O bem e o mau na Genealogia de Nietzsche – Filosofia Enem

Você já ouviu falar em genealogia da moral? Veja porque Nietzsche propõe uma transvaloração, uma releitura dos valores. Confira no resumo gratuito as polêmicas ideias deste pensador alemão para mandar bem no Enem, no Encceja, e nos vestibulares. Vem!

Esta é a capa de uma das traduções do livro Genealogia da Moral, publicado em 1887. Neste livro, Nietzsche procurava detectar alguns pontos das origens dos valores morais. Ele ressalta a inversão sofrida por tais valores pelas influências que se prendem com força. Por isso, quase toda a obra girará em torno da questão do valor: o que é o bom?

A genealogia do alemão Friedrich Nietzsche (1844 – 1900) consiste em fazer um estudo detalhado da morfologia das palavras bem e mau. Ele fez sua pesquisa nas línguas alemã (sua língua de origem) e latina.pensador NietzscheEm seus estudos, ele descobre que palavra alemã schlecht (mau) é idêntica à schlicht (simples). Daí, ele chega ao schlichtsweg (simplesmente) e schlechterding (absolutamente), o que traz, desde suas origens, a função de designar o homem simples, plebeu.

Isso revela que a classe dominante acabou associando a classe plebeia ao conceito daquilo que é mau – o oposto, a antítese da classe nobre. Por isso, os homens que se sentem e são privilegiados (classe nobre) é quem espelham o conceito de ‘bom’.

Já na língua latina, Nietzsche faz outra analogia com a palavra malus, relacionada com melas (negro) e usada para designar o homem plebeu, de cor morena e de cabelos pretos (hic niger est). O “bom”, o “nobre”, o “puro” é o de cabelos loiros. Isso faz oposição com o individuo de cabelos negros.

Com isso, a conceituação ganha um caráter estritamente político.Você já deve estar percebendo, portanto, que este resgate histórico feito por Nietzsche, o fez perceber que este conceito de bom e mau estão com uma interpretação ligada as classes dominantes da época.

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Muito bom este resumo. Veja agora nos detalhes a discussão acerca das concepções morais em Nietzche.

As Religiões e as Concepções Morais

Nietzsche concluiu que as concepções morais são elaborada pelos homens, a partir dos seus interesses, isto é, são produtos histórico-culturais. Mas, segundo Nietzsche quem é responsável pela propagação desses conceitos? As religiões cristãs e o judaísmo. Essa é a resposta dele. Mas como essas religiões fazem isso?

Você sabe que toda religião tem um ser superior que é o criador de tudo e que tudo sabe e que em tudo está presente. Então, a vida também é um dom de Deus e segundo estas religiões, para agradá-Lo devemos viver segundo a vontade dele.

Por isso que a resposta a esta pergunta se fundamenta na vontade de Deus. Isto é. Com medo de perderem uma recompensa na vida posterior, o céu como é chamado, as pessoas acabam sendo submissas e esta “moral de rebanho”, termo usado por Nietzsche.

Diante disso tudo o que Nietzsche propõe? Uma transvaloração dos valores, isto é, ultrapassar esta interpretação do bom e do mau, em outras palavras significa buscar novos modos de valoração por sob os quais se possam assentar um novo homem, que vá além do Homem.

Resumo

A genealogia de Nietzsche consiste num estudo feito por ele a respeito dos valores bom e mau. Neste estudo ele descobre que elas estão ligadas a divisão de classes, onde o bom está ligado à classe dominante e mau a classe plebeia.

Por isso, ele propõe uma transvaloração desses valores, ou seja, não refutá-los, mas reinterpretá-los, já que os valores são frutos de um processo histórico.

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Nietzsche e o critério da vida – Resumo de filosofia Enem

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Referência

COTRIM, Gilberto; FERNANDES, Mirta. Fundamentos de Filosofia. 1 ed. – São Paulo: Saraiva: 2010.
Brasil Escola: http://meuartigo.brasilescola.uol.com.br/filosofia/a-genealogia-moral-nietzsche.htm Acessado em 26 de janeiro de 2017.

Chegou a sua vez. Resolva essas questões de vestibulares e prepare-se para o Enem!

1. (Ufsj 2013) Na filosofia de Friedrich Nietzsche, é fundamental entender a crítica que ele faz à metafísica. Nesse sentido, é CORRETO afirmar que essa crítica

a) tem o sentido, na tradição filosófica, de contentamento, plenitude.
b) é a inauguração de uma nova forma de pensar sem metafísica através do método genealógico.
c) é o discernimento proposto por Nietzsche para levar à supressão da tendência que o homem tem à individualidade radical.
d) pressupõe que nenhum homem, de posse de sua razão, tem como conceber uma metafísica qualquer, que não tenha recebido a chancela da observação.
e) a metafísica é válida, pois trata de Deus e da liberdade humana.

2. Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Pernambuco – 2009 – Sobre a crítica de Nietzsche à moral, é correto afirmar que:

a) O cristianismo é a origem do conceito de bem em si e, por isso Nietzsche defere uma crítica mordaz a essa doutrina religiosa.
b) O projeto de Nietzsche de traçar uma genealogia da moral encontra eco em Foucault na arqueologia do saber. Nietzsche diferencia-se de Foucault por acreditar que é possível um fato moral.
c) Para Nietzsche, não existem fatos morais, mas interpretações sobre a moral, cuja estrutura se remete à essência do homem.
d) A transvaloração dos valores é um projeto de rompimento com a moral tradicional, cujo ponto central é a crítica a todos os valores ocidentais.
e) Ao contrário do cristianismo, a filosofia de Platão traz elementos importantes para a definição do conceito de bem e nela se pode vislumbrar a moral que Nietzsche procurava.

3. (Ueg 2011) No século XIX, o filósofo alemão Friedrich Nietzsche vislumbrou o advento do “super-homem” em reação ao que para ele era a crise cultural da época. Na década de 1930, foi criado nos Estados Unidos o Super-Homem, um dos mais conhecidos personagens das histórias em quadrinhos. A diferença entre os dois “super-homens” está no fato de Nietzsche defender que o super-homem

a) agiria de modo coerente com os valores pacifistas, repudiando o uso da força física e da violência na consecução de seus objetivos.
b) expressaria os princípios morais do protestantismo, em contraposição ao materialismo presente no herói dos quadrinhos.
c) abdicar-se-ia das regras morais vigentes, desprezando as noções de “bem”, “mal”, “certo” e “errado”, típicas do cristianismo.
d) representaria os valores políticos e morais alemães, e não o individualismo pequeno burguês norte-americano.

4. Nietzsche empreendeu uma Genealogia da moral, com a qual desejou mostrar que os valores da tradição judaico-cristã eram basicamente niilistas. No prólogo do livro, Nietzsche enuncia sua nova exigência, segundo a qual:

a) Será preciso descobrir a verdade dos valores morais.
b) O próprio valor dos valores morais deverá ser questionado.
c) A vontade de vingança deverá operar contra a metafísica.
d) Os fracos deverão ser protegidos da vontade dos fortes.
e) A vontade de saber deverá prevalecer sobre todas as outras.

5. (Ufsj 2012) Na perspectiva nietzscheana, o livre-arbítrio é um erro porque

a) ao declarar que os homens são livres, as forças coercitivas, como o poder da Igreja, agem com o claro intuito de castigá-los, julgá-los e declará-los culpados.
b) os homens, indignos como são, jamais alcançarão a dimensão da ideia implícita no livre-arbítrio.
c) o cristianismo, apesar de seus esforços candentes, não conseguiu tirar a culpa do ser humano.
d) a fatalidade impressa no ser humano está na sua historicidade, no seu livre-arbítrio, e por isso mesmo o Homem está condenado à culpa.

Respostas:

1: b; 2: d; 3: c; 4: b; 5: a

Post escrito por Gilson Luiz Corrêa. Gilson é bacharel em Filosofia pela UNISUL, possui Licenciatura em Filosofia pela UFSC e em Psicopedagogia pela FMP. É professor do Colégio Catarinense. Facebook: https://www.facebook.com/gilsonluiz.correa
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