Alexandre Gomes da Silva, diretor responsável pelo Enem, pediu exoneração após dois meses no cargo e em meio a incertezas sobre datas de aplicação do exame. Entenda!
As notícias do Enem não param! Após dois meses no cargo, o diretor responsável pelo Enem , coronel da Aeronáutica Alexandre Gomes da Silva, foi exonerado de seu cargo. Ele estava à frente da Daeb (Diretoria de Avaliação da Educação Básica) divisão do Inep que tem a função de organizar exames como o Enem e o Saeb (Sistema de Avaliação da Educação Básica). A exoneração foi publicada no Diário Oficial da União nesta quarta-feira (26/5).
De acordo com o Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira), a decisão de deixar o cargo foi tomada pelo próprio ex-diretor, por motivos pessoais. Ele havia assumido a função em março após seu antecessor, Carlos Roberto Pinto de Souza, morrer por complicações da Covid-19.
Na época, a indicação de Silva causou polêmica porque o militar não tinha experiência na área educacional. Na Aeronáutica, ele atuou como piloto, investigador de acidentes aéreos e na área de comunicação. Além disso, antes de entrar no Inep, o ex-diretor era assessor parlamentar, lotado no gabinete do Ministro da Educação, Milton Ribeiro.
A saída de Silva acontece em meio a uma enxurrada de notícias do Enem, principalmente sobre a decisão das datas do exame. Isso porque o edital principal do exame ainda não foi publicado, e as datas de inscrição e de realização das provas não foram divulgadas. Ainda há indicativos de que a aplicação do Enem 2021 só deve ocorrer em janeiro de 2022.
Fachada do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP). (Pillar Pedreira/Agência Senado).
Quem é o novo diretor responsável pelo Enem
O presidente do Inep, Danilo Dupas, nomeou Anderson Soares Furtado Oliveira como novo diretor interino da área. Oliveira faz parte do Inep desde 2013. Ele já integra o Daeb, onde ocupa o cargo de coordenador-geral do Enade (Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes).
Além disso, já foi gerente de projetos, trabalhou no Programa de Produção Estatística Educacional e foi assessor de Gestão no Gabinete da Presidência. O diretor interino também já passou pelo Ministério da Economia e pelo Ministério da Ciência e Tecnologia, Inovação e Comunicações.
Oliveira é Bacharel em Direito e tem mestrado em Gestão Pública. Também possui especialização em Docência Superior, em Planejamento e Estratégias de Desenvolvimento e em Gerenciamento de Projetos em Tecnologia da Informação.
Funções do Saeb
De acordo com o governo, são funções da Diretoria de Avaliação da Educação Básica:
- definir e propor parâmetros, critérios e mecanismos para avaliar o ensino básico (etapa que vai da educação infantil ao ensino médio) e certificar competências;
- promover e articular com as redes estaduais e municipais de ensino a realização das avaliações;
- apoiar estados, Distrito Federal e municípios a desenvolver projetos e sistemas de avaliação;
- promover estudos diagnósticos comparados, articulados com organismos internacionais;
- liderar e acompanhar a elaboração de documentos normativos referentes a exames e avaliações da educação básica.
Entenda as recentes notícias do Enem
As datas da realização do Enem 2021 ainda são incertas. Isso porque geralmente o edital do Enem é publicado entre março e abril. Contudo, no final do mês de maio ainda não há previsão para a publicação do edital do exame deste ano ou para a abertura do período de inscrições.
A saída do diretor responsável pelo Enem ocorre em meio a indícios de que o planejamento da edição de 2021 do Enem está atrasada e que o orçamento é insuficiente.
No dia 3 de maio, o ex-presidente do Inep, Alexandre Lopes, apontou o atraso do planejamento do Enem em uma entrevista concedida ao jornal “O Globo”. Ele afirmou o seguinte:
“O planejamento do Enem deste ano está bastante atrasado, tanto da execução quanto da elaboração da prova. Acho que há um risco de jogarem o Enem para o ano que vem utilizando como desculpa a pandemia”.
Além disso, o Ministro da Educação, Milton Ribeiro, encaminhou um ofício ao Ministério da Economia apontando que a verba destinada ao Enem de 2021 é insuficiente. A fim de aplicar o Enem, o Inep prevê gastar R$ 794 milhões este ano. No entanto, um bloqueio de verbas foi realizado em abril pelo presidente Jair Bolsonaro. Como consequência, o Inep está com R$ 226,7 milhões bloqueados.
Após o impasse sobre as datas do Enem, um grupo de 29 parlamentares pediu ao MPF (Ministério Público Federal) investigar o planejamento e as verbas para a realização do exame. O MPF-SP informou que fará a análise das informações apresentadas pelos parlamentares, o que indica a possibilidade da instauração de um inquérito.
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