunta
(UFGD MS/2019)
O sistema colonial português utilizou amplamente da população negra como mão de obra escrava para a produção das riquezas na colônia. A escravidão dos negros no Brasil começou no século XVIII e acabou formalmente no ano de 1888, com a publicação da Lei Áurea. Entretanto, o fim da escravidão não garantiu condições de vida digna para os negros no país e daí vem o fato de que a maior parte da população considerada pobre é negra. Isso não é uma coincidência, como não é coincidência o fato de a maior parte dos moradores de favela em grandes cidades também ser negra. As dificuldades encontradas atualmente pela população negra no Brasil é consequência direta da escravidão e do sistema colonial e evidencia uma estrutura social estratificada social e etnicamente. Carolina de Jesus foi uma poetisa brasileira, negra, catadora de papel e moradora da favela Canindé, na cidade de São Paulo. Em seus poemas, a autora denuncia as dificuldades enfrentadas por uma mulher negra e pobre, moradora de uma grande cidade.
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Resistência dos escravizados
Para compreender a resistência de escravizados é necessário levar em consideração os vários tipos de violência. Para além de agressões como castigos e combates, há também violência simbólica, cultural, econômica.
Por exemplo, a submissão ao trabalho compulsório é uma forma de violência econômica, enquanto o apagamento forçado de práticas religiosas, nomes e até mesmo a proibição de uma língua são violências culturais ou simbólicas.
A partir disso, o racismo do período colonial serviu para africanos e seus descendentes como combustível da resistência. Foi aí que optaram por reagir às diferentes formas de violência a que eram submetidos.
Por causa dessa violência racial, milhões de africanos e seus descendentes passaram por agressões. Desde o rapto de indivíduos, passando pelo seu transporte e até às pressões que sofriam ao chegar nas propriedades coloniais. Resistir era quase sempre assumir o risco de perder sua vida, mas isso não os impediu de lutar.
Das inúmeras tentativas de resistência às violências cometidas no período colonial destacam-se a capoeira e a formação de quilombos.
Jogar Capoëra – Danse de la guerre. Johann Moritz Rugendas, 1835.
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