Independência das Colônias Espanholas na América – História Enem

Neste post você vai estudar os processos de independência das Colônias Espanholas na América, que resultaram na formação de diversas repúblicas em todo o continente americano.

Hoje iremos relembrar o processo de emancipação das colônias espanholas na américa, processo marcado pela ampla participação tanto de criollos, quanto de setores mais populares da sociedade colonial espanhola,colocando fim ao longo período colonial mercantilista no chamado Novo Mundo. Vai fazer o Enem? Então fique ligado!

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Fonte: http://www.traduzca.com/afinal-libertadores-america/

Até o século XIX a administração do território colonial espanhol nas Américas era feita com base no exclusivo comercial imposto pelo pacto colonial, semelhante ao que ocorria no Brasil em relação a Portugal, 13 colônias em relação a Inglaterra e afins, ou seja, a lógica administrativa pautava-se pelo mercantilismo, com a diferença de que o mercantilismo espanhol desde o século XV pode contar com a exploração de metais preciosos além da produção agrícola centrada no sistema de Plantation.

Todavia, é necessário que fique claro que a coroa espanhola não deixou de explorar a mão de obra indígena em seus empreendimentos, a exemplo do que fizeram os portugueses no Brasil tão logo com a chegada dos primeiros colonos, juntamente com as primeiras grandes levas de escravos africanos. Porém não significa dizer que não se utilizou esta última no território colonial espanhol, mas a teremos em menor número em relação ao Brasil colonial e as 13 colônias.

Desta forma a sociedade colonial espanhola possui características próprias, o que determinaria as diferenças em seu processo de independência em relação à independência brasileira, por exemplo, processo dominado pelas elites políticas. Assim sendo, a sociedade colonial espanhola na América era dividida em chapetones, espanhóis de nascimento e ocupantes dos mais altos cargos da administração colonial; criollos, filhos de espanhóis nascidos nas américas, eram os principais proprietários de terra, também membros das elites políticas. Indígenas, mestiços e negros formavam as classes mais populares, sistematicamente exploradas ao longo de todo o processo de conquista da América.

Fonte: http://historiapublica.blogspot.com.br/2011/10/economia-e-sociedade-na-america.html
Fonte: http://historiapublica.blogspot.com.br/2011/10/economia-e-sociedade-na-america.html

Pirâmide social da América Colonial espanhola

O processo de independência só ocorreria ao longo do século XIX, quando a Europa viu algumas de suas principais potências absolutistas serem invadidas e ocupadas por tropas francesas lideradas pelo então Imperador Napoleão Bonaparte, período que coincide com a popularização dos ideais iluministas tanto para a e Europa quanto para as Américas, notadamente através de criollos que retornavam de seus períodos de estudo na Europa.

Durante o período de ocupação francesa da Espanha e substituição do Rei Fernando VII pelo irmão de Napoleão, José Bonaparte, todo o território colonial espanhol viveu um período de relativa soberania, através da formação de juntas governativas administradas por criollos, responsáveis pela administração colonial neste conturbado período para a metrópole. Ora, os colonos americanos puderam sentir o doce gosto da liberdade e aproveitando-se deste momento revogaram uma série de leis e prerrogativas que beneficiavam a metrópole através do pacto colonial.

As tentativas de emancipação não datam apenas do século XIX, no entanto é só neste período que a concretização de tal desejo seria possível. Independente disso, é preciso citar situações pontuais, como por exemplo a tentativa de independência liderada por Tupac Amaru II, líder indígena do Vice Reino do Rio da Prata, que ainda no século XVIII buscou emancipar a região do atual Peru.

Com a derrota de Napoleão e o retorno de Fernando VII ao trono espanhol, a metrópole logo buscou recuperar o domínio político e financeiro de suas possessões ultramarinas, porém agora encontraria forte resistência dos colonos em geral, tanto criollos quanto indígenas, mestiços e negros. Além da participação das camadas populares, houve a presença e liderança de lideres que no futuro seriam conhecidos pela alcunha de libertadores da América.

Hoje o principal campeonato de futebol interclubes do continente americano homenageia líderes como Simon Bolívar e San Martin. Bolívar organizou suas forças a partir do norte Venezuela e Colômbia atuais, enquanto Martin liderou suas tropas a partir do sul, em plena região da bacia do Prata. A abolição do trabalho compulsório e escravidão assegurou ampla participação popular as lutas pela emancipação e o aporte financeiro inglês tornaram possível a vitória sobre os espanhóis, todavia somente após anos de lutas e batalhas sangrentas.

Fonte: http://pt.slideshare.net/zezesilva/independencia-da-america-espanhola
Fonte: http://pt.slideshare.net/zezesilva/independencia-da-america-espanhola

O mapa apresenta os países latino americanos, bem como as datas oficiais de suas independências

Por volta de 1825 toda a América espanhola encontrava-se definitivamente livre da administração espanhola e contrariando o sonho maior de Bolivar de formar uma única nação americana, forte e unida, as diferentes visões e interesses, sobremaneira das elites criollas de cada local, formada pelos chamados caudilhos, o resultado foi à formação de diversas repúblicas independentes com a propriedade da terra mantida sob domínio das elites proprietárias da terra.

Dica 1: O Filme “Libertador” (The Liberator), lançado em 2013, de direção de Alberto Arvelo, retrata por volta de 30 anos da vida do libertador Simon Bolívar.
Para finalizar sua revisão, veja esta videoaula sobre a independência da américa latina:


Exercícios

1- No início do século XIX, a independência da América Espanhola ocorreu num contexto político internacional marcado por fatos. Dentre os fatos que favoreceram a independência da América Espanhola, podemos mencionar.

a) A Revolução Industrial Espanhola.
b) A derrota dos americanos na guerra de independência dos Estados Unidos.
c) O Despotismo Esclarecido.
d) O triunfo do absolutismo de direito divino na Espanha.
e) As guerras napoleônicas.

Resposta: E

2- O movimento de emancipação política da maioria dos países de colonização espanhola da América não significou a quebra das estruturas sociais e econômicas. Daí se verificou que:

a) A dominação dos proprietários rurais foi garantida por novas incorporações territoriais.
b) As diferenças entre as várias classes da população foram superadas pelo desejo de união nacional.
c) O fortalecimento do poder político pessoal deu origem ao caudilhismo.
d) Os intelectuais apoiaram-se nas idéias libertárias para defender propostas de igualdade social.
e) A atuação da Igreja foi importante para garantir as reivindicações populares.

Resposta: C

Bruno História
Os textos e exemplos acima foram preparados pelo professor Bruno Anderson para o Blog do Enem. Bruno é historiador formado pela Universidade Federal de Santa Catarina. Dá aulas de história em escolas da Grande Florianópolis desde 2012. Facebook e Twitter.
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