Aproveite este resumo sobre as Cruzadas - Guerras Religiosas entre católicos e muçulmanos que redefiniram concepções sociais, econômicas e políticas durante a Idade Média. Foram oito Cruzadas. Veja os detalhes para mandar bem no Enem.
Nesta aula de História para o Enem veja o conteúdo das Cruzadas: expedições religiosas que visavam a conquista dos territórios considerados santos pela igreja católica, e que caíram em mãos muçulmanas durante a expansão da civilização islâmica.
As cruzadas foram expedições militares incentivadas pela Igreja Católica durante os séculos XI e XIII com o objetivo de reconquistar Jerusalém e arredores. O território era denominado na época de Terrra Santa. Para os dias de hoje, equivale ao território denominado de Palestina.
Naquele tempo não existia ali o estado de Israel, onde hoje está Jerusalém. Estes territórios eram considerados sagrados para os católicos e perdidos durante a expansão da civilização islâmica. Mas, também para os adeptos da religião hebraica (judeus) e da religião islâmica (muçulmanos) as mesmas terras eram reivindicadas como sagradas.Veja na imagem acima uma representação de cavaleiros cruzados que partiam da Europa para as missões em direção a Jerusalém. Os mesmos ostentavam a cruz como símbolo maior de sua causa, a Cristandade.
As Guerras Santas
Inspirados pelo conceito de JIHAD (guerra santa) os muçulmanos ocuparam vastas regiões no Oriente Médio, Norte da África e mesmo da Europa, no caso a península ibérica (Portugal e Espanha), até o século VIII depois de Cristo.
Tais movimentos, que não limitam-se apenas a razões religiosas foram contestados por volta do ano 1095 pelo Papa Urbano II, que conclamou os cristãos para que recuperassem os territórios cristãos, sobremaneira Jerusalém, que estavam ocupados por muçulmanos.
O período em questão apresentava necessidade de mudanças sociais e econômicas, uma vez que o aumento populacional criava problemas quanto a capacidade produtiva de alimentos, bem como a falta de terras para a nobreza, precisamente segundos filhos que não possuíam direitos de herança, tendo em vista que os primogênitos herdavam as terras dos pais. As Cruzadas foram iniciadas em meio a este ambiente.
As Cruzadas Cristãs
Diversas expedições partiram da Europa em direção ao Oriente, ora ocupando Jerusalém, e ora sendo desalojadas pelos muçulmanos. Um dos episódios mais emblemáticos foi a longa batalha de 20 de setembro a 2 de outubro de 1187.
A cidade estava em poder de cristãos fazia um século, mas foi cercada pelo exército muçulmano do Sultão Saladino, que conseguiu a rendição dos católicos após uma campanha intensa de bombardeio com pedras incendiárias. A imagem acima é uma representação da vitória de Saladino. O episódio entrou para a história com o nome de ‘A espada de Saladino’.
Antes de continuar, veja a videoaula do prof. Felipe Oliveira, do canal do Curso Enem Gratuito, para fixar o conteúdo:
Os católicos reagiram em 1189, com a Terceira Cruzada, com expedições independentes que partiram da França, da Inglaterra, e da Alemanha. A expedição do Rei Ricardo I, da Inglaterra, entrou para a história literária como uma das batalhas de ‘Ricardo Coração de Leão’. Ao todo foram realizadas noito Cruzadas.
As oito expedições Cristãs
Movidas pela fé e pela ambição, entre os séculos XI e XIII, partiram para o Oriente oito Cruzadas.
- A primeira (1096 – 1099) não tinha participação de nenhum rei. Formada por cavaleiros da nobreza, em julho de 1099, tomaram Jerusalém, esta foi a única que teve sucesso, lembre disso em História Enem!
- A segunda (1147 – 1149) fracassou em razão das discordâncias entre seus líderes Luís VII, da França, e Conrado III, do Sacro Império. No ano de 1189, Jerusalém foi retomada pelo sultão muçulmano Saladino.
- A terceira cruzada (1189 – 1192), conhecida como ‘”Cruzada dos Reis”, contou com a participação do rei inglês Ricardo Coração de Leão, do rei francês Filipe Augusto e do rei Frederico Barbarruiva, do Sacro Império. Nessa cruzada foi firmado um acordo de paz entre Ricardo e Saladino, autorizando os cristãos a fazerem peregrinações a Jerusalém.
- A quarta cruzada (1202 – 1204), financiada pelos venezianos, interessados nas relações comerciais também fracassou.
- A quinta (1217 – 1221), liderada por João de Brienne, fracassou ao ficar isolada pelas enchentes do Rio Nilo, no Egito.
- A sexta (1228 – 1229) retomou brevemente Jerusalém, Belém e Nazaré, cidades invadidas pelos turcos.
- A sétima (1248 – 1250) foi comandada pelo rei francês Luís IX e pretendia, novamente, tomar Jerusalém, mais uma vez retomada pelos turcos.
- A oitava (1270) e última cruzada foi um fracasso total. Os cristãos não criaram raízes entre a população local e sucumbiram.
Veja na imagem uma estátua e um quadro com representações do Rei Ricardo I: Uma última Cruzada foi realizada em 1271 e 1272, com uma expedição liderada pelo Príncipe Eduardo I, da Inglaterra, e que permitiu aos Cristãos a permanência em Jerusalém. Porem, em 1291 os muçulmanos retomaram o controle da região, pondo fim ao ciclo das Cruzadas.
O prof. Felipe fez uma paródia sobre as cruzadas! Dá um play pra conferir:
A Reconquista Católica – Somente após sete séculos de conflitos é que os cristãos recuperaram completamente as terras da península Ibérica (Portugal e Espanha). A última fronteira de resistência muçulmana foi a derrubada do reino muçulmano de Granada, retomado pelos reis católicos da Espanha, em 1492.
Mesmo entre os católicos a longa transição da Reconquista não foi harmônica. A hierarquia católica esteve marcada por episódios de grande obscuridade durante a Idade Média, e mesmo casos de corrupção, onde bispos, abades e até mesmo padres abandonavam as obrigações religiosas e dedicavam-se a uma vida marcada pela riqueza, opulência e luxúria. Fonte: Vamos conversar um pouco sobre as Cruzadas.
Dica do Blog: O Poder da Igreja Católica na Idade Média
Se você quer dar uma parada para aprofundar seus conhecimentos sobre a força do catolicismo na Idade Média, em toda a Europa, veja esta aula de revisão para o Enem com a Histórica da Igreja Católica na Idade Média.
Católicos divididos entre Roma e Constantinopla
O Cisma da Igreja Católica ocorreu no ano de 1054, quando a cristandade foi dividida em Católicos Apostólicos Romanos (sede em Roma) e Católicos Ortodoxos Gregos (sede em Constantinopla). Tal separação representou perda de influência católica nos territórios bizantinos, que também ameaçados pelos muçulmanos, sinalizaram uma possível reunião dos cristãos para a derrota da ameaça árabe.
A origem do nome “cruzadas” deve-se ao fato dos cristãos ostentarem como símbolo de sua causa a cruz, vermelhas ou pretas, em suas vestes. Pessoas de todos os estamentos sociais participaram das cruzadas, a população mais pobre viu nas cruzadas uma oportunidade de ascensão social, visto que na terra santa reconquistada a mobilidade social era possível, enquanto na Europa não.
Os mercadores italianos (Venezianos e Genoveses) foram os mais beneficiados pelas cruzadas ao realizar o transporte dos cruzados, suas armas e demais mantimentos ou materiais necessários, restabelecendo, desta maneira, a prática do comércio na Europa, na medida em que gradativamente ampliaram suas áreas de navegação, e posteriormente dominando as principais rotas marítimas do mediterrâneo e o acesso as ditas especiarias orientais.
Ao longo de dois séculos um total de oito Cruzadas partiram da Europa em direção ao Oriente. No entanto, algumas nem chegaram ao território islâmico. É preciso lembrar que algumas das batalhas entre cristãos e muçulmanos, no período das cruzadas, ocorreram em solo europeu na tentativa de expulsar os muçulmanos que ocupavam a península ibérica.
O reino de Portugal, primeiro Estado Moderno a se constituir na Europa surge justamente após a expulsão dos mouros do território português por volta de 1195 depois de Cristo. No mapa abaixo você pode conferir o trajeto percorrido pelos peregrinos em cada uma delas:
A comprovação da existência de Deus
Confira o pensamento filosófico e as proposições de Tomás de Aquino. Ele criou cinco postulados na Filosofia e na teologia que apontam a origem do universo e da vida num movimento inicial que somente poderia ser disparado por Deus. Veja aula gratuita de Filosofia para o Enem:
A Cruzada das Crianças em 1212:
Por volta de 1212 uma cruzada composta por crianças foi organizada e cerca de 50 mil crianças foram enviadas para Jerusalém, baseados na suposta crença que o santo sepulcro só poderia ser conquistado por crianças, seres livres de pecado. Milhares de crianças morreram no caminho e outras milhares foram escravizadas e vendidas nos mercados orientais.
Veja na imagem ” A Cruzada das Crianças, por Gustave Doré. Fonte: http://www.sohistoria.com.br/ef2/cruzadas/p3.php
Os Cavaleiros Templários
Como consequências das Cruzadas podemos citar a formação de ordens de cavalaria como a Ordem dos Hospitalários, Ordem dos Cavaleiros Teutônicos e Ordem dos Cavaleiros Templários. Os últimos notabilizaram-se por fazer a proteção dos peregrinos cristãos, bem como a proteção de valores e desta forma alcançaram grande poder, a ponto de serem posteriormente perseguidos pela Igreja e monarcas europeus.
Do ponto de vista econômico, o fluxo de peregrinos com destino ao oriente e desenvolvimento comercial das cidades italianas, com destaque para Veneza e Gênova resultaram na reabertura comercial de toda Europa.
As cidades italianas tornar-se-iam grandes entrepostos comerciais e culturais e através delas novas concepções de organização social, econômica e políticas atingiriam toda a Europa durante os renascimentos comerciais e urbanos, assim como o cultural, embora o objetivo original das cruzadas não tenha sido atingido.
Israel x Palestina: conflito pós 2ª Guerra Mundial
Em 1947, no redesenho dos territórios do Oriente Médio após o final da 2ª Guerra Mundial, foi realizado um Tratado sob os auspícios da Organização das Nações Unidas estabelecendo um Plano de Partilha da Palestina. Em seguida, em 1948 foi criado o Estado de Israel. Jerusalém foi estabelecida como a capital pelo povo judeu. Mas, ao mesmo tempo, tem partes que são consideradas sagradas pelos Cristãos e Muçulmanos. Como você pode observar neste pequeno resumo, vêm de muito longe estes conflitos.
Veja os 10 Temas de História que mais caem no Enem
Gostou desta aula sobre as Cruzadas? – Ainda têm dois vídeos para você assistir antes de responder aos exercícios. Se você quer saber mais sobre As Grandes Navegações, Os Descobrimentos, a Revolução Industrial, a Reforma Protestante, a 2ª Guerra Mundial, e sobre o Brasil República, veja aqui os 10 Temas de História que mais caem no Enem.
Exercícios:
1- (UFPI) As cruzadas influíram decisivamente na história da Europa na Baixa Idade Média. A mais significativa de suas consequências foi:
a) a reunificação das Igrejas Católica e Ortodoxa, separadas em 1054 pelo Cismo do Oriente.
b) um novo Cisma no cristianismo com o início da Reforma protestante no século XVI.
c) a conquista dos lugares sagrados do cristianismo situados na Ásia Ocidental.
d) a “reabertura” do Mediterrâneo, que, possibilitando a reativação dos contratos entre Ocidente e Oriente, intensificou o renascimento comercial e urbano na Europa.
e) o declínio do comércio, o desaparecimento da vida urbana e a descentralização política no ocidente da Europa.
Resposta: D
2- (UFPA) O movimento das cruzadas foi essencial para o quadro das transformações por que a Europa passaria nos processos finais da Idade Média. Definida essa questão, é possível assegurar-se em relação ao movimento cruzadista que:
a) os efeitos imediatos das cruzadas sobre a vida européia foram de natureza política, já que contribuíram para abalar sensivelmente o poder absoluto dos monarcas europeus.
b) em termos jurídicos, as cruzadas contribuíram para modificar o sistema da propriedade no feudalismo, já que difundiram o começo da propriedade dominante no Extremo Oriente.
c) os seus resultados abalaram seriamente o prestígio do papado, provocando, inclusive, a separação entre a Igreja de Roma e a de Constantinopla, fato de implicações negativas para a autoridade clerical.
d) os efeitos sociais das cruzadas fizeram-se sentir principalmente sobre as relações de trabalho, já que os cruzados, ao retornarem do Oriente, defendiam a substituição da servidão pelo trabalho livre.
e) as exigências das expedições contribuíram decididamente para o recuo da dominação árabe no Mediterrâneo, abrindo os espaços para que as suas águas viessem a sustentar, mais tarde, parte das grandes rotas do comércio europeu.
Reposta: E