Logo no início do Brasil República explodiram levantes militares e revoltas regionais que resultaram em conflitos e até fuzilamentos em massa. Veja a Revolta da Armada e a Revolução Federalista, que ocorreram entre 1893 e 1895, durante o governo de Floriano Peixoto. Cai no Enem e nos vestibulares.
Durante o governo do marechal Floriano Peixoto (1891-1894) dois levantes se fizeram sentir: a Revolta da Armada (1893-1894) e a Revolução Federalista (1894).
A República estava recém instaurada no Brasil, pois a Proclamação que encerrou o ciclo do Império ocorrera em 15 de novembro de 1889. Os levantes da Revolta da Armada e da Revolução Federalista contestavam a legitimidade da presidência de Floriano Peixoto. Confira nesta aula de história.
Vamos começar pela Revolta da Armada, onde uma parte da Marinha se rebelou contra Floriano. Veja a imagem, e leia o texto a seguir.Revolta da Armada (1893-1894) – ocorreu no Rio de Janeiro em 06 de setembro de 1893. Sob o comando do almirante Custódio de Melo e Saldanha da Gama (foto).
Ambos eram oficiais superiores da Marinha. No início da revolta eles colocaram navios de guerra na entrada da cidade do Rio de Janeiro ameaçando bombardear a cidade caso não ocorresse eleições imediatas à presidência e a destituição de Floriano Peixoto do poder.O governo de Floriano conseguiu apresentar a revolta contra o seu autoritarismo como um movimento monarquista, em defesa do Império recém derrubado pela Proclamação da República.
Agindo desta maneira, Floriano conseguiu o apoio de diversos segmentos que viam nessa sublevação uma ameaça à recém instalada república brasileira.
Os enfrentamentos duraram meses, até a vitória das tropas do governo em março de 1894.
Como resultado, uma parte dos oficiais e suboficiais se exilou em Portugal, outra foi presa, e um terceiro grupo rumou para o Sul do país, onde se juntou a outra rebelião que estava ocorrendo naquela região: a Revolução Federalista.Nestas imagens, da esquerda para a direita, podemos ver registros da Revolta da Armada: um canhão, a Fortaleza de São João e uma fortificação passageira. As fotos mostram como o Exército combateu a Revolta da Armada na cidade do Rio de Janeiro.
Agora, preste atenção nestas imagens abaixo: podemos ver, da esquerda para a direita, um navio da esquadra rebelde danificado durante a revolta (1894);
Em seguida o encouraçado Aquibadan, uma das principais unidades da esquadra brasileira que se tornou, durante a Revolta da Armada, capitânia dos revoltosos; e um arsenal da marinha. Nesta última imagem acima vemos um tubo de um canhão sendo suspenso para ser transportado.
A vitória militar de Floriano Peixoto foi uma afirmação do estilo dos primeiros presidentes da república no Brasil. O primeiro presidente da república foi o Marechal Deodoro da Fonseca, seguido pelo também militar e Marechal Floriano Peixoto.
Este ciclo ficou conhecido como A República da Espada. Veja aula gratuita: Em seguida, veja na continuação desta aula com a Revolução Federalista.
A Revolução Federalista (1893-1895)
No Rio Grande do Sul o Partido Republicano local enfrentou forte oposição que acabou resultando num conflito de proporções regionais. Esse conflito envolveu dois grupos: os republicanos ou chimangos partidários dos militares que proclamaram a República e de Julio de Castilhos, que era o ‘presidente’ do Rio Grande do Sul.
Do outro lado, contrário à República de Floriano Peixoto e ao governo de Júlio de Castilhos, estavam os federalistas ou maragatos, aliados ao monarquista Silveira Martins, e que defendiam uma independência maior para o Rio Grande do Sul.
Os soldados republicanos eram chamados de Pica-paus.Os defensores de Júlio de Castilhos receberam a alcunha de pica-paus ou chimangos, em razão da cor do uniforme usado pelos soldados assemelhar-se às dos pássaros da região.
Esta denominação se estendeu a todos os castilhistas, inclusive civis.Quando Deodoro renunciou, Júlio de Castilho, então presidente do Rio Grande do Sul, foi afastado da Presidência. Mas, devido a seu forte prestígio e ao apoio que recebeu de militares ligados a Floriano Peixoto, voltou em pouco tempo à Presidência do Rio Grande do Sul.
A disputa que ocorreu a partir daí acabou por desembocar em violento conflito. Com o apoio de Floriano, Júlio de Castilhos derrotou os revoltosos no Rio Grande do Sul, porém o conflito já havia se espalhado por toda a região Sul do país, com um forte reduto em Santa Catarina, onde os revoltosos lutavam principalmente contra o autoritarismo de Floriano na capital do Estado.
Pelotão de Fuzilamento em Florianópolis
O interventor Moreira César foi enviado para conter o conflito. Agindo com extrema violência e com rapidez conteve o movimento, com os episódios finais acontecendo na capital do Estado de Santa Catarina. Muitas pessoas foram presas, torturadas e fuziladas sem direito a julgamento no Forte de Anhatomirim, que fica numa ilha na Baía Norte, em Florianópolis.
Os números do massacre vão de pelo menos 184 a até 298 mortos por fuzilamento na cidade de Florianópolis. Entre os revoltosos fuzilados estava o marechal Manoel de Almeida Gama d’Eça, o Barão do Batovi, um herói da Guerra do Paraguai. Outra conseqüência para Santa Catarina foi a troca do nome da capital, que se chamava Desterro, e que passou a ser Florianópolis numa óbvia imposição feita pelo Marechal de Ferro, Floriano Peixoto.
Dica do Blog – Que tal rever o conteúdo sobre a República Velha no Brasil? Acesse esta aula de história e estude um pouco mais sobre este conteúdo. https://blogdoenem.com.br/historia-enem-republica-velha/
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Exercício – Agora chegou a sua vez! Responda a estas duas questões de história que caíram em vestibulares que o Blog do Enem preparou para você.
(FGV) A cidade do Rio de Janeiro foi bombardeada em setembro de 1893. O acontecimento refere-se à:
- a) ( ) Revolta da Vacina.
- b) ( ) Reação Republicana.
- c) ( ) Revolta da Armada.
- d) ( ) Derrubada de Floriano Peixoto.
- e) ( ) Revolta da Chibata.
Resposta: a resposta correta é a letra “c”.
(UFRS) Leia o texto a seguir. “Os soldados já estavam nas trincheiras, armas à mão; o canhão tinha ao lado a munição necessária. Uma lancha avançava lentamente, com a proa alta assestada para o posto. De repente, saiu de sua borda um golfão de fumaça espessa: Queimou! – gritou uma voz. Todos se abaixaram, a bala passou alto, zunindo, cantando, inofensiva (…). Alugavam-se binóculos e tanto os velhos como as moças, os rapazes como as velhas, seguiam o bombardeio como uma representação de teatro: ‘Queimou Santa Cruz! Agora é o Aquidabã! Lá vai’. E dessa maneira a revolta ia correndo familiarmente, entrando nos hábitos e costumes da cidade.”
(Lima Barreto. “Triste fim de Policarpo Quaresma.” São Paulo: Scipione, 1994, p. 123.)
A partir das informações apresentadas no texto acima, é possível inferir que o autor se refere à Revolta
- a) ( ) da Vacina.
- b) ( ) de Canudos.
- c) ( ) Federalista.
- d) ( ) do Contestado.
- e) ( ) da Armada.
Resposta: a resposta correta é a letra “e”.