Fatores Sanguíneos Rh e MN, e os Tipos de sangue ABO são padrões mundiais de classificação, e importantes para realizar transfusões sanguíneas com segurança. É pura Biologia para o Enem!. Veja abaixo.
Até o início do século XX, as transfusões sanguíneas eram evitadas, uma vez que em muitos casos elas faziam o efeito contrário ao esperado: em vez de salvar o paciente, acabavam matando-o mais depressa. Veja as causas e como tudo mudou com a descoberta dos tipos de sangue ABO e os Fatores Sanguíneos.
Porém, no ano de 1900, o cientista austríaco Karl Landsteiner marca uma nova era que vale até os dias de hoje com o estudo dos tipos de sangue e os Fatores Sanguíneos. Ele misturou amostras de sangue de várias pessoas e verificou que, em algumas destas amostras, as hemácias se juntavam, aglutinando-se.
O Sistema ABO de Tipos Sanguíneos
A partir desses estudos surgem o sistema de classsificação sanguínea de Tipos ABO. Sandsteiner concluiu que existiam quatro tipos sanguíneos: A, B, O e AB.Após quarenta anos, Landsteiner e sua equipe fizeram outra descoberta importante: ao injetar hemácias de macacos da espécie Macaca rhesus em coelhos, estes animais passavam a produzir anticorpos contra as hemácias dos rhesus – anticorpos “anti-Rh”.
Após este experimento com os macados a equipe produziu um soro com os anticorpos anti-Rh e testou em células humanas. Com isso, perceberam que 85% das amostras apresentavam aglutinação.
Isto significava que nas hemácias humanas também deveria haver outro antígeno que reagia com os anticorpos anti-Rh: os aglutinogênios Rh. Dessa maneira, foi estabelecido que as pessoas que tinham sangue que reagia ao soro com aglutinação teriam o aglutinogênio Rh, sendo positivas para este fator (Rh+).
Já as pessoas cujo sangue não se aglutinava na presença dos anticorpos, foram consideradas negativas para este fator (Rh-). Compreendeu? É um sistema de raciocínio lógico. Leia novamente que você aprende, e assista o resumo simples e rápido com a professora Juliana Evelyn Santos, do Curso Enem Gratuito:
Resumo dos sistemas sanguíneos
Veja o resumo do Curso Enem Gratuito, com a professora Juliana Evelyn Santos, do canal do Curso Enem Gratuito, para você compreender bem certinho os Tipos Sanguíneos do Sistema ABO.
Muito boa esta explicação!
Dica 1: Antes de estudar os sistemas Rh e MN, que tal dar uma revisadinha no sistema ABO? Então veja este super post com vídeo-aula do professor Hélio Apóstolo, do canal Revolução Educacional, e dicas da professora Juliana Evelyn dos Santos: https://blogdoenem.com.br/biologia-genetica-polialelia-abo/
Fatores Sanguíneos: Fator Rh e Fator MN
Agora, para fixar o conteúdo e entender um pouco melhor o mecanismo de herança dos fatores sanguíneos Rh e MN, veja o texto que preparamos para você: Herança do fator Rh: A herança do fator Rh é considerada um mecanismo de dominância completa.
O gene dominante D condiciona a produção de aglutinogênios Rh na superfície das hemácias. Já o gene recessivo d condiciona a ausência desse antígeno. Logo, os fenótipos e genótipos do fator Rh serão:
Atenção: Quando estamos considerando o sistema ABO, um dos fenótipos apresentados é a produção de anticorpos ou aglutininas contrárias ao tipo sanguíneo do indivíduo, por exemplo: sangue A produz anti-B. A produção destes anticorpos ocorre mesmo que a pessoa nunca tenha entrado em contato com outro tipo sanguíneo.
Na verdade, somos estimulados a produzir estas aglutininas, pois naturalmente possuímos bactérias intestinais que possuem glicoproteínas em suas superfícies semelhantes aos aglutinogênios. Dessa maneira, somos sensibilizados para estes antígenos.
Com o fator Rh isto não acontece. Não há sensibilização prévia contra o Rh. Portanto, pessoas Rh- não terão naturalmente aglutininas anti-Rh, isto somente ocorrerá se estas pessoas receberem sangue Rh+. Compreendeu a importância dos Fatores Sangúineos?
Dica 2: Que tal revisar a 1ª lei de Mendel e o mecanismo de dominância completa? Veja este post com vídeo-aula e super dicas sobre o assunto: https://blogdoenem.com.br/biologia-genetica-lei-mendel/
Eritroblastose fetal ou doença hemolítica do recém-nascido:
Esta doença da Eritroblastose Feral ocorre em filhos com Rh+ nascidos de mães de Rh-. Alguns dias antes do nascimento ou no momento do parto, o sangue do feto pode efetivamente entrar em contato com o sangue da mãe, sensibilizando-o e o estimulando a produzir aglutinina anti-Rh. Esta produção de anticorpos não é imediata, por tal motivo, o feto em questão não será afetado.
Porém, se esta mulher que foi sensibilizada tiver uma nova gravidez de um feto Rh+, os anticorpos maternos já concentrados no sangue poderão atravessar a placenta e podem provocar aglutinação nas hemácias do feto, que serão fagocitadas e destruídas.
Dessa maneira, ao nascer, a criança apresenta anemia e icterícia (pela bastante amarelada), pois a hemoglobina degradada é transformada em bilirrubina (pigmento amarelo) que se deposita nos tecidos.
Caso a bilirrubina venha a se depositar no cérebro, o feto pode ter problemas mentais e surdez. Nos casos mais graves, leva ao aborto ou óbito do recém-nascido.
A destruição das hemácias nestas crianças faz com que seus tecidos produtores de sangue joguem na corrente sanguínea hemácias ainda jovens, chamadas de eritroblastos, daí vem o nome da doença.Entenda o processo da Eritrobastose Fetal observando a imagem acima.
Para prevenir a eritroblastose fetal, as mães Rh- que tenham tido um filho Rh+ precisam receber um soro com aglutininas anti-Rh até três dias após o parto. Isto vai aglutinar as hemácias do feto que estão circulando pelo sangue da mãe e evitará que seu sistema de defesa seja ativado e produza anticorpos anti-Rh.
Observação: Não há problemas quando a incompatibilidade sanguínea entre mãe e feto é relativa ao sistema ABO. Isto não ocorre, pois as aglutininas do sistema ABO não conseguem passar pela placenta.
Sistema MN: Também descoberto pela equipe de Landsteiner, esse sistema mostra que além dos antígenos ABO e Rh, há também na superfície das hemácias proteínas M e N. Para este sistema, temos três tipos sanguíneos diferentes: M, N e MN.
A produção de proteínas M é definida pelo gene M, já a de proteínas N é definida pelo gene N. Esse dois genes são codominantes. Por tal motivo, quando ambos os alelos estão presentes no genótipo do indivíduo, ambos serão expressos, produzindo o fenótipo MN.
Tipo sanguíneo | Fenótipo | Genótipo |
M | Possui proteínas M em suas hemácias | MM |
N | Possui proteínas N em suas hemácias | NN |
MN | Possui proteínas M e N em suas hemácias | MN |
Este sistema MN não é levado em consideração durante as transfusões sanguíneas, pois a produção de anticorpos anti-M ou anti-N é muito baixa.
Dica 3: Quer entender melhor o mecanismo de codominância? Então dê uma espiada neste super post com vídeo-aula do professor Rubens Oda do canal Descomplica: https://blogdoenem.com.br/biologia-genetica-lei-mendel-2/
E aí, querido candidato, conseguiu entender melhor estas importantes características humanas? Agora, que tal exercitar seus conhecimentos? Então, veja alguns exercícios interessantes sobre a tipagem sanguínea que selecionamos para você:
1) (Biologia – UFV-MG) Após uma primeira gravidez bem sucedida, uma mãe abortou três vezes. Seu caso foi diagnosticado, em consulta médica, como eritroblastose fetal. Em relação à patologia observada nesta família, assinale a alternativa CORRETA:
a) O pai é Rh positivo.
b) Os abortados certamente eram Rh negativo.
c) A mãe é Rh positivo.
d) A criança é Rh negativo.
e) Este casal jamais poderá ter outros filhos.
Resposta: A. A primeira criança e as seguintes são do tipo Rh+. Portanto, o pai precisa ser Rh+ para que as crianças tenham recebido o alelo para esta característica.
2)(Biologia – UFO MG)A eritroblastose fetal é uma doença resultante da incompatibilidade materno-fetal determinada pelo antígeno Rh. Em relação à doença, todas as afirmativas abaixo estão corretas, exceto:
a) para que a doença ocorra, é necessário que mulheres Rh–negativo sejam estimuladas por antígenos Rh provenientes de fetos Rh–positivos ou de transfusão de sangue Rh–positivo.
b) não ocorrerá formação de anticorpos anti–Rh, se a mãe e o filho forem Rh–positivo.
c) os filhos Rh–negativo não induzirão a formação de anticorpos na mãe, seja ela Rh negativo ou positivo.
d) um homem Rh–positivo corre risco de vir a ter filhos com eritroblastose fetal desde que se case com mulheres Rh–negativo.
e) filhos Rh–positivo não induzirão a formação de anticorpos na mãe caso ela seja Rh–negativo.
Resposta: E.
3)(Biologia – UPE) tem-se como estatisticamente comprovado que grande numero de abortos se deve a uma incompatibilidade sanguínea materno-fetal, Condicionada por uma determinação genética, em tais casos, os possíveis genótipos o pai da mãe e são, respectivamente:
a)IBIBRhRh x IAIArhrh
b)iirhrh x IAIArhrh
c)IAIArhrh x iirhrh
d)IBIBrhrh x iiRhRh
e)IBIBRhRh x IBIBRhRh
Resposta: D. Para que ocorra a eritroblastose fetal, a mãe precisa ser Rh negativa e o pai Rh positivo. O tio sanguíneo ABO não influencia. Fique atento a um detalhe: nesta questão os genes para o fator Rh são nomeados diferentemente do que falamos no texto acima: dominante (D)= Rh e recessivo (d) = rh.
Dica 4: Está om dúvidas ao calcular as probabilidades genéticas? Então veja este post de probabilidade aplicada à genética: https://blogdoenem.com.br/biologia-probabilidade-genetica/
Dica 5: Quer treinar seus conhecimentos em Biologia? Baixe esta apostila de biologia gratuitamente! https://blogdoenem.com.br/biologia-enem-apostila-gratuita/
Dica 6: Precisa revisar mais conteúdos de biologia? Veja os vídeos de Biologia da Khan Academy já traduzidos para o Português pela equipe da Fundação Lemann no http://www.fundacaolemann.org.br/khanportugues/#videos
Os textos e exemplos acima foram preparados pela professora Juliana Santos para o Blog do Enem. Juliana é formada em Ciências Biológicas pela Universidade Federal de Santa Catarina. Dá aulas de Ciências e Biologia em escolas da Grande Florianópolis desde 2007. Facebook: https://www.facebook.com/juliana.evelyndossantos.