Civilizações da Mesopotâmia no Crescente Fértil: História Enem

Veja as principais Civilizações da Mesopotâmia do Crescente Fértil para o desenvolvimento da humanidade: Assírios, Sumérios e Caldeus. Entenda o Código de Hamurabi.

É hora de revisar a história das primeiras civilizações a ocupar o Crescente Fértil, ou Mesopotâmia. Civilizações estas que tiveram importante papel na consolidação da ocupação e desenvolvimento da humanidade na região do médio oriente. Vamos revisar de maneira sistemática os Sumérios, Assírios e Caldeus.

Para início de conversa é importante que você analise o mapa abaixo, uma vez que abordaremos uma quantidade considerável de povos e culturas que surgiram tendo em vista as condições climáticas e geográficas desta região.

O que chamamos de “crescente fértil” é justamente a faixa de terra entre os rios Tigre e Eufrates, que tem suas nascentes na região da Armênia.

As Civilizações da Mesopotâmia

Ora, sabemos que a própria palavra Mesopotâmia significa “terra entre rios” e que a relação das primeiras civilizações humanas com “seus” rios era, por assim dizer, a medida de suas existências.1Na imagem temos um mapa da mesopotâmia antiga onde podemos verificar em escala a extensão de três dos mais importantes povos que dominaram aquela região. Sumérios, Babilônios e Assírios

Pesquisas arqueológicas nos mostram que a região da Mesopotâmia era ocupada desde a pré-história, no período paleolítico, por uma série de povos, mas foram os Sumérios os primeiros a desenvolverem na região uma sociedade com maior complexidade.

Os Sumérios:

De origem provavelmente asiática, os Sumérios se estabeleceram na região por volta de 3200 e 2800 a.C, quando submeteram e assimilaram as “comunidades ribeirinhas” da região ao seu padrão cultural.

O poder entre os sumérios, assim como em vários dos povos mais primitivos emanava de concepções religiosas. Assim, a participação e influencia dos sacerdotes foi determinante para a centralização do poder político. Conhecido por Lugal ou Patesi, o governante, assim como no antigo Egito era considerado representante do deus na terra e exercia também a função de chefe militar.

Com uma sociedade dividida em classes e marcada pela divisão social do trabalho, os sumérios fundaram cidades pela baixa mesopotâmia, cada uma delas cultuando e homenageando um Deus em específico, sua religião era fortemente institucionalizada e baseada na crença em vários deuses.

Todavia, embora o poder político fosse centralizado nas cidades, cada uma delas era independente e é possível verificar certa animosidade entre as mesmas. As principais cidades sumérias foram Quish, Nipur, Ur, Uruk e Lagash.

Atribui-se aos sumérios um grande conhecimento matemático, sobremaneira pelas grandes obras desenvolvidas por eles para melhor aproveitar o potencial hídrico do Tigre e do Eufrates, como barragens, represas, sistemas de drenagem do solo e afins, bem como templos religiosos bem sofisticados.

Outra importante contribuição foi o desenvolvimento da escrita cuneiforme, um dos primeiros padrões de escrita desenvolvidos pelo homem, e que será utilizado de maneira contundente por este povo.

As relações sócio-econômicas pautavam-se pelo que chamamos de Modo de Produção Asiático, onde uma minoria rica explorava a maioria pobre e camponesa. O camponês não era um escravo, mas produzia tanto para ele mesmo quanto para o estado.

Sabe-se também que por volta de 2500 a.C. povos de origem semita passaram a ocupar e mesclar-se a população suméria, que já praticava comércio com outras civilizações próximas como Egito, Síria, Elam e Índia.

Por volta de 2300 a.C. os sumérios foram assimilados pelos Acadianos, que unificaram uma série de povos daquela região.

Os  povo Acadianos (Akkad):

Também originários da região da mesopotâmia, os acadianos ampliaram sua influência e domínio durante o governo de Sargão I, que estabeleceu como centro de seu império a cidade de Akkad, daí o nome pelo qual ficaram conhecidos.

Sargão I passou a unificar a região por volta de 2350, quando agregou a Síria, Elam e Suméria. Os acadianos, em se tratando da conquista de outros povos eram, não praticavam a destruição cultural, pelo contrário, acabavam assimilando elementos culturais dos conquistados.

A conquista dos sumérios foi possível pela superioridade militar, sendo os acadianos mais rápidos e melhor armados, por exemplo, estes já utilizavam o arco e a flecha.

Do ponto de vista cultural, os acadianos mantém o padrão sumério, com um governante legitimado pela religião e assessorado por sacerdotes que exerciam também papéis burocráticos dentro desta civilização.

O império acadiano não sobreviveria muito tempo após a morte de Sargão I. Com a morte do soberano os povos conquistados passaram a se revoltar e novamente se separar.

O 1º Império Babilônico:

A Babilônia formou-se após a queda do império acadiano, e a partir do governo de Hamurabi passou a ampliar sua área de domínio. Sua principal contribuição foi o Código de Hamurabi, também conhecido como “lei de talião”

Inspirado nas antigas leis sumério-acadianas é o primeiro código de leis escritas que se tem notícia e estabelecia o princípio do “olho por olho, dente por dente”. O código versava sobre diversos aspectos sociais, entre eles podemos citar roubo, assassinato, não cumprimento de acordo, família, estupro, escravos e afins.

As leis foram entalhadas em estilo de escrita cuneiforme em um monólito de diorito com 2,25 m de altura e 1,50 m de circunferência na parte superior e 1,90 na sua base. Atualmente encontra-se no Museu do Louvre, em Paris – França.2A imagem trata-se de uma foto do monólito que compreende o código de Hamurabi

A Babilônia não resistiria a constantes invasões territoriais e veio a cair sob domínio Hitita por volta de 1513 a.C, mas reconquistaria sua autonomia por volta de 1137 durante o reinado de Nabucodonosor, todavia, não resistiu a eficiência bélica e violência impostas pelos assírios.

O Império Assírio:

A civilização assíria é resultado da miscigenação entre antigos sumérios que se estabeleceram na parte superior do Tigre e povos da região. Por volta de 1450 a. C. já dominavam todo o império babilônico ao sul. Por volta de 1112 estendeu seus domínios além da mesopotâmia, chegando ao mediterrâneo a oeste e as montanhas da Armênia ao norte.

Tamanho sucesso foi possível graças as sua belicosidade. Eram os assírios guerreiros ferozes, bem treinados e armados. Diversas fontes relatam sobre a crueldade com que poderiam tratar inimigos e prisioneiros de guerra. Por volta de 900 a.C. já dominavam a Síria, Fenícia, Israel e posteriormente o Egito. Eram exímios ferreiros, tendo desenvolvido além de armas, o arado de ferro e o carro de guerra.

Durante o reinado de Assurbanipal foi construída a biblioteca de Nínive, que continha por volta de 20 mil tabletes de argila que versavam sobre os mais diversos temas.

A administração deste vasto império era bastante complexa, não raro os povos conquistados revoltavam-se, sobremaneira devido aos pesados tributos impostos pelos assírios. Ainda assim, a consolidação do domínio deste vasto império não sobreviveu às constantes revoltas e a aliança entre os medos e babilônios pôs fim ao império assírio.

O 2º Império Babilônico:

Também conhecido como império dos Caldeus, povo que conquistou a hegemonia na Babilônia. Por volta de 625 a.C. os caldeus expandiram seu território para a região da mesopotâmia oeste, Elam, Síria e Palestina.

Seu apogeu ocorre durante o governo de Nabucodonosor II, responsável pela construção dos jardins suspensos, bem como de um importante templo zigurate.3A imagem representa o Templo Zigurate da cidade de UR. Os zigurates eram templos construídos em vários andares, podemos observar que sua arquitetura geral lembra uma escada. Essas construções não eram destinadas apenas para a prática da religião.

É preciso ter em mente que os sacerdotes cumulavam funções administrativas, possuindo grande importância para a administração do estado.

 

Bruno História
Os textos e exemplos acima foram preparados pelo professor Bruno Anderson para o Blog do Enem. Bruno é historiador formado pela Universidade Federal de Santa Catarina. Dá aulas de história em escolas da Grande Florianópolis desde 2012. Facebook e Twitter.
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