Aprenda os quatro Gêneros Literários e veja o que é o texto narrativo, estruturado por marcadores de tempo, expressões adverbiais e tempos verbais recorrentes.
A literatura, em sua forma, é manifestada em prosa ou verso; já seu conteúdo e sua estrutura podem ser adequados em gêneros literários. Aristóteles dividiu a produção poética de sua época em três gêneros: Narrativo; Dramático, e Lírico. Porém…. Como já se passaram dois milênios e meio, trabalha-se hoje com quatro gêneros literários distintos: Lírico, Narrativo, Dramático, e o gênero Épico .
No passado, portanto, esta divisão acontecia em apenas três gêneros: Lírico, Narrativo (ou Épico), e Dramático. Mas, os autores mais recentes, para que pareça mais didático e fácil de entender, estão aderindo a uma divisão em quatro gêneros literários assis distribuídos e reprsentados:
- 1 – Lírico (poesia),
- 2 – Dramático (teatro,com as tragédias e comédias),
- 3 – Narrativo (contos, novelas, crônicas, romances, etc.), e,
- 4 – Épico (textos com poemas narrativos, com a história de um grande desafio, uma saga com um personagem heróico, que para realizar o seu propósito passa por inúmeras provações).
Resumo dos Gêneros Literários
Agora para você conseguir entender um pouquinho mais sobre os quatro gêneros literários e as narrativas, veja este excelente resumo da professora Camila, do canal do Curso Enem Gratuito:
Agora, vamos te ajudar a saber tudo sobre os quatro gêneros literários, e sobre a estrutura dos textos narrativos , vem com a gente e arrase nas questões de Literatura do Enem e dos Vestibulares!
Os quatro Gêneros Literários:
1 – Narrativo
O gênero narrativo, caracterizado por apresentar-se em prosa, é manifestado nas seguintes modalidades:
Romance – narração de um fato imaginário que se aproxima da realidade, representando aspectos de vidas familiares e social do ser humano.
Novela – narração breve e viva de um acontecimento, de notável importância, vivido pelo homem, mais próximo da realidade do que fatos apenas imaginários. É apresentado em poucos capítulos.
Conto – narração concentrada e precisa de um episódio da vida; mais condensada do que a novela e o romance. Geralmente, não é dividida em capítulos.
Fábula – de cunho didático, essa narrativa se distancia da realidade, com a intenção de passar alguma lição de moral.Crônica – seu nome já nos indica alguma coisa: cronos, em latim, significa tempo. Assim, essa narrativa, é o relato de algo que acontece no nosso cotidiano, nos dias de hoje, nos tempos atuais.
A partir da consolidação da imprensa, a crônica tornou-se uma seção de jornais ou revistas, em que são comentados acontecimentos do dia-a-dia.A queda dos cegos (1568). Pieter Bruegel
O gênero narrativo também está presente na pintura acima. Este quadro faz referência à parábola de Cristo aos fariseus – “Se um cego conduzir outro cego, ambos cairão no buraco”. Dessa maneira, através do desenho é possível contar uma história – assim, trata-se de uma narrativa.
Você pode notar que a composição dessa pintura contém componentes narrativos: a cena ambientada; a movimentação dos personagens dada através da impressão que se dá pela queda seguida dos cegos; o tempo (um caindo após o outro).
2 – Gênero Épico
O Gênero denominado de Épico icou restrito aos grandes e densos relatos de uma saga heróica, que contém longos versos contando fases da trajetória de um personagem em busca de uma realização, e que também pode ter partes em prosa. Em língua portuguesa o Épico dos Épicos é o clássico “Os Lusíadas”, de Luís de Camões. O herói é o navegador Vasco da Gama
3 – Gênero Dramático
– São os textos teatrais, e que costumam ser classificados em Comédia, ou Tragédia. Você assistiu ‘O Auto da Compadecida’? É um texto teatral de Comédia, e que foi adaptado para o cinema. Você assiste novelas? Então, é por aí o Gênero Dramático.
4 – Gênero Lírico
– São textos escritos na forma de poema, e que expressam sentimentos, estados da alma. ‘No meio do caminho tinha uma pedra’, lembra? E milhares de outros exemplos que a gente nunca esquece.
Minha terra tem palmeiras / Onde canta o Sabiá;
As aves, que aqui gorjeiam Não gorjeiam como lá.
Nosso céu tem mais estrelas / Nossas várzeas têm mais flores,
Nossos bosques têm mais vida / Nossa vida mais amores.
Agora que você já sabe tudo sobre os gêneros literários, e como é a estrutura de um texto narrativo, que tal testar seus conhecimentos com exercícios que selecionamos especialmente para você? Vamos lá!
Exercícios sobre os Gêneros Literários
1- (ITA) Leia a narrativa abaixo e responda.
O leão
A menina conduz-me diante do leão, esquecido por um circo de passagem. Não está preso, velho e doente, em gradil de ferro. Fui solto no gramado e a tela fina de arame é escarmento ao rei dos animais. Não mais que um caco de leão: as pernas reumáticas, a juba emaranhada e sem brilho. Os olhos globulosos fecham-se cansados, sobre o focinho contei nove ou dez moscas, que ele não tinha ânimo de espantar. Das grandes narinas escorriam gotas e pensei, por um momento, que fossem lágrimas.
Observei em volta: somos todos adultos, sem contar a menina. Apenas para nós o leão conserva o seu antigo prestígio – as crianças estão em redor dos macaquinhos. Um dos presentes explica que o leão tem as pernas entrevadas, a vida inteira na minúscula jaula. Derreado, não pode sustentar-se em pé.
Chega-se um piá e, desafiando com olhar selvagem o leão, atira-lhe um punhado de cascas de amendoim. O rei sopra pelas narinas, ainda é um leão: faz estremecer as gramas a seus pés.
Um de nós protesta que deviam servir-lhe a carne em pedacinhos.
– Ele não tem dente?
– Tem sim, não vê? Não tem é força para morder.
Continua o moleque a jogar amendoim na cara devastada do leão. Ele nos olha e um brilho de compreensão nos faz baixar a cabeça: é conhecido o travo amargoso da derrota. Está velho, artrítico, não se aguenta das pernas, mas é um leão. De repente, sacudindo a juba, põe-se a mastigar capim. Ora, leão come verde! Lança-lhe o guri uma pedra: acertou no olho lacrimoso e doeu.
O leão abriu a bocarra de dentes amarelos, não era um bocejo. Entre caretas de dor, elevou-se aos poucos nas pernas tortas. Sem sair do lugar, ficou de pé. Escancarou penosamente os beiços moles e negros, ouviu-se a rouca buzina do fordeco antigo.
Por um instante o rugido manteve suspensos os macaquinhos e fez bater mais depressa o coração da menina. O leão soltou seis ou sete urros. Exausto, deixou-se cair de lado e fechou os olhos para sempre.
I. Embora não seja um texto predominantemente descritivo, ocorre descrição, visto que o autor representa a personagem principal através de aspectos que a individualizam.
II. Por ressaltar unicamente as condições físicas da personagem, predomina a descrição objetiva no texto, com linguagem denotativa.
III. Por ser um texto predominantemente narrativo, as demais formas – descrição e dissertação – inexistem.
Inferimos que, de acordo com o texto, pode(m) estar correta(s):
a) Todas estão corretas
b) Apenas a I
c) Apenas a II
d) Apenas a III
e) Nenhuma das afirmações
2- (UFV) Considere o texto:
“O incidente que se vai narrar, e de que Antares foi teatro na sexta-feira 13 de dezembro do ano de 1963, tornou essa localidade conhecida e de certo modo famosa da noite para o dia. (…) Bem, mas não convém antecipar fatos nem ditos. Melhor será contar primeiro, de maneira tão sucinta e imparcial quanto possível, a história de Antares e de seus habitantes, para que se possa ter uma idéia mais clara do palco, do cenário e principalmente das personagens principais, bem como da comparsaria, desse drama talvez inédito nos anais da espécie humana. ” (Érico Veríssimo)
Assinale a alternativa que evidencia o papel do narrador no fragmento acima:
a) O narrador tem senso prático, utilitário e quer transmitir uma experiência pessoal.
b) É um narrador introspectivo, que relata experiências que aconteceram no passado, em 1963.
c) Em atitude semelhante à de um jornalista ou de um espectador, escreve para narrar o que aconteceu com x ou y em tal lugar ou tal hora.
d) Fala de maneira exemplar ao leitor, porque considera sua visão a mais correta.
e) É um narrador neutro, que não deixa o leitor perceber sua presença.
3- (UFV) Leia o trecho abaixo:
“Bem, é verdade que também eu não tenho piedade do meu personagem principal, a nordestina: é um relato que desejo frio. (…) Não se trata apenas da narrativa, é antes de tudo vida primária que respira, respira, respira. (…) Como a nordestina, há milhares de moças espalhadas por cortiços, vagas de cama num quarto, atrás de balcões trabalhando até a estafa. Não notam sequer que são facilmente substituíveis e que tanto existiriam como não existiriam. ” (Clarice Lispector)
Em uma das alternativas abaixo, há um aspecto do livro de Clarice Lispector, A Hora da Estrela, presente no fragmento acima, que o aproxima do chamado “romance de 30”, realizado por escritores como Graciliano Ramos e Rachel de Queiroz:
a) A preocupação excessiva com o próprio ato de narrar.
b) O intimismo da narrativa, que ignora os problemas sociais de seus personagens.
c) A construção de personagens que têm sua condição humana degradada por culpa do meio e da opressão.
d) A necessidade de provar que as ações humanas resultam do meio, da raça e do momento.
e) A busca de traços peculiares da Região Nordeste.
Gabarito:
1 – B
2 – C
3 – C