Revolução Bolivariana da Venezuela – História e Geografia Enem

Para compreender sobre a Revolução Bolivariana na Venezuela é preciso saber quem foi Simon Bolívar. Ele foi o patrono da independência de diversos países latinoamericanos em relação à Espanha. Revise História Geografia para gabaritar Ciências Humanas no Enem!

Nascido em 1783, em Caracas, na Venezuela, Simon Bolívar foi militar e líder político. Morreu em 1830. Na sua época a maioria dos países latinoamericanos de língua hispânica era colonizada pelos espanhóis, e Bolívar foi considerado uma peça chave para a independência desses países.

Na esteira da trajetória de Bolívar muitos políticos se aproveitaram do símbolo para chegar e exercer o poder. Para o bem ou para o mal. Veja. Simón Bolívar é considerado por alguns países da América Latina como um herói. Um visionário, revolucionário, e libertador.

Durante seu curto tempo de vida liderou a Bolívia, a Colômbia, Equador, Panamá, Peru e Venezuela rumo à independência dos espanhóis. Mas, isso não se trata da Revolução Bolivariana, nome adotado por Hugo Chávez dois séculos depois para batizar o próprio regime na Venezuela.

Simon Bolívar ajudou a lançar bases ideológicas e democráticas no processo da independência da maioria das nações da América Hispânica, o que gerou a denominação de pensamento bolivariano. Simón Bolivar - Revolução BolivarianaPorém, não se pode confundir o personagem histórico Simom Bolívar e o pensamento bolivariano com uma série de regimes populistas autodenominados ‘Bolivarianos’ que surgiram na América do Sul a partir de 1999. Alguns perduravam até 2018, como na própria Venezuela com Nicolas Maduro exercendo o poder autoritário ‘travestido de democrata’.

Com o caos econômico e social provocado pelo bolivarianismo de Maduro a fronteira do Brasil com a Venezuela, e da Colômbia com a Venezuela viraram caminho para o exílio de perseguidos políticos pelo regime e de populações em busca de comida, abrigo e segurança.

Os regimes que se denominaram Bolivarianos no final do século XX e início do século XXI foram regimes que chegaram ao poder pela via democrática, por eleições diretas na Venezuela, no Equador e na Bolívia.

Mas, na linha do tempo foram produzindo alterações constitucionais e se irradiando na influência nos parlamentos e no judiciário até formar em alguns países uma ‘hegemonia bolivariana’, com cerceamento das liberdades democráticas, descontrole nas contas públicas, inflação, e censura à imprensa.

Na Venezuela, em 2016, 2017 e 2018 o ‘regime bolivariano’, com a economia do país já destroçada, passou a aplicar  golpes para a perpetuação no poder, abuso na repressão policial contra manifestantes políticos, prisão de lideres oposicionistas e assassinatos de jovens oposicionistas nas ruas, com mais de 130 mortes de manifestantes desarmados apenas no primeiro semestre de 2017.

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E o que é Revolução Bolivariana?

A Revolução Bolivariana é um termo criado pelo ex-presidente venezuelano Hugo Cháves para se referir a sua política de governo que se apresentava inicialmente como orientada a promover mudanças políticas, econômicas e sociais em seu país. A Venezuela é um dos países mais ricos em reservas de petróleo.

No entanto, na série histórica do país, nunca conseguiu estabelecer horizontes estáveis de planejamento e de crescimento econômico e social a partir da riqueza do petróleo. Hugo Cháves chegou ao poder prometendo inverter esta lógica histórica.Hugo Chaves - Revolução BolivarianaHugo Chavez era um coronel do Exército Venezuelano quando tentou dar um golpe de estado em 1992, que  fracassou. Desde então passou a se apresentar ao país como uma alternativa para a mudança política. Em 1999 conseguiu subir ao poder pela via democrática,elegendo-se presidente  derrubando um partido político que já estava instalado há décadas no poder.

Chávez apresentou-se como assumidamente de esquerda, declarando assim aversão ao Capitalismo e principalmente ao Imperialismo Americano.  Chávez promoveu forte aproximação com China, Cuba e países árabes para demonstrar o não alinhamento com os Estados Unidos.

Hugo Chávez iniciou a sua denominada Revolução Bolivariana com a aprovação de uma nova Constituição em 1999. Para alcançar as pretendidas mudanças sociais, políticas e econômicas, a Revolução Bolivariana buscou meios de aproximação direta com a população, fazendo uso de grupos civis ou paramilitares chamados de Missões Bolivarianas, Círculos Bolivarianos, e passou a promover a sua polícia como se fosse uma nova forma de integração latino-americana.

Com o declínio progressivo de Cuba após o fim da União Soviética, Chávez assume a liderança ideológica de esquerda na América Latina. Mesmo quando Luís Inácio Lula da Silva assume a presidência do Brasil, em 2003, eleito pelo Partido dos Trabalhadores, que se apresentava como esquerda democrática, Chávez continuou na liderança ideológica na América do Sul. Lula fez um papel secundário na linha política.

Já no final do governo de Lula, nos anos de 2008 a 2010 Hugo Chávez e seu regime davam sinais de declínio, Lula passou a colocar empresas brasileiras como a Construtora Norberto Odebrecht na condição de  financiadoras de camanhas eleitorais ‘bolivarianas’na própria Venezuela e em outros países da esfera de influência de Hugo Chávez.

Inclusive a campanha presidencial de Nicolás Maduro em 2013, sucessor político de Hugo Chávez na Venezuela, foi realizada pelos  marqueteiros brasileiros João Santana, Mônica Moura e Franklin Martins. Todos eles financiados pela Construtora Odebrecht, por orientação de Luís Inacio Lula da Silva, como ficou apurado nas investigações da Operação Lava Jato, que revelou os caminhos da corrupção política e financeira no Brasil e outros países sulamericanos e africanos que tiveram relações políticas com a época do Partido dos Trabalhadores no poder no Brasil.

Bolivarianismo e ditadura comunista são a mesma coisa?

Não. Mesmo considerando a interpretação que Chávez deu ao termo, o que convencionou-se chamar bolivarianismo nasceu muito longe de ser uma ditadura comunista. As realidades de países que se diziam bolivarianos, como Venezuela, Bolívia e Equador no início dos anos 2000 eram bem diferentes da Rússia comunista sob o comando de Joseph Stalin, de Cuba sob Fidel Castro, ou mesmo da Romênia sob o regime de Nicolau Ceausescu.

Nestes países, no período do comunismo, os meios de produção estavam nas mãos do Estado, não havia liberdade política ou pluralidade partidária e era inaceitável pensar diferentemente da ideologia dominante do governo.  Aqueles que o faziam eram punidos, fuzilados.

Na Venezuela o regime de Chávez nasceu sob a democracia, e aos poucos foi migrando para um populismo financiado pelas exportações do petróleo.  Aos poucos, porém, o regime foi ganhando ares de autoritarismo perante a imprensa,  sufocando a independência do parlamento e aumentando o grau de domínio do poder executivo sobre o Judiciário.

A partir da morte de Hugo Chávez o personagem dominante passa a ser Nicolás Maduro, que acelera o processo de fechamento do regime bolivariano após perder a maioria no parlamento nas eleições legislativas. Maduro utiliza o Judiciário para tirar força do Parlamento, prende os líderes da oposição, e fica no poder graças à repressão policial contra os manifestantes que pedem nas ruas o retorno à democracia e a renúncia do presidente.

Em agosto de 2017 Maduro instala contra o Parlamento um processo autônomo de Assembléia Constituinte, onde somente podiam concorrer candidatos ‘avalizados’ pelas correntes alinhadas com o bolivarianismo. Os países líderes do continente americano rompem com a liderança autoritária da Venezuela, que passa a ser identificada como uma Ditadura desde então.

faça os exercícios que selecionamos para você:

Questão 01 – (ESPM SP/2014)

A República Bolivariana da Venezuela adotou esse nome:

a) ao se tornar independente da Espanha, em 1821, para homenagear Simon Bolívar, o herói libertador;
b) em 1945, após a ditadura do general Isaías Medina Angarita;
c) em 1992, quando triunfou o golpe lide¬rado pelo coronel Chaves contra o presi¬dente Andrés Pérez;
d) após a eleição de Hugo Chavez, em 1998, quando foi promulgada uma Nova Consti¬tuição (1999);
e) após a morte de Hugo Chavez, por decisão do presidente Nicolás Maduro, como forma de homenagear Bolívar, a grande referência dos chavistas.

Gab: D

Questão 02 – (PUC RJ/2013)

Dos movimentos ligados às lutas sociais na América Latina, um deles se projetou na América do Sul, a partir dos anos de 1980, quando passou a cunhar discursos libertadores, nacionalistas e emancipatórios na região, originados nos ideais liberais e anti-imperialistas do início do século XIX.
Tal movimento vem se espalhando, na atualidade, nos países sul-americanos, consolidando-se como uma importante força geopolítica continental chamada:

a) Maoísmo.
b) Castrismo.
c) Laoísmo.
d) Senderismo.
e) Bolivarianismo.

Gab: E

Questão 03 – (Fac. Direito de Franca SP/2013)

“A Casa Branca congratulou nesta segunda-feira, 8, o povo da Venezuela pela reeleição do presidente Hugo Chávez, de 58 anos, enquanto admitiu no mesmo comunicado que os Estados Unidos têm ‘diferenças’ com o bolivariano. ‘Nós temos nossas diferenças com o presidente Chávez’ disse o porta-voz da Casa Branca Jay Carney. ‘Mas congratulamos o povo venezuelano’, acrescentou, ao dizer que o processo eleitoral foi ‘pacífico’ na Venezuela. Já o presidente cubano, Raúl Castro, congratulou Chávez no final da noite de ontem pela vitória na eleição presidencial da Venezuela. ‘Tua vitória decisiva garante a continuidade da luta para uma integração verdadeira da nossa América’, afirmou em comunicado. Entre os cubanos comuns, a sensação obtida com a vitória de Chávez era de alívio.”
“Casa Branca felicita Venezuela pela reeleição de Chávez”.
Estadao.com.br, 8/10/2012.
http://www.estadao.com.br/noticias/internacional,casa-branca-felicitavenezuela-
pela-reeleicao-de-chavez,942558,0.htm (Acesso em 9/10/2012).

As declarações oficiais dos governos dos Estados Unidos e de Cuba diante da reeleição do presidente venezuelano Hugo Chávez, em outubro de 2012, indicam

a) a acusação norte-americana de que o processo eleitoral na Venezuela foi fraudado e que, devido a isso, o novo governo de Chávez não tem legitimidade política.
b) o reconhecimento cubano de que Chávez exerce liderança incontestável sobre toda a América Latina e, devido a isso, conseguirá promover, em seu novo governo, a unidade continental.
c) a profunda diferença ideológica que os governos de Estados Unidos e Cuba têm com o regime de Chávez, embora os três países mantenham boas relações comerciais e diplomáticas entre si.
d) o amplo apoio político que Chávez conseguiu obter dentro e fora de seu país e que assegurou o reconhecimento, por Estados Unidos e Cuba, da correção e necessidade de suas propostas políticas.
e) a proximidade política entre o governo de Chávez e o regime cubano e o distanciamento diplomático e as diferenças ideológicas entre a Venezuela e os Estados Unidos.

Gab: E

Questão 04 – (FGV/2010)

As veias abertas da América Latina, escrito pelo uruguaio Eduardo Galeano, foi entregue pessoalmente por Chávez a Obama. Como dedicatória, Chávez escreveu “para Obama, com afeto“. O livro foi entregue durante uma reunião entre o presidente dos Estados Unidos com os 12 países que formam a Unasul – União de Nações Sul-Americanas, grupo criado em 2008 e do qual o Brasil faz parte.
Fabricia Peixoto / Enviada especial da BBC Brasil a Trinidad e Tobago / 18 de abril de 2009.

O livro As veias abertas da América Latina, publicado em 1971, investiga o massacre dos povos nativos e a espoliação das riquezas do subcontinente, desde o inicio da colonização europeia até a subordinação dos países sul-americanos aos interesses hegemônicos dos Estados Unidos.

Sobre as relações atuais entre a Venezuela os Estados Unidos, assinale a alternativa correta.

a) Apesar das relações tumultuadas entre Hugo Chávez e Barack Obama, os dois governos são aliados políticos e também parceiros comerciais, visto que parte do petróleo consumido nos EUA é importado da Venezuela.
b) Do ponto de vista diplomático, as relações entre Washington e Caracas vêm se fortalecendo, sobretudo com o recente anúncio do acordo entre o presidente da Colômbia, Álvaro Uribe, e os EUA para a utilização de sete bases militares no país com o objetivo, segundo Washington, de combater o narcotráfico.
c) No contexto da América do Sul, o presidente Hugo Chávez converteu-se numa preocupação para a Casa Branca, em virtude de suas teses “bolivarianas”, inspiradas no líder Simon Bolívar (1783-1830), que defendem uma América Latina independente e soberana, livre do domínio estadunidense.
d) Com a retomada do diálogo entre EUA e Cuba e a suspensão, pelo presidente Barack Obama, do embargo econômico que vigora desde 1962, as relações entre Caracas e Washington devem melhorar, visto que Chávez é um grande aliado político do presidente atual de Cuba, Fidel Castro.
e) Com a eleição do presidente Hugo Chávez, a Venezuela, membro da OPEP (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) e grande exportadora de petróleo, passou a ocupar um papel de liderança na América do Sul, contando com o apoio político incondicional da maioria dos países da América Latina, entre eles, a Bolívia, de Evo Morales, a Colômbia, de Álvaro Uribe e o Brasil, de Luiz Inácio Lula da Silva.

Gab: C

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Os textos e exemplos acima foram preparados pela professora Priscila Colturato para o Blog do Enem. Priscila é formada em Geografia pela Universidade Federal de Santa Catarina.
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