Entenda como diferenciar um Texto Literário de um texto Não-Literário; e aprenda o que são as Linguagens Denotativa e Conotativa. Veja agora, no resumo Enem gratuito:
Tire suas dúvidas sobre Texto Literário e Texto Não-Literário – Quando indagamos a respeito do que é que distingue um texto literário do não-literário, percebemos que não há uma única resposta e sim várias respostas porém não definitivas, corroborando para a complexidade do assunto tanto posto em discussão.
Podemos, no entanto, apresentar os critérios mais usados atualmente para caracterizar o texto literário e não-literário. Distinguí-los com base no caráter ficcional ou não-ficcional já fora constatado outrora problema insolucionável, devido à impossibilidade de diferençar o real do fictício em certas situações concretas.
Texto Literário x Não-Literário
Um exemplo clássico que reúne a dificildade em diferenciar o fictício do real pode ser observado na história de uma aparição de um ET, direto de um disco-voador. A descrição pode provocar risos num cético, mas pode ser ouvida com muito respeito por adepto da teoria dos extraterrestres.
Confira agora com a professora Camila Zuchetto, do canal do Curso Enem Gratuito, as principais diferenças entre o texto Literário e o texto Não Literário.
As dicas da professora Camila:
- As palavras não apresentam um único sentido.
- Dependendo da situação de comunicação ou de como são empregadas, podem assumir significados diferentes.
- O entendimento da plurissignificação da linguagem utilizada nos textos literários pode ser uma ferramenta a mais para melhorar o seu desempenho nas provas do Enem e vestibulares.
- E o texto literário é o local propício para o trabalho com essa plurissignificação; é onde as palavras extrapolam seu sentido comum e podem até surpreender.
- Quando a palavra é utilizada no sentido comum, o do dicionário, dizemos que ela foi empregada no sentido denotativo; quando a significação vai além, ocorre a conotação.
- Veja nesta aula acima, com a professora Camila, as diferenças entre linguagem literária e não-literária.
Função Estética x Função Utilitária
Entretanto, modernamente, tem-se buscado a demarcação dos textos em outros campos. As análises mostraram que todo texto possui uma FUNÇÃO. Com base nesta conclusão, diz-se que o texto literário apresenta uma FUNÇÃO ESTÉTICA, enquanto o texto não-literário tem uma FUNÇÃO UTILITÁRIA (informar, convencer, explicar, responder, ordenar etc.).
A NOTÍCIA
Autoridades dos Estados Unidos disseram nesta quinta-feira que o número total de casos de gripe suína no país subiu para 109.
Na quarta-feira, autoridades sanitárias dos Estados Unidos confirmaram que um bebê mexicano de 23 meses morreu no Texas vítima de gripe suína, o que configura a primeira morte causada pela doença fora do México. Kathy Barton, porta-voz do departamento de Saúde de Houston, afirmou que a criança havia viajado para a cidade para fazer tratamentos médicos.
Novos casos
Hoje, a Suíça e a Holanda confirmaram seus pri-meiros casos de gripe suína e a Espanha subiu o número de casos confirmados para 13 pessoas e o de possíveis contágios sob observação para 87.
O texto acima pretende unicamente informar o leitor sobre o número de pessoas infectadas pelo vírus da gripe suína nos Estados Unidos. Nele o texto é tecido de forma clara e direta e o plano de expressão remete a um único plano do conteúdo. Aliás, o conteúdo é o seu principal foco. Expliquemos melhor esse conceito do genebrino Ferdinand de Saussure (Genebra, 26 de novembro de 1857 – Morges, 22 de fevereiro de 1913).
Signos, Significado, e Significante
Saussure considera a língua como um sistema de SIGNOS formados pela “união” do sentido, conceito ou ideia (SIGNIFICADO), e da imagem acústica (impressão psíquica do som), que vai ser o SIGNIFICANTE.
Cada signo ou cada conjunto de signos articulados dentro de uma estrutura textual terá, obviamente, um PLANO DE EXPRESSÃO e um PLANO DE CONTEÚDO. Levando este conceito para o nível textual constatamos que todo signo linguístico é DENOTATIVO.
Denotativo x Conotativo
Confira agora no resumo da professora Camila Zuchetto uma super aula-resumo sobre como diferenciar a Linguagem Denotativa da Linguagem Conotativa:
Mandou muito bem a professora Camila. E têm mais aulas com ela no canal do Curso Enem Gratuito.
Denotação
É a significação objetiva da palavra. Pode-se dizer que é a palavra em estado de “dicionário”.
Podemos concluir em primeira instância que um texto em forma de notícia é considerado um texto não literário porque possui, como principal característica, a função utilitária de informar o leitor. Seu tecido é constituído prioritariamente de signos linguísticos de caráter denotativo cuja significação é sempre objetiva.
Agora, antes de chegarmos à FUNÇÃO ESTÉTICA do texto literário, voltemos a um dado sobre o signo linguístico para melhor absorvermos esse processo sob outra forma. Um plano de expressão + um plano de conteúdo, eis o signo lingüístico por natureza. Entretanto, sobreposto ao significado DENOTATIVO implanta-se o significado CONOTATIVO, que consiste em um novo PLANO DE CONTEÚDO investido no signo como um todo.
Conotação
É a significação subjetiva da palavra. Ocorre quando a palavra evoca outras realidades por associações que ela provoca. Exemplo: Minha vida é um mar de dissabores.
Observe o texto abaixo:
Alma minha gentil, que te partiste
tão cedo desta vida descontente,
repousa lá no Céu eternamente,
e viva eu cá na terra sempre triste.
Se lá no assento etéreo, onde subiste,
memória desta vida se consente,
não te esqueças daquele amor ardente
que já nos olhos meus tão puro viste.
E se vires que pode merecer te
algua causa a dor que me ficou
da mágoa, sem remédio, de perder te,
roga a Deus, que teus anos encurtou,
que tão cedo de cá me leve a ver te,
quão cedo de meus olhos te levou.
(Luis de Camões)
Se no texto não-literário demos o exemplo da notícia, cuja função era de informar por meio objetivo o leitor e com o foco no conteúdo, o texto acima remete-nos a uma outra concepção: nele o conteúdo (trata-se, basicamente, da mulher amada que morreu e que deve repousar no céu, enquanto o amado deve viver triste na terra) fica evidentemente em segundo plano.
A forma (plano de expressão) é o mais importante; cada signo rompe com seu significado racional para recriar certos conteúdos na organização da expressão.
Dica 1 – Está pronto para o Enem? Acompanhe mais esta aula sobre as funções da linguagem, desta vez com foco nas funções conativa, fática e metalinguística – https://blogdoenem.com.br/funcoes-linguagem-2-gramatica-enem/
Dica 2 – Funções da Linguagem: Parte 1 – Gramática Enem – https://blogdoenem.com.br/gramatica-enem-funcoes-linguagem/
Dica 3 – Subtextos e figuras de linguagem devem ser identificados e analisados no momento da leitura. Revise com esta aula de Gramática Enem – https://blogdoenem.com.br/interpretacao-texto-gramatica-enem/
Desafios sobre as diferenças entre Conotação x Denotação
Texto para as questões 01, 02, 03, 04 e 05.
Nós, os imortais
Amigos, é certo que houve o diabo, anteontem, no Maracanã. Poucas vezes, desde que me conheço, tenho visto uma partida tão truculenta. Foi pé na cara de fio a pavio do jogo. E quando soou o apito final, só uma coisa admirou: é que ninguém tivesse saído de maca ou rabecão.
Mas o futebol é muito divertido. À saída do estádio, só vi gente vociferando contra a indisciplina. Um sujeito fazia uma espécie de comício. Dizia, de olho rútilo e lábio trêmulo: “Isto é uma vergonha !” Fazia o suspense de uma pausa e reforçava: “Uma pouca-vergonha!” Só eu no meio de tantos, de todos, não estava nado irado, nada ultrajado. Sempre que vejo dois times baixarem o pau, concluo, de mim para mim: “Eis o homem”.
Pode ser lamentável e acredito que seja lamentável. Mas, que fazer se é esta, exatamente esta, a condição humana? A rigor, ninguém tem o direito de se espantar com o alheio pecado. O homem sempre foi assim, desde o Paraíso e antes do Paraíso. E nenhum jogador vai para o inferno só porque meteu o pé na cara de outro jogador.
Todos nós temos o fanatismo da disciplina, mas creiam: é um fanatismo suspeito ou, como dizia outro, de araque. A disciplina foi feita para o soldadinho de chumbo e não para o homem. E o futebol tem de ser passional, porque é jogado pelo pobre ser humano. A grandeza de um clássico ou de uma pelada está em que fornece uma imagem fidedigna do homem. Assim somos todos nós.
Quando a multidão vaia um jogador feroz, está agindo e reagindo como um Narcisoàs avessas que cuspisse na própria imagem.Ninguém é melhor do que ninguém. Se a multidão estivesse no lugar do jogador faria a mesma coisa e, se o jogador estivesse no lugar da multidão, vaiaria do mesmo jeito. Portanto, eu não consigo me escandalizar com a baderna de anteontem.
Eu me espantaria, sim, se, ao ser agredida, a vítima retribuísse com um beijo na testa. Mas se o agredido esperneia, tenho de admitir a lógica do seu comportamento. Há, também, o caso do juiz. Ao meu lado, um confrade esperneava: “Inconcebível!” E, de fato, o árbitro fez o diabo. Só faltou subir pelas paredes e se pendurar no lustre de cabeça para baixo. Está certo: S.Saerrou. Mas pergunto: por que cargas d’água só o juiz há de ser o incorrupto, o infalível, se nada disso pertence à condição humana?
Se reis, príncipes, barões cometeram as maiores iniqüidades, por que um juiz de futebol há de ser irrepreensível? Se Maria Antonieta fez uma piada sobre a fome; e se pagou essa piada com a cabeça – o árbitro de anteontem pode marcar um pênalti errado. Amigos, a disciplina é uma convenção. E qualquer convenção nasce e existe para ser violada. (Nelson Rodrigues. Fla-Flu… e as multidões
despertaram!)
Questão 1
A alternativa que melhor resume o texto de Nélson Rodrigues é:
a) O homem sempre foi um pecador sem-vergonha, passional e feroz, capaz de transformar uma partida de futebol, mesmo um clássico, numa batalha.
b) O texto é uma descrição detalhada dos fatos ocorridos no estádio do Maracanã, no jogo de futebol entre Flamengo e Fluminense.
c) O erro e a indisciplina transformam os eventos esportivos numa baderna inconcebível, razão por que os responsáveis devem ser punidos.
d) O autor refere-se ao engano do árbitro e à conseqüente revolta da multidão como pretexto para emitir seu ponto de vista sobre o comportamento muito comum entre os homens, que é o de violar regras e leis.
e) Trata-se de uma matéria de cunho jornalístico usada para fins didáticos, pois através dela o autor nos ensina como foi construída a história da humanidade.
Questão 2
Segundo o texto, a alternativa correta é:
a) Como errar é próprio da condição humana, não há por que estranhar as atitudes da torcida, dos jogadores e mesmo do juiz.
b) Um jogador que mete o pé na cara de seu adversário age e reage como um Narciso que se espelha na multidão.
c) A disciplina dos soldados, apaixonados ou não por futebol, fornece uma imagem fidedigna do homem.
d) As convenções existem para serem quebradas; do mesmo modo, o erro, quando ocorre, deve ser punido.
e) Percebe-se que todos os times baixam o pau, seja num clássico, seja numa pelada, e o fanatismo passional não escandaliza mais ninguém.
Questão 3
Através da frase “A rigor, ninguém tem o direito de se espantar com o alheio pecado”, diz-se que:
a) não se pode tolerar a violência.
b) o juiz cometeu erros imperdoáveis.
c) os jogadores têm o direito de revidar as agressões de seus adversários.
d) o homem descobriu que é pecador no Paraíso e mesmo antes dele.
e) todos os seres humanos estão sujeitos à indisciplina.
Questão 4
Correlacione a coluna da esquerda com a coluna da direita, identificando os significados:
( 1 ) truculento
( 2 ) rabecão
( 3 ) rútilo
( 4 ) de araque
( 5 ) iniquidade
( ) de qualidade inferior, ordinário
( ) atroz, terrível, cruel, bárbaro, feroz
( ) perversidade, maldade
( ) carro para transporte de cadáveres
( ) muito brilhante
A alternativa que contém a seqüência verdadeira, de cima para baixo, é:
a) 2 – 3 – 4 – 1 – 5
b) 5 – 2 – 3 – 4 – 1
c) 4 – 1 – 5 – 2 – 3
d) 4 – 5 – 1 – 2 – 3
e) 2 – 1 – 3 – 4 – 5
Questão 5
Quanto à tipologia, o texto de Nélson Rodrigues classifica-se como:
a) conto
b) crônica
c) reportagem
d) resenha crítica
e) fábula
Você consegue resolver estes exercícios? Então resolva e coloque um comentário no post, logo abaixo, explicando o seu raciocínio e apontando a alternativa correta para cada questão. Quem compartilha a resolução de um exercício ganha em dobro: ensina e aprende ao mesmo tempo. Ensinar é uma das melhores formas de aprender!