Com as mudanças no contexto social, os modernistas foram classificados em dois momentos. Estude agora Carlos Drummond de Andrade, Cecília Meireles, e Vinícius de Morais. Veja as obras e as características do segundo momento do Modernismo no Brasil.
Confira agora como foi o Segundo Momento do Modernismo no Brasil: Passada a ebulição da Semana de Arte Moderna de 1922, e a fase de “inovação a qualquer custo” que marcara a primeira fase modernista, e ainda sob o influxo das mais diversas desordens sociais – internas e externas -, a poesia brasileira amadurece não só formal como tematicamente.
Esse amadurecimento é a principal marca de nossa poesia da segunda fase modernista. A temática social entra forte em cena, e as tensões mundiais após o final da Primeira Guerra e a Crise de 1929 tensionam todos os países, levando à Segunda Guerra em 1939.
O Momento do Modernismo no Brasil
Os autores desta época do segundo momento do Modernismo no Brasil conviveram com os mais graves problemas de nosso século: a Guerra Civil Espanhola (1936-1939), a Segunda Guerra Mundial (1939-1945) e a Revolução de 30, que marca o fim da República Velha e o início da era Vargas (governo de Getúlio Vargas, de 1930 a 1945).
- Características preponderantes do Segundo Momento do Modernismo no Brasil:
- Poesia libertária, variada, de cunho social;
- Literatura intimista, espiritualista e surrealista.
- Há a forte produção de uma prosa regionalista
- Valorização de personagens e da temática do Nordeste.
Resumo sobre a segunda fase do Modernismo
Confira agora com o professor Anderson Rollo as principais características da segunda fase do movimento modernista, numa aula-resumo bem divertida.
Gostou do vídeo com os detalhes da literatura dentro do segundo momento do Modernismo no Brasil? Tem mais aulas do professor Rollo no canal do Curso Enem Gratuito. Bora prosseguir com a vida e a obra de Carlos Drummond de Andrade.
Principais Autores do Segundo Momento
Carlos Drummond de Andrade:
Nasceu em Minas Gerais (1902) e morreu no Rio de Janeiro (1987). O mais importante poeta do modernismo é apontando pela crítica como um dos melhores da literatura brasileira.Sua obra poética revela um lento processo de investigação da realidade humana. Desde os primeiros livros, delineiam-se as linhas básicas da poesia de Drummond: visão crítica da realidade social, frequentemente expressa através do humor e da ironia; certo desencanto com relação à vida, recusando-se a uma participação lírica ou sentimental, revelando um pessimismo em que o homem se encontra frente à frente com o vazio e o nada:
É sempre nos meus pulos o limite.
É sempre nos meus lábios a estampilha.
É sempre no meu não aquele trauma.
Sempre no meu amor a noite rompe.
Sempre dentro de mim meu inimigo.
E sempre no meu sempre a mesma ausência.
Vejamos um fragmento de um de seus poemas mais conhecidos.
José
E agora, José?
A festa acabou,
a luz apagou
o povo sumiu,
a noite esfriou,
e agora, José?
e agora, você?
você que é sem nome,
que zomba dos outros,
você que faz versos,
que ama, protesta?
e agora, José?
A Obra de Carlos Drummond de Andrade
• Poesia: Alguma poesia (1930) – obra dedicada a Mario de Andrade; Brejo das almas (1934); Sentimento do mundo (1940); A rosa do povo (1945); Claro enigma (1951); Viola de bolso (1952); A vida passada a limpo (1959); Lição de coisas (1962); Boitempo (1968); As impurezas do branco (1973); A paixão medida (1980); Corpo (1984); Amar se aprende amando (1985); O amor natural (1992); Farewell (1996).
• Prosa (crônica e ensaios): Confissões de Minas (1944); Contos de aprendiz (1951); Passeios na ilha (1952); Fala, amendoeira (1957); A bolsa & a vida (1962); Cadeira de balanço (1970); Boca de Luar (1984).
Saiba mais sobre o Modernismo:
Confira agora o leque completo dos grandes poetas do Segundo Momento do Modernismo no Brasil.
As dicas do professor Rollo:
- A Segunda Geração do Modernismo foi marcada pela consolidação dos ideais do movimento modernista apresentados na Semana de Arte Moderna 1922.
- Na poesia, destacaram-se além de Carlos Drummond de Andrade, Cecília Meireles e Vinicius de Moraes.
- Vem que o prof Rolo te guia nessa viagem literária! 😉
Desafios para você resolver e compartilhar suas soluções
Texto para questão 01
Cidade grande
Que beleza, Montes Claros.
Como cresceu Montes Claros.
Quanta indústria em Montes Claros.
Montes Claros cresceu tanto,
ficou urbe tão notória,
prima-rica do Rio de Janeiro,
que já tem cinco favelas
por enquanto, e mais promete.
(Carlos Drummond de Andrade)
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Questão 01
Entre os recursos expressivos empregados no texto, destaca-se a:
a) metalinguagem, que consiste em fazer a linguagem referir-se à própria linguagem.
b) intertextualidade, na qual o texto retoma e reelabora outros textos.
c) ironia, que consiste em se dizer o contrário do que se pensa, com intenção crítica.
d) denotação, caracterizada pelo uso das palavras em seu sentido próprio e objetivo.
e) prosopopeia, que consiste em personificar coisas inanimadas, atribuindo-lhes vida.
Poema para questões 02, 03, 04 e 05.
José
E agora, José?
A festa acabou,
a luz apagou,
o povo sumiu,
a noite esfriou,
e agora, José?
e agora, você?
você que é sem nome,
que zomba dos outros,
você que faz versos,
que ama protesta,
e agora, José?
Está sem mulher,
está sem discurso,
está sem carinho,
já não pode beber,
já não pode fumar,
cuspir já não pode,
a noite esfriou,
o dia não veio,
o bonde não veio,
o riso não veio,
não veio a utopia
e tudo acabou
e tudo fugiu
e tudo mofou,
e agora, José?
E agora, José?
Sua doce palavra,
seu instante de febre,
sua gula e jejum,
sua biblioteca,
sua lavra de ouro,
seu terno de vidro,
sua incoerência,
seu ódio – e agora?
Com a chave na mão
quer abrir a porta,
não existe porta;
quer morrer no mar,
mas o mar secou;
quer ir para Minas,
Minas não há mais.
José, e agora?
Se você gritasse,
se você gemesse,
se você tocasse
a valsa vienense,
se você dormisse,
se você cansasse,
se você morresse…
Mas você não morre,
você é duro, José!
Sozinho no escuro
qual bicho-do-mato,
sem teogonia,
sem parede nua
para se encostar,
sem cavalo preto
que fuja a galope,
você marcha, José!
José, para onde?
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Questão 02
Para o poeta, José só não é:
a) alguém realizado e atuante.
b) um solitário.
c) um joão-ninguém frustrado.
d) alguém sem objetivo e desesperançado.
e) n.d.a.
Questão 03 – Sobre poema do segundo momento do Modernismo
Das possibilidades sugeridas pelo poeta para que José mudasse seu destino, a mais extremada está contida no verso:
a) “se você tocasse a valsa vienense”.
b) “se você morresse”.
c) “José, para onde?”.
d) “quer ir para Minas”.
e) “José, e agora”.
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Questão 04
O verso que exprime concisamente que José é “ninguém” é:
a) “você que faz versos”.
b) “a festa acabou”.
c) “você que é sem nome”.
d) “que zomba dos outros”.
e) “Mas você não morre”.
Questão 05
Assinale a afirmativa falsa a respeito do texto.
a) José é alguém bem individualizado e a ele o poeta dirige com afetividade.
b) O ritmo dos sete primeiros versos da 5ª estrofe é dançante.
c) “Sem teogonia”, significa “sem deuses”, “sem credo”, “sem religião”.
d) Os versos são em redondilha menor porque tal ritmo se ajusta perfeitamente à intimidade, singeleza e espontaneidade das idéias.
e) n.d.a.
Você consegue resolver estes exercícios sobre o segundo momento do modernismo no Brasil?
Então resolva e coloque um comentário no post, logo abaixo, explicando o seu raciocínio e apontando a alternativa correta para cada questão. Quem compartilha a resolução de um exercício ganha em dobro: ensina e aprende ao mesmo tempo. Ensinar é uma das melhores formas de aprender!