O Ciclo do Ouro no Brasil Colonial – Resumo de História Enem & Encceja

É hora de relembrar o conteúdo sobre a sociedade mineradora e o Ciclo do Ouro. Nesta aula você vai entender porque esta sociedade era tão diversificada. Cai no Enem e nos vestibulares do todo o Brasil. Não perca!

O Ciclo do Ouro no Brasil (fins do século XVII) atraiu pessoas de várias partes do Brasil e da Europa para a região das Minas Gerais. O primeiro fenômeno ocasionado foi o aumento da população local, seguido de forte geração de riqueza e de estruturas de poder inclusive com mão de obra escrava. Formou-se, assim, uma sociedade bastante diversificada.

A corrida do ouro no Brasil inaugurou um novo ciclo na história econômica do período colonial. A economia do açúcar estava entrando em crise, e a riqueza proveniente da mineração de ouro e também do diamante .

O Ciclo do Ouro no Brasil

O cenário da “corrida” no Ciclo do Ouro do Brasil Colonial aconteceu nas terras hoje denominadas dos estados de Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso.  Escravos no Ciclo do Ouro no Brasil A movimentação de garimpeiros, escravos, funcionários da Coroa Portuguesa, comerciantes e a circulação da nova riqueza e arrecadação de impostos deram novos horizontes para o projeto de domínio e exploração de Portugal em relação à colônia.

A Escravidão no Ciclo do Ouro

Veja com o professor Dudu Volpato, do canal do Curso Enem Gratuito, como a escravidão em Minas Gerais foi a base da força de trabalho no Ciclo do Ouro.

Em relação à composição da sociedade, no ano de 1776 a maior parte da população nas terras das “Minas Gerais” era formada pelos negros, em sua maioria escravos, representando 52% da população no Ciclo do Ouro no Brasil.

Os brancos eram a minoria com 22%, enquanto o segundo contingente era formado pelos pardos. Sociedade Mineradora: uma sociedade diversificada - História EnemComo você pode perceber 78% da população era formada de negros e mestiços. Quase todos eram muito pobres e foram poucos os que enriqueceram.

A Hierarquia social

Os ricos naquela época eram os proprietários de grandes lavras, os contratadores, os altos funcionários do governo de Minas, os grandes comerciantes, e os representantes da Coroa Portuguesa, que além do poder político auferiam participações na arrecadação realizada.

Um engano fácil que se comete na leitura superficial da história do Ciclo do Ouro é imaginar que tudo ocorria num cenário de tranquilidade e mansidão. Ocorreram revoltas de escravos, de indígenas, de garimpeiros, e mesmo da sociedade branca intermediária que protestava contra as exigências de produção mineral ou de transferência de recursos para os portugueses.

A Mineração no Brasil Colonial

Veja agora com o professor Felipe, do canal Curso Enem Gratuito, uma aula completa com o resumo do Ciclo do Ouro no Brasil Colonial.

As dicas do professor Felipe:

  1. A Coroa buscou controlar a exploração do ouro de maneira racional e para isso criou formas de fiscalizar todas as atividades realizadas na região das minas.
  2. Assim como na produção do açúcar a maior parte do trabalho nas minas era feita por escravos;
  3. No entanto, no Ciclo do Ouro verifica-se um numero maior de trabalhadores livres na região, afinal de contas, a crença no enriquecimento rápido transformou a região na mais populosa do Brasil Colônia.
  4. Saiba mais sobre o ciclo do ouro no Brasil e a mineração no século XVIII na aula acima, com o prof Felipe.

A Guerra dos Emboabas

Uma das revoltas emblemáticas deste período do Ciclo do Ouro no Brasil ficou conhecida como a Guerra dos Emboabas. Veja aula gratuita para entender este episódio.  O nome “Emboabas” era dado aos forasteiros de diversos lugares da colônia e mesmo do exterior que foram se estabelecer em busca de riqueza na mineração.A Guerra dos Emboabas durante o Ciclo do Ouro no BrasilEstes forasteiros receberam o apelido de emboabas – palavra tupi que significa “aves de pés emplumados”. É uma espécie de pássaro coberto de penas até os pés. Era um apelido pejorativo, um xingamento.

Estes recém chegados, portanto, receberam este nome porque precisavam se proteger com calças grossas, botas pesadas e eram mais lentos nos deslocamentos na mata do que os paulistas, acostumados a viver pela região, a caminhar com rapidez pelas trilhas, descalços, da maneira que tinham aprendido com os indígenas.

Além disso, eram de outras regiões. Eles contrastavam com os paulistas que promoviam as Entradas e bandeiras (os Bandeirantes).

A Guerra dos Emboabas (1707-1709) – uma guerra dos emboabas contra os paulistas – terminou com a vitória dos emboabas, liderados pelo comerciante português Manuel Nunes Viana, e a saída dos paulistas da região das minas.

A concentração da riqueza no Ciclo do Ouro

Os proprietários de grandes lavras representavam um grupo muito pequeno e foram poucos os que enriqueceram já que o que ganhavam servia ao pagamento de impostos ou era gasto com a compra de mão de obra e de artigos importados como ferramentas, vinhos tecidos, trigo, queijos e doces.

As maiores fortunas durante o Ciclo do Ouro no Brasil Colonial pertenciam quase sempre aos grandes comerciantes (aqueles que vendiam gêneros alimentícios para os armazéns e carne para os açougues mineiros) e aos contratadores (geralmente formados por portugueses).

Este grupo social recebia da Coroa o direito de arrecadar dízimos (taxa destinada à Igreja), as entradas (taxa sobre as importações) e obtinham contratos para explorar diamantes e abastecer a região com produtos vindos de fora.

Os altos funcionários do governo de Minas eram indivíduos provindos das famílias nobres portuguesas.

A Estrutura Social na Mineração

As camadas médias no Ciclo do Ouro: formadas por artesãos (carpinteiros, alfaiates, ourives), profissionais liberais (advogados, médicos), padres, garimpeiros, donos de vendas, roceiros e alguns artistas (entalhadores, músicos, pintores).

Os homens livres pobres: em sua grande maioria eram mestiços e negros, aqueles que não tinham posição social definida. Eram chamados pelas autoridades de vadios, pois, perambulavam pelos arraiais pedindo esmola, comida, brigando nas vendas ou praticando pequenos furtos.

Quando se precisava de pessoas para serviços pesados ou perigosos, esses homens eram procurados. Construíam ruas, estradas, presídios, faziam a segurança pessoal de ricos, combatiam indígenas e destruíam quilombos.

Os escravizados: não realizavam tarefas ligadas apenas à mineração. Transportavam mercadorias e pessoas, construíam estradas, casas, comercializavam pelas ruas e lavras.

Entendeu porque a sociedade mineradora era tão diversificada? Ainda está com dúvidas sobre o Ciclo do Ouro no Brasil Colônia?

Agora veja nossa aula sobre Brasil Colônia e prepare-se para o Enem!

Exercícios sobre o Ciclo do Ouro no Brasil:

Agora, que tal testar o seu conhecimento? Responda a esta questão de vestibular que o Blog do Enem preparou para você.

(UFF) “As festas e as procissões religiosas contavam entre os grandes divertimentos da população, o que se harmoniza perfeitamente com o extremo apreço pelo aspecto externo do culto e da religião que, entre nós, sempre se manifestou (…). O que está sendo festejado é antes o êxito da empresa aurífera, do que o Santíssimo Sacramento. A festa tem uma enorme virtude congraçadora, orientando a sociedade para o evento e fazendo esquecer da sua faina cotidiana.(…).

A festa seria como o rito, um momento especial construído pela sociedade, situação surgida “sob a égide e o controle do sistema social” e por ele programada. A mensagem social de riqueza e opulência para todos ganharia, com a festa, enorme clareza e força.

Mas a mensagem viria como cifrada: o barroco se utiliza da ilusão e do paradoxo, e assim o luxo era ostentação pura, o fausto era falso, a riqueza começava a ser pobreza, o apogeu decadência” (Adaptado de SOUZA, Laura de Mello e. “Desclassificados do Ouro”. Rio de Janeiro, Graal, 1990, pp. 20-23).

Segundo a autora do texto, a sociedade nascida da atividade mineradora, no Brasil do século XVIII, teria sido marcada por um “fausto falso” porque:

a) a mineração, por ter atraído um enorme contingente populacional para a região das Gerais, provocou uma crise constante de subalimentação, que dizimava somente os escravos, a mão-de-obra central desta atividade, o que era compensado pela realização constante de festas;
b) o conjunto das atividades de extração aurífera e de diamantes era volátil, dando àquela sociedade uma aparência opulenta, porém tão fugaz quanto a exploração das jazidas que rapidamente se esgotavam;
c) existia um profundo contraste entre os que monopolizavam a grande exploração de ouro e diamantes e a grande maioria da população livre, que vivia em estado de penúria total, enfrentando, inclusive, a fome, devido à alta concentração populacional na região;

d) a riqueza era a tônica dessa sociedade, sendo distribuída por todos os que nela trabalhavam, livres e escravos, o que tinha como contrapartida a promoção de luxuosas cerimônias religiosas, ainda que fosse falso o poderio da Igreja nesta região;

e) a luxuosa arquitetura barroca era uma forma de convencer a todos aqueles que buscavam viver da exploração das jazidas que o enriquecimento era fácil e a ascensão social aberta a todas as camadas daquela sociedade.

Resposta: a resposta correta é a letra “c”.

Carla Regina História
O texto desta aula sobre o Ciclo do Ouro no Brasil Colonial foi preparado pela professora Carla Regina da Silva para o Blog do Enem. Carla é formada em licenciatura e bacharelado em História pela UFSC. https://www.facebook.com/carla.regina.779.
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