Ciclos de Agroexportação: Pau-Brasil; Açúcar; Café; Borracha e Soja

Desde o início da colonização o Brasil teve o maior peso da balança comercial focado na exportação de comodities agrícolas. E, mesmo hoje, o país ainda repete o modelo. Confira:

O maior peso das exportações brasileiras sempre esteve e ainda está nos produtos e derivados do Agronegócio. Veja as características de cada um dos Ciclos de Agroexportação. É conteúdo de Geografia e de História para você mandar bem no Enem e nos vestibulares.

No ciclo de 1500 a 1530, denominado Período Pré-Colonial, a economia comandada a partir de Portugal se resumia à exploração do Pau-Brasil. A mão de obra utilizada era dos indígenas nativos do país, e que eram subordinados no trabalho de extração e transporte da madeira em regime de escambo de mercadorias, ou mesmo sob cativeiro.

O processo exploratório enviava a madeira para ser beneficiada na Europa. A extração foi tão intensa que em poucas décadas a espécie de Pau Brasil utilizada para a exportação praticamente entrou em risco de extinção. Hoje, é uma espécie protegida pelas regras ambientais.

Os ciclos de agroexportação

Confira agora com o professor Raphael Carrieri, do canal do Curso Enem Gratuito, as principais dicas para você gabaritar nas questões dos Ciclos de Agroexportação Brasileira:

A cana de açúcar

Em seguida o território, já com uma ocupação colonial, experimentou o ciclo da Cana de Açúcar, com mão de obra escrava trazida do continente africano. As condições de clima e de solo no Brasil, principalmente na região Nordeste, eram favoráveis ao cultivo da cana.

Este período foi a principal atividade agroexportadora desde a metade do século XVI até a metade do século XVII. Inicialmente Portugal associa-se à Holanda pra implementar os processos de cultivo e beneficiamento. O açúcar no Brasil Colonial era cultivado em regime de Plantation, com grandes latifúndios de monocultura.

O Ciclo do Ouro não faz parte da Agroexportação, mas ele é importante na história porque tem uma relação estreita com o declínio da Cana de Açucar. O período da mineração ficou demarcado entre o final do século XVII e até o final do século XVIII.

Já no final do século XVII a economia derivada do Ciclo da Cana de Açúcar começava a dar sinais declinantes. Ao mesmo tempo, na Região Sudeste, um movimento de exploração das terras mais ao interior do país encontrou as riquezas minerais no território onde hoje está Minas Gerais.

Resumo do Ciclo da Cana de Açúcar

Veja agora com a professora Ana Cristina Peron, do Curso Enem Gratuito, as dicas para você resolver as questões do Ciclo da Cana de Açucar:

A descoberta do ouro de aluvião, facilmente garimpado com bateias, provocou um grande deslocamento populacional para a região. A expectativa era de enriquecer rapidamente.

Apesar de enorme riqueza retirada do solo, os frutos financeiros ficavam principalmente com a coroa portuguesa. A falta de contrapartidas ou projetos de melhoria para as populações da mineração produziram frustração e rebeliões.

A insatisfação com as taxas de impostos ou com o confisco direto de ouro e de pedras preciosas provocou revoltas coloniais, sendo que o movimento mais importante perante a história foi o da Inconfidência Mineira.

O Ciclo do Café

Após o declínio da mineração ocorre uma forte expansão do cultivo, produção e exportação do café. A mão de obra escrava que estava atuando na mineração e nos engenhos remanescentes do ciclo da Cana de Açúcar foi deslocada para atuar no segmento do Café.

Dentro da perspectiva econômica o ciclo do Café trouxe modernizações como a construção de ferrovias na região sudeste, e que ligavam o interior ao litoral, para o escoamento da produção pelos portos. O maior foco foi no interior do estado de São Paulo, em direção ao porto de Santos.

Resumo do Ciclo do Café, durante a fase do Segundo Reinado. Confira agora com o professor Felipe de Oliveira:

Outro aspecto importante do Ciclo do Café foi a progressiva mudança no perfil da mão de obra. Com a pressão abolicionista crescente, e depois com o final oficial da escravatura no país, o Brasil abriu-se para receber ondas de imigrantes europeus, direcionados inicialmente para o trabalho agrícola.

A crise do Café e a indústria urbana

Durante a crise da economia global de 1929 as perdas do setor cafeeiro foram muito fortes no Brasil. Com isso, uma parte do capital vinculado ao café se desloca para a criação de indústrias, gerando um ciclo de industrialização e urbanização do país.

Este período de uma nova orientação econômica que coincide com as prioridades do governo de Getúlio Vargas, a partir da revolução de 1930.

O Ciclo da Borracha

Outro marco na agroexportação brasileira foi o Ciclo da Borracha, que ocorreu no final do século XIX e até o começo do século XX.  Foi um episódio concentrado na região Norte, na Floresta Amazônica.

Ele ocorreu pela extração do Látex, retirado das árvores “seringueiras” (Hevea brasiliensis).  A mão de obra utilizada já não tinha mais nem os traços da escravidão e nem da imigração.

Migração de nordestinos

A força de trabalho para o Ciclo da Borracha foi obtida pela migração de Leste para Oeste, com trabalhadores e famílias inteiras de nordestinos deslocando-se para as florestas da Amazônia.

O principal ciclo da Borracha enquanto fenômeno econômico e deslocamento populacional intenso foi de 1879 até 1912. A riqueza gerada pela borracha transformou a vida em Manaus, Belém e outras cidades da Amazônia.

Foram construídos grandes teatros, urbanização, iluminação pública entre outras transformações. Porém, sementes da árvore “seringueira” foram contrabandeadas pela Inglaterra para países da Ásia, com clima propício para o crescimento das árvores e início da produção. Foi um caso de biopirataria contra a economia brasileira.

Porém, durante a Segunda Guerra Mundial o látex voltou a ter forte demanda, com uma nova alta de produção durante alguns anos.

O Ciclo da Soja

No final do século XX e no início do século XXI o Brasil passa por uma “revolução verde”. Ela acontece quando novas tecnologias de manejo do solo, e de novos cultivares adaptados aos climas do Brasil entram em cena.

A EMBRAPA – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, desenvolve aprimoramentos genéticos no arroz, no milho, na soja e no algodão, além do trigo e outras plantas de interesse comercial mundial.

Ao mesmo tempo as pesquisas de correção da acidez do solo na região do Brasil Central avançam rapidamente, em paralelo com as tecnologias de irrigação.  O resultado combinado destas pesquisas aplicadas à produção levou o país a se tornar um grande exportador de comodities agrícolas. A principal cultura de exportação é a da soja.

Gostou dos resumos? Se quiser retomar com outra abordagem, veja agora O Ciclo do Pau-Brasil.

João Vianney dos Valles Santos

Psicólogo e jornalista, Vianney é diretor do Blog do Enem. Tem doutorado em Ciências Humanas, coordenou o Laboratório de Ensino a Distância da UFSC, e Dirigiu o Campus Unisul Virtual. É consultor de EaD da Hoper Educação.
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