USP propõe bônus a aluno de escola pública que se declarar negro

Universidade de São Paulo (USP) votará neste mês proposta que prevê bônus de 5% no vestibular para aluno que se definir negro, pardo ou indígena

A Universidade de São Paulo (USP) decidirá, nesse mês, sobre a adoção de um bônus que prevê acréscimo de 5% na nota do vestibular do candidato que se declarar negro, pardo ou indígena. Atualmente, a USP não oferece nenhum benefício específico para esse grupo. Existe a possibilidade também de um aumento do bônus para alunos da rede pública, que passaria de 15% para 20%. Com essas novas propostas, um aluno negro que cursou o ensino básico em escola pública pode receber um acréscimo de 25% na nota do vestibular.

Essas novas medidas são uma resposta ao projeto do governador Geraldo Alckmin e dos reitores da USP, Unesp e Unicamp para aumentar a presença de alunos de escola pública nessas instituições por meio de um sistema de cotas. O Blog do Enem falou sobre esse projeto aqui. As unidades da USP rejeitaram diversos pontos desse projeto, como por exemplo, a criação do “college”, um curso superior semipresencial, de dois anos, para alunos da escola pública. Os que fossem aprovados entrariam nas universidades sem passar por vestibular.

A universidade decidiu apostar no aumento de bônus para atingir as metas da proposta de Alckmin, que se mantiveram as mesmas do projeto inicial, mudando só o prazo para atingi-las (de 2016 para 2018): 50% de calouros de escolas públicas, em cada curso, sendo 35% deles pretos, pardos e indígenas.

A proposta da USP é uma síntese das sugestões feitas pelas 42 unidades da instituição, sistematizada pela pró-reitoria de graduação e será votada ainda este mês pelo conselho da universidade. A maioria dos itens da proposta deve ser aprovada com facilidade pelo conselho, com exceção do trecho sobre pretos, pardos e índios. Nas discussões internas, o projeto inicial do governo e dos reitores sofreu críticas positivas e negativas. A direção da Faculdade de Medicina, por exemplo, entendeu que ele mudaria muito o perfil dos alunos, o que poderia reduzir a qualidade da USP. Já a Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH-USP) disse haver espaço para uma opção mais ousada, com adoção de cotas para alunos de escolas públicas, pretos, pardos e índios.

A reitoria disse que não se manifestará agora publicamente porque a proposta pode mudar. O projeto prevê ainda um cursinho para mil alunos, ministrado pela USP.

USP NÃO TEM CALOUROS NEGROS NOS TRÊS CURSOS MAIS CONCORRIDOS DE 2013

Os cursos de Engenharia Civil, do campus São Carlos, de Medicina e de Publicidade e Propaganda da USP, os três mais disputados no ano de 2013, não tem alunos negros matriculados no 1° ano – conforme classificação de cor do IBGE. Segundo a Fuvest, juntos, esses cursos matricularam 369 alunos. Desses, 78,3% se declararam brancos, 9,5% são pardos e 11,9%, amarelos.

Nos dez cursos da USP mais concorridos em 2013, apenas 4 negros se matricularam. O curso de Ciências Médicas de Ribeirão Preto, o quarto mais concorrido, teve apenas um negro entre seus 103 calouros. Em Jornalismo, sexto lugar na concorrência, ingressou um aluno negro de um total de 66. No bacharelado de Artes Cênicas (8°), há um calouro negro. No curso de Design, matriculou-se este ano apenas um entre 43 alunos.

No momento da inscrição na Fuvest, 4,3% dos candidatos do processo seletivo para a USP se autodeclararam negros, 15,1% pardos, 5,1% amarelos e 0,2% indígenas. Na matrícula, a presença de negros e pardos se torna ainda menor. Dentre os estudantes que se matricularam em 2013, 2,4% são negros, de acordo com informações da Fuvest. Os pardos compõem 11,3% dos calouros, os amarelos são 7,5% e os indígenas formam 0,2% dos alunos.

Mas, quando o assunto é alunos da rede pública, a notícia é um pouco mais animadora. O número de alunos de escola pública a ingressarem na USP aumentou, mas não teve uma variação muito significativa.  Em 2012, 28% dos alunos matriculados estudaram em escolas públicas. Em 2013, a presença desses estudantes aumentou para 28,5%. O crescimento é pequeno frente ao aumento do percentual de egressos da escola pública a se inscreverem na Fuvest no mesmo período – o índice passou de 33,8% em 2012 para 35,3% em 2013.

USP

 

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Fontes: Folha de S. Paulo e UOL

 

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