O Feudalismo foi perdendo força ao longo dos séculos, e surgiu ali o poder agregador dos reis. Esta mudança na organização social deu origem ao Estado Moderno. Porém, ele trouxe junto o Absolutismo. Confira agora no resumo de História Enem
Veja na aula de hoje um resumo sobre o nascimento do Estado Moderno, e que surge com o fim do sistema feudal na Europa da Idade Média. Confira as principais características desta nova forma de organização política e econômica, e as razões para o declínio do Feudalismo.
Para entender melhor o Estado Moderno você precisa rever aqui desde o começo do renascimento comercial e urbano, as novas concepções econômicas, sociais e políticas, e que levaram ao surgimento das monarquias modernas, e depois as suas principais transformações.
O Declínio do Feudalismo
Conflitos crescentes no Feudalismo – O real desenvolvimento do comércio na Europa feudal encontrava no próprio sistema feudal seus principais entraves. Era preciso uma nova configuração para dar conta das novas demandas.
Surgia ali o germe que resultaria nas Monarquias, nos reinos que criaram os Estados Nacionais. Cada feudo tinhas seus próprios padrões monetários e, além disso, uma série de tributos era cobrada dos comerciantes, impostos, tarifas e até mesmo direitos de passagem castigavam tais mercadores. O ambiente não era propício para que os negócios prosperassem.
Além disso, havia sempre o risco de saques e assaltos praticados por bandidos e salteadores, quando não pelos próprios nobres.
Desta maneira, a classe burguesa buscou apoiar-se nos reis, que a época possuíam poderes apenas em seus feudos, no entanto contavam com as obrigações de respeito de outros nobres, seus vassalos.
Assim, o Rei nada mais era do que um suserano. No entanto, possuía força capaz para unificar e padronizar a atividade comercial em territórios mais vastos, o que vinha de encontro com os interesses burgueses.Em resumo, o que aconteceu em termos gerais foi a centralização política e econômica através da cobrança de impostos pela atividade comercial. Fonte da imagem: http://construindohistoriahoje.blogspot.com.br/2015/08/a-formacao-dos-estados-europeus-modernos.html
Introdução ao Estado Moderno
Veja agora com o professor Alan Ghedini, do canal do Curso Enem Gratuito, uma síntese, uma introdução ao Estado Moderno.
As dicas do professor Alan sobre o Estado Moderno:
- Quando surgem as monarquias nacionais unificadas e, depois, os governos pós revoluções burguesas, o Estado muda muito. E alguns teóricos buscaram compreender essa proposta de Estado Moderno. Veja agora quais são eles:
- Maquiavel, por exemplo, separava a ética da política. Segundo suas ideias, para que um governante se mantivesse no poder não necessitava ser bom, mas parecer bom.
- Thomas Hobbes separava o poder o Estado de questões religiosas. O Estado laico não nasceu ali, mas a noção de divisão desses poderes já plantava suas sementinhas nas suas teorias. Para ele, o poder do príncipe é inquestionável. Tanto Maquiavel quanto Hobbes são considerados teóricos do absolutismo.
- Mais pro finalzinho do período moderno, entrando na contemporaneidade, John Locke e Rousseau também buscaram entender o papel do Estado. Locke foi um dos primeiros conceituadores do liberalismo e, para ele, a função do Estado é garantir a vida, a liberdade e a propriedade.
- Já para Rousseau, o Estado seria um legitimador das desigualdades. Para ele, o ser humano nasce propenso nem à bondade nem à maldade, mas ao se inserir num contexto social considerado civilizado, ele é corrompido.
- Caminhando mais para frente, chegaremos em teóricos como Max Weber e Karl Marx. Para Weber, o Estado detém o monopólio da força física para manter a ordem vigente.
- Para Karl Marx, o Estado é ruim. É como se fosse uma mesa de negócios da burguesia, onde são combinadas táticas para explorar a classe trabalhadora. Sendo assim, o comunismo pressupõe a ausência de Estado.
Os reis como agregadores do poder
Com cofres melhor abastecidos, os suseranos puderam ampliar suas forças militares e área de influencia, tornando-se capazes de centralizar o poder de legislar, punir e taxar, criando moedas, estabelecendo padrões de pesos e medidas e aplicando suas próprias concepções de justiça.
Dessa forma, buscavam assimilar os elementos mais importantes da antiga nobreza, que perderam poder, mas puderam conservar por muito tempo seus privilégios.
No entanto, o fato é que a descentralização política característica da nobreza feudal não conseguia dar respostas para os novos temos, e deu lugar à autoridade centralizadora do Rei.
Veja na imagem uma representação clássica do Estado Moderno, com o rei no centro do poder:
Dica 1: Você não lembra muito bem como funcionava o sistema feudal? Então se liga nesse post do professor Bruno e arrebente em história no Enem!
O Estado Moderno em Portugal
A península Ibérica foi ocupada pelos mouros (muçulmanos) a partir de 711, e tão logo foi organizada uma tentativa de resistência que só foi capaz de fazer frente ao poderio muçulmano no século XI.
Portugal foi o primeiro estado Nacional a desenvolver-se, ainda no contexto das cruzadas de reconquistas e tentativas de expulsão do árabes. Por volta de 1142, Afonso Henriques declarou independentes as terra que seu pai, Henrique de Borgonha havia recebido do rei de leão e Castela (futuro Reino Espanhol) e o chamou de Reino de Portugal.
Os descendentes de Afonso Henriques governaram Portugal por cerca de 240 anos marcados por conflitos com Leão e Castela e pela ampliação do território português.
Por volta de 1383 tem fim a dinastia de Borgonha, ocasião em que Castela tentou novamente a reanexar Portugal aos seus domínios. Diante de tal fato ocorreu uma divisão da sociedade portuguesa, tendo vencido os comerciantes que defendiam a manutenção da independência.
Apoiado por mercadores, alguns nobres e a população mais pobre, Dom João, mestre da ordem militar de avis. Chamada de Revolução de Avis, tal episódio consolidou a monarquia portuguesa e Dom João I tratou de privilegiar a classe burguesa e lançou as bases para que Portugal obtivesse posição pioneira nas grandes navegações.
O Estado Moderno na Espanha
A unificação do território espanhol se deu através do casamento entre o rei Fernando, de Aragão e Isabel, rainha de Castela, que unificaram as duas coroas. Ambos tornaram-se conhecidos pela alcunha de reis católicos, e com o apoio da igreja deram início a expulsão de muçulmanos e também judeus do território espanhol.
O poder real na Inglaterra era forte desde 1066 quando Guilherme, O Conquistador, submeteu todos os homens livres do reino a vassalagem. Cada vez mais insatisfeitos, os barões ingleses conseguiram a assinatura de João Sem Terra, o novo rei Inglês, na famosa Carta Magna, datada de 1215, que por sua vez buscava controlar o poder real.
A proposta da Carta Magna era estabelecer limites para as decisões do rei dos Ingleses. O Rei não poderia aumentar os impostos e criar novas leis sem o apoio do Parlamento, que em 1350 foi dividido em duas câmaras, a dos lordes (nobres e membros do clero) e a dos comuns (cavaleiros e burgueses).
O Estado Moderno na França
A França unificou-se e estabeleceu-se como estado nação a partir da dinastia capetíngia e sua estrita relação com a burguesia, garantindo a segurança para a realização da prática comercial e mesmo colocando alguns representantes da classe mercantil em altas funções do Estado.
Luís IX, também conhecido como São Luís, haja vista que foi canonizado pela Igreja Católica, implementou um padrão de moeda nacional e proibiu os demais senhores feudais de cunharem suas próprias moedas, prática comum na época, e aumentou a influência da justiça real.
Felipe IV, O Belo, obrigou a cobrança de impostos do clero e obteve a aprovação da medida convocando os chamados Estados Gerais, uma assembleia de representantes dos três estamentos sociais.
Alemanha e Itália, por sua vez, só viveriam a unificação territorial anos mais tarde, em pleno século XIX e desenvolvimento da economia capitalista e industrial.
Paródia sobre o Absolutismo
Veja com o professor felipe Oliveira, do canal do Curso Enem Gratuito, um resumo bem divertido sobre o poder concentrado nas mãos dos reis, que deu origem ao Absolutismo.
As dicas do Felipe sobre o Absolutismo
- Quando se fala em absolutismo, é importante lembrar que é um regime político que vai predominar na Europa do século XV até o século XIX.
- A principal característica desse regime é a concentração do poder na mão do rei.
- Não há divisão de poderes no absolutismo, o rei é o chefe do legislativo, executivo e do judiciário, todas as decisões importantes do Estado passam pela decisão do rei.
- Outra característica importante é que não há constituição no absolutismo, por isso há diferença entre monarquia absolutista e monarquia constitucional.
- O rei (no Absolutismo) não se submete a um regime “fixo de leis”.
- Outra característica importante é a invocação dos monarcas à “origem divina” do trono, do rei, justificando tudo que o rei faz por ser “divino”, acabando com a necessidade de existir uma constituição;
Exercícios sobre O Estado Moderno:
1- (FUVEST) No processo de formação dos estados Nacionais da França e da Inglaterra, podem ser identificados os seguintes aspectos:
a) Fortalecimento do poder da nobreza e retardamento da formação do estado moderno.
b) Ampliação da dependência do rei em relação aos senhores feudais e à Igreja.
c) Desagregação do feudalismo e centralização política.
d) Diminuição do poder real e crise do capitalismo comercial.
e) Enfraquecimento da burguesia e equilíbrio entre o Estado e a Igreja.
Resposta: C
2- (UNESP/SP) A respeito da formação das monarquias nacionais europeias na passagem da Idade Média para a Época Moderna, é correto afirmar que:
a) o poder político dos monarcas firmou-se graças ao apoio da nobreza, ameaçada pela força crescente da burguesia;
b) a expansão muçulmana e o domínio do Mar Mediterrâneo pelos árabes favoreceram a centralização;
c) uma das limitações mais sérias dos soberanos era a proibição de organizarem exércitos profissionais;
d) o poder real firmou-se contra a influência do Papa e o ideal de unidade cristã, dominante no Período Medieval;
e) a ação efetiva dos monarcas dependia da concordância dos principais suseranos do reino.
Resposta: D