Nietzsche e o critério da vida – Resumo de filosofia Enem

“Ouse conquistar a si mesmo” esta é uma afirmação de Nietzsche ao proclamar que a opção da vida é a negação de Deus. Vamos entender o pensamento de Nietzsche e ficar por dentro dos conteúdos de Filosofia e se preparar para o Enem!

Friedrich Nietzsche nasceu em Röcken, na Alemanha, no dia 15 de outubro de 1844. De família luterana o seu destino era ser pastor como seu pai e seus avôs, mas perde a fé durante a adolescência. Na Universidade de Leipzig, sua vocação filosófica cresce. Foi um aluno considerado brilhante, dotado de sólida formação clássica, e aos 25 anos foi nomeado professor de Filologia na Universidade de Basileia. Durante dez anos desenvolveu a sua filosofia em contato com o pensamento grego antigo.

Em 1879 o estado de saúde é obrigado a deixar de ser professor. Sua voz ficou inaudível. Começou uma vida errante em busca de um clima favorável tanto para sua saúde como para seu pensamento, esteve em Veneza, Gênova, Turim e Nice.

O Pensamento de Nietzche

Agora que você já sabe um pouco da vida do pensador, vamos voltar à filosofia de Platão para ficar mais claro o pensamento de Nietzsche. Platão havia afirmado que havia dois mundos: o mundo das ideias e mundo dos sentidos, ou mundo real. O mundo real ou mundo dos sentidos seria este mundo em que vivemos e é composto por matéria.

Já o mundo da ideia seria uma realidade por de trás do mundo que vivemos, ou seja, um mundo abstrato. Segundo Platão, o mundo da ideia seria o precursor do mundo real, pois tudo que existe é uma cópia da ideia que vem primeiro.

Nietzsche encontrou a mesma ideia dentro do pensamento cristão. Segundo ele, o cristianismo julgava que o mundo que vivemos agora, é menos real do que a realidade que virá depois, contudo, o mundo ideal é atingido ainda após a morte, sob a condição de que sigamos as regras cristãs em vida.

Mundo Presente x o Porvir

O mundo presente é desvalorizado, como em Platão, salvo na medida em que age como um degrau para o mundo além. Nietzsche afirmou que o cristianismo nos interpela para negar a vida presente em recompensa de uma nova vida que há por vir.

Segundo Nietzsche, tanto a concepção platônica quanto a concepção cristã sobre a ideia de divisão do mundo em real e ideal afetam diretamente na concepção do próprio ser humano.

A visão de que tudo de valor está além do alcance deste mundo lava o ser humano a pensar na negação da própria vida, isto é, ao desdenhar e desprezar o mundo que vivemos acabamos nos afastando da própria vida em favor de um mundo imaginário, situado em outro lugar.

Dentro dessa perspectiva, Nietzsche chama os sacerdotes e os pastores de “pregadores da morte” porque seus ensinamentos nos incentivam a abandonar este mundo e a própria vida pela morte.

Introdução à Filosofia de Nietzche

O critério da vida para Nietzsche é a negação de uma concepção errônea sobre a ideia de bem e mal transmitida pelo cristianismo e também de uma concepção errônea do mundo em duas realidades: mundo real e mundo das ideias, onde ambas as interpretações desvalorizam o real para exaltar o ideal, e junto com isso, a negação da própria vida para uma vida posterior.

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Muito bom este resumo com aula-show. Vale a pena ver de novo.

Nietzche e os valores morais

Ao investigar também as origens dos valores morais, Nietzsche descobre, a partir de estudos etimológicos, que a noção de “bom” passou por uma transformação conceitual semelhante nas mais diversas línguas. No sentido etimológico original, a designação de “bom” era utilizada para indicar aquele que era “nobre”, “aristocrático” no sentido social.

Já a designação de “ruim” era utilizada para indicar aquele que não era um nobre, ou seja, que era um “plebeu”, um homem “comum”, baixo. A partir dessa sua descoberta, Nietzsche irá cunhar a sua compreensão de moral de senhores e moral de escravos.

Diante desse pano de fundo que vimos Nietzsche propõe a morte de Deus, ou seja, essa concepção metafísica que se criou de Deus devemos matar para que o próprio ser humano possa ser ele mesmo.

Nietzsche chama de niilismo, isto é, o momento em que o cristianismo deixa de ser a única verdade a respeito da interpretação do mundo e, com ele, os valores absolutos até então divulgados, também serão postos em xeque.

Aqui se encontra o verdadeiro critério da vida, a transvaloração dos valores, o niilismo e o nascimento de um novo homem que ele chama de super homem, por isso, devemos ousar conquistar a si mesmo e a busca da vivencia da liberdade da razão, sem conformismo e submissão.

Referência

COTRIM, Gilberto; FERNANDES, Mirta. Fundamentos de Filosofia. 1 ed. – São Paulo: Saraiva: 2010.
Vários colaboradores. O livro da filosofia. tradução Rosemarie Ziegelmaier. – São Paulo: Globo, 2011.

Chegou a sua vez. Resolva essas questões de vestibulares e se prepare para o Enem:

1. (Ueg 2011) No século XIX, o filósofo alemão Friedrich Nietzsche vislumbrou o advento do “super-homem” em reação ao que para ele era a crise cultural da época. Na década de 1930, foi criado nos Estados Unidos o Super-Homem, um dos mais conhecidos personagens das histórias em quadrinhos. A diferença entre os dois “super-homens” está no fato de Nietzsche defender que o super-homem

a) agiria de modo coerente com os valores pacifistas, repudiando o uso da força física e da violência na consecução de seus objetivos.
b) expressaria os princípios morais do protestantismo, em contraposição ao materialismo presente no herói dos quadrinhos.
c) abdicar-se-ia das regras morais vigentes, desprezando as noções de “bem”, “mal”, “certo” e “errado”, típicas do cristianismo.
d) representaria os valores políticos e morais alemães, e não o individualismo pequeno burguês norte-americano.

2. A transvalorização da moral proposta por Nietzsche é:

a) A aceitação da moral tradicional como sendo universal e absoluta.

b) É o estudo sobre a origem da moral tradicional para que possamos conservá-la, tendo em mente a sua importância ao desenvolvimento do indivíduo como ser humano.

c) É a crença incondicional que os valores que devem ser preservados são aqueles que provêm da fé cristã, única fonte capaz de dizer o que é bom ou mal à humanidade.

d) É a superação da moral tradicional, para que os atos do homem forte não sejam pautados pela mediocridade das virtudes estabelecidas. Para tanto é preciso recuperar o sentimento de potência, a alegria de viver, a capacidade de invenção e a condição do próprio homem definir o que é bom ou ruim para si e para os demais, sem imposição ou aceitação do que já foi convencionado por estranhos.

3. De acordo com a discussão que Nietzsche realiza sobre a origem dos valores morais, pode-se afirmar que:

a) na avaliação reativa, os fracos primeiro avaliam a si mesmos como bons e daí decorre a avaliação do outro, o forte, como mau.

b) os gestos úteis foram inicialmente valorados como bons, tendo se tornado hábito passar a considerá-los como bons em si.

c) a moral escrava tem sua origem no cristianismo, religião na qual a oposição entre bem e mal foi primeiramente constituída.

d) a filologia mostra que as palavras usadas para designar a nobreza social adquiriram progressivamente o sentido de nobreza de espírito.

4. Argumentou que a ética cristã era uma moral de escravos, de gente fraca e viu que havia, através do cristianismo, desvirilizado o espírito senhorial e dominante dos aristocratas. “Deus está morto!” foi sua mais célebre proclamação.

a) Kant

b) Descartes

c) John Locke

d) Nietzsche

e) Frege

5. “O anúncio da morte de Deus indica o progressivo desaparecimento na cultura do homem moderno de todas as filosofias, religiões, ou ideologias que no passado exerciam a tarefa de iludi-lo e consolá-lo. O Super-homem, aquele que é capaz de suportar psicologicamente esse evento, não necessita mais de ilusões tranquilizadoras porque com o espírito dionisíaco aceita a vida com o seu caos intrínseco e ausência de sentido”.

(In: NICOLA, Ubaldo. Antologia ilustrada de Filosofia: das origens à idade moderna. São Paulo: Globo, 2005, p.413).

A qual filósofo essa reflexão pode ser associada?

a) Karl Marx.

b) Arthur Schopenhauer.

c) Friedrich Nietzsche.

d) Jean-Paul Sartre.

e) Friedrich Engels.

Respostas:

1:c; 2: d; 3: d; 4:d; 5: c

Post escrito por Gilson Luiz Corrêa. Gilson é bacharel em Filosofia pela UNISUL, possui Licenciatura em Filosofia pela UFSC e em Psicopedagogia pela FMP. É professor do Colégio Catarinense. Facebook: https://www.facebook.com/gilsonluiz.correa
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